"Não
vos inquieteis pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã a si
mesmo trará seu cuidado. Basta a cada dia a sua própria aflição"
(Mateus, 6:34)
Ressalta
à observação comum que os homens nunca viveram tão
inquietos e amedrontados como na atualidade. Haja vista a quantidade fabulosa
de drogas "tranquilizantes" que consomem.
Parece
terem perdido completamente as esperanças de um futuro melhor, que algo
terrível, qual espada de Dâmocles, lhes ameaça os destinos,
e daí a angústia ou o desespero com que encaram "o dia de
amanhã".
Alguns
tentam dissimular esse estado de ânimo, procurando ganhar fortuna, de
qualquer maneira, por ser o dinheiro o "abre-te", Sésamo"
do prestígio social, por ensejar-lhes a satisfação de toda
a sorte de prazeres, permitindo-lhes, enfim, "gozar a vida", antes
que o mundo se acabe...
Ao
impacto dos desenganos, ou por via da saciedade, tais quimeras, entretanto,
logo se desfazem, quais bolhas de sabão, e, desiludidos frustrados, reconhecem
afinal que nunca houve, realmente, nem paz nem alegria em seus corações.
Quais
as causas de a Humanidade haver chegado a tão deplorável desequilíbrio
psíquico? A nosso ver, a causa é uma só: a falta de FÉ!
Não
dessas "fezinhas" denominacionais, estreitas, sectárias, que
superabundam por aí, mas da FÉ mesmo, sem qualquer adjtivação,
significando "confiança absoluta em Deus".
Sim,
o que está faltando à Humanidade, para que ela se tranquilize
e seja relativamente feliz, tanto quanto permitam as condições
deste mundo de expiações e de provas, é, pura e simplesmente
- FÉ EM DEUS.
Possuíssem
os homens essa preciosa virtude, estivessem plenamente convictos da solicitude
do Pai Celestial para com todas as Suas criaturas, e outra seria a maneira de
reagirem à frente das vicissitudes da existência.
Compreenderiam
que, sendo Deus a expressão máxima do Amor, só deseja o
nosso bem, a nossa felicidade; assim, não desempara ninguém e
sempre encontra meios de prover-nos do "pão de cada dia". Mas,
como é também a Justiça perfeita, deixa que sintamos as
consequências de nossos erros, para que os procuremos evitar, assim como
permite que soframos o choque de retorno de nossas maldades, para que aprendamos
a "não fazer aos outros aquilo que não queremos que nos façam".
Lembrados
do que dizem as Escrituras: "Nenhum passarinho cairá por terra sem
a vontade do Pai e até mesmo os cabelos de vossa cabeça estão
todos contados" (Mateus, 10:29-30), conheceriam que tudo obedece aos soberanos
desígnios de Deus.
Suportariam,
então, pacientemente, toda e qualquer situação penosa que
não pudessem remover, por sabê-la justo resgate de faltas pretéritas,
quando não uma experiência útil e necessária à
lapidação de suas almas, condição indispensável
a que se aproximem do Criador, tornando-se particípes de Sua glória.
Coragem,
pois.
Não
nos deixemos vencer pelo desânimo, pelo pessimismo, pela descrença.
Por maiores que sejam os nossos padecimentos no dia de hoje, lembremo-nos de
que "amanhã será outro dia" e bem pode ser que Deus,
em Sua misericórdia, lhes ponha fim.
Por
outro lado, alijemos de nossa mente e de nosso coração pensamentos
funestos, apreensões e temores, porquanto muitas e muitas vezes nos atormentamos
à toa, por coisas que nunca chegam a realizar-se.
"Basta
a cada dia a sua própria aflição."
Rodolfo
Calligaris
Sermão da Montanha
Sermão da Montanha
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