EADE - LIVRO I
ROTEIRO 13
Objetivos
• Destacar os acontecimentos significativos que marcaram
as viagens do apóstolo Paulo.
IDÉIAS PRINCIPAIS
CRISTIANISMO E ESPIRITISMO
MÓDULO II - O CRISTIANISMO
• As viagens missionárias de Paulo revelaram a sua missão especial como “Apóstolo
dos gentios”. Iniciadas, aproximadamente, no ano 33 da era cristã, Paulo consagrou
toda a sua existência ao serviço do Cristo. Bíblia de Jerusalém: As epístolas de São
Paulo, p. 1954.
• Paulo realizou quatro viagens missionárias. A primeira missão apostólica, no início
dos anos 40, fá-lo anunciar o evangelho em Chipre, Pontífia, Psídia e Licaônia (At
13-14), foi então, segundo Lucas, que ele começou a usar seu nome romano Paulo,
de preferência ao nome judaico Saulo (At 13:9) [...]. Bíblia de Jerusalém: As epístolas
de São Paulo, p. 1954.
• Na segunda viagem apostólica, Paulo se separa de Barnabé e João Marcos, que
seguem para Chipre (At 15:36-39), enquanto o apóstolo dos gentios, em companhia
de Silas, vai para a Síria e Cilícia; Derbe e Listra (onde encontra Timóteo - não o
apóstolo); Frígia e Galácia; Mísia e Trôade. (At 15:40-41; 16:1-8)
• A terceira viagem de Paulo ocorreu ao longo das localidades situadas no
mediterrâneo, saindo de Antioquia, indo a Éfeso, Filipos, Tessalônica, Acaia e
seguindo o roteiro que o conduziria a Jerusalém, passando por Tiro e Cesaréia.
• A última viagem missionária foi a Roma, saindo de Jerusalém, passando por Chipre,
Rodes e Creta, na Grécia, alcançando a Sicília e o sul da Itália. Após a sua estadia
em Roma, segue viagem para a Espanha, segundo informações de Emmanuel.
AS VIAGENS MISSIONÁRIAS
DO APÓSTOLO PAULO
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
Paulo estava convencido que na estrada de Damasco o Senhor o encarregara
de levar o Evangelho aos povos gentílicos. Entretanto, compreendia que
os judeus, seus irmãos de raça, deveriam também conhecer a mensagem de
Jesus. Segundo relata Atos dos Apóstolos, «[...] sua prática usual era ir primeiro
à sinagoga local. Gálatas, 2:7-9, no entanto, indica que sua atividade era, de
maneira manifesta, dirigida aos gentios.» 2
Nas suas viagens visitou a maioria dos centros urbanos de destaque do
mundo antigo, como os da Grécia, da Ásia Menor, além de Roma e Espanha.
Passou por muitas atribulações, mas, de Espírito inquebrantável, conseguiu
levar o Evangelho a inúmeros corações sequiosos de paz e de esclarecimento.
Por onde passava, fundou igrejas ou núcleos de estudo do Evangelho.
Os convertidos ao Cristianismo e seguidores de Paulo eram, em geral,
escravos do Império Romano. A sua oratória exuberante atraia, também,
romanos cultos, pertencentes à classe alta.
Alguns eram claramente pessoas influentes, do tipo que levava litígios pessoais aos
tribunais de justiça, e que podia se permitir fazer doações para as boas causas. Os companheiros
de trabalho de Paulo desfrutavam também do estilo de vida tipicamente móvel
das classes mais altas; na ausência das igrejas instaladas em prédios, a comunidade cristã
dependia da generosidade de seus membros mais ricos para fornecer instalações para
o culto coletivo e hospitalidade para pregadores ambulantes. Ao mesmo tempo, Paulo
tinha a convicção de que o Evangelho transcendia as barreiras de raça, sexo e classe, e
insistia na igualdade de todos os crentes. 3
SUBSÍDIOS
MÓDULO II
Roteiro 13 Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
EADE -
Roteiro 13 - As viagens missionárias do apóstolo Paulo
1. As viagens missionárias do apóstolo Paulo
1.1 - A primeira viagem
A missão apostólica, propriamente dita, tem início em Antioquia, entre os
anos de 45 e 49. Paulo e Barnabé – seguidos do jovem João Marcos, autor do
segundo evangelho, – partem para propagar a Boa Nova, em terras distantes.
(Atos dos Apóstolos, 12:25)
De Antioquia vai a Chipre e Salamina; daí seguem até Pafos, onde encontra
um mago, falso profeta, chamado Bar-Jesus (ou Elimas) que tudo fez para
impedir o Procônsul Sérgio Paulo de ouvir a pregação de Paulo e Barnabé.
