A
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– CURSO PRÉ-MOCIDADE
P – Como o Senhor vê
o Curso Pré-Mocidade?
R – Nós reconhecemos
pessoalmente a nossa incompetência para interferir nos assuntos de
educação, mas, como espírita militante, nós vemos no Curso Pré-Mocidade
uma iniciativa das mais edificantes, porque o Curso encontra os nossos
companheiros reencarnados entre a infância e a juventude num período em
que nós acreditamos seja mais proveitosa a aplicação de normas educativas
capazes de auxiliar a criatura durante a sua encarnação na Terra.
Concordamos que o Pré-Mocidade é um empreendimento dos mais dignos e que
merece a atenção de todas as instituições do Espiritismo Cristão,
principalmente.
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– PROGRAMA PARA OS JOVENS
P – Sendo a fase da
adolescência de transição, o que o Senhor julga mais importante para ser
dar aos jovens neste Curso?
R – Creio que a
nossa obrigação ministrar conhecimentos práticos em torno da vida prática,
idéias tão sólidas quanto possíveis, quanto à realidade da vida em si.
Precisamos acordar não só a juventude como também a madureza para as
questões da autenticidade. Devemos se nós mesmos com a aceitação até mesmo
de nossas próprias imperfeições, para que venhamos a conhecer-nos por
dentro, melhorando o nosso padrão d vida íntima, com a reforma que a
Doutrina Espírita nos aconselha e com o aproveitamento máximo de nosso
tempo de reencarnação.
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– ESTUDO EM GRUPO
P – O estudo em
grupo é hoje um método muito divulgado. Este método é vantajoso para o
adolescente?
R – Tanto para os
jovens como para os adultos o estudo em grupo é o mais eficiente até
porque nós não podemos esquecer que na base do Cristianismo, o próprio
Jesus desistiu de agir sozinho, procurando agir em grupo. Ele reconheceu a
sua missão divina, constituiu um grupo de doze companheiros para debater
os assuntos relativos à doutrina salvadora do Cristianismo, que o
Espiritismo hoje restaura, procurando imprimir naquelas mentes, vamos
dizer, todo o programa que ainda hoje é programa para nossa vida, depois
de quase vinte séculos. Programa d vivência que nós estamos tentando
conhecer e tanto quanto possível aplicar na Doutrina Espírita, no campo de
nossas lides e lutas cotidianas.
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– MOTIVAÇÃO DE AULAS DOUTRINÁRIAS
P – De que podemos
fazer o adolescente interessar-se realmente pelas aulas de Doutrina? Que
motivação usaríamos?
R – Creio que um
entendimento entre os professores para que eles possam estudar o problema
do relacionamento entre eles e os alunos é uma iniciativa que nós não
podemos desprezar, porque aprendemos com os nossos benfeitores espirituais
que cada espírito é um mundo por si, que Deus não dá cópias; cada um de
nós é uma criação independente, de modo que precisamos estudar a natureza,
as tendências, os problemas, as dificuldades, as facilidades de cada um de
nossos companheiros que levam
o nome de nossos
aprendizes, para que venhamos a beneficiá-los com a nossa influência,
(*) Entrevista
realizada por Sônia Barbante Santos, publicada pelo jornal “A Flama
Espírita”, de Uberaba, MG, em 25 de dezembro de 1971, sob o título
“entrevista com Chico Xavier sobre o Pré-Mocidade”.
os ensinamentos de
que sejamos portadores. Mas embora sejamos apaixonados pelas estórias que
usam apólogos e símbolos, nós acreditamos que estamos faceando agora num
período de progresso da Humanidade em que devemos usar a verdade tento
quanto possível, mas a verdade que não fira, a verdade que não destrua,
porque se o professor é autentico, descobre autenticidade em seu aluno;
encontra a chave para penetrar na mente e no coração do aluno, de modo a
auxiliá-lo.
Então o problema do
relacionamento é problema vital em toda escola. Devemos estudar, observar
bem para que nós venhamos a clima capaz de interessar os nossos irmãos
adolescentes no estudo da verdade. Entretanto, somos também de parecer que
cada Centro Espírita é um educandário em que os adultos também estão na
mesma posição.
Nós precisamos
descobrir quais as motivações para que os adultos se interessem pela
Doutrina Espírita. Não somente receber os benefícios, como sejam os
benefícios da prece, do passe, do amparo espiritual, do auxílio magnético,
mas a luta da criatura em si para o conhecimento dela própria, à luz da
verdade. São assuntos da atualidade que nós precisamos estudar, estudar
para penetrá-los devidamente.
P – Para despertar
então no adolescente o amor à Doutrina, o caminho seria este?
R – Cremos que sim:
o amor à Doutrina com demonstração da vida prática.
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– DEBATES E RESPEITO
p – Quer dizer que o
senhor acha que devem constar do programa do Curso – Pré-Mocidade, além da
parte Doutrinária, aulas práticas?
R – Se houvesse
possibilidade, aulas expressando contatos humanos entre os professores e
alunos, palestras, conversações em grupo, em que cada um pudesse expor
suas idéias, mas em provocar de nenhum modo em ninguém, nem o espanto, nem
o ridículo, quando estas idéias destoassem das idéias chamadas normais
entre as pessoas. O aluno poderia se exteriorizar como ele é, o professor
aceitá-lo como ele é, ajudá-lo como ele é, para que ele possa produzir
melhor a vida dele. Nós estamos atravessando numa época em que toda
imposição espiritual significa violência, e o espírito humano recusa a
violência. Nós estamos diante de uma revolução no mundo, uma revolução
pacífica contra a violência entre as pessoas humanas. Então precisamos de
senso de humanidade no trato com os outros e este trato uns com os outros.
A base deste trato chama-se respeito. Se não respeitamos as idéias do
aluno, ele não nos respeita. De modo que precisamos estabelecer esta linha
de definição.
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– DURAÇÃO DE AULA
P – Qual seria a
duração de maior rendimento doutrinário para uma aula do Pré-Mocidade?
R – Máximo ed
quarenta (40) minutos para não cansar; meia hora no mínimo. Vou explicar
não tenho experiência no magistério espiritual, sou médium e mau médium.
Livro: “A Terra e o
Semeador” – Psicografia de Francisco C. Xavier – Espírito Emmanuel
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