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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O mordomo infiel

 O mordomo infiel
"Havia um homem rico, que tinha um administrador; e este lhe foi denunciado como esbanjadorde seus bens. Chamou-o e perguntou-lhe: Que é isto que ouço dizer de ti? dá conta datua mordomia; pois já não podes mais ser meu mordomo. Disse o administrador consigo: Quehei-de fazer, já que meu amo me tira a administração? Não tenho forças para cavar, demendigar tenho vergonha. Eu sei o que hei-de fazer para que, quando for despedido do meuemprego, me recebam em suas casas. Tendo chamado cada um dos devedores do seu amo,perguntou ao primeiro: Quanto deves ao meu amo? Respondeu ele: Cem cados de azeite.Disse-lhe, então: Toma a tua conta, senta-te depressa e escreve cinqüenta. Depoisperguntou a outro: E tu, quanto deves? Respondeu ele: Cem coros de trigo. Disse-lhe: Tomaa tua conta, e escreve oitenta. E o amo louvou o administrador iníquo, por haver procedidosabiamente; porque os filhos deste mundo são mais sábios para com sua geração do que osfilhos da luz. E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da iniqüidade, para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos. Quem é fiel no pouco,também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco, também é injusto no muito. Se, pois, nãofostes fiéis nas riquezas injustas, quem vos confiará as verdadeiras? E se não fostes fiéisno alheio, quem vos dará o que é vosso? Nenhum servo pode servir a dois senhores;porque ou há-de aborrecer a um e amar o outro, ou há-de unir-se a um e desprezar o outro.Não podeis servir a Deus e a Mamon." Personagens da Parábola: O amo ou proprietário: Deus.O mordomo infiel: o homem.Os devedores beneficiados: Nosso próximo.A propriedade agrícola: O mundo em que habitamos.Moralidade: o homem é mordomo infiel porque se apodera dos bens que lhe são confiados paraadministrar, como se tais bens constituíssem propriedade sua. Acumula esses bens, visandoexclusivamente a proveitos pessoais; restringe sua expansão, assenhoreia-se da terra cujacapacidade produtiva delimita e compromete. Enfim, todo o seu modo de agir com relação àpropriedade, que lhe foi confiada para administrar, é no sentido de monopolizá-la, segregá-la embenefício próprio, menosprezando assim os legítimos direitos do proprietário.Diante de tal irregularidade, o senhorio se vê na contingência de demiti-lo. Essa exoneração docargo verifica-se com a morte. Todo Espírito que deixa a Terra é mordomo demitido. A parábolafigura um, cuja prudência louva. E' aquele que, sabendo das intenções do amo a seu respeito ereconhecendo que nada lhe era dado alegar em sua defesa, procura, com os bens alheios aindaem seu poder, prevenir o futuro. E como faz? Granjeia amigos com a riqueza da iniqüidade, istoé, lança mão dos bens acumulados, que representam a riqueza do amo sob sua guarda, e, comela, beneficia a várias pessoas, cuja amizade, de tal forma, consegue conquistar.E o amo (Deus) louva a ação do mordomo (homem) que assim procede, pois esses a quem eleaqui na Terra beneficiara serão aqueles que futuramente o receberão nos tabernáculos eternos(paramos celestiais, espaço, céu, etc).O grande ensinamento desta importante parábola está no seguinte: Toda riqueza é iníqua. Nãohá nenhuma legítima no terreno das temporalidades. Riquezas legítimas ou verdadeiras sãounicamente as de ordem intelectual e moral: o saber e a virtude. Não assiste ao homem odireito de monopolizar a terra, nem de açambarcar os bens temporais que dela derivam. Seudireito não vai além do usofruto. Como, porém, todos os homens são egoístas e queremmonopolizar os bens terrenos em proveito exclusivo, o Mestre aconselha com muita justeza que, aomenos, façam como o mordomo infiel: granjeiem amigos com esses bens dos quais ilegalmentese apossaram.A parábola vertente contém, em suma, uma transcendente lição de sociologia, encerrando umlibelo contra a avareza e belíssima apologia da liberalidade e do altruísmo, virtudes cardeais doCristianismo .Obedecem ao mesmo critério, acima exposto, estes outros dizeres da parábola: Quem é fiel nopouco, também é fiel no muito. Se, pois, não fostes fiéis nas riquezas injustas, quem vos confiaráas verdadeiras? E se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso? Não podeis servir
  a dois senhores: a Deus e às riquezas.E' claro que a riqueza considerada como sendo
o pouco, como sendo a iníqua  e a alheia, é aquela que consiste nos bens temporais; e a riqueza reputada como sendo o muito, como sendo o frutoda justiça e que constitui legítima propriedade nossa, é aquela representada pelo saber, pelavirtude, pelos predicados de caráter, numa palavra, pela evolução conquistada pelo Espírito nodecurso das existências que se sucedem na eternidade da vida.A terra não constitui propriedade de ninguém: é patrimônio comum. E, como a terra, qualqueroutra espécie de bens, visto como toda a riqueza é produto da mesma terra. Ao homem édado desfrutá-la na proporção estrita das suas legítimas necessidades. Tudo que daí passa ouexcede é uma apropriação indébita.Não se acumula ar, luz e calor para atender aos reclamos do organismo. O homem serve-senaturalmente daqueles elementos, sem as egoísticas preocupações de entesourar.O testemunho eloqüente e insofismável dos fatos demonstra que o solo, quanto mais dividido eretalhado, mais prosperidade, mais riqueza e paz assegura aos povos e às nações.
"Radix omnium malorum est avaritia."

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