Paulo, entretanto, neutralizou a ação de Elimas, de forma que o Procônsul ficou
maravilhado pela Doutrina do Senhor. (Atos dos Apóstolos, 13:4-12)
De Pafos, alcançam Perge, da Panfília. João Marcos se separa do grupo,
retornando a Jerusalém.
Paulo e Barnabé saem de Perge e chegam a Antioquia da Psídia. (Atos dos
Apóstolos, 13:13-14)
Nessa localidade, os apóstolos atraíram grande multidão para ouví-los.
Entretanto, os judeus encheram-se de inveja e promoveram acirrada perseguição,
obrigando Paulo e Barnabé seguirem viagem para Icônio. (Atos dos
Apóstolos, 13:44-52)
Em Icônio, os dois mensageiros do Evangelho sofrem ultrajes e apedrejamentos
por parte dos membros da sinagoga, enciumados da boa receptividade
dos judeus e gregos que se maravilharam com os ensinos de Jesus. Paulo
e Barnabé fogem então, para Listra e Derbe, cidades da Licaônia. (Atos dos
Apóstolos, 14: 1-7)
Devido à boa recepção dos povos pagãos, o apóstolo começa a usar o «[...]
seu nome grego Paulo, de preferência ao nome judaico Saulo [...], e é também
então que ele suplanta seu companheiro Barnabé, em razão de sua preponderância
na pregação.» 1 (Atos dos Apóstolos,14:12)
Retornando a Antioquia, levanta-se ali a primeira controvérsia entre os
cristãos, procedentes de Jerusalém e ainda presos às tradições do Judaísmo,
que pretendiam impor a observância da lei moisaica aos cristãos convertidos,
provenientes do paganismo. Os cristãos de Antioquia decidem, então, enviar
Paulo e Barnabé a Jerusalém, para discutir o assunto com os apóstolos. (Atos
dos Apóstolos,15:2) Assim, catorze anos após a sua conversão (Gálatas, 2:1),
em 49, volta Paulo a Jerusalém para participar de um concílio apostólico,
onde seria aceito como apóstolo, com missão junto aos gentios, oficialmente
reconhecida. 1 (Gálatas, 2:2) Reuniram-se Pedro, Tiago e seus colaboradores,
constituindo o chamado «Assembléia ou Concílio de Jerusalém».
Nesse concílio ficou determinado que os cristãos de origem gentílica ou
judaica, teriam total liberdade para seguir, ou não, os rituais disciplinares
impostos pela lei moisaica, evitando, porém, manifestações idólatras. (Atos
dos Apóstolos, 15:1-30)
1.2 - A segunda viagem de Paulo
Esta viagem ocorreu, possivelmente, entre os anos 50 a 52. Paulo se encontrava
em Antioquia (Atos dos Apóstolos, 15:30-35) em companhia do apóstolo
Barnabé, do evangelista João Marcos e de mais dois amigos: Silas – cristão da
igreja de Antioquia – e Timóteo, discípulo da igreja de Listra (Licaônia), que
seriam seus companheiros de viagem, uma vez que Barnabé e Marcos foram
pregar em Chipre.
Os três viajantes (Paulo, Silas e Timóteo), por onde passavam fundavam
igrejas «[...] confirmadas na fé e crescidas em número, de dia a dia.» (Atos dos
Apóstolos, 16:4-5) Mais tarde, os três atravessaram a Frígia, indo até Listra e
Icônio. Seguiram para o norte passando pela região da Galácia: Trôade, Filipos,
Anfípolis, Beréia chegando à Ásia Menor. (Atos dos Apóstolos, 16:6-10) Em
Trôade Paulo teve uma visão de um macedônio que pedia-lhe auxílio. (Atos
dos Apóstolos, 16:9-10) Ao acordar, seguiu viagem para a Macedônia que
até a sua principal cidade, Filipos, uma colônia romana. Aí, Paulo libertou
uma mulher, que praticava a arte da adivinhação, subjugada por um Espírito
malévolo. A libertação espiritual da médium, porém, provocou ira nos que
se beneficiam das consultas mediúnicas. Assim, aprisionaram Paulo e Silas,
levando-os à presença dos magistrados sob alegação que eles estavam perturbando
a ordem imposta pelos romanos, relacionada às pregações religiosas.
