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quinta-feira, 30 de setembro de 2021
O MUNDO NÃO O VÊ NEM O CONHECE "O Mestre afirmou aos apóstolos que eles conheciam o Espírito de Verdade, mas o mesmo não acontecia com o mundo. Este não o conhecia e nem o podia receber, porque não estava suficientemente preparado para isso.
quarta-feira, 22 de setembro de 2021
QUE É A VERDADE? "Qualquer elucidação sobre a verdade também não interessava aos Espíritos trevosos, interessados na consumação do hediondo sacrifício da cruz."
''Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade ?" (João, 18:38)
Afirma o Evangelho de João que, ao entrar Pilatos na audiência, após um ligeiro colóquio com Jesus Cristo, perguntou-lhe: "Logo tu és rei?", indagação que mereceu do Mestre a seguinte resposta: "Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz".
Face a uma resposta de tamanha grandeza, Pilatos limitou-se a perguntar-lhe: "Que coisa é a Verdade?".
Entretanto, como o obscurantismo e os interesses mundanos sempre foram os maiores inimigos da verdade, houve naquela hora um início de tumulto no pátio do Pretório, provocado pelos fanáticos que ali estavam sob a égide dos escribas, dos fariseus e daqueles que tinham nas mãos os poderes religiosos, todos eles interessados na crucificação do tão esperado Messias.
A pergunta ficou, portanto, sem resposta, uma vez que as trevas se fazem sentir sempre, nos momentos psicológicos, em todos os lugares onde a luz do esclarecimento ameaça brilhar.
Talvez o Mestre não quisesse discorrer sobre a verdade com um homem que não a podia compreender, pois, minutos após, apesar de não ver em Jesus qualquer crime, não trepidou em entregá-lo nas mãos dos seus detratores para que o levassem ao sacrifício. Qualquer elucidação sobre a verdade também não interessava aos Espíritos trevosos, interessados na consumação do hediondo sacrifício da cruz.
Evidentemente, Pilatos não tinha qualquer noção sobre o que fosse a verdade. A verdade apregoada pelos judeus não calava bem aos olhos do procônsul romano. O representante do Império não podia aceitar como expressão da verdade os seguintes ensinamentos ministrados pelos escribas:
- Teria o mundo sido criado em seis dias?
- Teriam Adão e Eva sido os primeiros habitantes da Terra?
- Teria realmente Josué conseguido parar o movimento do sol para poder completar um morticínio?
- Como poderia Moisés receber do Alto um mandamento que ordenava o "não matarás", e ele mesmo ordenava verdadeiras matanças de criaturas humanas?
- Se Caim matou Abel e saiu pelo mundo, não existindo qualquer outra mulher, como poderia ele constituir família e ter descendentes?
- Teria realmente Jonas vivido três dias e três noites no ventre de uma baleia?
- Poderia a mulher de Lot transformar-se numa estátua de sal?
Com que técnica poderia Noé ter construído uma arca tão descomunal que pudesse abrigar em seu interior um casal de cada espécie vivente na Terra? Como poderia ele conciliar dentro dela animais tradicionalmente inimigos bem como alimentá-los durante quarenta dias?
Desconhecendo Pilatos a interpretação dessas narrativas o bafejo do Espírito, é evidente que não podia também aceitar como verdadeiras .
De forma idêntica, não podia o Procônsul entender como poderia ser "eleita" de Deus uma casta sacerdotal eivada de sentimentos felinos e de interesses profundamente político mundanos.
Como conciliar os atos, maus e cheios de rapinagem desses homens, com os resplendores da verdade? Uma religião que se baseava nas tradições inócuas, nos atos exteriores do culto, no ódio e na vingança, jamais poderia ter qualquer parentesco com o que é apregoado como verdade. Se Jesus chamou os escribas e fariseus de hipócritas, como poderiam eles ser lídimas expressões dessa mesma verdade?
O Espiritismo representa o advento do Consolador prometido e, como tal, o seu papel é de restabelecer na Terra as primícias da verdade. Evidentemente, quando ele se consolidar definitivamente no seio dos povos, ruirão por terra todos os sistemas e métodos alicerçados sobre a mentira, Tudo aquilo que não for representativo da verdade, será removido dos seus pedestais.
