Enganam-se quantos imaginam que os espíritos obsessores não tenham
acesso à casa espírita, influenciando os medianeiros que nela trabalham.
Os espíritos têm acesso a qualquer lugar para o qual se sintam atraídos,
seja pelas atitudes de invigilância ou pelos pensamentos infelizes de
quem lhes ofereça sintonia.
Um centro espírita pode, perfeitamente, estar sob a direção espiritual
de entidades não evangelizadas, de espíritos que não tenham
comprometimento com o Evangelho. Díriramos mesmo que, determinados
núcleos espíritas, ou que se rotulem com tais, são verdadeiros
quartéis-generais de espíritos inimigos da Doutrina, entidades
pseudo-sábias e sofistas cuja única preocupação é a de estabelecer a
cizânia.
Na casa espírita onde predominem os bons sentimentos de seus
freqüentadores, o desejo do bem e o estudo da Doutrina, os espíritos
obsessores não têm acesso podem até, como na maioria das vezes acontece,
mover-lhe uma perseguição externa, na tentativa de atingi-la
indiretamente, mas não conseguem varar o bloqueio natural que a preserva
do assédio direto das trevas.
Existem pontos no centro espírita sobre os quais os seus dirigentes carecem de exercer uma maior vigilância.
Já tivemos oportunidade de nos referir aos perigos de uma reunião de
desobsessão desorganizada, levada a efeito sem os devidos cuidados
doutrinários. Uma outra atividade, todavia, que pode dar margem a muita
perturbação para o grupo é justamente a relacionada ao passe. Como
percebemos sempre uma tarefa ligada ao exercício da mediunidade.
Dentro da cabina de passe, os médiuns carecem estar sempre atentos,
cooperando na vigilância uns dos outros. Costuma ser ali que os
espíritos obsessores, valendo-se da proximidade física das pessoas,
encontram facilidade para se insinuarem com os seus pensamentos
maledicentes. Nada, por exemplo, de um médium atender sozinho no passe
uma pessoa do sexo oposto ou de sentir necessidade de tocar o corpo de
quem está se beneficiando dos recursos terapêuticos dispensados no
momento do passe. Nada, ainda, de dar passividade pela incorporação às
entidades espirituais que possivelmente estejam acompanhando o
assistido… A mediunidade legítima é sempre exercida com discrição.
Costumam ser no instante no passe, devido ao grande afluxo de encarnados
na instituição, que os médiuns se fragilizam a obsessão, não raro, pode
começar a se instalar por um simples olhar invigilante!
O médium ainda algo personalista, querendo se prevalecer sobre os
demais, não se contenta com a transmissão do passe transmite, a todo
momento, supostos recados do Mais Além a quem sai, fornece diagnósticos a
respeito de enfermidades inexistente, fazem previsões absurdas,
descrevem quadros de sua imaginação… Este comportamento necessita ser
combatido, para que, por exemplo, um médium de faculdades promissoras
não extrapole.
É na cabina de passes que muitos medianeiros começam a acalentar a idéia de um trabalho de cura só para si!
Quando o médium perde a simplicidade sentimento de auto defesa que lhe
garante imunidade contra a obsessão -, ele se transfigura em intérprete
da perturbação, passando a ser na casa espírita um problema de difícil
solução.
Odilon Fernandes
CENTROS MAL ORIENTADOS
Infelizmente, algumas casas espíritas prestam um desserviço à
Doutrina dão-nos a impressão de que foram construídas apenas para
atender a vaidade dos médiuns que as edificaram.
Não somos contrários aos diretores reconhecidamente bem intencionados e
idealistas que permanecem por longo tempo nos cargos que ocupam. A causa
espírita necessita dos que não abram mão de seus deveres para com ela.
Excesso de liberalidade doutrinária é tão prejudicial à casa espírita
quanto aos regimes ditatoriais impostos por alguns diretores, que
anseiam por se perpetuar nos postos de direção.
Por vezes, a renovação da diretoria é de vital importância para que a
casa espírita se renove em suas atividades, com a descentralização do
poder. No entanto precisamos reconhecer que, por outro lado, muitos
novos diretores costumam ser um desastre, pois, consentindo que o cargo
lhes suba à cabeça, tomam atitudes arbitrárias e passam a ser elementos
desagregadores.
Não se admite em um núcleo espírita, a luta pelo poder. Jesus nos
advertiu quanto aos perigos de uma casa dividida, afirmando que ela não
seria capaz de se manter de pé.
Nos centros espíritas de boa formação doutrinária, prevalece o espírito
de equipe; ninguém trabalha com o desejo de aparecer, de reter as chaves
da instituição no bolso, de modo que certas portas não sejam abertas
sem a sua presença… Não se tecem comentários desairosos sobre os
companheiros, como se, o que se pretendesse, fosse desestabilizá-los nas
tarefas que permanecem sob a sua responsabilidade.
Os dirigentes de uma instituição espírita necessitam ter pulso firme,
transparência nas decisões, fraternidade no trato para com todos,
submetendo-se sempre à orientação da Doutrina. Pontos de vista
estritamente pessoais não devem ter espaços no Movimento.