Os dois discípulos sofreram graves agressões físicas, inclusive uma surra de
vara, antes de serem jogados na prisão, com os pés amarrados a um cepo. (Atos
dos Apóstolos, 16: 16-24) À noite, Paulo e Silas puseram-se a orar dentro da
prisão. De repente, sobreveio um terremoto de tal intensidade que abalou os
alicerces do cárcere. Imediatamente abriram-se todas as portas e os grilhões
se soltaram, libertando-os. (Atos dos Apóstolos, 16: 25-40)
Saindo de Filipos, partiram para Tessalônica, atravessando Anfípolis e
Apolônia. Por três sábados seguidos pregou na sinagoga tessalonicense, explicando
que Jesus era o Messias aguardado. (Atos dos Apóstolos, 17: 1-4) A
opinião dos judeus ficou, então, dividida, ocorrendo conflitos que obrigaram
Paulo e Silas a partirem para Beréia, onde foram bem recebidos. No entanto,
os convertidos de Beréia providenciaram a partida dos dois para Atenas, uma
vez que os judeus enfurecidos da Tessalônica haviam seguido Paulo e Silas
para prendê-los. (Atos dos Apóstolos, 17:10-14)
O sonho de Paulo era pregar em Atenas, terra dos filósofos e de homens
cultos. A sua pregação no areópago, no entanto, a despeito de fervorosa e
bela, não mereceu a devida atenção dos intelectuais, vaidosos e superficiais,
que zombaram das sinceras convicções do pregador do Cristo, especialmente
quando este abordou a questão da ressurreição. Raros, como Dionísio, o areopagita
(membro do tribunal, juiz), e uma mulher por nome Dâmaris, ouviram
e aceitaram as idéias expostas por Paulo. (Atos dos Apóstolos, 17:15-34)
O contato de Paulo com os atenienses, no Areópago, apresenta lição interessante aos
discípulos novos. [...] É possível que a assembléia o aclamasse com fervor, se sua palavra
se detivesse no quadro filosófico das primeiras exposições. Atenas reverenciá-lo-ia, então,
por sábio [...]. Paulo, todavia, refere-se à ressurreição dos mortos, deixando entrever
a gloriosa continuação da vida, além das ninharias terrestres. Desde esse instante, os
ouvintes sentiram-se menos bem e chegaram a escarnecer-lhe a palavra amorosa e sincera,
deixando-o quase só.
O ensinamento enquadra-se perfeitamente nos dias que correm. Numerosos trabalhadores
do Cristo [...] são atenciosamente ouvidos e respeitados por autoridades nos assuntos
em que se especializaram; contudo, ao declararem sua crença na vida além do corpo, em
afirmando a lei de responsabilidade, para lá do sepulcro, recebem, de imediato, o riso
escarninho dos admiradores de minutos antes, que os deixam sozinhos, proporcionandolhes
a impressão de verdadeiro deserto. 4
Saindo de Atenas, Paulo foi para Corinto, onde conheceu o casal Áquila
e Priscilla, judeus recém-chegados da Itália. Ficou quase dois anos em Corinto,
pregando na sinagoga e dedicando-se à fabricação de tendas. Muitos se
converteram ao Cristianismo e aceitaram Jesus como o Messias. (Atos dos
Apóstolos, 18:1-4) Em Corinto, ele escreveu as duas cartas aos tessalonicenses.
Sendo continuamente hostilizado por alguns judeus, regressa a Antioquia,
acompanhado, até Éfeso, por Áquila e Priscila (Atos dos Apóstolos, 18:19-22)
permanecendo algum tempo em Cesaréia.
1.3 - A terceira viagem de Paulo
Esta viagem aconteceu no período de 53 a 58 da nossa era. Começa em
Antioquia e termina em Jerusalém. De Antioquia Paulo viaja para Éfeso. Por
dois anos anda por toda a Ásia Menor, anunciando o Evangelho, fundando
inúmeras igrejas e promovendo a conversão de inúmeros gentios. Os seus
companheiros de viagem, apoio imprescindível na difusão do Cristianismo,
foram Timóteo (não um dos doze apóstolos) e Erasto. (Atos dos Apóstolos,
19:1-22) Nesse período escreve as cartas aos gálatas e a primeira aos corintios.
Retorna a Éfeso onde fica algum tempo com João, o evangelista.
O progresso do Cristianismo em Éfeso produziu um decréscimo no
movimento comercial e religioso, do célebre santuário de Artemis (Artemisa
ou Diana) ali existente. Tal situação provocou um motim, encabeçado pelos
ourives e negociantes devocionais, obrigando Paulo abandonar a cidade. (Atos
dos Apóstolos, 19:23-41) Seguiu, então, para Macedônia e Acaia, acompanhado
por alguns discípulos: Sópratos, Aristarco, Segundo, Gaio, Timóteo, Tíquico
e Trófimo. (Atos dos Apóstolos, 19:21-40; 20:1-6)
Embarcando em Filipos, escreve a segunda epístola aos coríntios, e empreende
viagem para Jerusalém.
