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terça-feira, 2 de julho de 2013

DICIONÁRIO DE SITUAÇÕES

DICIONÁRIO  DE  SITUAÇÕES
Emmanuel 
 
          Na escola da fé, ser-nos-á possível imaginar um dicionário das mais diversas situações da vida, que se revestem de significados especiais, como sejam:
Trabalho – bênção;
Dever cumprido – senda libertadora;
Rotina – conquista de competência;
Prova – aferição de valor;
Solidão – tempo de exame íntimo;
Sofrimento – lição específica;
Penúria – chamamento a serviço;
Contratempo – aviso indireto;
Enfermidade – alavanca de frenagem;
Aborrecimento – treino de paciência;
Adversário – fiscal precioso;
Crítica – apelo à elevação;
Censura – convite a reajuste;
Desilusão – visita da verdade;
Ofensa – oportunidade de tolerância;
Tentação – aula de resistência;
Fracasso – impositivo de revisão;
Parente difícil – dívida em cobrança;
Lar em discórdia – área de resgate;
Obstáculo social – ensino de humildade;
Deserção de afetos – renovação compulsória;
Golpes sofridos – promoções em discernimento;
Prejuízos – identificação de pessoas;
Renúncia – rumo certo;
Sacrifício – crescimento espiritual;
          Como é fácil de observar, nas mais variadas circunstancias da existência, cada criatura, no instinto da fé pode criar o seu próprio dicionário de situações, para que não lhe faltem orientação e segurança, entendimento e luz.
 
Livro- “Pronto Socorro” – Autor – Emmanuel – Psicografia – Francisco Candido Xavier.
Digitado por Doris Day.

sábado, 15 de junho de 2013

CONQUISTA REAL

CONQUISTA REAL

Por mais os panoramas do mundo se te afigurem belos e fecundos, se te dispões a seguir em paz no rumo do Infinito, pela estrada da Imortalidade que herdaste de Deus, não te fixes demasiadamente nessas paisagens transitórias, para que não te escravizes a situações que não representam o fim de tua evolução.
Afetos permutados são como primaveras que se repetem no tempo;
Habilidades profissionais são estágios de plantação;
Bens e valores se afiguram a nascentes que brotam para irrigar tarefas específicas;
Saúde é clima que se altera de trecho a trecho do caminho...
Recorda, onde e com quem te encontras, que a felicidade não é terreno movediço e incerto, mas tão-somente a resultante de teu aproveitamento em todas as coisas...
O rio fecunda as margens que o acrisolam em seu curso, mas segue no rumo dos oceanos;
A flor perfuma o ambiente, como suprema riqueza na haste da planta; todavia, murcha e morre para que a semente lhe perpetue o fulgor;
A chuva que te garante o pão é transformada em vapor pelo calor do Sol...
Segue sem apego e realiza o melhor à frente de pessoas e circunstâncias.
Somos caminheiros da evolução e na Casa do Pai existem infinitas moradas, atendendo aos anseios do Espírito que, de corpo em corpo, de lição em lição, em regime de permuta com tudo e com todos, avança para a Fonte da Vida, na justa compreensão do Amor do Pai!
Abençoa e passa, porque neste Planeta em que vives tudo se altera, em sublime expansão de potenciais.
É por isso que Jesus, o guia e o modelo de virtudes para toda a Humanidade, assinalou, sereno: “o meu Reino não é deste mundo”, apontando, com seus exemplos, o fulgor das estrelas que retratam o poder eterno de Deus!

EMMANUEL

(Mensagem psicografada pelo médium Wagner G. Paixão durante reunião pública do Grupo Espírita da Bênção, em Mário Campos, MG, na noite de 1º de junho de 2013, dia em a Casa completou 21 anos de fundação)

quinta-feira, 13 de junho de 2013

S. O. S. ( Silêncio-Oração-Serviço)

S. O. S.

André Luiz

A existência terrestre é comparada ao firmamento que nem sempre surge perfeitamente anilado.
Dias sobrevêm nos quais as nuvens da prova se entrechocam de improviso, estabelecendo o aguaceiro das lágrimas.
Raios de angústia varrem o céu da esperança..
Granizos de sofrimento apedrejam os sonhos...
Rajadas de calúnia açoitam a alma...
Enxurrada carreando maledicência invade o caminho anunciando subversão...
Multiplicam-se os problemas, traçando os testes do destino em que se nos verificará o aproveitamento dos valores que o mundo nos oferece.
Entretanto, a facilitação de cada problema solicita três atitudes essencialmente distintas, tendendo ao mesmo fim.
Silêncio diante do caos.
Oração à frente do desafio.
Serviço perante o mal.
Se a tentação aparece entenebrecendo a estrada, recorramos à oração.
Se a ofensa nos injuria, refugiemos no serviço.
Toda perturbação pode ser limitada pelo silêncio até que se lhe extinga o núcleo de sombra.
Toda impropriedade mental desaparece se lhe antepomos a luz da oração.
Todo desequilíbrio engenhado pelas forças das trevas é suscetível de se regenerar pela energia benéfica do serviço.
O trânsito da vida possui também sinalização peculiar.
Silêncio - previne contra o perigo.
Oração - prepara a passagem livre.
Serviço - garante a marcha correta.
Em qualquer obstáculo, valer-se desse trio de paz, discernimento e realização é assegurar a própria felicidade.
S.O.S. é hoje o sinal de todas as nações para configurar as súplicas de socorro e, na esfera de todas as criaturas existe outro S.O.S., irmanando silêncio, oração e serviço, como sendo a síntese de todas as respostas.
(Do livro "Sol na Alma",  F.C.X., CEC)

