Inveja - Parte 1 |
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Escrito por Hammed |
O invejoso é inseguro e supersensível, irritadiço e
desconfiado, observador minucioso e detetive da vida alheia até a
exaustão, sempre armado e alerta contra tudo e todos.
A inveja sempre foi uma emoção sutilmente disfarçada em
nossa sociedade, assumindo aspectos ignorados pela própria criatura
humana. As atitudes de rivalidade, antagonismo e hostilidade dissimulam
muito bem a inveja, ou seja, a própria “prepotência da competição”, que
tem como origem todo um séqüito de antigas frustrações e fracassos não
resolvidos e interiorizados.
O invejoso é inseguro e supersensível, irritadiço e
desconfiado, observador minucioso e detetive da vida alheia até a
exaustão, sempre armado e alerta contra tudo e todos. Faz o gênero de
superior, quando, em realidade, se sente inferiorizado; por isso, quase
sempre deixa transparecer um ar de sarcasmo e ironia em seu olhar, para
ocultar dos outros seu precário contato com a felicidade.
Acreditamos que, apesar de a inveja e o ciúme possuírem
definições diferentes, quase sempre não são diferenciadas ou
corretamente percebidos por nós. As convenções religiosas nos ensinaram
que jamais deveríamos sentir inveja, pelo fato de ela se encontrar
ligada à ganância e à cobiça dos bens alheios. Em relação ao ciúme, os
padrões estabeleceram que ele estaria, exclusivamente, ligado ao amor. É
por isso que passamos a acreditar que ele é aceitável e perfeitamente
admissível em nossas atitudes pessoais.
Analisando as origens atávicas e inatas da evolução humana,
podemos afirmar que a emoção da inveja não é uma necessidade aprendida.
Não foi adquirida por experiência nem por força da socialização, mas é
uma reação instintiva e natural, comum a qualquer criatura do reino
animal. O agrado e carinho a um cão pode provocar agressividade e
irritação em outro, por despeito.
Nos adultos essas manifestações podem ser disfarçadas e
transformadas em atos simulados de menosprezo ou de indiferença. Já as
crianças, por serem ingênuas e naturais, mordem, batem, empurram, choram
e agridem.
A inveja entre irmãos é perfeitamente normal. Em muitas
ocasiões, ela surge com a chegada de um irmão recém-nascido, que passa a
obter, no ambiente familiar, toda atenção e carinho. Ela vem à tona
também nas comparações de toda espécie, feitas pelos amigos e parentes,
sobre a aparência física privilegiada de um deles. Muitas vezes, a
inveja manifesta-se em razão da forma de tratamento e relacionamento
entre pais e filhos. Por mais que os pais se esforcem para tratá-los com
igualdade, não o conseguem, pois cada criança é uma alma completamente
diferente da outra. Em vista disso, o modo de tratar é consequentemente
desigual, nem poderia ser de outra maneira, mas os filhos se sentem
indignados com isso.
A emoção da inveja no adulto é produto das atitudes
internas de indivíduos de idade psicológica bem inferior à idade
cronológica, os quais, embora ocupem corpos desenvolvidos, são
verdadeiras almas de crianças mimadas, impotentes e inseguras, que
querem chamar a atenção dos maiores no lar.
O Mestre de Lyon interroga as Vozes do Céu: “Será possível e já terá existido a igualdade absoluta das riquezas? E elas, com muita sabedoria, informam: “...Há,
no entanto, homens que julgam ser esse o remédio aos males da sociedade
(...) São sistemáticos esses tais, ou ambiciosos cheios de inveja...”
A necessidade de poder e de prestígio desmedidos que
encontramos em inúmeros homens públicos nas áreas religiosa, política,
profissional, esportiva, filantrópica, de lazer e outras tantas, deriva
de uma “aspiração de dominar” ou de um “sentimento de onipotência”, com o
que tentam contrabalançar emocionalmente o complexo de inferioridade
que desenvolveram na fase infantil.
Encontramos esses indivíduos, aos quais os Espíritos se
reportam na questão acima, nas lutas partidárias, em que, só
aparentemente, buscam a igualdade dos “direitos humanos”, prometem a
“valorização da educação”, asseguram a melhoria da “saúde da população” e
a “divisão de terras e rendas”. Sem ideais alicerçados na busca sincera
de uma sociedade equânime e feliz, procuram, na realidade, compensar
suas emoções de inveja mal elaboradas e guardadas desde a infância,
difícil e carente, vivida no mesmo ambiente de indivíduos ricos e
prósperos.
Tanto é verdade que a maioria desses “defensores do povo”,
quando alcança os cumes sociais e do poder, esquece-se completamente das
suas propostas de justiça e igualdade.
Eis alguns sintomas interiorizados de inveja que podemos considerar como dissimulados e negados:
- perseguições gratuitas e acusações sem lógica ou fantasiadas;
- inclinações superlativas à elegância e ao refinamento, com aversão à grosseria;
- insatisfação permanente, nunca se contentando com nada;
- manifestação de temperamento teatral e pedantismo nas atitudes;
- elogios afetados e amores declarados exageradamente;
- animação competitiva que leva às raias da agressividade;
O caráter invejoso conduz o indivíduo a uma imitação
perpétua à originalidade e criação dos outros e, como conseqüência
lógica, à frustração. Isso acarreta uma sensação crônica de
insatisfação, escassez, imperfeição e perda, além de estimular sempre
uma crescente dor moral e prejudicar o crescimento espiritual das almas
em evolução.
Espírito: HAMMED
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto – As dores da alma.
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