Fez escalas em Trôade, Mileto, Tiro e outras cidades, chegando a Jerusalém,
no ano 58. Paulo e seus companheiros foram bem recebidos pelos irmãos
cristãos, e por Tiago e Pedro. (Atos dos Apóstolos, 20:7-38; 21:1-26)
Antes de seguir viagem para Jerusalém, Paulo sofreu perseguição de alguns
judeus enfurecidos que o mantiveram prisioneiro em Cesaréia por dois
anos. Nessa cidade, Paulo estreitou os laços de amizade com Filipe, um dos
doze apóstolos, que ali vivia com as suas quatro filhas profetizas. (Atos dos
Apóstolos 21:8-10)
Chegando em Jerusalém Paulo foi até a casa de Tiago (possivelmente,
Tiago filho de Alfeu) e, indo ao Templo, foi preso. (Atos dos Apóstolos, 21:17-
34)
Percebendo que seria morto se permanecesse prisioneiro em Jerusalém,
Paulo apela ao Procurador da Galiléia (Festo) para ser submetido ao julgamento
de César uma vez que era cidadão romano. (Atos dos Apóstolos, 21:34-40;
22:1-29)
Após os esclarecimentos que Paulo prestou ao tribuno romano, foi, então,
enviado a Roma para ser julgado. (Atos dos Apóstolos, 23:10-11)
223
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
EADE - Roteiro 13 - As viagens missionárias do apóstolo Paulo
1.4 - A última viagem de Paulo (viagem a Roma)
Lucas narra todas as peripécias dessa viagem marítima: o naufrágio, o
refúgio em Malta e chegada em Roma. (Atos dos Apóstolos, 27:3-28;15) Ali
permaneceu em prisão domiciliar durante dois anos, recebendo visitas e trabalhando
na pregação do Evangelho. (Atos dos Apóstolos, 28:30-31) São
deste período as cartas do cativeiro: a Filemon, aos colossenses, aos efésios e
aos filipenses.
Há indicações que Paulo foi libertado no ano 63, situação que lhe permitiu
executar antigo projeto de pregar o Evangelho na Espanha, “nos confins do
mundo”, como afirmou em sua epístola aos romanos, 15:24.
Alguns estudiosos têm dúvidas se, efetivamente, Paulo pregou a Boa Nova
na Espanha, até porque não é fácil reconstruir o itinerário dessa última viagem.
Sabemos que ele voltou a Éfeso e dali partiu para Macedônia. Também esteve
em Creta (I Timóteo, 1:5), em Corinto e em Mileto (II Timóteo, 4:19-20). Nesse
período escreveu duas cartas: a primeira a Timóteo e a de Tito. Foi preso em
66 e levado de volta a Roma.
Emmanuel esclarece que Paulo foi à Espanha onde difundiu o Evangelho,
partindo para este país quando da chegada de Pedro a Roma.
Alegando que Pedro o substituíra com vantagem, debilerou embarcar no dia prefixado,
num pequeno navio que se destinava à costa gaulesa. [...] Acompanhado de Lucas,
Timóteo e Dimas, o velho advogado dos gentios partiu ao amanhacer de um dia lindo,
cheio de projetos generosos. A missão visitou parte das Gálias, dirigindo-se ao território
espanhol, demorando-se mais na região de Tortosa. 5
Enquanto Paulo estava na Espanha ocorreu a prisão do apóstolo João, que
ficou mantido sob vigilância nos cárceres imundos do Esquilino; Pedro envia
mensagem a Paulo, suplicando-lhe intercessão junto às autoridades romanas,
seus conhecidos, em benefício do filho de Zebedeu. Paulo interrompe, então,
seu trabalho evangélico na Espanha e retorna imediatamente a Roma. O ano
64 seguia o seu curso normal, indiferente às aflições que se abatiam sobre numerosos
cristãos. 6
Tempos depois, Paulo é outra vez aprisionado em Roma.
Este segundo cativeiro foi mais penoso do que o primeiro, pois o apóstolo
ficou em prisão comum, considerado malfeitor (desde o ano de 64, o nome
cristão era sinônimo de marginal por ordem do imperador Nero). Escreve a
segunda epístola a Timóteo. O texto existente em II Timóteo, 4:11, é considerado
o testamento do apóstolo. Supõe-se que escreveu a epístola aos hebreus
entre os anos 64-66, em Roma, ou talvez em Atenas. Segundo a tradição, foi
decapitado no ano 67, em Roma.