CASA DE EURÍPEDES NO MUNDO MAIOR

CASA DE EURÍPEDES NO MUNDO MAIOR
 
Quando o sr. Edem recebeu em Uberaba, pelo lápis mediúnico de Chico Xavier, a 16 de junho de 1984, afetuosa carta de sua progenitora, D. Noêmia Natal Borges, prima de Eurípedes Barsanulfo, não esperava que, juntamente com notícias mais ligadas ao seu reduto familiar, ela trouxesse amplo noticiário da grande família “euripidiana” já domiciliada no Plano Espiritual.
De fato, além dos consangüíneos, existe imensa família de corações, encarnada e desencarnada, gravitando em torno do missionário sacramentano que se doou à Humanidade, num apostolado de amor dos mais expressivos. Pois, em suas múltiplas funções: de destacado homem público, como jornalista e vereador; de emérito professor, com inovações pedagógicas avançadas para a época, aplicadas no Colégio Allan Kardec, que ele fundou em 1907; e de dedicadíssimo espírita, atuante em várias áreas, como orador, doutrinador e especialmente médium, dotado de várias faculdades, destacadamente a de cura ¾ ele soube exemplificar a fé viva, o trabalho perseverante e a caridade sem limitações.
E bem sabemos, suas atividades no Mais Além continuam, invariáveis, desde a sua desencarnação, em 1918.
Não é de estranhar, portanto, que a “Casa de Eurípedes”, localizada no Mundo Maior, conforme descrição da mensagem que transcreveremos a seguir, seja uma imensa instituição, “de extensão difícil de ser mostrada com frases terrestres”, refletindo, naturalmente, a extensão de recursos espirituais que irradiam desse tão querido servidor de cristo:

Meu querido Edem,
Deus nos abençoe.
Agradeço a sua bondade filial, tendo a obtenção de notícias minhas.
Continuo melhorando, com calma e fé viva em Deus. A morte ou a separação do corpo pesado, quando se tem a consciência tranqüila é semelhante ao entardecer, sem nuvens.
Sabia, de antemão, que não precisava temer visões terrificantes e nem dificuldades sem recursos para transpô-las. A prece foi para mim uma luz e uma bênção.
De certo, o coração materno parecia rebentado pelas saudades, que começavam a invadir as minhas forcas. Ainda assim, as saudades não conseguiram destruir a minha paz e consegui dormir no grande sono, agradecendo a Deus sem lamentações a vida simples de mãe que eu tivera.
Os filhos eram a minha riqueza, o tesouro íntimo que eu transportaria comigo para a existência nova. Os braços vigorosos de parentes e amigos me sustentaram, para que o magnetismo do corpo inerme não me influenciasse com apelos inúteis e pude repousar realmente, procurando embora identificar aqueles rostos amigos que me sorriam.
Notei instintivamente que não me cabia esforçar-me em demasia e deixei-me conduzir pelas afeições queridas que me acolhiam com tanto amor. Creio que se não fosse a bênção do sono reparador de que me vi beneficiada, não teria forças para me afastar da família que morava e continua morando em meu coração.
Gastei alguns dias, segundo imagino, para acordar, de todo, com bastante lucidez e fui informada de que estava admitida à Casa de Eurípedes, onde cada coração dispõe de espaço suficiente para aprender e renovar-se. Ali reencontrei a querida vovó Meca, o pai Manoel, a Eulice, a Mariquinhas, o Homilton, e quanta gente, meu Deus, que me lembrava o tempo em que perguntava pelos desencarnados queridos sem resposta.
Não sei como descrever a moradia de nosso querido Eurípedes, porque numa extensão difícil de ser mostrada com frases terrestres, ali se dividem o Lar, a Escola, o Hospital, o Recinto da Oração e os Parlatórios para diálogos entre os residentes e os visitantes à procura de orientações, incluindo os amigos ainda encarnados que chegam até nós em transitório desdobramento para receberem instruções que conseguem guardar de memória, quando despertam no mundo, como intuições e lembranças que muitos consideram fantasia.
Ali, numa união fraterna em que se entrelaçam os nossos melhores sentimentos, estavam Amália Ferreira, Maria da Cruz, Maria Duarte, Sinhazinha Cunha, e outras muitas companheiras de ideal e trabalho, cuja companhia nos facilita o aprendizado do amor verdadeiro.
Dentre os mais novos companheiros recém-chegados, destaco a Corina, em preparativos para novas atividades na benemerência do ensino; o Ismael, do Alcides, comprazendo-se em acompanhar a mãezinha e a esposa, os filhos e descendentes com o amor que lhe conhecemos; o Jerônimo, sempre atraído para as boas obras de Palmelo; a Edalides, ainda presa a São Carlos: e muitos outros amigos do bem que, unidos, nos inspiram a felicidade de crer no amor fraterno e no trabalho sem qualquer idéia de recompensa.
Como observa, estou a me renovar, porquanto, não mais confinada ao círculo doméstico, posso retornar aos meus ideais de natureza superior, na procura de conhecimentos novos. Isso não me faz esquecida do afeto e do carinho familiar. A nossa querida Sílvia Regina e os netos Fabiano, Fabíola e Edem Junior, para eu referir unicamente ao seu lado, estão em meu íntimo como sempre.
Meu filho, continue acreditando na eficácia do bem e não admita o mal em suas cogitações de homem correto.
Não devo alongar-me. Por isso mesmo, por seu intermédio, deixo a todos os que nos fazem familiares e amigos as minhas muitas lembranças, pedindo ao seu carinho receber o carinho imenso da sua mamãe
Noêmia.
Noêmia Natal Borges.
 

