Inveja - Parte 2 |
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Escrito por Hammed |
Não há nada a nos censurar por apreciarmos os feitos das
pessoas e/ou por a eles aspirarmos; o único problema é que não podemos
nos comparar e querer tomar como modelo o padrão vivencial do outro.
Se tivermos o hábito de investigar nossos comportamentos
autodestrutivos e fizermos uma análise desses antecedentes históricos em
nossa vida, poderemos, cada vez mais, compreender o porquê de
permanecermos presos em certas áreas prejudiciais à nossa alegria de
viver.
Esses comportamentos infelizes a que nos referimos não são
apenas as atitudes evidentemente desastrosas, mas os diminutos atos
cotidianos que podem passar como aceitáveis e completamente admissíveis.
Entretanto, tais atos são os grandes perturbadores de nossa paz
interior.
Muitos indivíduos não se preocupam em estudar as raízes de
seus comportamentos rotineiros, porque acreditam que, para despender um
enorme sacrifício. Sendo assim, preferem permanecer apegados aos antigos
costumes, utilizando-se dos preconceitos e de crenças distorcidas, sem
se darem conta de que estes são as matrizes de seus pontos vulneráveis.
Para afastar todo e qualquer anseio de transformação
interior, utilizam-se de um processo psicológico denominado
“racionalização” – artifício criado para desviar a atenção dos
“verdadeiros motivos” das atitudes e ações – para se verem livres das
“crises de consciência”, procurando assim justificar os fatos
inadequados de suas vidas.
Somente alteraremos nossos atros e atitudes doentias quando
tomarmos plena consciência de que são eles as raízes de nossas
perturbações emocionais e dos inúteis desgastes energéticos. É
examinando nosso dia-a-dia à luz das escolhas que fizemos ou que
deixamos de fazer é que veremos com clareza que somos, na atualidade, a
“soma integral” de nossas opções diante da vida.
Os indivíduos que possuem o hábito da critica destrutiva
estão, em verdade, dissimulando outras emoções, talvez a inveja ou mesmo
o despeito. Existem posturas efetuadas tão costumeiramente e que se
tornam tão imperceptíveis que poderíamos denominá-las “atitudes
crônicas”.
A inveja é definida como sendo o desejo de possuir e de ser
o que os outros são, podendo tornar-se uma atitude crônica na vida de
uma criatura. É uma forma de cobiça, um desgosto em face da constatação
da felicidade e superioridade de outrem.
Observar a criatura sendo, tendo, criando e realizando
provoca uma espécie de dor no invejoso, por ele não ser, não ter, não
criar e não realizar. A inveja leva, por conseqüência, à maledicência,
que tem por base ressaltar os equívocos e difamar; assim é a estratégia
do depreciador: “Se eu não posso subir, tento rebaixar os outros; assim,
compenso meu complexo de inferioridade”.
A inveja nasce quase sempre por nos compararmos
constantemente com os outros. Nessa comparação, o homem desconhece o
fato de sua singularidade, possuidor de expressões íntimas completamente
diferente das dos outros seres. É verdade, porém, que possuímos algumas
semelhanças e características comuns com outros homens, mas, em
essência, somos almas criadas em diferentes épocas pelas mãos do Criador
e, por isso, passamos por experiências distintas e trazemos na própria
intimidade missões peculiares.
Anormalidade, normalidade, sobre naturalidade e
paranormalidade são de fato catalogações da incompreensão humana
alicerçadas sobre as chamadas comparações.
A ausência do amadurecimento espiritual faz com que
rotulemos, de forma humilhante e pretensiosa, os credos religiosos, a
heterogeneidade das raças, os costumes de determinados povos, as
tendências sexuais diferentes, os movimentos sociais inovadores, as
decisões, o comportamento, o sucesso dos outras e muitas coisas ainda.
Tudo isso ocorre porque não conseguimos digerir com ponderação a
grandeza do processo evolutivo agindo de forma diversificada sob as leis
da Natureza.
O autêntico impulso natural quer que sejamos simplesmente
nós mesmos. Não faz parte dos impulsos inatos da alma humana a pretensão
de nos considerarmos melhor que as outras pessoas. O que devemos fazer é
admirar-nos como somos, é respeitar nossas diferenças e reconhecer
nossos valores.
O extraordinário educador Rivail questiona os Mensageiros do amor: “Os Espíritos inferiores compreendem a felicidade do justo?”. E eles respondem com notável orientação: “... isso lhes é suplício, porque compreendem que estão dela privados por sua culpa...”
A inveja é o extremo oposto da admiração. É uma ferramenta
cômoda que usamos sempre que não queremos assumir a responsabilidade por
nossa vida. Ela nos faz censurar e apontar as supostas falhas das
pessoas, distraindo-nos a mente do necessário desenvolvimento de nossas
potencialidades interiores. Em vez de nos esforçarmos para crescer e
progredir, denegrimos os outros para compensar nossa indolência e
ociosidade.
Não há nada a nos censurar por apreciarmos os feitos das
pessoas e/ou por a eles aspirarmos; o único problema é que não podemos
nos comparar e querer tomar como modelo o padrão vivencial do outro.
A inveja e a censura nascem da auto-rejeição que fazemos
conosco, justamente por não acreditarmos em nossos potenciais evolutivos
e por procurarmos fora de nós as explicações de como deveremos sentir,
pensar, falar , fazer e agir, ora dando uma importância desmedida aos
outros, ora tentando convencê-los a todo custo de nossas verdades.
Espírito: HAMMED
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto – As dores da alma.
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