São tocantes momentos finais do apóstolo Paulo. Emocionadíssimo, escreve
a sua última epístola (a segunda, destinada a Timóteo), amparado pela
presença amiga de Lucas. 7 A firmeza de sua fé, a convicção irredutível no amor
do Cristo são grandiosas, envolvendo Tigilino, seu carrasco, que, trêmulo,
lastima ter que decapitá-lo. 8
Do outro lado, no plano espiritual, amigos sinceros o aguardavam, sendo
inicialmente abraçado por Ananias, aquele que lhe restituiu a visão nos
idos tempos, após os acontecimentos na estrada de Damasco. 9 Mais tarde,
encontra Gamaliel que, reunidos em caravana, viajam por todos os lugares
onde peregrinou, chegando em Jerusalém, no calvário, local onde Jesus foi
crucificado. A luminosa caravana espiritual ora fervorosamente, envolvidos
em júbilos elevados. Paulo vê, então, surgir à sua frente a radiante figura de
Jesus que tem, ao seu lado, Estêvão e Abigail. «[...] Deslumbrado, arrebatado,
o Apóstolo apenas pôde estender os braços, porque a voz lhe fugia no auge
da comoção.» 10
1. BÍBLIA DE JERUSALÉM. As epístolas de São Paulo. Nova edição, revista e
ampliada. São Paulo: Paulus, 2002, p. 1954.
2. DICIONÁRIO DA BIBLIA. Vol. 1: As pessoas e os lugares. Organizado por
Bruce M. Metzger e Michael D. Coogan. Tradução de Maria Luiza X. de A.
Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2002, p. 247.
3. ______. p. 247-248.
4. XAVIER, Francisco Cândido. Pão nosso. Pelo Espírito Emmanuel. 27. ed.
Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 114 (Novos atenienses), p. 243-244.
5. ______. Paulo e Estêvão. Episódios históricos do Cristianismo primitivo.
Pelo Espírito Emmanuel. 43. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Segunda parte,
cap. 10 (Ao encontro do Mestre), p. 648.
6. ______. p. 650-652.
7. ______. p. 678-679.
8. ______. p. 683.
9. ______. p. 684-685.
10. ______. p. 688-689.
REFERÊNCIAS
EADE - Roteiro 13 - As viagens missionárias do apóstolo Paulo
226
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
Realizar um estudo que tenha como base
o levantamento dos fatos mais importantes que
caracterizem as viagens de Paulo, em seu trabalho
de evangelização. Veja, em anexo, o roteiro das
viagens.
ORIENTAÇÕES AO MONITOR
EADE - Roteiro 13 - As viagens missionárias do apóstolo Paulo
227
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
1ª Viagem de Paulo
Fonte: FEB
Caros amigos leitores , gostaríamos, na medida do possível ,contar com a interação de todos ,através de comentários , tornando se seguidores deste blog divulgando para seus conhecidos ,para que assim possamos estudar e aprendermos juntos , solidários e fraternos. Inscrevam-se no blog!
sábado, 8 de junho de 2013
quarta-feira, 5 de junho de 2013
EVANGELIZAÇÃO (...)"A grande necessidade, ainda e sempre, é a da evangelização íntima, para que todos os operários da causa da verdade e da luz conheçam o caminho de suas atividades regeneradoras"...
EVANGELIZAÇÃO
Emmanuel
Todos os estudiosos que
solicitam de amigos do Além um roteiro de orientação não devem esquecer o
Evangelho de Jesus, roteiro das almas em que cada coração deve beber o
divino ensinamento para a marcha evolutiva.
Habitualmente,
invoca-se a velhice de sua letra e a repetição de seus enunciados. O
Espírito do Evangelho de Cristo, porém, é sempre a luz da vida.
Determinados companheiros buscam justificar o cansaço das fórmulas,
alegando que em Espiritismo, temos obras definitivas da revelação, com o
sabor de novidade preciosa, em matéria de esclarecimento geral e esforço
educativo. O Evangelho, todavia, é como um Sol de espiritualidade. Todas
essas obras notáveis dos missionários humanos, na sua tarefa de
interpretação, funcionam como telescópios, aclarando-lhe a grandeza. É que
a sua luz se dirige à atmosfera interior da criatura, intensificando-se no
clima da boa vontade e do amor, da sinceridade e da singeleza.
A missão do Espiritismo
é a do Consolador, que permanecerá entre os homens de sentimento e de
razão equilibrados, impulsionando a mentalidade do mundo para uma esfera
superior. Vindo em socorro da personalidade espiritual que sofre, nos
tempos modernos, as penosas desarmonias do homem físico do planeta,
estabelece o Consolador a renovação dos valores mais íntimos da criatura e
não poderá executar a sua tarefa sagrada, na hipótese de seus
trabalhadores abandonarem o esforço próprio, no sentido de operar-se o
reajustamento das energias morais de cada indivíduo.