Identificações

 
1-     Edem ¾ Edem Araújo Borges, farmacêutico, residente na Praça Comendador Quintino, 31, em Uberaba, Minas.
2-     Vovó Meca ¾ Meca era o apelido familiar de Jerônima Pereira de Almeida (Sacramento, MG, 11/10/1859 – 29/1/1952), mãe de Eurípedes Barsanulfo. Na verdade, tia de Noêmia, mas nos últimos tempos de sua vida física era chamada por quase todos, carinhosamente, de vovó Meda.
3-     Pai Manoel ¾ Trata-se, provavelmente, do Dr. Manoel Soares, grande colaborador do Grupo Espírita Esperança e Caridade, de Sacramento, como médium receitista e psicofônico. Sete meses após sua desencarnação ocorrida em Sacramento, a 19/11/1937, enviou bela carta ao seu filho Labieno, pelo médium Xavier, em Pedro Leopoldo, MG, a qual integra o livro enxugando Lágrimas (F.C.Xavier, Espíritos Diversos, Elias Barbosa, IDE,Cap.9.)
4-     Eulice ¾ Eulice Dillan, irmã de Eurípedes, desencarnada em 1928.
5-     Mariquinhas ¾ irmã de Eurípedes, desencarnada em 1971. 
6-     Homilton ¾ Jornalista, poeta, professor e orador, Homilton Wilson foi um dos mais destacados irmãos de Eurípedes. Espírita dinâmico, muito colaborou com o Grupo Espírita Esperança e Caridade e com o Colégio Allan Kardec, do qual foi diretor e professor. Desencarnou no Rio de Janeiro, em 1971.
7-     Amália Ferreira ¾ Amália Ferreira de Mello (Sacramento, MG, 1888-1963) foi devotada secretária de Barsanulfo por muitos anos e co-fundadora do Lar de Eurípedes. É um dos autores espirituais do livro Reencontros (F.C.Xavier, Espíritos Diversos, H.M.C. Arantes, IDE, Cap. 13 e 14).
8-     Maria da Cruz ¾ Dedicada seareira, foi pioneira da Campanha do Quilo em Sacramento e co-fundadora do Lar de Eurípedes. Desencarnada em 1965. biografada no Anuário Espírita 1975, p.109.
9-     Maria Duarte ¾ Mais conhecida por D. Cota, foi contemporânea de Barsanulfo.
10- Sinhazinha Cunha ¾ Eurídice Cunha, mais conhecida por Sinhazinha, irmã de Eurípedes, desencarnada em 1963.
11- Corina ¾ Professora, jornalista e escritora, Corina Novelino (1912-1980) sempre revelou grandes virtudes que caracterizam um espírito missionário. Co-fundadora e diretora do Lar de Eurípedes, também dirigiu, por longos anos, o Colégio Allan Kardec, de Sacramento. Em 1957, psicografou o livro Escuta, Meu filho, de Aura Celeste, e, em 1978, terminou o seu grande trabalho de pesquisa: Eurípedes ¾ o Homem e a Missão (Ed. IDE), obra fartamente documentada e ilustrada. Foi biografada no Anuário Espírita 1981 e em Grandes Vultos do Espiritismo (Paulo A. Godoy, FEESP, S.Paulo, SP).
12- Ismael, do Alcides ¾ Ismael Vilela, filho do casal Elith Irani Vilela (irmã de Barsanulfo) e Alcides Vilela.
13- Jerônimo ¾ Jerônimo Cândido Gomide, mais conhecido por Jerônimo Candinho (1888-1981), foi aluno e discípulo de Eurípedes. Fundou em Goiás, a cidade espírita de Palmelo, que concentra suas atividades em torno de várias obras assistenciais e culturais, especialmente os trabalhos de cura do Centro Espírita Luz da Verdade (Anuário Espírita 1983, p. 189.)
14- Edalides, ainda presa a São Carlos ¾ Edalides Milan de Rezende, virtuosa irmã de Barsanulfo, desencarnou em São Carlos, SP, a 03/3/1984, três meses antes do recebimento dessa carta. (Anuário Espírita 1985, p. 143.)
15- Silvia Regina ¾ Esposa de Edem Araújo Borges. Fabiano, Fabíola e Edem Junior são os filhos do casal.
16- Noêmia Natal Borges ¾ (03-11-1907/18-9-1982). Filha de Olímpio Cassimiro de Araújo (irmão de Hermógenes Ernesto de Araújo, “Vô Mogico”, progenitor de Barsanulfo) e Cassimira Maria de Jesus. Desencarnada, aos 74 anos, deixou viúvo Manoel Borges de Oliveira. Seu filho Edem prestou-nos o seguinte depoimento, em carta de 21/6/86: “No momento em que recebi a carta mediúnica de Mamãe Noêmia, me senti bastante sensibilizado. Ela foi uma pessoa muito compreensiva, conformada e humilde, dedicando toda sua existência ao próximo, principalmente aos familiares, fazendo jus ao lugar que ocupa na Espiritualidade. Dentro dos recursos de que era possuidora, sempre se dedicou profundamente ao Espiritismo.”
 
