Emmanuel
Interpretemos nossos adversários por irmãos, quando não nos seja possível
recebê-los por instrutores.
Quando o Senhor nos aconselhou a
paz com os inimigos do nosso modo de ser, recomendou-nos certamente o
olvido de todo o mal.
Às vezes, fustigando aqueles que
nos ofendem, a pretexto de servirmos à verdade, quase sempre faltamos ao
nosso dever de amor.
Nem todos podem enxergar a vida por
nossos olhos ou aceitar o mapa da jornada terrestre, através da cartilha
dos nossos pontos de vista.
E, não raro, em zurzindo os outros
com o látego de nossa crítica ou intoxicando-os com o vinagre de nosso
azedume, procederemos à maneira do lavrador que enlouquecesse, de
improviso, espalhando cáusticos destruidores sobre a plantação nascente,
necessitada de auxílio pela fragilidade natural.
Claro que o amor fraterno encontra
mil modos diversos para fazer-se sentir, no reajuste das situações
difíceis no caminho da vida e é justamente para a verdadeira solidariedade
que devemos apelar em qualquer circunstância obscura do roteiro comum.
Se não apagamos o incêndio,
atirando-lhe combustível, e se não podemos sanar feridas, alargando-lhes
as bordas, a golpes de força, também não entraremos em harmonia com os
nossos adversários por intermédio da violência.
Usemos o amor que o Mestre nos
legou, se desejamos a paz na Vida Maior.
Compreendamos aos que nos ofendem.
Oremos pelos que nos perseguem ou
caluniam.
Amparemos os que nos perturbam.
Sejamos o apoio dos companheiros
mais fracos.
E o Divino Senhor da Vinha do
Mundo, que nos aconselhou o livre crescimento do joio e do trigo, no campo
da Terra, em momento oportuno, se fará revelar, amparando-nos e
selecionando os nossos sentimentos, através do seu justo julgamento.
Do livro Instrumentos do Tempo. Psicografia
de Francisco Cândido Xavier.
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