Encontramos no
movimento de Evangelização da criança, aquele verdadeiro movimento de
formação espiritual da infância, diante do futuro!
Com essas palavras,
o nosso querido companheiro CHICO XAVIER, inicia sua entrevista concedida
ao TRIÂNGULO ESPÍRITA, a propósito do mais sério movimento espírita
nacional: a evangelização da criança. Eis, na íntegra, a entrevista:
98 – FORMAÇÃO
ESPIRITUAL DA INFÂNCIA
P – Como o senhor vê
o movimento de Evangelização da criança?
R – Há muitos anos,
nós todos, os companheiros de Doutrina Espírita, encontramos no movimento
de Evangelização da Criança, aquele verdadeiro movimento de formação
espiritual da infância, diante do futuro. Há muito tempo acompanho o
Departamento de Infância e Juventude da federação Espírita do Estado de
São Paulo, e admiro profundamente o trabalho que ali se realiza neste
setor.
99 – APOIO AOS
EVANGELIZADORES
P – Qual a tarefa do
dirigente espírita junto aos evangelizadores?
R – Cremos que o
dirigente de Instituição Espírita, a nosso ver, deveria prestigiar no
máximo o trabalho dos evangelizadores, porque eles funcionam dentro da
Organização Espírita-Cristã, como legítimos educadores dos pequeninos que
amanhã tomarão o nosso lugar, em todos os setores da experiência
terrestre.
Esse trabalho é
grande e sublime demais para ser subestimado, por isso mesmo nós
admitimos, que o assunto não pode escapar do apoio dos dirigentes
espíritas, que, naturalmente, se estão devidamente conscientizados de suas
tarefas, hão de apoiar os professores como sendo companheiros dos mais
estimáveis na Seara Espírita evangélica.
100 – SIMPÓSIO SOBRE
EVANGELIZAÇÃO DA CRIANÇA
P – O que o senhor
acha da realização do Simpósio sobre Evangelização da Criança?
R – Nós acreditamos
que o Simpósio é uma necessidade, porque favorece a troca dos pontos de
vista e dos estudos experimentais que possam ser realizados em torno da
educação espírita-cristã, dedicada à criança; antes da ministração de
ensinamentos mais claros e mais definitivos da Doutrina Espírita, aplicada
à nossa própria vivência, no caminho comum da Terra.
O simpósio é como se
fora uma reunião de pais ou responsáveis observando que tipo de
alimentação pode ser dado a determinadas comunidades infantis. Antes das
lições em si, o Simpósio é sempre uma preparação de contatos. E nós não
podemos esquecer isto, sem nos perdemos na precipitação, que acaba sempre
em prejuízo e em atividade inútil dento de nossas instituições.
101 – PROGRAMA DE
ESTUDOS
P – Quais as
matérias que os espíritos gostariam que fossem estudadas neste Simpósio?
R – Temos ouvido o
espírito de Emmauel há muitos anos com respeito e estes assuntos, e ele
admite, sem nenhuma exigência, porque os nossos amigos espirituais não nos
violentam em atitude alguma , ele considera que seria muito interessante
os professores encarnados na Terra, e que se encontram nessa maravilhosa
tarefa de preparação do futuro na mente infantil, ele considera que seria
interessantes reuniões deles, selecionando os temas espíritas, dentro da
atualização dos nossos processos atuais de
(*) Transcrita do
jornal “O Triangulo Espírita”, Uberaba, MG, 31 de dezembro de 1972.
vivência, para que a
criança possa se desenvolver para a vida adulta e experiências que a
esperam no dia de amanhã. Nós sempre nos desvelamos em nossas casas, no
ensino da bondade, do perdão, das atitudes evangélicas em si, mas
precisávamos descobrir um meio de comunicar à criança, algum ensinamento
em torno da Lei de Causa e Efeito, mostrando determinados tópicos dos mais
expressivos para o mundo infantil, com respeito à reencarnação, o problema
da imortalidade da alma.
Muitas vezes,
encontramos crianças traumatizadas pela perda de irmãos pequeninos, pela
perda dos pais, pela perda de amigos, de parentes próximos, e nos
esquecemos de que os pequeninos, também, esperam uma palavra de consolo e
de esclarecimento, qual uma acontece com os adultos, diante dos processos
de desencarnação.