Livro “Vozes da Outra Margem” - Psicografia Francisco C. Xavier - Espíritos Diversos

quarta-feira, 5 de junho de 2013

A Árvore do Tempo

a  árvore  do  tempo

Irmão X

 

Quando o Anjo da Morte cumpriu suas atribuições junto aos primeiros homens que habitavam a Terra, houve grande revolta entre os que eram separados da vestimenta material. O generoso missionário sentiu-se crivado de observações ingratas. No íntimo, as almas guardavam a certeza, relativamente às finalidades gloriosas de seus destinos. Todas haviam sido chamadas à existência para se elevarem ao Trono de Deus; entretanto, nenhuma se conformava com a própria situação.
Debalde o sábio mensageiro procurava lembrar o objetivo divino e esclarecer a excelência de sua cooperação. Os homens, porém, cobriam-no de impropérios, alegando os trabalhos incompletos que haviam deixado sobre a face do mundo. Uns recordavam as famílias ameaçadas sem a sua presença, outros comentavam as nobres intenções com que se atiravam na Terra aos serviços da evolução. E as lágrimas se confundiam com os gritos de desespero irremediável.
*
Acabrunhado pelos acontecimentos, o solícito missionário, como quem começa um serviço sem o conhecimento de toda a sua complexidade e extensão, suplicou ao Senhor o socorro de seu auxilio divino, de modo a fazer face à situação.
Foi por esse motivo que o Salvador veio al encontro da grande fileira de Espíritos infortunados, acercando-se de suas amarguras com a inesgotável generosidade e sabedoria de sempre.
*
_ Ah! Senhor _ exclamou um dos infelizes _ O Anjo da Morte nos reduziu à miserável condição de escravos sem esperanças. Sabemos que a nossa marcha se dirige ao Altíssimo; entretanto, fomos subtraídos ao laborioso esforço de preparação na Terra...
_ Existem, porém, outros planos à espera de vossas atividades _ esclareceu o interpelado com bondade carinhosa. _ O planeta terrestre não é o único santuário consagrado à vida. Além disso, o mensageiro da morte não é um tirano e sim um benfeitor que personifica a grande lei de renovação.
A essas palavras, todavia, a pequena turba avançou a reclamar lamentosamente, invocando as razões que a vinculavam ao mundo terreno.
_ Jamais me poderei separar dos filhos idolatrados _ dizia um velhinho de semblante inquieto _ não desejo marchar sem a afetuosa companhia deles! Não me submetais ao sacrifício insuportável da separação!
*
_ Meu esposo _ bradava uma pobre mulher _ clama por mim, dia e noite!... Meu estado de inquietação é angustioso!... Não creio que possa ser feliz, nem mesmo nas claridades do Paraíso!...
_ E minha fazenda? _ Ponderava ainda outro, em tom de súplica. _ Não permitais que meus trabalhos sejam interrompidos... Assim procedo, Senhor, em obediência ao dever de velar pelos patrimônios que me conferistes!...
_ Nunca julguei _ comentava um jovem, desesperadamente _ que o Anjo da Morte me roubasse o sonho do noivado, quase no instante de minha desejada ventura... Nada mais conservo em meus olhos, senão o derradeiro quadro de minha companheira a chorar... Não haverá compaixão no céu para uma aspiração justa e santa da Terra?...
*
Nesse instante, o Senhor entrou em grande meditação, mostrando triste o semblante. A pequena multidão continuou revelando o grau de seu desespero em rogativas dolorosas. Dando a entender pelo seu silêncio a importância e a complexidade das aquisições que os Espíritos  da Terra necessitavam realizar, prosseguiu por largo tempo em serenas reflexões e, quando se aquietou o ânimo geral, em forte expectativa, tomou a palavra na assembléia e falou solenemente:
_ Conheço a extensão das vossas necessidades, mas não disponho de tempo para velar pessoalmente pela solução dos vossos problemas particulares, mesmo porque não sois os meus únicos tutelados. Se pretendesse convencer-vos pela palavra, não sairíamos, talvez, dos círculos escuros da contendas e, se desejasse acompanhar-vos, individualmente, nas experiências indispensáveis, teria de me acorrentar aos fluidos da Terra por milênios, descurando de outros deveres sagrados confiados ao meu coração por Nosso Pai! Estarei convosco, por todos os séculos, ligado perenemente ao vosso amor, mas não posso estacionar à maneira de um homem. Tenho de agir e trabalhar por todos, sem o capricho de amar somente a alguns.
A presente situação, porém, será remediada. Dar-vos-ei, doravante, a árvore bendita do tempo.
 
 
Fonte: Livro “Doutrina E Aplicação”. - Psicografia Chico Xavier - Espíritos Diversos.
Digitado por: Maria Luiza da Silveira Chaves.

ASSUNTO E TENTAÇÃO

ASSUNTO  E  TENTAÇÃO

Cornélio Pires

Deseja você saber,
Meu caro Joaquim Frazão,
De que maneira vencer
A força da tentação.
 
Quero crer que você pensa
Que a morte, em si, nos ajeita
Para viver entre os anjos
Em paz na vida perfeita.
 
No entanto, não é assim...
A pessoa unicamente
Prossegue desencarnada
Em dimensão diferente.
 
Aí começa o conflito
Em que ainda me concentro:
Por fora, é muita mudança
E nós, os mesmos por dentro.
 
Nesses instantes, a sós,
Contamos, na revisão,
O tempo que se perdeu
Nos dias de provação...
 
Quanta vitória às avessas
Entre sonhos em falência!...
 
Triunfo em nós e por nós
Exige, em linhas gerais,
A decisão de servir
Agüentando sempre mais.
 
A tentação me parece
Gênio mau em nosso peito,
Quer vantagem sem trabalho,
Quer desejo satisfeito.
 
Reclama prêmios em tudo,
Tem ânsias de dominar,
Quando está junto dos outros
Quer o primeiro lugar.
 
Não consegue perceber
Se fere ou se grita em vão,
Em lucro, posse ou poderão
Quer a parte do leão.
 
