QUESTÃO 157 - O LIVRO DOS
ESPÍRITOS
Parte Segunda
Do mundo espírita ou mundo
dos Espíritos
CAPÍTULO III
DA VOLTA DO ESPÍRITO, EXTINTA
A VIDA CORPÓREA, À VIDA ESPIRITUAL
Separação da alma e do
corpo
157. No momento da morte, a
alma sente, alguma vez, qualquer aspiração ou êxtase que lhe faça entrever o
mundo onde vai de novo entrar?
“Muitas vezes a alma sente
que se desfazem os laços que a prendem ao corpo. Entrega então todos os
esforços para desfazê-los inteiramente. Já em parte desprendida da matéria, vê
o futuro desdobrar-se diante de si e goza, por antecipação, do estado de
Espírito.”
FILOSOFIA ESPÍRITA -
VOLUME IV
Questão
157 comentada
CAPÍTULO 04
0157/LE
SENTIDOS AGUÇADOS
No momento em que a alma se
desprende do corpo, seus sentidos são aguçados e, em muitos casos, tem visões
reais sobre seu futuro. Geralmente, a pessoa tem o pressentimento de que vai
morrer, quando se aproxima o momento de sua desencarnação. Sabe que vai partir
e não se assusta, no entanto, pode vir a sentir fortes emoções. Raras são as
criaturas que mantém tranqüilidade nestas horas.
Esse é um fenômeno natural,
mas, somente entrará na naturalidade da vida do homem, quando esse conhecer a
verdade que o liberta da ignorância e o prende nos liames materiais. Muitos
espiritualistas, mesmo os mais estudiosos, têm, nas fronteiras do túmulo,
muitas vezes, medo do nada, principalmente quando saem do corpo com mais
lucidez para outra vida. Os casos são variadíssimos, no que toca a
desencarnação da alma.
A humanidade está caminhando
para a consciência de si mesma, e o tempo, o estudo e a vivência dos conceitos
do Cristo iluminarão a consciência interna, de modo que, mesmo na vida sadia,
com a maturidade do Espírito, esse fica com possibilidades de sair do corpo em
viagem astral consciente, matando, assim, o medo da morte que sempre se tem por
ocasião das graves enfermidades e no momento do desenlace. Há muitos Espíritos
de alta iluminação trabalhando com os encarnados, para que o sono e os sonhos
não sejam somente sono e sonhos, e sim, algo mais, intercalando-se com o
desdobramento consciente, para que a vida lhes seja mais feliz. Haja vista a
quantidade de escolas, espiritualistas ou não, que estão sendo abertas em todo
o mundo, buscando desenvolver estudo sobre a alma.
Não está longe o tempo em que
vamos assistir a essa felicidade dos homens, em serem todos conscientes de que
a vida continua além do túmulo, e é neste sentido que se dará mais valor ao que
se pensa, fala e faz. É, pois, o Cristo retomando as rédeas dos destinos
humanos na sua totalidade, por aceitar, a humanidade, Seu comando divino e
humano.
A alma pode sentir felicidade
no desprendimento, no instante de desatar os laços do fardo físico, se cumpriu
bem seus deveres ante a sua consciência. Se somente se desviou das leis
naturais, se fechou os olhos à luz do entendimento que o amor inspira, teme a
morte, e fica, quando isso acontece, preso à casa física sofrendo as
conseqüências do que criou no mundo. Quando não sabemos o caminho por onde
transitamos, perdemos o roteiro que deveríamos seguir. Sem Jesus em nossos
caminhos, e certamente dentro de nós, como luz de nossos corações, ficamos nos
debatendo nas trevas de variados tormentos, sem que consigamos encontrar a luz
do entendimento.
Na desencarnação, todos os
sentidos se aguçam, mas isso só não basta: é necessário que tenhamos educação
espiritual para sabermos discernir e como nos comportar nestas duras provas que
nos levam a uma vida melhor. Abracemos a fé com Cristo, porque Cristo nascendo
dentro de nós, iluminará todos os nossos caminhos, na vida ou na morte, seja
ela como for.
Miramez