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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

NAZARENOS, SANTOS E CRENTES


"E aconteceu que passando Pedro por toda parte, veio também aos santos que habitavam em Lida." (Atos, 9:32)
Os adeptos de Jesus Cristo foram denominados cristãos, pela primeira vez, na cidade de Antióquia. Antes disso eles eram chamados Nazarenos, Santos, Crentes, Discípulos ou Irmãos.
Por isso vemos reiteradamente o vocábulo tanto no livro dos Atos dos Apóstolos, sem que isso outorgasse ao seu portador, ou à pessoa a quem a narrativa se referisse, a característica de santidade. Em algumas citações o nome é extensivo a toda a comunidade daqueles que comungavam as idéias cristãs.
Quando um Espírito apareceu aos olhos de Ananias, ordenando-lhe que procurasse Paulo de Tarso, a fim de que este fosse orientado sobre as idéias trazidas pelo Cristo, o velho ancião retrucou:
Senhor, a muitos ouvi acerca deste homem, quantos males tem feito aos teus "santos" em Jerusalém !
Logo a seguir no capítulo 9, do mesmo livro, no episódio da chamada ressurreição de Tabita, deparamos com a descrição: E ele, dando-lhe a mão, a levantou, e, chamando os "santos" e as viúvas, apresentou-lhe viva.
Desta forma o vocábulo santo tinha então um sentido bem diverso daquele empregado atualmente, quando é usado para qualificar as almas que tenham atingido um elevado grau de perfeição, ou então a quem as Igrejas terrenas julgarem conveniente concedê-la.
No Espiritismo essa palavra não é usada com essa acepção. Os Espíritos de ordem elevada são denominados Espíritos Superiores ou Espíritos Puros, constituindo tarefa verdadeiramente difícil classificar quem realmente tenha sido santo, ou possa desfrutar dessa denominação após ter desempenhado uma missão na Terra.
Ao ser chamado Bom Mestre, Jesus Cristo retrucou a quem assim o denominava: Por que me chamais bom? Somente Deus é bom. Entretanto, podemos afirmar que Jesus Cristo é um santo na verdadeira acepção do termo.
Dentre aqueles que são atualmente denominados santos, poderíamos incluir um Francisco de Assis, um Vicente de Paulo e muitos outros cujos nomes omitimos ou permaneceram no anonimato, mas, jamais seria lícito catalogar como tais todos aqueles que receberem esse adjetivo meramente por vontade de homens, ou por deliberação de igrejas, ainda mais sabendo-se que muitos dentre aqueles que assim eram ou são denominados, estavam e estão muito longe de merecer um qualificativo dessa amplitude, circunstância essa agravada pelo fato de ter ocorrido muito recentemente uma verdadeira depuração procedida pelas igrejas, cassando o título de santo a muiitos personagens, reais ou supostos, que vinham desfrutando dessa prerrogativa há muitos séculos.
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, observamos que muitas comunicações espirituais são assinadas com os nomes de São Luís ou Santo Agostinho. No entanto, o próprio Allan Kardec dá uma explicação sobre esse fato, escrevendo na Revue Spirite:
"A canonização não implica a santidade, no sentido absoluto, mas simplesmente um certo grau de perfeição. Para alguns a qualificação de santo tornou-se uma espécie de título banal, fazendo parte integrante do nome, para distinguir dos seus homônimos, ou se lhes dá por hábito. Santo Agostinho, São Luís, São Tomás podem, pois, antepor o vocábulo santo à sua assinatura, sem que o façam por um sentimento de orgulho que estaria tanto mais deslocado em Espíritos Superiores que, melhor que outros, nenhum caso fazem das distinções conferidas pelos homens. Seria o mesmo que os títulos nobiliárquicos ou as patentes militares."
A Doutrina Espírita repele a idéia da criação de seres bons catalogados como anjos, ou maus que são denominados demônios ou diabos. Deus cria todos os Espíritos em estado de simplicidade e ignorância, e cabe-lhes a tarefa de, no desenvolvimento das vidas sucessivas, neste ou noutros planetas, se transformarem paulatinamente em Espíritos bons. Um Espírito pode permanecer mergulhado no estado de inferioridade por muitos séculos, entretanto, o ferrete da evolução fará com que ele se reencontre e procure enveredar pelo caminho do bem, saindo do estado de rebeldia, de recalcitrância, quando então é chamado demônio, para penetrar o roteiro do bem, de fraternidade e do amor, que mais tarde lhe outorgará qualidades boas e santificantes, que possam identificá-lo como anjo, segundo o modo de entender dos homens.
Paulo A. Godoy

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