Em razão disso, meu caro,
Na tentação, não a tente;
Muito mais vale humilhar-se
Que agir desastradamente.
 
Se alguém lhe agita a cabeça
Mesmo estando quase louco,
Use calma e tolerância,
Silencie mais um pouco.
 
Se a questão é sentimento,
Fique firme no dever,
Domínio próprio é lição
Que nos compete aprender.
 
Injúrias, lutas, pedradas,
Dor que pareça sem fim?
Se você busca vencer,
Trabalhe e agüente, Joaquim.


Livro "Baú de Casos" - Psicografia de Francisco Cândido Xavier - Espírito Cornélio Pires

 

domingo, 2 de junho de 2013

SAMARITANOS E NÓS


 
Emmanuel
 
Quem de nós não terá caído, alguma vez, em abandono ou penúria, aflição, amargura, engano ou perturbação?
À face disso, para nós o samaritano da bondade – a criatura que nos reergue ou reanima - será sempre aquela pessoa:
que nos acolhe nos dias de tristeza com a mesma generosidade com que nos abraça nos instantes de alegria;
que nos estima, assim tais quais somos, sem reclamar-nos espetáculos de grandeza, de um dia para o outro;
que nos levanta do chão das próprias quedas para o regaço da esperança, sem cogitar de nossas fraquezas;
que nos alça do precipício da desilusão ao clima do otimismo, sem reprovar-nos a imprevidência;
que nos ouve as queixas reiteradas, rearticulando sem aspereza o verbo da paciência e da compreensão;
que nos estende essa ou aquela porção dos recursos que disponha, em favor da solução de nossos problemas, sem pedir o relatório de nossas necessidades e compromissos;
que nos oferece esclarecimento, sem ferir-nos o brio;
que nos ilumina a fé, sem destruir-nos a confiança;
que se transforma em harmonia e concurso fraterno, seja em nossa casa, ou no grupo de serviço em que trabalhamos;
que se nos converte no cotidiano em apoio e cooperação, sem exigir-nos tributos de reconhecimento;
que, por fim, se transubstancia, em nosso benefício, em luz e consolação, amparo e benção.
 
Detenhamo-nos a pensar nisso e lembrando, reconhecidamente, quantos se nos fazem samaritanos do auxílio e da bondade, nas estradas da existência, recordemos a lição de Jesus e, diante dos outros, sejam eles quem sejam, façamos nós o mesmo.
 
Extraído do livro Aulas da Vida. Psicografia de Francisco Cândido Xavier

sábado, 25 de maio de 2013

AJUDEMOS O INIMIGO

AJUDEMOS O INIMIGO
Tão necessário se faz o auxílio espontâneo aos inimigos, na preservação de nossa paz, quão imprescindível se torna a remoção apressada de um foco infeccioso, à nossa porta, a benefício da nosssa própria saúde, visto que, alimentar o adversário, é manter um núcleo de raios destruidores contra nós.
Todos somos distribuidores de cargas eletro-magnéticas, geradas em nosso próprio ser.
A simpatia é corrente de auxílio que estendemos em nosso favor.
A antipatia é força asfixiante que lançamos em prejuízo próprio.
Toda energia projetada de nossa alma nos responde invariavelmente na reação de quem nos partilha as experiências.
Quem arremessa espinhos, improvisa chagas, cujas emanações lhe procuram a atmosfera pessoal. Quem semeia flores, recolhe o perfume da cooperação e da boa vontade.
Claro que não podemos tratar todas as situações com elixires de pétalas adocicadas, porque, muita vez, a nossa melhor energia é convidada ao serviço sacrificial e quase sempre incompreendido da defesa; entretanto, ainda mesmo nas horas mais difíceis convém mobilizar todos os recursos do bem, ao nosso alcance, para que o respeito não ceda lugar à revolta e para que a sinceridade amiga não se converta em disfarce injusto.
Instalemos, dentro de nós, o legítimo discernimento que reconhece cada criatura em seu lugar e cada acontecimento no minuto que lhe é próprio. Protegidos por semelhante entendimento, não aguardaremos uvas do espinheiro, nem pediremos as graças da colheita ao campo que apenas exibe promessas de sementeira .
Quando a treva se desdobra em torno de nossos passos, não vale vociferar contra as sombras ou persegui-las inutilmente. Bastará acender uma luz para que a estrada se descortine novamente à visão.
Assim, pois, evitemos o cultivo do espinheiral magnético na infeliz manutenção de adversários que podemos relegar ao esquecimento, quando, de imediato não lhes possamos confiar o cântaro delicado do nosso amor.
Usemos o silêncio, a desculpa e a compreensão, com exemplo vivo do nosso próprio esforço na edificação do bem e o tempo se incumbirá de tudo transformar, em auxílio de nossa felicidade, dentro dos imperativos inevitáveis da constante renovação.
Emmanuel
NOTA: Após semearmos o bem com entendimento por um determinado tempo, podemos ter certeza de que nossas boas obras fluiram espontaneamente.

