Parte Segunda
Do mundo espírita ou mundo
dos Espíritos
CAPÍTULO IV
DA PLURALIDADE DAS
EXISTÊNCIAS
Parentesco, filiação
206. Do fato de não haver
filiação entre os Espíritos dos descendentes de qualquer família, seguir-se-á
que o culto dos avoengos seja ridículo?
“De modo nenhum. Todo homem
deve considerar-se ditoso por pertencer a uma família em que encarnaram
Espíritos elevados. Se bem os Espíritos não procedam uns dos outros, nem por
isso menos afeição consagram aos que lhes estão ligados pelos elos da família,
dado que muitas vezes são atraídos para tal ou qual família pela simpatia, ou
pelos laços que anteriormente se estabeleceram. Mas, ficai certos de que os
vossos antepassados não se honram com o culto que lhes tributais por orgulho.
Em vós não se refletem os méritos de que eles gozem, senão na medida dos
esforços que empregais por seguir os bons exemplos que vos deram. Somente
nestas condições lhes é grata e até mesmo útil a lembrança que deles guardais.”
COMENTÁRIO DO ESPÍRITO
MIRAMEZ NA OBRA “FILOSOFIA ESPÍRITA”
FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME V
Questão 206 comentada
CAPÍTULO 02
0206/LE
CULTO AOS ANCESTRAIS
Não estamos negando o culto àqueles que nos foram caros, que
cooperaram no nosso retorno à carne para novas experiências; de forma alguma.
Quando nos lembrarmos deles, devemos acrescentar sempre gratidão e orar pelos
avoengos pedindo a Deus para os abençoar onde eles se encontrarem e, ainda
mais, devemos cultivar o bem que eles plantaram, através das sementes de
moralidade, de trabalho e de amor.
Se nenhuma das ovelhas se perde, no dizer de Jesus, como
cultuar somente os nossos antepassados, se todos se fundem em uma só família?
Experimentemos, pois, amar a humanidade. A lei de amor nos diz que somos um
todo em Deus, que representamos elos da família universal, e que corre em todos
os corpos uma energia divina procedente do Todo Poderoso.
Seitas e religiões espiritualistas existem cuja filosofia se
baseia no culto aos ancestrais, cuja direção ou comando são passados de pai
para filho, ou descendente mais próximo, na ilusão enganosa de que se pode
ligar, parcimoniosamente, as coisas da Divindade. Mas quando ocorre que, na
família ancestral, tenha havido alguns cujos comportamentos possam envergonhar
os descendentes, estes procuram esquecê-los ou apagá-los.
Afirma-nos Jesus que são os doentes que precisam de médicos,
e não os sãos. Não podemos ignorar que o sangue que corre nas veias de um nobre
é o mesmo que viaja no corpo de um plebeu.
A lei da reencarnação é um socorro para os Espíritos que
ainda precisam dela, por fazê-los encontrar os inimigos do passado frente a
frente, de modo a aceitarem a reconciliação como a melhor forma de paz. O culto
aos ancestrais nunca é ridículo; é um ato de amor e gratidão. Somente o que a
lei do amor não aceita é que esse culto fique limitado ao lar onde nasceu. Que
seja estendido para os outros lares, para outras nações e para o mundo inteiro.
Não gosta o homem de visitar, quando pode, países diferentes daquele em que
estagia? De lá não traz coisas para a sua alegria e o seu conforto? Por que não
abençoar esse povo que não difere da sua própria forma? São nossos irmãos, são
também nossos próximos, que Jesus nos pede para amar como sendo os nossos
irmãos. O próprio casamento com pessoas de raça diferente contribui para nos
unirmos, para libertar o amor familiar, e é por esse processo que passamos a nos
ligar com muitas famílias, para que elas se tornem uma só.
Jesus disse que "nos céus não se casa nem se dá em
casamento". O Espírito não descende do Espírito. Quando um casal
desencarna, se encontra livre, e, às vezes, é chamado a ingressar em outra família,
no país onde animou um corpo, ou em outro, ele vai encontrar ancestrais de
outras famílias, onde deve exercitar o amor e universalizar os seus
sentimentos.
Não se deve ficar pedindo aos parentes desencarnados para
fazerem o que se quer que seja feito na Terra; banalidades, às vezes, que
envergonham a própria consciência. Se se desconhece o estado deles no plano da
vida espiritual, não se deve incomodá-los com as coisas da Terra. Eles, quando
elevados, ficarão alegres quando seus "familiares" principiarem a
abolir os erros, dissipando as trevas do seu mundo mental.
Quando o nosso amor quebrar as amarras do lar, dos parentes,
e atingir os seres humanos sem distinção, pela caridade, respeitando o direito
de todos, nos sentiremos felizes por sabermos que no futuro haverá um só
rebanho e um só Pastor, que é Jesus Cristo. Devemos, sim, cultuar os
ancestrais, mas, de todos os povos, como sendo a nossa família, a família de
Deus.
http://www.olivrodosespiritoscomentado.com/fev5q206c.html
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O Evangelho segundo o Espiritismo » Capítulo IV - Ninguém
poderá ver o reino de Deus se não nascer de novo » A reencarnação fortalece os
laços de famíla, » 21
21. Vejamos agora as conseqüências da doutrina
anti-reencarnacionista. Ela, necessariamente, anula a preexistência da alma.
Sendo as almas criadas ao mesmo tempo que os corpos, nenhum laço anterior há
entre elas, que, nesse caso, serão completamente estranhas umas às outras. O
pai é estranho a seu filho. A filiação das famílias fica assim reduzida à só
filiação corporal, sem qualquer laço espiritual. Não há então motivo algum para
quem quer que seja glorificar-se de haver tido por antepassados tais ou tais personagens
ilustres. Com a reencarnação, ascendentes e descendentes podem já se terem
conhecido, vivido juntos, amado, e podem reunir-se mais tarde, a fim de
apertarem entre si os laços de simpatia.
Fonte: http://www.ipeak.net/site/estudo_janela_conteudo.php?origem=889&idioma=1
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