Não tendo Jesus Cristo a oportunidade de esclarecer Pilatos sobre o que é a verdade, o Espiritismo vem agora, na hora propícia, quando os tempos são chegados, fazer com que a luz da verdade possa iluminar os horizontes do mundo, onde, até agora, somente tem prevalecido a mentira, o mistério, o orgulho, a vaidade, o fanatismo, a hipocrisia, a intolerância e o ódio.
O Cristo poderá, então, através das vozes que emanam dos Espíritos, responder não somente a Pilatos, mas a todos os homens o que é a verdade.
Paulo A. Godoy
domingo, 12 de setembro de 2021
DOZE LEGIÕES DE ANJOS
A despeito de ter afirmado que, para evitar a sua prisão e condenação, Ele poderia apelar para Deus e viriam mais de doze legiões de Anjos, a fim de evitar a consumação daquele ato, Jesus não esboçou nenhum gesto de repulsa à sua prisão.
A única reação que houve, segundo o evangelista Mateus (26:51), partiu de um dos apóstolos que, "fazendo uso de uma espada, cortou a orelha de um dos soldados".
É conveniente aqui assumir que a convocação de "doze legiões de Anjos" tem um sentido simbólico, significando que sendo o Ungido de Deus, Jesus era portador de "todo o poder na Terra e no Céu", consoante o que Ele próprio afirmou em Mateus (28:18), o que implica em dizer que poderia, simplesmente pela vontade, fazer com que os acontecimentos tomassem outro rumo, evitando, assim, a sua prisão, flagelação e crucificação, sem que necessitasse da assistência direta ou indireta de legiões de Anjos, o que representaria um acontecimento inusitado e de cunho verdadeiramente miraculoso.
A passagem evangélica em foco enseja-nos vários ensinamentos. O mais importante deles é a demonstração do ato de desprendimento de Jesus que, reconhecendo que havia chegado a sua hora, e a sua prisão e martírio eram importantes para a consagração do seu Messiado na Terra, se conformou com a vontade de Deus, submetendo-se à injusta prisão sem revolta e sem revide. Realmente, se não acontecesse o martírio do Calvário, a missão de Jesus não teria alcançado a penetração que teve, a ponto de, em apenas três séculos, ter causado a derrocada do Paganismo, religião prevalecente no meio do mais opulento e poderoso Império do mundo de então - o Império Romano.
Se todos os homens e mulheres tivessem consciência de que o destino da criatura humana é regido pela Lei de Causa e Efeito, não haveria na Terra tantos assassinatos, estupros, sequestros, roubos e outros desregramentos, pois que tudo o que se pratica, de bem ou de mal tem a sua ressonância nas vidas futuras, reclamando uma recompensa ou penoso resgate, o ser humano mediria melhor os seus atos e procuraria praticar somente o Bem, a fim de fazer jus às recompensas futuras prometidas por Sermão da Montanha.
"Quem com ferro fere, com ferro será ferido", não significa que, aquele que faz uso de uma arma para ferir ou matar o seu próximo, será ferido com o mesmo perecerá da mesma forma. O ladrão que espolia o seu semelhante, tornando-se o proprietário legitimo de determinados bens na vida futura estará sujeito a perder grande parte dos seus bens, restituindo, muitas vezes, ao seu legítimo dono ou a qualquer outro, tudo o que havia extorquido na vida precedente.
O assassino ou estuprador da vida atual, poderá, na vida subsequente, ser também assassinado ou estuprado, da mesma maneira como o fez na vida anterior, ou então ser vítima de um mal doloroso e incurável. Aquele que sequestra alguém, fazendo derramar lágrimas e semeando a dor e a desolação, infalivelmente se defrontará com problemas da mesma natureza no porvir, quando tiver nascido de novo. O suicida experimentará verdadeiras tormentas e poderá nascer em outras vidas, com profundas deficiências nos órgãos mutilados no processo de suicídio.