domingo, 5 de agosto de 2012

COM A MEDIDA COM QUE MEDIRDES

COM A MEDIDA COM QUE MEDIRDES
“Não julgueis para que não sejais
julgados, Porque com o juízo com que
julgardes sereis julgados. e com a
medida com que tiverdes medido vos
hão de medir a vós.”
(Mateus, 7:1-2)
12
A citação evangélica que encima esta crônica, por si só, revela toda a
amplitude do ensinamento que Jesus pretendeu transmitir. .
Certa vez, fazendo as suas costumeiras pregações, o Mestre defrontou-se com
um homem que lhe suplicou: Senhor, dize a meu irmão que reparta comigo a
herança. Mas ele lhe respondeu: Homem, quem me instituiu a mim por juiz ou
repartidor entre vós? (Lucas, 12:13-14).
O Meigo Nazareno — a despeito da grandiosidade do seu Espírito — relutou e
não concordou em exercer o papel de juiz. Esse exemplo nos leva a pensar duas vezes
antes de querer exercer um papel dessa natureza, pois, indubitavelmente, somos ainda
criaturas imperfeitas e eivadas de parcialidade, de paixões, de egoísmo, e jamais
poderíamos julgar alguém de forma reta e irrepreensível.
A máxima: Com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós,
além de ser incisiva e endereçada a todos nós, encerra os esclarecimentos mais sérios,
no tocante à aplicação do nosso juízo, quando nos defrontamos com problemas
alheios.
No âmbito da lei de causas e efeitos, o preceito exarado por Jesus não invalida
outro mais ou menos semelhante: Quem com ferro fere, com ferro será ferido, o que
significa dizer que, no âmbito da justiça divina seremos bitolados com o mesmo
gabarito que empregarmos no trato dos nossos irmãos, no desenrolar do nosso
aprendizado terreno.
Se o nosso juízo for unilateral quando julgarmos as atitudes e os atos do nosso
próximo, como pretender um julgamento equitativo e reto para com as nossas
próprias ações? O nosso falso juízo, prejudicando alguém, faz com que surja a
necessidade de um reajuste, do qual o nosso Espírito passa a ser réu, uma vez que não
existe causa que não conduza a um efeito.
Os preceitos de Jesus Cristo não se aplicam apenas aos indivíduos, mas
também abrangem as instituições e as coletividades. A História nos tem ensinado os
duros reveses experimentados por grandes e poderosas nações, porque o orgulho fez
com que seus governantes não aplicassem o critério de uma justiça reta aos olhos de
Deus.
O antigo povo de Israel nos serve de paradigma para uma demonstração clara e
positiva: Apesar de se considerar um povo eleito e se julgar preferido por Deus para
colimar os objetivos mais relevantes, essa comunidade alimentava sentimentos de
conquista e julgava os demais povos pelo limite acanhado de suas leis religiosas. Por
isso a justiça divina fez com que experimentasse dolorosos resgates, através de duros
e prolongado! cativeiros, nas mãos dos babilônicos, dos caldeus, dos egípcios e dos
romanos. Os seus homens e mulheres foram perseguidos, escravizados, aprisionados,
mortos e dispersos. A velha e orgulhosa Jerusalém, que matava os profetas e os
sábios que lhe eram enviados pelo Alto, que foi palco de um dos mais incríveis
julgamentos da História, assistindo impassível à crucificação do Ungido de Deus,
teve suas casas destruídas, seus filhos massacrados e o seu precioso templo destruído,
dele não restando pedra sobre pedra.
O profeta Elias usou a medida da violência, ordenando a decapitação de
centenas de sacerdotes de Baal. Reencarnado na pessoa de João Batista, também foi
degolado por ordem de Herodes.
13
Os espíritas sabem, melhor do que ninguém, as conseqüências funestas dos
juízos apressados e dos atos maldosos. A lei da reencarnação é inexorável, e, através
dela, os Espíritos pecaminosos experimentam duros ciclos expiatórios.
Pôncio Pilatos mediu Jesus Cristo pelo gabarito dos seus interesses políticos,
permitindo que um justo fosse crucificado por temer descoJ1tentar um poder terreno
transitório.
Judas Escariotes mediu Jesus pelos seus interesses financeiros, denunciando
um missionário a troco de trinta moedas de prata. Por isso o remorso, o suicídio e as
terríveis expiações na vida espiritual foram o corolário de sofrimento que
experimentou.
Os homens sempre julgam de modo unilateral, colocando em primeiro plano as
suas conveniências mais imediatas, conseqüentemente, assim como a justiça divina
caiu pesadamente sobre os Espíritos de Pilatos, de Judas e de muitos outros homens
do passado, ela cairá também sobre todos aqueles que não sabem usar um sentimento
retilíneo no trato com os interesses de seus semelhantes.
Esse foi o motivo primário que levou Jesus Cristo a sentenciar o Amai ao vosso
próximo como a vós mesmos, pois todo aquele que assim proceder, jamais usará de
juízo apressado e iníquo para com o seu irmão.
Por isso disse o Mestre: Se alguém vos obrigar a caminhar mil quilômetros,
caminhe com ele mais mil, pois é provável que, nessa segunda caminhada, o seu
próximo será visto com mais amor, com menos ódio, e então o seu julgamento será
muito mais equitativo.

Livro: Padrões Evangélicos- Paulo Alves de Godoy

domingo, 29 de julho de 2012

PAIS DE FAMÍLIA / QUEM NÃO PEDIU PARA NASCER?

PAIS  DE  FAMÍLIA
                                               
Emmanuel

Chico Xavier conta-nos como foi recebida a mensagem abaixo: “Antes das tarefas programadas, muitos dos visitantes, notadamente dos mais jovens na vida física, solteiros e casados, faziam perquirições sobre as diretrizes dos bons espíritos às pessoas que tivessem pais ou mães de trato difícil, vários companheiros destacando os obstáculos de que se sentem objeto. Os estudos realizados reportaram-se à questão nº. 203 de “O Livro dos Espíritos”, aberto, como sempre, ao acaso. Ao término da reunião o nosso caro Emmanuel escreveu a página que lhe envio”.