A capacidade
intelectual do homem é restrita ao seu aparelhamento sensorial; todavia, a
iluminação de seu mundo intuitivo o conduz aos mais elevados planos de
inspiração, onde a inteligência se prepara, em face das generosas
realizações que lhe compete atingir no imenso futuro espiritual.
A grande necessidade,
ainda e sempre, é a da evangelização íntima, para que todos os operários
da causa da verdade e da luz conheçam o caminho de suas atividades
regeneradoras, aprendendo que toda obra coletiva de fraternidade, na
redenção humana, não se efetua sem a cooperação legítima, cuja base é o
esclarecimento sincero, mas também é a abnegação, em que o discípulo sabe
ceder, tolerar e amparar, no momento oportuno.
Para a generalidade
dessa orientação moral faz-se indispensável que todos os centros de estudo
doutrinário sejam iluminados pelo Espiritismo evangélico, a fim de que a
mentalidade geral se aplique à luta da edificação própria, sem fetichismos
e sem o apoio temporal de forças exteriores, mesmo porque se Jesus
convocou ao seu coração magnânimo todos os que choram com o “vinde a mim,
vós os que sofreis”, também asseverou “tomai a vossa cruz e segui-me!...”,
esclarecendo a necessidade de experiências edificantes no círculo
individual.
Resumindo, somos
compelidos a concluir que, em Espiritismo, não basta crer. É preciso
renovar-se. Não basta aprender as filosofias e as ciências do mundo, mas
sentir e aplicar com o Cristo.
De “Relicário de Luz”, de Francisco Cândido Xavier
A Árvore do Tempo
a árvore do
tempo
Irmão X
Quando o Anjo da Morte
cumpriu suas atribuições junto aos primeiros homens que habitavam a Terra, houve
grande revolta entre os que eram separados da vestimenta material. O generoso
missionário sentiu-se crivado de observações ingratas. No íntimo, as almas
guardavam a certeza, relativamente às finalidades gloriosas de seus destinos.
Todas haviam sido chamadas à existência para se elevarem ao Trono de Deus;
entretanto, nenhuma se conformava com a própria situação.
Debalde o sábio mensageiro
procurava lembrar o objetivo divino e esclarecer a excelência de sua cooperação.
Os homens, porém, cobriam-no de impropérios, alegando os trabalhos incompletos
que haviam deixado sobre a face do mundo. Uns recordavam as famílias ameaçadas
sem a sua presença, outros comentavam as nobres intenções com que se atiravam na
Terra aos serviços da evolução. E as lágrimas se confundiam com os gritos de
desespero irremediável.
*
Acabrunhado pelos
acontecimentos, o solícito missionário, como quem começa um serviço sem o
conhecimento de toda a sua complexidade e extensão, suplicou ao Senhor o socorro
de seu auxilio divino, de modo a fazer face à situação.
Foi por esse motivo que o
Salvador veio al encontro da grande fileira de Espíritos infortunados,
acercando-se de suas amarguras com a inesgotável generosidade e sabedoria de
sempre.
*
_ Ah! Senhor _ exclamou um
dos infelizes _ O Anjo da Morte nos reduziu à miserável condição de escravos sem
esperanças. Sabemos que a nossa marcha se dirige ao Altíssimo; entretanto, fomos
subtraídos ao laborioso esforço de preparação na Terra...
_ Existem, porém, outros
planos à espera de vossas atividades _ esclareceu o interpelado com bondade
carinhosa. _ O planeta terrestre não é o único santuário consagrado à vida. Além
disso, o mensageiro da morte não é um tirano e sim um benfeitor que personifica
a grande lei de renovação.
A essas palavras, todavia,
a pequena turba avançou a reclamar lamentosamente, invocando as razões que a
vinculavam ao mundo terreno.
_ Jamais me poderei
separar dos filhos idolatrados _ dizia um velhinho de semblante inquieto _ não
desejo marchar sem a afetuosa companhia deles! Não me submetais ao sacrifício
insuportável da separação!
*
_ Meu esposo _ bradava uma
pobre mulher _ clama por mim, dia e noite!... Meu estado de inquietação é
angustioso!... Não creio que possa ser feliz, nem mesmo nas claridades do
Paraíso!...
_ E minha fazenda? _
Ponderava ainda outro, em tom de súplica. _ Não permitais que meus trabalhos
sejam interrompidos... Assim procedo, Senhor, em obediência ao dever de velar
pelos patrimônios que me conferistes!...
_ Nunca julguei _
comentava um jovem, desesperadamente _ que o Anjo da Morte me roubasse o sonho
do noivado, quase no instante de minha desejada ventura... Nada mais conservo em
meus olhos, senão o derradeiro quadro de minha companheira a chorar... Não
haverá compaixão no céu para uma aspiração justa e santa da Terra?...