E a Lei inexorável da Ação e Reação, a qual se aplica ao indivíduo, e, para evitar que esta Lei se cumpra, não existem fórmulas mágicas, miraculosas, nem as absolvições ministradas pelas religiões da Terra. Somente há uma fórmula para eliminar ou suavizar as duras consequências dos resgates e expiações dolorosas: é a preceituada pelo apóstolo: "O amor cobre a multidão de pecados." A prática intensiva do amor apaga muitos débitos no quadro da Justiça Divina, minorando, sensivelmente, as dores que seriam reservadas ao Espírito transgressor.
Assim como não poderiam descer do Céu, "doze legiões de Anjos", para propugnar pela libertação de Jesus, também o ser humano não se livrará da Lei de Ação e Reação, pois esta guarda íntima relação com as leis de Deus, porquanto o Pai deseja, ardentemente, que seus filhos sejam bons e puros, e somente os ligeiros corretivos, aplicados aos transgressores de suas leis, farão com que eles se depurem das imperfeições e se aproximem cada vez mais Dele.
O drama tenebroso do Calvário era um imperativo, por isso, Jesus deixou bem evidenciado, nas páginas dos Evangelhos, que "era chegada a sua hora", que "para isso ele havia descido à Terra". No Horto das Oliveiras, chegou mesmo a fazer ardente prece a Deus, pedindo ao Pai que "se fosse possível passasse dele aquele cálice de amargura".
Em sua prece o Mestre disse: "Pai, seja feita a tua e não a minha vontade". Consequentemente, a vontade de Deus foi cumprida, numa viva demonstração do amor incomensurável do Criador pelas suas criaturas, pois estas necessitavam de um mártir para iluminar as suas veredas.
Logicamente, a vinda das "doze legiões de Anjos" era mero simbolismo, para demonstrar que tudo o que Jesus fazia tinha o beneplácito de Deus, e o Mestre tinha todo o poder "na Terra e no Céu", até mesmo para atrair em seu favor as potestades do Mundo Maior.
Das trevas terríficas do Calvário, brilhou uma luz que passou a iluminar os horizontes sombrios do mundo, encaminhando para um porvir glorioso a Humanidade daquela época e de todo o sempre.
Paulo A. Godoy
segunda-feira, 26 de julho de 2021
LEIS MUTÁVEIS E LEIS IMUTÁVEIS:"Sempre houve nítida confusão entre as leis trazidas por Moisés e a revelação da Verdade consumada, através do advento de Jesus Cristo."Porque a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo." - (João, 1:17)"
Sempre houve nítida confusão entre as leis trazidas por Moisés e a revelação da Verdade consumada, através do advento de Jesus Cristo."Porque a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo." - (João, 1:17)
Muitas religiões, talvez no intuito de procurar servir melhor os seus interesses, fundiram tudo num só amálgama, de onde surgiram todos os problemas de intolerância, perseguição, torturas e mortes, ocorridas no decorrer dos tempos, principalmente na Idade Média.
Há necessidade, entretanto, de estabelecer uma linha divisória entre uma e outra, pois as leis legisladas por Moisés, abstração feita do Decálogo (os Dez Mandamentos), recebido, mediunicamente, no Monte Sinai, foram quase todas de caráter transitório, ao passo que as verdades reveladas por Jesus Cristo são imutáveis.
Há, portanto, um conflito entre o que é mutável, que deve variar com a evolução, e o que é eterno, que jamais pode sofrer alteração, porque já é perfeito.
O próprio Mestre defrontou-se com problemas terríveis, quando de sua peregrinação terrena, pelo fato de os seus contemporâneos, em sua maioria, terem dado foros de leis de origem divina e imutável a todas as leis estabelecidas por Moisés.
Enquanto Moisés ordenava que as mulheres apanhadas em flagrante adultério fossem mortas a pedrada, Jesus Cristo dava proteção a uma mulher adúltera, fazendo com que os seus acusadores se afastassem, enquanto proferia a célebre frase: jogue a primeira pedra quem se julgar sem pecados.
Se Moisés proibiu a invocação dos chamados mortos, devido às deturpações existentes na época, quando essa invocação, em parte, era feita para fins ilícitos, Jesus Cristo promoveu uma autêntica sessão espírita, confabulando com os Espíritos do próprio Moisés e de Elias, no Monte Tabor. Além disso, o Mestre jamais lançou qualquer empecilho ao intercâmbio entre os Espíritos encarnados e desencarnados.