Na Terra, habitualmente, esperamos encontrar, em nossos filhos, gênios de grandeza moral. De igual modo, quando na condição de filhos, desejamos possuir nos pais modelos intocáveis de virtude.
Mais longamente internados na escola física vamos reconhecendo, a pouco e pouco, seja qual seja a posição que nos cabe no mundo, que somos o que somos, criaturas ainda incompletas a caminho da perfeição, unidas transitoriamente umas às outras, entre as paredes do lar ou nos compromissos domésticos para fins de resgate ou burilamento.
Reflete nisso. E se a vida te entregou a pais ou mães difíceis, que não puderam ou não te podem apresentar, por agora, dia por dia, inalteravelmente uma certidão de irrepreensibilidade, não deixe de amá-los e respeitá-los mesmo assim.
***
Há quem diga que não pediu aos genitores para nascer, entretanto, essa mesma criatura em rebeldia talvez seja aquela que, antes do berço, se lhes erigia em obsessor afetivo, a esmolar-lhes repetidamente uma nova existência na Terra, até que lhes cedessem aos anseios, integrando-se um com o outro, para que esse filho ou filha, hoje revoltados, atingissem o plano físico tentando novas aquisições de progresso.
***
Se sofres conflitos e ouves alguém a debitá-los na conta de traumas nascidos de aversão, desprezo, inveja, ódio, vinculação afetiva ou superproteção por parte dos pais difíceis que talvez tiveste ou que provavelmente ainda agora te acompanham, recorda que semelhantes estudos poderão expressar a verdade do ponto de vista terrestre, mas não te esqueças de que as leis da reencarnação estão funcionando. E que na posição de pais ou filhos somos seres em aperfeiçoamento, demandando à imortalidade, e que unicamente à custa de compreensão e respeito recíproco lograremos sanas os próprios desequilíbrios e desajustes.
***
Ante pais ou mães complexos, auxilia-os, sem jamais reprová-los. Eles te pedem entendimento e apoio, a fim de acertarem com os próprios rumos, tanto quanto recebeste deles apoio e entendimento para alcançar a escola humana.
Todos nós, os espíritos em evolução na Terra, por enquanto, nos achamos muito longe das qualidades evangélicas. E todos nós, sem exceção, precisamos de amor e do amparo do amor para viver, conviver e sobreviver.
 
QUEM NÃO PEDIU PARA NASCER?

Irmão Saulo

A pergunta 203 de “O Livro dos Espíritos” refere-se aos elementos que os pais transmitem aos filhos. A resposta dos espíritos é esta: “Dão-lhes apenas a vida animal, pois a alma é indivisível. Um pai obtuso pode ter filhos inteligentes e vice-versa”. Acreditava-se que os pais transmitiam aos filhos alguma coisa de suas próprias almas. Os espíritos refutaram essa tese.
As semelhanças de temperamento e tendências nas famílias não são explicadas no Espiritismo pela hereditariedade física, mas pela afinidade espiritual. Na reencarnação os espíritos são atraídos aos pais em virtude de ligações do passado. As ligações positivas se reconhecem pela afinidade, as negativas pela repulsão. Pais e filhos que se ajustam são espíritos afins, os que se repelem são credores e devedores que se reencontram.
O espírito suficientemente evoluído para ter consciência de suas deficiências, logo que vence o prazo destinado à sua permanência na vida espiritual, pede para reencarnar. Liga-se, então, por afeto ou por remorso, a pessoas de seu convívio na vida anterior (ligações positivas ou negativas) pedindo-lhes que os aceitem como filhos. Cada nascimento na Terra implica decisões tomadas no mundo espiritual. Há os que pedem e os que imploram para nascer. Os que imploram são geralmente os que mais reclamam nesta vida, os que mais se desajustam em família, os mais rebeldes – porque mais necessitados.
O conceito humano de que ninguém pediu para nascer é um erro produzido pela cegueira espiritual dos homens. Como esquecemos os antecedentes espirituais do nascimento – precisamente para podermos viver uma vida nova, sem lembranças perturbadoras – temos a impressão de que fomos enviados ao mundo à revelia do nosso desejo. E muitos acusam os pais de responsáveis pelo seu nascimento, como se os pais tivessem o poder de gerar quando querem e de escolher os espíritos que devem nascer como seus filhos.
A mensagem de Emmanuel, colocando o problema em seus termos exatos, adverte-nos quanto à necessidade de atendermos aos deveres da vida em família, pois o cumprimento ou não desses deveres determinará a nossa futura situação na vida espiritual. A vida material passa depressa e os laços espirituais continuam além da morte e repercutem nas vidas futuras.

Livro “Chico Xavier pede licença” Psicografia Francisco C. Xavier Autores diversos

A TORRE DE SILOÉ- O Evangelho à luz do Espiritismo

OBS: Tema- Resgate. "Arrependimento..resgate através da reencarnação..."