*
Nesse instante, o Senhor
entrou em grande meditação, mostrando triste o semblante. A pequena multidão
continuou revelando o grau de seu desespero em rogativas dolorosas. Dando a
entender pelo seu silêncio a importância e a complexidade das aquisições que os
Espíritos da Terra necessitavam realizar, prosseguiu por largo tempo em serenas
reflexões e, quando se aquietou o ânimo geral, em forte expectativa, tomou a
palavra na assembléia e falou solenemente:
_ Conheço a extensão das
vossas necessidades, mas não disponho de tempo para velar pessoalmente pela
solução dos vossos problemas particulares, mesmo porque não sois os meus únicos
tutelados. Se pretendesse convencer-vos pela palavra, não sairíamos, talvez, dos
círculos escuros da contendas e, se desejasse acompanhar-vos, individualmente,
nas experiências indispensáveis, teria de me acorrentar aos fluidos da Terra por
milênios, descurando de outros deveres sagrados confiados ao meu coração por
Nosso Pai! Estarei convosco, por todos os séculos, ligado perenemente ao vosso
amor, mas não posso estacionar à maneira de um homem. Tenho de agir e trabalhar
por todos, sem o capricho de amar somente a alguns.
A presente situação,
porém, será remediada. Dar-vos-ei, doravante, a árvore bendita do tempo.
Fonte: Livro “Doutrina E
Aplicação”. - Psicografia Chico Xavier - Espíritos Diversos.
Digitado por: Maria Luiza
da Silveira Chaves.
DEPRESSÕES
DEPRESSÕES
Emmanuel
Se trazes o Espírito
agoniado por sensações de pessimismo e tristeza, concede ligeira pausa a
ti mesmo, no capítulo das próprias aflições, a fim de raciocinar.
*
Se alguém te
ofendeu, desculpa.
Se feriste alguém,
reconsidera a própria atitude.
Contratempos do
mundo estarão constantemente no mundo, onde estiveres.
Parentes difíceis
repontam de todo núcleo familiar.
Trabalho é Lei do
Universo
Disciplina é
alicerce da educação.
Circunstâncias
constrangedoras, assemelham-se a nuvens que aparecem no firmamento de
qualquer clima.
Incompreensões com
relação a caminhos e decisões que se adote são empeços e desafios, na
experiência de quantos desejem equilíbrio e trabalho.
Agradar a todos, ao
mesmo tempo, é realização impossível.
Separações e
renovações representam imperativos inevitáveis do progresso espiritual.
Mudanças equivalem a
tratamento da alma, para os ajustes e reajustes necessários à vida.
Conflitos íntimos
atingem toda criatura que aspire a elevar-se.
Fracassos de hoje
são lições para os acertos de amanhã.
Problemas enxameiam
a existência de todos aqueles que não se acomodam com estagnação.
*
Compreendendo a
realidade de toda pessoa que anseie por felicidade e paz, aperfeiçoamento
e renovação, toda vez que sugestões de desânimo nos visitem a alma,
retifiquemos em nós o que deva ser corrigido e abraçando o trabalho que a
vida nos deu a realizar, prossigamos à frente.
Do Livro “Coragem”.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
NO DOMÍNIO DAS PROVAS
NO DOMÍNIO DAS PROVAS
Emmanuel
Imaginemos um pai que, a pretexto de amor, decidisse
furtar um filho querido de toda relação com os revezes do mundo.
Semelhante rebento de tal devoção afetiva seria mantido em
sistema de exceção.
Para evitar acidentes climáticos inevitáveis, descansaria
exclusivamente na estufa, durante a fase de berço e, posto a cavaleiro, de
perigos e vicissitudes, mal terminada a infância, encerrar-se ia numa
cidadela inexpugnável, onde somente prevalecesse a ternura paterna, a
empolgá-lo de mimos.
Não freqüentaria qualquer educandário, a fim de não aturar
professores austeros ou sofrer a influência de colegas que não lhe
respirassem o mesmo nível; alfabetizado, assim, no reduto doméstico,
apreciaria unicamente os assuntos e heróis de ficção que o genitor lhe
escolhesse.
Isolar-se-ia de todo o contacto humano para não arrostar
problemas e desconheceria todo o noticiário ambiente para não recolher
informações que lhe desfigurassem a suavidade interior.
Candura inviolável e ignorância completa.
Santa inocência e inaptidão absoluta.
Chega, porém, o dia em que o genitor, naturalmente
vinculado a interesses outros, se ausenta compulsoriamente do lar e,
tangido pela necessidade, o moço é obrigado a entrar na corrente da vida
comum.