No Antigo Testamento, Moisés prescreveu a incrível lei do olho por olho, dente por dente. Entretanto, no Novo Testamento, Jesus Cristo impôs princípios que derrogam essa lei, estabelecendo que devemos perdoar aos nossos inimigos, não apenas uma vez, mas setenta vezes sete vezes.
De forma idêntica, no Antigo Testamento há uma prescrição sobre o apedrejamento de filhos rebeldes, contumazes, prescrição essa que foi invalidada por Jesus, quando recomendou a necessidade da tolerância, da complacência.
A crença de que as leis transitórias, estabelecidas por Moisés, deveriam ter caráter eterno, representou tremendo óbice ao desempenho da missão transcendental de Jesus Cristo. Os ferrenhos inimigos do Mestre, dentre eles os escribas, os fariseus e os principais dos sacerdotes, proclamavam que Jesus estava subvertendo as leis de Moisés, tendo isso sido um dos argumentos mais usados nas acusações que lhe foram feitas, e motivaram a sua condenação.
Os inimigos do Mestre viviam de espreita, formulando indagações capciosas sobre vários aspectos daquelas leis, até sobre o trabalho aos sábados, a lavagem das mãos, o pagamento de tributo aos povos estrangeiros, perguntas essas que não foram respondidas de modo direto por Jesus, uma vez que Ele via os pensamentos mais íntimos daqueles que as formulavam, cujo escopo maior era poder acusá-lo perante as autoridades políticas (os romanos) e as autoridades religiosas (os membros do Sinédrio).
Paulo A. Godoy
sexta-feira, 9 de julho de 2021
A PLANTA QUE O PAI NÃO PLANTOU "Ela é simbolizada nas vãs tradições, nos ritualismos, nas coisas que destoam da verdade. São os aparatos grotescos do culto exterior, as orações intermináveis e cheias de repetições, o batismo da água, a circuncisão, as superstiçôes, o fanatismo religioso, as várias modalidades de se adorar o Pai, sem que seja pelo único meio recomendado por Jesus: em Espírito e Verdade.
"Toda planta que meu Pai celestial não plantou, será arrancada." (Mateus, 15:13)
Os acirrados inimigos de Jesus Cristo haviam chamado a sua atenção pelo fato de os seus apóstolos assentarem-se à mesa, sem primeiramente lavar as mãos, alegando que esse ato contrariava os mandamentos da lei de Moisés.
O Mestre, no entanto, retrucou-lhes: Macula o homem apenas o que lhe sai da boca e não o que por ela entra, isto é, o que contamina o homem não é o alimento que ele ingere, mas as palavras maledicentes com seu cortejo de pensamentos negativos e prejudiciais, dos quais o coração está cheio.
Entretanto, a fim de melhor corroborar aquilo que apregoava, acrescentou o Mestre: E por que transgredis vós mandamentos muito mais importantes, dentre eles o que prescreve o honrai o vosso pai e a vossa mãe? Referia-se ele a uma ordenação emanada dos escribas e fariseus, a qual prescrevia que era suficiente que se fizesse uma oferta ao Templo, e dissesse aos pais: É oferta ao Senhor aquilo que poderias aproveitar de mim, para que o ofertante ficasse desobrigado de amparar seus pais.
Logo a seguir, após denominá-los hipócritas, o Senhor asseverou: Bem profetizou de vós Isaías: Este povo honra-me com os lábios, mas mantém longe de mim seus corações. Em vão ensinam doutrinas que são preceitos dos homens.
Nisso vieram os apóstolos a fim de informar que os escribas e fariseus estavam escandalizados com suas palavras, ao que ele retrucou: Toda planta que meu Pai celestial não plantou, será arrancada.
A passagem evangélica aqui abordada é clara na demonstração de que os escribas e fariseus tentaram chamar a atenção do Mestre, pelo fato de os seus discípulos estarem transgredindo uma lei de origem humana, qual seja a de lavar as mãos antes de comer o pão, relegando para um plano secundário um mandamento contido no decálogo, muito mais relevante e de origem divina, recebido no Monte Sinai, e que prescrevia, na forma de lei imutável, que o filho deveria honrar o seu pai e a sua mãe.