A TORRE DE SILOÉ ( Extraído do Livro " Os Padrões Evangélicos-Paulo Alves de Godoy")
“E aqueles dezoito sobre os quais
caiu a Torre de Siloé e os matou, cuidais
que foram mais culpados do que todos
quantos homens habitam em
Jerusalém!”
(Lucas, 13:4)
Numa conversa com Jesus Cristo, alguns judeus discorreram sobre o fato de ter
Pilatos ordenado que o sangue de alguns adoradores de deuses fosse misturado com o
dos sacrifícios.
O Mestre, no entanto, disse-lhes: Cuidais vós que esses homens galileus foram
mais pecadores de que todos os galileus, pelo fato de terem padecido tais coisas? Ao
que logo acrescentou: Eu vos digo, antes, se vós não arrependerdes, todos de igual
modo perecereis.
E a fim de ilustrar mais as suas palavras, aditou ainda: E aqueles dezoito sobre
os quais caiu a Torre de Siloé e os matou, cuidais que foram mais culpados de que
todos quantos homens habitam em Jerusalém?
Sempre que sucede qualquer coisa de mal para determinada pessoa, costuma-se
dizer que a mão de Deus estava sobre ela, pelo fato de ser criminosa ou perversa.
Diante de um cataclisma ou um acidente, todos passam a lamentar que junto com os
maus também perecem homens bons, moralizados e dotados de virtudes.
Uma passagem evangélica narrada por Mateus (26:25), contribuiu para a
formação dessa crença: vendo que o Mestre ia ser preso, o apóstolo Pedro puxou da
espada e feriu a orelha do servo do sumo sacerdote. Diante desse gesto de violência,
o Senhor retrucou: Mete no seu lugar a tua espada, porque todos os que lançarem
mão da espada, à espada morrerão.
Essa assertiva de Jesus, no entanto, não pode ser tomada em seu sentido
absoluto, pois são incontáveis os criminosos que passaram pelo mundo, que
empregaram os mais abomináveis métodos de tortura ou de morte contra os seus
semelhantes, e não pereceram do mesmo modo, pelo menos naquela encarnação
terrena.
A lei das vidas sucessivas é a única que equaciona o problema e à luz das
reencarnações passamos a compreender que, mesmo os grandes missionários, se
incorreram no caminho do crime, devem também saldar seus débitos para com a
justiça divina, haja vista o caso de João Batista, que, ao ser decapitado, resgatou o
crime que havia cometido muitos séculos antes, quando, habitando o corpo do profeta
Elias, ordenou a decapitação de várias centenas de sacerdotes do deus Baal.
Afirma o livro dos “Atos dos Apóstolos” (28:4) que Paulo de Tarso, escapando
do naufrágio de um navio que o levava a Roma, chegou a uma ilha chamada Melita,
onde foi mordido por uma serpente. Os nativos logo disseram: Certamente este
homem é homicida, visto como, escapando do mar, a justiça divina não o deixou
viver. Quando viram que nada sucedeu ao apóstolo, passaram a alimentar a crença de
que ele era um deus, tal o conceito que tinham sobre o castigo que Deus reserva aos
criminosos.
Diante da catástrofe ocorrida com a Torre de Siloé, que havia caído sobre
dezoito homens, os judeus passaram a proclamar que as vítimas eram pecadores ou
criminosos. Jesus Cristo, no entanto, esclareceu: “Cuidais que eles foram mais
culpados do que todos quantos homens habitam Jerusalém?”
Pilatos havia ordenado o massacre de alguns galileus que faziam sacrifício de
animais a seus deuses. Os judeus também passaram a crer que esses homens eram
pecadores relapsos, por isso mereceram tal gênero de morte. O Mestre teve que
prestar o mesmo esclarecimento: “Cuidais que eles eram mais pecadores que os
demais?”
Entre os homens que alimentavam essa crença, estavam muitos daqueles que,
alguns dias mais tarde, diante do Pretório, pediriam a condenação de Jesus Cristo e a
libertação de Barrabás. Com a montanha de iniqüidade dentro dos corações, e com o
ódio brutal que alimentavam, é óbvio que eles nada ficavam a dever aos que foram
atingidos pela matança ordenada por Pilatos, ou que ficaram sob os escombros da
torre de Siloé. Eram também pecadores do mesmo porte, e é notório que muitos deles
não desencarnaram de morte violenta naquela vida, pois, se a justiça Divina fosse
submeter à morte desse gênero todos os chamados pecadores, não restaria ninguém
para sucumbir de morte natural.
Aqui cumpre ressaltar que o simples fato de se habitar este planeta de expiação
e de dor é indício seguro de imperfeição moral e espiritual.
Um grupo de anciãos de Israel não chegou a matar a pedradas a mulher
adúltera, porque houve a intervenção de Jesus com a célebre sentença: “aquele que
estiver sem pecado atire primeira pedra”. De modo algum aqueles homens eram m:
inocentes do que a mulher que pretendiam lapidar. Diante das palavras sábias e
ponderadas do Mestre, eles sentiram a montanha de pecados que dormitava em seus
corações e deliberaram abandonar a idéia de massacrar a pobre criatura.
“Se vós não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis”.
Arrependimento, nesse caso, equivale a resgate através, de reencarnações depuradoras e
expiatórias. Para o reajustamento da alma não basta o arrependimento, toma-se
necessária a expiação. O arrependimento, por si só, não é suficiente para isentar
criatura das conseqüências oriundas dos transviamentos ou dos crimes! É imperioso
que o indivíduo se redima através dos embates de vidas múltiplas do Espírito na
carne, como conseqüência inevitável da lei de causas e efeitos.
Não poderemos jamais julgar que apenas os que desencarnam vítimas de
acidentes ou submetidos a mortes violentas, sejam pecadores em débito perante a
Justiça Divina. Todos quantos padecem enfermidades incuráveis, cegos de nascem
crianças que nascem deformadas, aleijados de toda a sorte, surdos-mudos, mutilados
ou portadores de outras enfermidades agudas, e mesmo a maior parte daqueles que
nada sofrem na Terra, que gozam saúde e abastança, têm contas a serem ajustadas no
quadro da lei divina, através das vidas múltiplas muitos homens bons que perecem de
modo violento, vítimas de acidentes ou de catástofres, não são também inocentes, e
simplesmente passam por uma fase de reajustamento perante a justiça do Alto