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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Felicidade



 Felicidade
Existe a felicidade? Será ficção ou realidade? Se não existe, porque tem sido essa a aspiração detodas as gerações através dos séculos e dos milênios? Já não seria tempo de o homem desiludir-se? Se existe, porque não a encontram os que a buscam com tanto empenho?Que nos responda o poeta:"A felicidade está onde nós a pomos; e nunca a pomos onde nós estamos".Eis a questão. A felicidade é um fato desde que a procuremos onde realmente ela está, isto é,em nós mesmos.O desapontamento de muitos com relação à felicidade, desapontamento que tem geradoincredulidade e pessimismo, origina-se de a terem procurado no exterior, onde ela não está;origina-se ainda de a suporem dependendo de condições e circunstâncias externas, quando todo oseu segredo está em nosso foro íntimo, no labirinto dos refolhos de nosso ser.O problema da felicidade é de natureza espiritual. Circunscrito à esfera puramente material,jamais o homem o resolverá. O anseio de felicidade que todos sentimos vem do Espírito, sãoprotestos de uma voz interior.O erro está em querermos atender a esses reclamos por meio das sensações da carne e dagratificação dos sentidos. Daí a insaciabilidade, daí a eterna ilusão! O fracasso vem da maneiracomo pretendemos acudir ao clamor do Espírito. Ao rufiar de asas, respondemos com oescarvar de patas.A idéia da felicidade é tão real como a da imortalidade: aquela, porém, como esta, diz respeito àalma, não ao corpo. Ao Espírito cumpre alcançar a felicidade que está, como a imortalidade, -emsi mesmo, na trama da própria vida, dessa vida que não começa no berço nem termina notúmulo. A felicidade, neste mundo onde tudo é relativo, não exclui o sofrimento. Mesmo na dor, afelicidade legítima permanece atuando como lenitivo.De outra sorte, sofrer durante certo tempo e ver-se, depois, livre do sofrimento, já não seráfelicidade? O doente que recupera a saúde e o prisioneiro que alcança a liberdade já não sesentem, por isso, felizes? A saudade que nos crucia, não se transforma em gozo quando,novamente, sentimos palpitar, bem junto ao nosso, o coração amado?Não é bom sofrer para gozar? E' assim que, muitas vezes, a felicidade surge da própria dorcomo a aurora irrompe da noite caliginosa.O descanso é um prazer após o trabalho; sem este, que significação tem aquele? Assim afelicidade. Ela representa o fruto de muitos labores, de muitas porfias e de acuradas lutas. Venceré alcançar a felicidade. Podemos, acaso, conceber vitória sem refregas? Quanto mais árdua é apeleja, maior será a vitória, mais saborosos os seus frutos, mais virentes os seus louros.Para a felicidade fomos todos criados. "Quero que o meu gozo esteja em vós, e que o vosso gozoseja completo." As graças divinas estão em nós, mas não as percebemos. A vida animalizada quelevamos ofusca o brilho da luz íntima que somos nós mesmos. Vivemos como que perdidos,insulados, ignorando-nos a nós próprios. Encontrarmo-nos e nos reconhecermos como realmentesomos — eis a felicidade. Fugirmos da espiritualidade é fugirmos de nós mesmos. Querendo fruirprazeres sensuais, adulteramos nossa íntima natureza, resvalando para o abismo dairracionalidade. Desse desvirtuamento vem a dor, dor que nos chama à realidade da vida e nosconduz à felicidade.A alegria de viver é conseqüência natural de um certo estado de alma, e significa viverprofundamente ."Eu vim para terdes vida e vida em abundância". A verdadeira vida é sempre cheia de alegria; éum dia sem declínio, um sol sem ocaso. O céu é a região da luz sempiterna. A ele não iremos pelaestrada ensombrada de tristezas, luto e melancolia. O caminho que conduz à felicidade, resolvendoos problemas da vida, é estreito: não é escuro, nem sombrio. Estreito, no caso, significa difícil, masnão lúgubre.A alegria de viver nasce do otimismo, o otimismo nasce da fé. Sem fé ninguém pode ser feliz. Semfé e sem amor não há felicidade.As virtudes são suas ancilas. Haverá felicidade maior que nos sentirmos viver no coração deoutrem? "Pai, quero que eles (os discípulos) sejam um em mim, como eu sou um contigo." A fusão de nossa vida em outra vida é a máxima expressão da ventura. O egoísmo é o seu grandeinimigo. Alijá-lo de nós é dar o primeiro passo na senda da felicidade.Sendo a felicidade resultante de uma série de conquistas, é, por isso mesmo, obra de educação.Através da auto-educação de nosso Espírito, lograremos paulatinamente a felicidade verdadeira.O reino de Deus — que é o do amor, da justiça e da liberdade — está dentro de nós, disseJesus com o peso de sua autoridade. Descobri-lo, torná-lo efetivo, firmar em nós o império dessereino, vencendo os obstáculos e os embaraços que se lhe opõem — tal é a felicidade.Para finalizar, concedamos a palavra a Leon Denis, o grande apóstolo da Nova Revelação:Como a educação da alma é o senso da vida, importa resumir seus preceitos em palavras:Aumentar tudo quanto for intelectual e elevado. Lutar, combater, sofrer pelo bem dos homens edos mundos. Iniciar seus semelhantes nos esplendores de verdadeiro e do belo. Amar a verdade ea justiça praticar para com todos a caridade, a benevolência tal é o segredo da FELICIDADE , tal é oDever, tal é a Religião que o Cristo legou a Humanidade.

Livro: Em torno do Mestre- Vinícius

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