Na realidade, esses contrastes são uma constante no mundo.
Muitos homens têm por hábito guardar preceitos humanos, transitórios e infundados, deixando de cumprir ordenações e preceitos evangélicos e divinos, imprescindíveis para se realizar a reforma interior, definida como conquista do Reino dos Céus ou a redenção espiritual, mais comumente chamada salvação.
A planta que o Pai celestial não plantou, deve ser extirpada. Ela é simbolizada nas vãs tradições, nos ritualismos, nas coisas que destoam da verdade. São os aparatos grotescos do culto exterior, as orações intermináveis e cheias de repetições, o batismo da água, a circuncisão, as superstiçôes, o fanatismo religioso, as várias modalidades de se adorar o Pai, sem que seja pelo único meio recomendado por Jesus: em Espírito e Verdade.
Quando a humanidade estiver ciente da sua verdadeira destinação, todas essas plantas serão arrancadas da Terra, porque elas não foram plantadas pelo Pai.
Paulo A. Godoy
terça-feira, 8 de junho de 2021
A INCOERÊNCIA DA TRINDADE:"A Doutrina dos Espíritos proclama que Deus é nosso Pai, uno, indivisível, eterno, imutável, onipotente, onisciente."
A Doutrina que vos ensino não é minha, mas daquele que me enviou." (João, 7:16)
Seria incoerente alguém enviar-se a si próprio para o desempenho de determinada missão. Se o Cristo fosse o próprio Deus, conforme o apregoam as teologias, Ele falaria por si próprio, Deus, conforme o apregoam as teologias, Ele falaria por si próprio, não havendo necessidade de empregar subterfúgios, sustentando que a Doutrina que ensinava não era sua, mas daquele que o havia enviado.
No decurso do seu Messiado, Jesus deixou bem evidenciado que era uma personalidade distinta do Pai, e não uma entidade trina. Não deixou também de demonstrar a sua subordinação à vontade de uma entidade maior: Deus. Basta perlustrar as páginas dos Evangelhos, para constatar, de forma reiterada, que Ele veio à Terra num momento apropriado, a fim de revelar verdades novas, objetivando atualizar os velhos conceitos contidos na lei mosaica, os quais já estavam superados.
Fato concludente ocorreu no Horto das Oliveiras, quando o Cristo, em ardente prece dirigida ao Criador, por três vezes consecutivas, rogou que "se fosse possível passasse dele aquele cálice de amargura", acrescentando, logo a seguir: "Contudo, Senhor, seja feita a tua vontade e não a minha."
Se Ele fosse o próprio Deus, ou parte trina de Deus, não haveria necessidade de formular uma ação dessa natureza, dirigida a si próprio. Ele teria resolvido o problema de per si. No cimo do Calvário, pendurado na Cruz, Ele exclamou: "Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito", frase essa que também atesta, de forma clara, a sua dependência em relação ao Criador de todas as coisas.
Em pleno Século das Luzes, quando o Espírito de Verdade já está entre nós para estabelecer toda a Verdade, não há mais lugar para ensinamentos errôneos, nem podem prevalecer velharias, verdadeiros resíduos de discussões estéreis entre homens personalistas e eivados de interesses materiais. A crença na existência de um Deus único é uma das verdades que cumpre ser restabelecida.
Ninguém que se tenha aprofundado na análise dos preceitos evangélicos, ou meditado sobre as palavras do Cristo, podem em sã razão proclamar que neles exista qualquer afirmação categórica, ou de Jesus, que conduza à crença que Ele seja o próprio Deus, ou parte trina de Deus. O seu dizer "quem ver o Pai vê a mim, ou "Eu e o Pai somos uno", não significa em absoluto que Ele não tenha uma individualidade própria. Jesus Cristo foi um enviado de Deus e, portanto, seu representante na Terra. Como autêntico embaixador dos céus, que o via, claramente quem o havia enviado.
Os antigos israelitas, apesar de todos os seus preconceitos e vãs tradições alimentavam uma concepção mais realística sobre a unicidade de Deus, embora lhe atribuíssem características profundamente humanas. Não se nota nos livros do chamado Velho Testamento nenhuma passagem que sustente ser Deus uma entidade trina.
