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sexta-feira, 11 de julho de 2014

ESTEVE PEDRO EM ROMA?

"Não será assim entre vós, mas todo aquele que quiser entre
vós fazer-se grande, seja vosso serviçal." (Mateus, 20:26)
Visitando as ruínas da Roma antiga, donde o grande Império dominava o mundo, várias indagações brotaram em nossa mente, entre elas uma de grande importância: a controvertida questão da estada do apóstolo Pedro em Roma.
Afirma a história eclesiástica que Simão Pedro esteve na cidade de Roma, onde foi crucificado de cabeça para baixo, provavelmente no ano 67, afirmação essa que conflita com o testemunho de vários historiadores e mesmo de alguns doutores da igreja, entre eles o Bispo Strossmayer, que em seu inflamado discurso proferido por ocasião da realização do Concilio de 1870, disse o seguinte: "Só a tradição, veneráveis irmãos, é que nos diz ter S. Pedro estado em Roma; e como a tradição é tão-somente a tradição da sua estada em Roma, é com ela que me provareis seu episcopado e sua supremacia? Scalígero, um dos mais eruditos historiadores, não vacila em dizer que o episcopado de S. Pedro e sua residência em Roma devem-se classificar no número das lendas ridículas!"
Jesus Cristo reservou ao apóstolo Paulo de Tarso a tarefa de divulgação da sua doutrina no seio dos povos pagãos, então chamados gentios, o que ele próprio confirmou, em Espírito, quando da sua manifestação a Ananias, logo após a conversão da estrada de Damasco: Este é para mim um vaso escolhido (médium escolhido) para levar o meu nome diante dos gentios, dos reis e dos filhos de Israel. (Atos, 9:15).
Os apóstolos, incluindo Pedro, não tinham muita propensão para o trato com os chamados gentios; eles preferiam antes o contato com as ovelhas desgarradas da casa de Israel.
Respeitáveis historiadores sustentam que a ação dos doze apóstolos (os onze e Matias) se limitou a Jerusalém e algumas regiões circunvizinhas. Eles preferiram o controle da situação na antiga Judéia, e isso era uma necessidade imperiosa, uma vez que o próprio Cristo lhes havia recomendado essa limitação, pois o povo judeu era o único que havia sido preparado, no decurso de milênios, para a implantação do monoteísmo e para em seu seio acontecer o advento de Jesus Cristo. A ação dos apóstolos no seio de povos politeístas teria sido extremamente difícil e havia muito trabalho a se fazer entre os próprios judeus, no sentido de manter viva a chama da nova Doutrina.
Formulando um apelo para ser julgado pelos tribunais romanos, Paulo de Tarso foi transferido para Roma, graças ao privilégio que possuía de, além de ser judeu, desfrutar o status de cidadão romano (Atos, 22:26-27). A transferência do jovem tarsense para Roma estava, obviamente, nos desígnios do Plano Maior, a fim de que a palavra de Jesus pudesse também ser difundida no seio de povos estrangeiros, principalmente da mais importante cidade do mundo ocidental.
Na capital do Império, durante dois anos, desfrutou Paulo de relativa liberdade a fim de apregoar os ensinamentos evangélicos (Atos, 28:30-31). Somente quando Nero ordenou a perseguição aos cristãos, foi ele novamente preso, remetido à prisão, e dali saiu condenado, sendo entregue ao executor. Foi levado para fora da cidade, seguido por uma turba do mais baixo calão. Chegando ao local fatal, ajoelhou-se junto do cepo; o machado do algoz reverberou ao sol e caiu; e a cabeça do grande apóstolo rolou pelo chão.
É indiscutível, pois, que houve deturpação histórica no tocante à ida e sacrifício de Pedro em Roma, o que serviu tão-somente para justificar a transferência da sede da igreja de Jerusalém para Roma, uma vez que a dispersão dos judeus e o conseqüente domínio da Palestina pelos árabes, não oferecia seguras condições para que a velha Jerusalém servisse de sede para um poder que a igreja objetivava estabelecer sobre o mundo.
Tornando-se romana, a igreja deixou de ser universal. Logo surgiu o chamado Grande Cisma do Oriente, com a dissidência da igreja grega. A unidade, que se objetivava estabelecer, cedeu terreno à discórdia, agravada posteriormente mais ainda pela reforma protestante.
Tudo, porém, tem a sua época. Vivemos na atualidade os tempos preditos pelo Cristo, quando o Cristianismo tem de ser restaurado em suas primícias, e, como decorrência, o Espiritismo surgiu no momento psicológico para que o Evangelho seja restabelecido em toda a sua plenitude.
O Espiritismo vem, pois, assumir o seu relevante papel, representando o fruto da promessa de Jesus sobre o advento do Espírito Consolador, muito lhe resta fazer, uma vez que os desígnios de Deus não são bitolados. Não sabemos quantos séculos serão necessários. Deus o sabe, mas o Cristianismo terá que ser reimplantado na face da Terra, para que toda a verdade seja manifesta.
A religião do futuro terá por base o intercâmbio com o mundo espiritual e somente o Espiritismo preenche na atualidade esse requisito, cumprindo aos espíritas vigiar para que a pureza doutrinária da Terceira Revelação seja mantida, fazendo assim com que Humanidade conheça a verdade para que ela possa se tornar livre. (Roma, 18 de maio de 1973.)
Paulo A.Godoy

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