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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Paciência não se perde


"Pela paciência possuireis as vossas almas."
E' muito comum ouvirmos esta exclamação: perdi a paciência! Como sabem, porém, que per-deram a paciência? Porque quando precisaram daquela virtude para se manterem calmos eserenos não a encontraram consigo, e, por isso, exasperaram-se, praticaram desatinos, proferiramimpropérios e blasfêmias?Só pelo fato de não encontrarem em seu patrimônio moral aquela virtude, alegam logo que aperderam. Como poderiam, porém, perder o que não possuíam?Será melhor que os homens se convençam de que eles não têm paciência, que ainda não alcança-ram essa preciosa qualidade que, no dizer do Mestre insigne, é a que nos assegura a posse denós mesmos:
Pela paciência possuireis as 
vossas
almas.
E não pode haver maior conquista que aconquista própria. Já alguém disse, com justeza, que o homem que se conquistou a si mesmovale mais que aquele que conquistou um reino. Os reinos são usurpados mediante o esforço e osangue alheio, enquanto que a posse de si mesmo só pode advir do esforço pessoal, da porfiaenérgica e perseverante da individualidade própria, agindo sobre si mesma.Todos esses, pois, que vivem constantemente alegando que perderam a paciência, confessaminvoluntariamente que jamais a tiveram. Paciência não se perde como qualquer objeto de uso oucomo uma soma de dinheiro. Os que ainda não lograram alcançá-la, revelam essa falhaprecisamente no momento em que se exasperam, em que perdem a compustura e cometemdespautérios. Quando, depois, o ânimo serena, o homem diz: perdi a paciência. Não perdeu coisaalguma; não tenho paciência é o que lhe compete reconhecer e confessar.Ás virtudes, esta ou aquela, fazem parte de uma certa riqueza cujo valor imperecível Jesus en-carece sobremaneira em seu Evangelho, sob estas sugestivas palavras: Granjeai aquela riquezaque o ladrão não rouba, a traça não rói, o tempo não consome e a morte não arrebata. Taisbens são, por sua natureza,, inacessíveis às contingências da temporalidade, e não podem,portanto, desaparecer em hipótese alguma. Constituem propriedade inalienável e legitimamenteadquirida pelo Espírito, que jamais a perderá.Não é fácil adquirirmos certas virtudes, entre as quais se acha a paciência. A aquisição dapaciência depende da aquisição de outras virtudes que lhe são correlatas, que se achamentrelaçadas com ela numa trama perfeita. A paciência — podemos dizer — é filha da humildade e irmã da fortaleza, do valor moral. O orgulho é o seu grande inimigo. A fraquezade Espírito é outro obstáculo à conquista daquele precioso tesouro. Todos os movimentosintempestivos, todo ato violento, toda atitude colérica são oriundos da suscetibilidade do nossoamor próprio exagerado. A seu turno, os desesperos, as aflições incontidas, os estados dealucinação, os impropérios e blasfêmias são conseqüências de fraqueza de ânimo ou debilidademoral. A calma e a serenidade de ânimo, em todas as emergências e conjunturas difíceis davida, só podem ser conservadas mediante a fortaleza e a humildade de Espírito. E' essacondição inalterável de ânimo que se denomina
paciência.
Ela é incontestavelmente atestadoeloqüente de alto padrão moral.Naturalmente, em épocas de calmaria, quando tudo corre ao sabor dos nossos desejos,
parece 
quepossuímos aquele preciosíssimo bem. Os homens, quando dormem, são todos bons e inocentes.E' exatamente nas horas aflitivas, nos dias de amargura, quando suportamos o batismo de fogo,que verificamos, então, a inexistência da sublime virtude conosco.No mundo, observou o Mestre, tereis tribulações, mas tende bom ânimo: eu venci o mundo.Como ele venceu, cumpre a nós outros, como discípulos, imitá-lo, vencendo também. Cristo é o su-blime modelo, é o grande paradigma. Não basta conhecer seus ensinamentos, é preciso praticá-los. Daqui a necessidade de fortificarmos nosso Espírito, retemperando-o nos embates cotidianoscomo o ferreiro que, na forja, tempera o aço até que o torna maleável e resistente.A existência humana é urdida de vicissitudes e de imprevistos. Tais são as condições quehavemos de suportar como conseqüências do nosso passado. A cada dia a sua aflição — reza oEvangelho em sua empolgante sabedoria. Portanto, cumpre nos tornemos fortes paravencermos. Fomos dotados dos predicados para isso. Tudo que eu faço, asseverou o Mestre,
vós também podeis fazer. Se nos é dado realizar os feitos maravilhosos do Cristo de Deus, porquepermanecemos neste estado de miserabilidade moral? Simplesmente porque temos descurado aobra de nossa educação. A educação do Espírito é o problema universal.A obra da salvação é obra de educação, nunca será demais afirmar esta tese.A religião que o momento atual da Humanidade reclama é aquela que apela para a educaçãosob todos os aspectos: educação física, educação intelectual, educação cívica, educação mental,educação moral.A fé que há-de salvar o mundo é aquela que resulta desta sentença: Sede perfeitos como vossoPai celestial é perfeito

Livro; Em torno do Mestre- Vinícius

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