Ninguém desconhece que a implantação do dogma da Trindade foi imposição política, ou pelo menos contou com o apoio político do Imperador Constantino, de Roma, que, naquela época, havia se transformado em protetor dos cristãos. Houve intensas contendas, e Ário, que era radicalmente contrário à teoria da Trindade, juntamente com outras mentalidades esclarecidas, foi vencido, porque o Imperador não desejava criar problemas que afetassem a paz do Império. Implantado, nessa época, o dogma persistiu até o presente.
O Espiritismo vem esclarecer os homens em torno dessa questão, restabelecendo as coisas em seus devidos lugares. A Doutrina dos Espíritos proclama que Deus é nosso Pai, uno, indivisível, eterno, imutável, onipotente, onisciente. Jesus é o nosso Irmão Maior, que já colimou elevadíssimo grau de perfeição, mas ainda continua sujeito às leis evolutivas. O chamado Espírito Santo é a comunidade dos Espíritos esclarecidos, obreiros do bem, executores da vontade de Deus, na Terra, lídimos intermediários entre o Céu e a Terra, entre Deus e os homens, sempre sob a égide augusta de Jesus Cristo, o governador do nosso Planeta.
Paulo A. Godoy
quinta-feira, 3 de junho de 2021
AS DUAS ESPADAS : VERDADE E AMOR
Fragmentos do texto:
"É imperioso, portanto, que procuremos extrair desta passagem evangélica o espírito que vivifica, desprezando a letra que mata.[...]O Mestre pretendeu demonstrar que, daquela hora em diante haveria necessidade de apenas duas espadas: a espada da Verdade, que ataca a mentira em seu próprio reduto, fazendo com que ela jamais possa prevalecer; e a espada do amor que pode regenerar o mundo[...] Por isso, o Senhor recomendou-lhes que se desfizessem das vestes do preconceito, do formalismo, do apego às tradições inócuas, e comprassem as espadas do amor e da verdade, espadas essas que cortariam rente as excrescências dessa ordem, que ainda residiam no recôndito dos seus corações e combateriam certas tradições.
AS DUAS ESPADAS
"E o que não tem espada, venda seu vestido e compre-a." (Lucas, 22:36)
Ao recomendar a seus discípulos que vendessem seus vestidos e comprassem espadas, estes responderam-lhe: "Senhor, eis aqui duas espadas", tendo Jesus Cristo replicado: "Basta !"
Teria o Mestre realmente recomendado a seus apóstolos que se desfizessem de suas vestes a fim de comprar armas, apregoando assim a violência?
Seriam duas espadas suficientes para conter todo um cortejo de homens armados de espadas e varapaus, o qual, tendo Judas Iscariotes por guia, buscara o Senhor no Horto das Oliveiras?
Haveria possibilidade de doze homens pacifistas (o Mestre e onze apóstolos), que haviam levado três anos de pregação do perdão, do amor e da tolerância, serem coagidos a lutar com espadas:
Se Jesus recomendou-nos que oferecêssemos a face direita para quem nos batesse na esquerda, como poderia ele recomendar o revide à espada, contra aqueles que o buscavam?
Essa recomendação conflita com tudo aquilo que nos é ensinado nas páginas dos Evangelhos. A sua consagração significaria abandono da tolerância, da mansuetude e do perdão, e a apologia da violência, do revide, do ódio.
É imperioso, portanto, que procuremos extrair desta passagem evangélica o espírito que vivifica, desprezando a letra que mata.
Nos Evangelhos há uma narrativa que afirma ter Pedro ferido um dos soldados na orelha, tendo merecido do Mestre severa reprimenda: Pedro, embainha a tua espada, pois quem com ferro fere, com ferro será ferido, o que contradiz a recomendação para que os apóstolos comprassem espadas.
O Mestre pretendeu demonstrar que, daquela hora em diante haveria necessidade de apenas duas espadas: a espada da Verdade, que ataca a mentira em seu próprio reduto, fazendo com que ela jamais possa prevalecer; e a espada do amor que pode regenerar o mundo, reformando os homens, o que aliás constituiu a razão primária do advento de Jesus Cristo entre nós.