E muitas vezes, nós
esquecemos de conduzir a criança para este tipo de lição, para este tipo
de comentários, com receio de apressar na mente da criança determinados
pensamentos com relação à morte do corpo. Precisávamos estudar quais os
meios d começar a oferecer à criança, bases para que ele se conheça no
mundo em que está vivendo e naquele mundo social em que ela vai viver.
Mas, é assunto dos
professores, porque os espíritos amigos dizem sempre que, aqueles que se
reencarnam na Terra para determinadas tarefas, não devem ser incomodados
com opiniões estranhas a eles mesmos, desde que, se eles receberam estes
encargos, é porque eles os merecem, e está na órbita das responsabilidades
deles.
Os professores
espíritas reencarnados têm essa responsabilidade, esse encargo a cumprir,
selecionar os assuntos, pata fortalecer e amparar a criança diante do
futuro.
102 – PROGRAMAÇÃO
DAS AULAS INFANTIS
P – Em face do
desenvolvimento mental da criança, da influência dos méis de comunicação
do processo de aprendizagem, justifica-se-ia a programação de aulas
predominantemente de Doutrina Espírita?
R – Pelo menos
depois de 8 a 10 anos de idade, acreditamos que sim, porque a mente
infantil de 9 a 10 anos de idade, já se encaminha para uma posição
consolidada na reencarnação, que a criança está começando a viver.
Aos 10 anos, dos 10
aos 12, temos um mundo de informações para dar à criança, está encontrando
hoje, um mundo muito diferente daquele que os adultos de agora encontraram
há 40, 50, 30 anos atrás. Há muitos pequeninos que são chamados aos 8, 9,
10 e 11 anos de idade a facear problemas que só adultos conheciam há 10
anos passados. Hoje, autoridades da Europa e da América do Norte, em
diversos comentários e estudos de revistas de divulgação cientifica,
muitas autoridades andam impressionadas, com o suicídio entre crianças,
suicídio de crianças de 10, de 11, de 12, de 13.
Ainda ontem, tivemos
em nossa casa, aqui na Comunhão Espírita Cristã, um casal de São Paulo que
vinha desolado à procura de reconforto, porque o filho único do casal, um
menino de 12 para 13 anos se enforcou deliberadamente, tão-só porque
encontrou negativa da parte dos pais, para ir ao cinema, depois de ter ido
ao cinema durante algumas noites consecutivas. Isto é muito importante.
Estes suicídios
nessa idade não eram comuns, nem eram mesmo conhecidos há 15, 20 anos
atrás. Crianças que sofrem a perda de pais ou que são abandonadas pelos
pais e que se suicidam mesmo, se afogam, se envenenam, procurando armas,
atiram contra si próprias. Isto é um problema sério para todos aqueles que
se sentem vinculados à tarefa de socorro à criança.
103 – O ENSINO E A
REALIDADE
P – O que o senhor
tem a nos dizer sobre material didático constante de apólogos e símbolos
para as Escolas de Evangelização, desde a faixa de 5 a 13 anos?
R – Nós estamos
vendo discussão em torno deste assunto, por toda parte. Uns não querem que
a criança ouça apólogos com vozes humanas em animais, outros exigem que
este material seja posto em função. Não estando dentro do movimento de
educação da criança nos meios espíritas, nós não temos o direito de
opinar, porque só devemos opinar num assunto quando estamos em atividade
dentro dele.
Mas, como criatura
humana que sou, creio que até os 6 anos nessa faixa, uma árvore, uma
borboleta, uma fonte, uma andorinha conversar, isto ajuda muito a criança.
Agora, depois dos 6,
7 anos é interessante que a criança, entre num mundo de realidade
objetivas, para que ela não acuse o adulto de mentiroso. Mas, não devemos
legar tão longe essa idéia de que estejamos mentindo.
A criança nos
primeiros tempos de vida, tem necessidade da história tocada de amor,
tocada de ternura, beleza, espiritualidade. E o apólogo em que os animais
comparecem conversando entre si, dando lições, este apólogo é sempre um
agente muito proveitoso no esclarecimento da mente.
Não vemos nenhum
inconvenientemente, mas deixamos o assunto para os técnicos.
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