PAIS DE
FAMÍLIA
Emmanuel
Chico
Xavier conta-nos como foi recebida a mensagem abaixo: “Antes das tarefas
programadas, muitos dos visitantes, notadamente dos mais jovens na vida
física, solteiros e casados, faziam perquirições sobre as diretrizes dos
bons espíritos às pessoas que tivessem pais ou mães de trato difícil, vários
companheiros destacando os obstáculos de que se sentem objeto. Os estudos
realizados reportaram-se à questão nº. 203 de “O Livro dos Espíritos”,
aberto, como sempre, ao acaso. Ao término da reunião o nosso caro Emmanuel
escreveu a página que lhe envio”.
Na Terra,
habitualmente, esperamos encontrar, em nossos filhos, gênios de grandeza
moral. De igual modo, quando na condição de filhos, desejamos possuir nos
pais modelos intocáveis de virtude.
Mais
longamente internados na escola física vamos reconhecendo, a pouco e pouco,
seja qual seja a posição que nos cabe no mundo, que somos o que somos,
criaturas ainda incompletas a caminho da perfeição, unidas transitoriamente
umas às outras, entre as paredes do lar ou nos compromissos domésticos para
fins de resgate ou burilamento.
Reflete
nisso. E se a vida te entregou a pais ou mães difíceis, que não puderam ou
não te podem apresentar, por agora, dia por dia, inalteravelmente uma
certidão de irrepreensibilidade, não deixe de amá-los e respeitá-los mesmo
assim.
***
Há quem
diga que não pediu aos genitores para nascer, entretanto, essa mesma
criatura em rebeldia talvez seja aquela que, antes do berço, se lhes erigia
em obsessor afetivo, a esmolar-lhes repetidamente uma nova existência na
Terra, até que lhes cedessem aos anseios, integrando-se um com o outro, para
que esse filho ou filha, hoje revoltados, atingissem o plano físico tentando
novas aquisições de progresso.
***
Se sofres
conflitos e ouves alguém a debitá-los na conta de traumas nascidos de
aversão, desprezo, inveja, ódio, vinculação afetiva ou superproteção por
parte dos pais difíceis que talvez tiveste ou que provavelmente ainda agora
te acompanham, recorda que semelhantes estudos poderão expressar a verdade
do ponto de vista terrestre, mas não te esqueças de que as leis da
reencarnação estão funcionando. E que na posição de pais ou filhos somos
seres em aperfeiçoamento, demandando à imortalidade, e que unicamente à
custa de compreensão e respeito recíproco lograremos sanas os próprios
desequilíbrios e desajustes.
***
Ante pais
ou mães complexos, auxilia-os, sem jamais reprová-los. Eles te pedem
entendimento e apoio, a fim de acertarem com os próprios rumos, tanto quanto
recebeste deles apoio e entendimento para alcançar a escola humana.
Todos nós,
os espíritos em evolução na Terra, por enquanto, nos achamos muito longe das
qualidades evangélicas. E todos nós, sem exceção, precisamos de amor e do
amparo do amor para viver, conviver e sobreviver.
QUEM NÃO PEDIU PARA NASCER?
Irmão
Saulo
A pergunta
203 de “O Livro dos Espíritos” refere-se aos elementos que os pais
transmitem aos filhos. A resposta dos espíritos é esta: “Dão-lhes apenas a
vida animal, pois a alma é indivisível. Um pai obtuso pode ter filhos
inteligentes e vice-versa”. Acreditava-se que os pais transmitiam aos filhos
alguma coisa de suas próprias almas. Os espíritos refutaram essa tese.
As
semelhanças de temperamento e tendências nas famílias não são explicadas no
Espiritismo pela hereditariedade física, mas pela afinidade espiritual. Na
reencarnação os espíritos são atraídos aos pais em virtude de ligações do
passado. As ligações positivas se reconhecem pela afinidade, as negativas
pela repulsão. Pais e filhos que se ajustam são espíritos afins, os que se
repelem são credores e devedores que se reencontram.
O espírito
suficientemente evoluído para ter consciência de suas deficiências, logo que
vence o prazo destinado à sua permanência na vida espiritual, pede para
reencarnar. Liga-se, então, por afeto ou por remorso, a pessoas de seu
convívio na vida anterior (ligações positivas ou negativas) pedindo-lhes que
os aceitem como filhos. Cada nascimento na Terra implica decisões tomadas no
mundo espiritual. Há os que pedem e os que imploram para nascer. Os que
imploram são geralmente os que mais reclamam nesta vida, os que mais se
desajustam em família, os mais rebeldes – porque mais necessitados.
O conceito
humano de que ninguém pediu para nascer é um erro produzido pela cegueira
espiritual dos homens. Como esquecemos os antecedentes espirituais do
nascimento – precisamente para podermos viver uma vida nova, sem lembranças
perturbadoras – temos a impressão de que fomos enviados ao mundo à revelia
do nosso desejo. E muitos acusam os pais de responsáveis pelo seu
nascimento, como se os pais tivessem o poder de gerar quando querem e de
escolher os espíritos que devem nascer como seus filhos.
A mensagem
de Emmanuel, colocando o problema em seus termos exatos, adverte-nos quanto
à necessidade de atendermos aos deveres da vida em família, pois o
cumprimento ou não desses deveres determinará a nossa futura situação na
vida espiritual. A vida material passa depressa e os laços espirituais
continuam além da morte e repercutem nas vidas futuras.
Livro “Chico Xavier pede licença” Psicografia Francisco C. Xavier Autores
diversos
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