Com a espada da verdade seriam desmascarados os falsos religiosos, os escribas, os fariseus hipócritas, os quais mantinham aspectos exteriores de homens virtuosos, mas interiormente estavam mergulhados no ódio, nas vaidades terrenas, mantendo costumes dissolutos e distanciados da moral. Com essa mesma espada combater-se-ia o apego de homens como Pilatos, que apesar de perguntar ao Mestre: O que é a Verdade?, situou acima dela seus interesses políticos e sua posição de mando.
A luta no mundo, após a crucificação de Jesus Cristo, teria que ser travada apenas com essas duas espadas e essa foi a razão que o levou a recomendar: e o que não tem espada, venda o seu vestido e compre-a.
Os apóstolos, apesar de serem Espíritos de ordem elevada, escolhidos para nascerem na Terra como assessores de Jesus Cristo, ainda aninhavam em seus corações alguns sentimentos de hegemonia, pois nos próprios Evangelhos consta que eles foram severamente admoestados pelo fato de discorrerem sobre qual deles era o maior, merecendo a observação: Aquele qm quiser ser o maior, seja o que sirva. Além disso, eles alimentavam preconceitos contra povos estrangeiros, então chamados gentios.
Por isso, o Senhor recomendou-lhes que se desfizessem das vestes do preconceito, do formalismo, do apego às tradições inócuas, e comprassem as espadas do amor e da verdade, espadas essas que cortariam rente as excrescências dessa ordem, que ainda residiam no recôndito dos seus corações e combateriam certas tradições que ainda observavam, no tocante a determinadas formas de ritualismos como o batismo da água, a circuncisão e outros.
O mundo é uma vasta arena de lutas, na qual são necessárias espadas, pois com elas os homens aprenderão a lutar contra as violações tenebrosas que os assoberbam, tais como o orgulho, a vaidade, o ódio, a avareza, o ciúme, a vingança, e também contra os ritualismos, as superstições, o obscurantismo, pois há necessidade de se lembrarem constantemente de duas sentenças proferidas pelo Mestre: Amai-vos uns aos outros e Conhecereis a verdade e ela vos fará livres.
Paulo A. Godoy
segunda-feira, 31 de maio de 2021
CIDADES IMPENITENTES
CASOS CONTROVERTIDOS DO EVANGELHO
quarta-feira, 19 de maio de 2021
AINDA NÃO TENDES FÉ? "Se estivermos munidos da fé racional que não consiste meramente em acreditar, mas em discernir, em ter bom ânimo e disposição firme para enfrentar a luta, estaremos em condições de receber de Jesus a ajuda e orientação necessária para que a tempestade que nos assola seja amainada.
segunda-feira, 17 de maio de 2021
UM VERDADEIRO ISRAELITA: "Apresentava um Pai de misericórdia, de justiça e de amor em contraposição ao parcialíssimo Jeová, senhor dos exércitos;Não se submetia às tradições inócuas e combatia os dogmas e os ritos exteriores;
"Filipe achou Natanael e disse-lhe: Havemos achado aquele de que Moisés escreveu na lei e os profetas Jesus de Nazaré, filho de José. "Disse-lhe Natanael: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré ! Disse-lhe Filipe: Vem e vê. "Jesus viu Natanaelvir ter com ele disse dele: Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo. "João, 1:45-49)
Num dos versículos acima Jesus fez franco elogio a um homem "Eis um verdadeiro israelita em quem não há mácula".
Nos Evangelhos existem raras ocorrências dessa natureza e podem ser contadas. A apologia da personalidade de Natanael foi uma das poucas.
Não iremos, entretanto, nos aprofundar no mérito deste elogio, passando a discorrer sobre outros ensinamentos ensejados pelo trecho evangélico acima.
Afirma Mateus, em seu Evangelho, que Herodes indagou dos Príncipes dos sacerdotes e dos escribas do povo, onde haverá de nascer o Cristo. E eles disseram: Em Belém da Judéia, porque assim está escrito pelo profeta: "E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as capitais de Judá; porque de ti sairá o guia que há de apascentar o meu povo de Israel" (Mateus, 2:4-6).
