RECEIO E
DESÂNIMO
Francisco Cândido Xavier
As tarefas da noite foram precedidas por muitas alegações
de receio e desânimo, frente às lutas da vida na atualidade, por parte de
dezenas de amigos que nos visitavam. Muitos episódios tristes, muitos
casos de¿ provação.
O Evangelho Segundo o Espiritismo nos deu o item 19 do
capítulo XXIV para estudo. E o nosso amigo espiritual, Emmanuel,
complementando as lições da noite, escreveu por nosso intermédio a página
Vencerás.
Nota – O item citado do capítulo XXIV é um breve comentário
de Kardec ao ensino de Jesus: “Se alguém quiser seguir-me, negue-se a si
mesmo e tome a sua cruz e siga--me”. O comentário acentua o sentido
espiritual desse trecho evangélico, lembrando que enfrentamos na Terra as
vicissitudes necessárias ao nosso desenvolvimento espiritual.
VENCERÁS
Emmanuel
Não desanimes.
Persiste mais um tanto.
Não cultives pessimismo.
Centraliza-te no bem a fazer.
Esquece as sugestões do medo destrutivo.
Segue adiante, mesmo varando a sombra dos próprios erros.
Avança ainda que seja por entre lágrimas.
Trabalha constantemente.
Edifica sempre.
Não consintas que o gelo do desencanto te entorpeça o
coração.
Não te impressiones nas dificuldades.
Convence-te de que a vitória espiritual é construção para o
dia a dia.
Não desistas da paciência.
Não creias em realizações sem esforço.
Silêncio para a injúria.
Olvido para o mal.
Perdão às ofensas.
Recorda que os agressores são doentes.
Não permitas que os irmãos desequilibrados te destruam o
trabalho ou te apaguem a esperança.
Não menosprezes o dever que a consciência te impõe.
Se te enganaste em algum trecho do caminho, reajusta a
própria visão e procura o rumo certo.
Não contes vantagens nem fracassos.
Não dramatizes provações ou problemas.
Conserva o hábito da oração para quem se te faz a luz na
vida íntima.
Resguarda-te em Deus e persevera no trabalho que Deus te
confiou.
Ama sempre, fazendo pelos outros o melhor que possas
realizar. Age auxiliando.
Serve sem apego. E assim vencerás.
A TÉCNICA DA VITÓRIA
Irmão Saulo
Todos sabemos que a vida é uma luta. Não estamos na Terra
para sofrer nem para gozar, mas para vencer. Lutamos contra o meio
ambiente, contra os desajustes da estrutura social, contra doenças e
incompreensões, contra a maldade humana e a agressividade dos elementos,
contra as influências espirituais negativas, mas principalmente contra as
nossas próprias deficiências, contra as nossas ambições e o nosso egoísmo.
O desânimo nos assalta quando nos consideramos injustiçados, esquecidos
por Deus, submetidos a penas que não afligem os outros. É o momento em que
o nosso egoísmo se manifesta na revolta do orgulho.
O exemplo de Jesus devia lembrar-nos a técnica da vitória.
Ele tomou a sua cruz sem nada dever e na hora suprema do sacrifício
injusto orou ao Pai em favor dos seus algozes. Alguns dentre nós, mesmo os
mais aparentemente evoluídos, poderiam considerar-se mais dignos da
atenção de Deus do que Jesus? Ele não nos mandou tomar a nossa cruz e
avançar sozinhos, mas segui-la. Porque à frente de todos nós seguiu Ele ao
peso da cruz que não merecia. Sua missão era transformar o mundo, salvar
os homens da maldade, libertá-los do egoísmo que os fazia arrogantes e
impiedosos. Sua técnica não foi a da revolta mas a da resignação e da fé.
Não há dúvida de que a fé pode vacilar no coração do homem
que suporta pesadas provas, mormente quando essa fé é apenas emocional e
não racional. Mas os que já aprenderam que a vida tem um sentido, tem uma
finalidade, e que as provas da vida correspondem às necessidades
evolutivas de cada um – devem possuir uma fé mais vigorosa. No meio do
torvelinho lembremo-nos de que as forças desencadeadas tendem
obrigatoriamente a restabelecer-se no equilíbrio natural. Tudo na vida
humana é passageiro, nada permanece para sempre. Por que nos desesperamos
quando sopra a ventania, se sabemos que ela passará inevitavelmente?
Emmanuel nos lembra ainda o poder do amor, o maior de todos
os poderes, que podemos usar em nossa defesa. A confiança em Deus – pois
Deus é amor, como ensinou o apóstolo João – e o conhecimento da lei do
amor devem socorrer-nos nas horas de aflição. Usando esses recursos da
técnica da vitória, nada temos a temer. Os que se entregam e sucumbem são
desertares.
Do livro "Astronautas do Além", de Francisco Cândido Xavier
e J.Herculano Pires - Espíritos diversos
Nenhum comentário:
Postar um comentário