Centros espíritas mal orientados passam para a comunidade uma imagem
deturpada do Espiritismo. A divulgação da Doutrina começa pela fachada
de uma casa espírita. Até o seu ambiente físico carece ser acolhedor,
iluminado. Construções suntuosas muitas vezes espiritualmente estão
vazias. Os centros espíritas devem ter a preocupação de ser a
continuidade da Casa dos Apóstolos, em Jerusalém amparo aos desvalidos e
luz para os que vagueiam nas sombras, sempre, em nome do Senhor, de
portas descerradas à necessidade de quem quer que seja.
Num templo espírita é indispensável à divisão de tarefas; muitos núcleos
permanecem de portas fechadas na maioria dos dias da semana, porque os
seus dirigentes não sabem promover os companheiros… O ciúme e o apego
injustificável de muitos dirigentes acabam por deixar ocioso o espaço de
uma casa espírita, quase a semana inteira. Não vale a justificativa de
que os seareiros sejam poucos… Cuide-se das atividades doutrinárias de
base a evangelização e a mocidade e não se terá o problema de escassez
de braços para o trabalho doutrinário.
Nos centros mal orientados, nos quais o campo de serviço é restrito, os
Espíritos Superiores não têm muito que fazer. Quanto mais numerosas,
diversificadas e sérias as atividades de uma casa espírita, maior a
tutela da Espiritualidade e maior a equipe dos desencarnados que com ela
se dispõem a colaborar.
Os dirigentes, médiuns responderão pela sua omissão e arbitrariedade à frente de um núcleo espírita.
REUNIÃO DE DESOBSESSÃO I
Há de ser cautela na organização de uma tarefa ligada à desobsessão.
Para tanto, o grupo necessita estar bem estruturado, com um tempo mais
ou menos longo de convivência entre os seus componentes. O estudo sério e
metódico deve anteceder toda prática mediúnica.
A reunião de desobsessão tanto pode ser útil ao equilíbrio do grupo quanto nociva à sua harmonização.
Existem casas espíritas que começam a se desarticular a partir da
reunião mediúnica mal orientada, onde predomina o personalismo dos
médiuns e de seus dirigentes.
Convém lembrarmos que os desencarnados apenas agem quando encontram
campo de atuação. Os obsessores não podem ser responsabilizados
diretamente pela desorganização que impera num trabalho de natureza
mediúnica.
Os integrantes de uma casa espírita não devem ser afoitos na instalação
de uma reunião de enfermagem espiritual aos desencarnados. Semelhante
atividade, para ser levada a efeito de maneira proveitosa, carece de
recolhimento e seriedade.
Quanto mais o médium se apague, mais a luz da mediunidade nele resplandecerá!
Infelizmente, companheiros existem que, mal informados, direcionam as
tarefas mediúnicas que promovem no sentido de atender os seus caprichos –
digamos,promovem uma sessão de desobsessão particular, com o intuito de
abordarem o Mundo Espiritual com os seus questionamentos pessoais.
Na reunião de desobsessão é onde o espírita tem a oportunidade de
praticar a mais legítima caridade nada de indagações ao espírito
comunicante, exigindo provas de autencidade, nada de perguntar a ele
sobre a vida de outros confrades, valendo-se da oportunidade para saber
de terceiros mais do que deve…
A tarefa mediúnica necessita de ordem, disciplina, sinceridade de
propósitos. Se a intenção dos médiuns não for boa, breve estarão a mercê
de espíritos que os fascinem, mostrando-se completamente refratários às
orientações que recebam em advertência.
Atividades mediúnicas sérias solicitam especialização, ou seja: em
alguns tem os espíritas, a reunião de assistência espiritual aos
desencarnados mistura-se às chamadas reuniões de cura ou, ainda,
dedica-se, registrando a palavras dos espíritos, a solucionar problemas
de ordem interna. A reunião de desobsessão é organizada com o propósito
de auxiliar no esclarecimento dos espíritos infelizes, ainda apegados a
questões materiais, e não para submeter as entidades comunicantes a
injustificável interrogatório.
Quando a reunião não tem bases sólidas, dá margem a inúmeras
mistificações, ensejando que medianeiros desavisados tomem este ou
aquele partido.
A faculdade mediúnica não pode ser direcionada para o interesse
particular de quem quer que seja incluindo o do medianeiro. Quando tal
acontece, ela perde o que lhe confere maior credibilidade a
espontaneidade.
Somos, pois, de opinião que a casa espírita não deve priorizar
atividades mediúnicas, em detrimento das tarefas doutrinárias de
esclarecimento público, mesmo porque as reuniões consagradas ao estudo
da Doutrina se constituem em genuínas sessões de desobsessão, pois obram
com base na evangelização de encarnados e desencarnados.
A obsessão é um envolvimento psíquico – o que o obsidiado escuta, o
obsessor registra. Ninguém sai de um processo obsessivo, sem que se
decida pela reforma interior. Não adianta afastar o verdugo da vítima,
sem que a vítima tome a decisão de romper com o verdugo!
ODILON FERNANDES- CONVERSANDO COM OS MÉDIUNS
Fontes: http://www.batuiranet.com.br/espiritismo/1510/estudando-a-desobsessao-ii-odilon-fernandes-espirito/