Mais adiante sustenta o mesmo apóstolo: "Ouvindo José que Arquelau reinava na Judéia em lugar de Herodes, receou ir para lá mas, avisado por meio de revelação espiritual, foi para a Galiléia, decidindo-se a habitar numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora predito pelos profetas: "Ele será chamado Nazareno" (Mateus, 2:22-23).
A Galiléia era província bastante atrasada e Nazaré uma de suas principais cidades. Pelo fato de ser a região infestada de salteadores, sua reputação não era das melhores, sendo esse o motivo que levou Natanael a se surpreender com a afirmação de Filipe, de que o Cristo procedia de Nazaré, ou que Nazaré pudesse produzir alguma coisa boa.
João afirma nos versículos 41, 42 e 52, do Capítulo 7, do seu Evangelho, que havia controvérsia entre os judeus em torno da procedência do Cristo: "Vem pois o Cristo da Galiléia? Não diz a escritura que o Cristo vem da descendência de Davi, e de Belém, da aldeia donde era Davi? Examina, e verás que da Galiléia nenhum profeta surgiu".
Essa idéia havia contaminado Natanael, e foi o que o levou a exclamar: "Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?".
Era questão pacífica entre os judeus que o Messias seria um profeta maior que Moisés e viria da linhagem de Davi.
Um grande rei era então esperado. Um guerreiro indômito era ansiosamente aguardado para, com sua espada, submeter todos os povos circunvizinhos e subtrair Israel do jugo romano.
O Messias deveria ter o gênio expansionista de Moisés e viver como Davi, no fastígio da glória humana, impondo uma autoridade ímpar e abatendo com sua funda quantos Golias aparecessem.
O esperado Messias surgiu, entretanto, de modo a contrariar todas as expectativas alimentadas pelos orgulhosos escribas e fariseus.
- Nasceu numa cidade sem expressão e viveu numa província de reputação pouco invejável;
- Era filho de humilde carpinteiro;
- Seus companheiros de tarefa foram obscuros pescadores convocados às margens do Mar da Galiléia;
- Procurava, de preferência, os pequeninos e os humildes;
- Freqüentava a casa de publicanos e visitava outros pecadores;
- Apregoava a paz e a tolerância em vez da guerra e do ódio;
- Prometia a bem-aventurança aos pacificadores e aos mansos;
- Não cogitava ser o rei de Israel, na acepção humana;
- Apresentava um Pai de misericórdia, de justiça e de amor em contraposição ao parcialíssimo Jeová, senhor dos exércitos;
- Não se preocupava muito com a conversão dos grandes e potentados, mas caminhava léguas e léguas em demanda de um pecador que estivesse predisposto a aceitar a sua mensagem;
- Não se submetia às tradições inócuas e combatia os dogmas e os ritos exteriores;
- Apologiava os simples e limpos de coração e verberava a atuação dos escribas e fariseus hipócritas.
Tal situação jamais poderia vir ao encontro dos anseios nacionalistas e religiosos dos hebreus, e nem poderia encher as medidas daqueles que anulavam os preceitos da Lei de Deus por causa de suas tradições.
Como decorrência, o ódio transbordou e a crucificação do tão esperado Messias foi exigida em altos brados.
O Ungido de Deus pagou com a vida a "ousadia" de trazer ao mundo uma mensagem de luz e de amor.
Paulo A. Godoy
segunda-feira, 10 de maio de 2021
A INTOLERÂNCIA "E João disse: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava os demônios e lho proibimos, porque não te segue conosco". "E Jesus lhe disse: Não o proibais, porque quem não é contra nós é por nós. " (Lucas, 9:49-50)
quarta-feira, 5 de maio de 2021
O IRMÃO DO FILHO PRÓDIGO"(...)O irmão do Filho Pródigo, por outro lado, representa a outra parcela de seres humanos: aqueles que se encastelam nas muralhas dos dogmas, julgando-se os únicos herdeiros das coisas celestes e os monopolizadores da verdade, arrogando-se o qualificativo de eleitos ou escolhidos, não tolerando jamais que os seus irmãos, que eles qualificam de hereges venham a ser um dia recebidos na Casa do Pai, com o mesmo amor e carinho a eles dispensados. "(...)
Livro: O Evangelho Pede Licença