MEU LIVRO PREFERIDO
Dias
atrás, aqui mesmo na Vida Espiritual, onde, não raro, temos a alegria
de nos encontrar com velhos amigos que fizemos na Terra, um deles, após
saudar-me efusivamente, perguntou-me:
-
Dr. Inácio, desculpa-me a liberdade, mas eu gostaria imensamente de
saber: dos livros da Codificação, qual é o de sua preferência?...
Sem pensar duas vezes, respondi:
- O meu livro preferido é “O Evangelho Segundo o Espiritismo”!...
- Por quê?! – tornou ele de imediato.
- Porque ninguém briga por conta dele...
- Como assim?! – insistiu o companheiro.
-
Veja bem – procurei ponderar. – “O Livro dos Espíritos” e “O Livro dos
Médiuns” estão sempre dando margem a polêmicas e discussões, por vezes,
infindáveis e estéreis entre os adeptos da Doutrina...
- É verdade – concordou.
-
Por exemplo, sobre Reencarnação e Mediunidade, quase todo mundo quer
saber um mais do que outro... A respeito da vida no Mundo Espiritual
então nem se fala! Os conflitos doutrinários em torno do assunto chegam a
criar verdadeiras animosidades...
- O senhor tem razão!
- Por outro lado, porém, eu nunca assisti ninguém brigando para ser mais caridoso do que outro...
- Para perdoar mais! – emendou.
-
Ou para pedir mais perdão! – ressalvei. – Sem dúvida, para mim, “O
Evangelho Segundo o Espiritismo” é o livro mais necessário, e, portanto,
o de minha preferência.
- Bem, mas as demais obras do Pentateuco são igualmente importantes – “O Céu e o Inferno”, “A Gênese”...
-
Importantíssimas! – antes que fosse mal interpretado, fiz questão de
frisar. – Contudo, porque são repositórios da Verdade dinâmica não são
obras acabadas...
- Explique-se, por favor – solicitou-me franzindo o cenho.
-
Meu caro, estamos longe do conhecimento da Verdade integral, mas, em
relação ao Amor nós já sabemos tudo o que precisamos saber... O “conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará” (grifei) nos remete ao futuro distante; contudo, o “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, refere-se ao passado remoto e recente e ao presente imediato!...
Depois de ligeira pausa, conclui:
- Muitos de nós estamos como quem, já tendo o pão garantido, largamos o pão que nos é necessário para brigar por conta de uma taia de mortadela que, diante do estômago que ronca de fome, é completamente supérfluo!...
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 17 de dezembro de 2012.
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