ante o
aborto
Emmanuel
Na
problemática do aborto imagina-te ansiando pelo ingresso em determinada
oficina, de cujo salário e experiência necessitas para efeito de
aperfeiçoamento e promoção.
Alcançando-a pelo concurso de mãos amigas, alimentas a melhor esperança.
Em tudo,
votos de paz e renovação aguardando o futuro.
Entretanto, ainda nesta hipótese, observas-te em profundo abatimento,
incapaz de comandar a própria situação. Assemelhas-te ao enfermo exausto,
sem recursos para te garantires e sem palavra que te exprima, suplicando em
silêncio a compaixão e a bondade daqueles aos quais a Sabedoria da Vida te
confiou a necessidade por algum tempo e a quem prometes reconhecimento e
veneração.
Mentalizado semelhante painel, reflete no desapontamento e na dor que te
tomariam de assalto se te visses inesperadamente debaixo de fria e
descaridosa expulsão, a pancadas de instrumentos cortantes ou a jatos de
venenosos agentes químicos.
Nessas
circunstâncias, que sentimentos te caracterização a reação?
Nesta
imagem simples colocamos, do Lado Espiritual da Vida, a posição da criatura
rejeitada a golpes e injúrias na passagem para o renascimento no Plano
Físico.
Por mais
pretenda basear-se em leis humanas de impunidade, o aborto sem apoio no
impositivo de salvação da vida materna será sempre um erro deplorável, a
seguir-se de conseqüências inquietantes e imprevisíveis.
Onde
estiveres, na execução dos encargos que o mundo te deu, organiza os temas de
sexo que te digam respeito, conscientizando as próprias responsabilidades no
relacionamento com o próximo, segundo os princípios de compromisso,
equilíbrio, controle e educação, nos vários graus de burilamento em que se
nos orienta a vida afetiva, até que possamos penetrar com segurança nos
domínios da sublimação. E conservamos a certeza de que também no sexo
funciona a lei de causa e efeito, pela qual sempre recolhemos de volta
aquilo que dermos ou impusermos aos outros.
Ainda
assim, se um ser humano se te incorpora à existência humana, não o condenes
à morte. Compadece-te do companheiro que se encontra contigo ou que se te
vincula ao coração, por enquanto sem voz para defender-se. Além disso, é
lícito considerar que se a criatura hoje ao teu lado te pede a bênção para
nascer, transformando-se em motivo de preocupação ou desgosto, é possível
que essa mesma criatura se te converta amanhã em base de sustentação e de
alegria no caminho do amor, para a obtenção de mais luz.
A MATANÇA DOS INOCENTES
Irmão
Saulo
Conta-nos
o evangelista Mateus o episódio da matança dos inocentes em Belém, por ordem
de Herodes, com o fim de aniquilar o mais glorioso destino que já se
desenrolou na Terra. Foi uma tentativa de aborto após nascimento, pois, não
tendo podido ordenar o aborto fisiológico, Herodes tentou o aborto histórico
do destino do Cristo. Os inocentes sacrificados em Belém dão-nos a imagem
brutal das conseqüências de cada crime dessa espécie para a humanidade
Centenas de destinos que se ligavam ao do nascituro são afetados pelas mãos
assassinas que o imolam.
Chico
Xavier conta-nos como foi recebida essa mensagem na reunião pública de 7 de
março de 1972, em Uberaba. Eis as informações textuais que nos enviou :
“Duas
senhoras se manifestaram desejosas de conhecer que opinião seria a dos
amigos espirituais de sempre acerca do aborto. E falaram com bastante
conhecimento de causa sobre o que vai ocorrendo em outros países que se
regem por leis diferentes das nossas. Outros temas sobre maternidade,
filhos, familiares e vida doméstica afastaram o assunto inicial. Mas, no
desenrolar das tarefas da noite, a pergunta que nos veio em “O Livro dos
Espíritos”, para estudo, foi a que tem o número 358, e o problema do aborto
voltou ao exame de todos os presentes. Ao término da reunião, Emmanuel
escreveu a página que lhe entrego com estas noticias.”
Respondendo a pergunta 358, os espíritos afirmam, no livro citado, que o
aborto é um crime, mas na pergunta seguinte fazem uma ressalva quando se
trata de salvar a vida da mãe. Na mensagem de Emmanuel verificamos que o
problema é colocado nesses mesmos termos. O sacrifício da criança que vai
nascer só pode ter uma justificativa, a preservação da vida materna,
naturalmente em casos extremos. Não há necessidade de argumentos metafísicos
para se compreender isso. Um ser que nasce é um destino que se inicia na
Terra. Seja glorioso ou não, segundo o juízo humano, esse destino, por mais
obscuro, corresponde sempre a uma necessidade vital, a uma exigência da
evolução.
Não
faltaram nesse episódio evangélico os traços marcantes de cada crime de
aborto praticado na Terra. Uma luz no céu anuncia o nascimento de Jesus. Os
Reis Magos a seguem jubilosos através do deserto para verem a criança
esperada, e levam a notícia a Herodes que devia também alegrar-se com ela.
Um anjo avisa José e o manda fugir com Maria e a criança para o Egito.
Herodes finge alegrar-se, mas ordena a matança. Cada nascimento na Terra é
precedido sempre de uma luz no céu (que é o desígnio espiritual determinando
a ocorrência), do júbilo dos que o aguardam – mesmo à distância, no deserto
das provas e expiações do destino – da notícia levada aos que devem
alegrar--se com ela e da presença do anjo que vela pelo inocente.
Mas,
quando o crime do aborto é tentado ou se consuma, seus antecedentes são
sempre os do fingimento e da astúcia, originados pelo egoísmo e o comodismo
de Herodes. O anjo nunca deixa de avisar os pais, tocando-lhes a consciência
e o coração, ordenando-lhes a fuga, em defesa da criança, para longe das
mãos assassinas que se aprestam para sacrificá-la. Alguns estudiosos do
Evangelho desprezam essa alegoria, de Mateus. Mas o ensino espiritual que
ela encerra bastaria para mostrar às consciências cristãs e espirituais do
mundo – independente da veracidade histórica do episódio – que as
advertências divinas nunca faltam na Terra aos que se deixam fascinar pelo
canto da sereia das conveniências materiais.
Livro “Chico Xavier pede licença” Psicografia Francisco C. Xavier Autores
diversos
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