Homem feito, sofre o conflito da readaptação , que lhe
rasga a carne e a alma, para que se lhe recupere o tempo perdido, e o
filho acaba, enxergando insânia e crueldade onde o pai supunha cultivar
preservação e carinho.
A imagem ilustra claramente a necessidade da encarnação e
da reencarnação do espírito nos mundos; inumeráveis da imensidade cósmica,
de maneira a que se lhe apurem as qualidades e se lhe institua a
responsabilidade na consciência.
Dificuldades e lutas semelham materiais didáticos na
escola ou andaimes na construção; amealhada a cultura, ou levantado o
edifício, desaparecem uns e outros.
Abençoemos, pois, as disciplinas e as provas com que a
Infinita Sabedoria nos acrisolam as forças, enrijando-nos o caráter.
Ingenuidade é predicado encantador na personalidade, mas
se o trabalho não a transfigura em tesouro de experiência, laboriosamente
adquirido, não passará de flor preciosa a confundir-se no pó da terra, ao
primeiro golpe de vento.
(De “Coragem”, de
Francisco Cândido Xavier – Espíritos Diversos)
ASSUNTO E TENTAÇÃO
ASSUNTO E
TENTAÇÃO
Cornélio Pires
Deseja você saber,
Meu caro Joaquim
Frazão,
De que maneira vencer
A força da tentação.
Quero crer que você
pensa
Que a morte, em si,
nos ajeita
Para viver entre os
anjos
Em paz na vida
perfeita.
No entanto, não é
assim...
A pessoa unicamente
Prossegue desencarnada
Em dimensão diferente.
Aí começa o conflito
Em que ainda me
concentro:
Por fora, é muita
mudança
E nós, os mesmos por
dentro.
Nesses instantes, a
sós,
Contamos, na revisão,
O tempo que se perdeu
Nos dias de
provação...
Quanta vitória às
avessas
Entre sonhos em
falência!...
Triunfo em nós e por
nós
Exige, em linhas
gerais,
A decisão de servir
Agüentando sempre
mais.
A tentação me parece
Gênio mau em nosso
peito,
Quer vantagem sem
trabalho,
Quer desejo
satisfeito.
Reclama prêmios em
tudo,
Tem ânsias de dominar,
Quando está junto dos
outros
Quer o primeiro lugar.
Não consegue perceber
Se fere ou se grita em
vão,
Em lucro, posse ou
poderão
Quer a parte do leão.
Em razão disso, meu
caro,
Na tentação, não a
tente;
Muito mais vale
humilhar-se
Que agir
desastradamente.
Se alguém lhe agita a
cabeça
Mesmo estando quase
louco,
Use calma e
tolerância,
Silencie mais um
pouco.
Se a questão é
sentimento,
Fique firme no dever,
Domínio próprio é
lição
Que nos compete
aprender.
Injúrias, lutas,
pedradas,
Dor que pareça sem
fim?
Se você busca vencer,
Trabalhe e agüente,
Joaquim.
Livro "Baú de Casos" -
Psicografia de Francisco Cândido Xavier - Espírito Cornélio Pires
ADVERSÁRIOS "Jesus, por isso, pede, acima de tudo, esquecimento do mal e disposição sincera para o bem, com atitudes positivas de boa vontade, a fim de que os nossos adversários nos identifiquem, com mais clareza, as boas intenções..."
ADVERSÁRIOS
Emmanuel
Quando o Mestre nos recomendou amor aos
inimigos, não nos induziu à genuflexão improdutiva à frente dos nossos
adversários.
*
Ninguém precisa oscular o lodo escuro do pântano a fim de
auxilia-lo.
*
Ninguém necessita introduzir um espinho no próprio coração,
a pretexto de aniquilar-lhe a expressão dilacerante.
*
O Senhor pede entendimento.
*
Imaginemo-nos na posição dos nossos inimigos, gratuitos ou
não, e observemos como seria a nossa conduta se estivéssemos em lugar
deles.
*
Permanecerá o nosso adversário em nossa posição de madureza
espiritual quando conseguirmos examina-lo com segurança moral?
Terá tido as mesmas oportunidades de que
já dispomos para conhecer a verdade e semear o bem?
Guardaríamos o coração sem fel se nos
demorássemos na posição onde se encontram, muitas vezes, dominados pela
ignorância ou pelo desespero:
Assumiríamos conduta diferente daquela que
lhes assinala as atividades, se fôssemos constrangidos a atravessar a zona
empedrada em que jornadeiam?
*
Dificilmente chegaríamos a conclusões afirmativas.
*
Jesus, por isso, pede, acima de tudo, esquecimento do mal e
disposição sincera para o bem, com atitudes positivas de boa vontade, a
fim de que os nossos adversários nos identifiquem, com mais clareza, as
boas intenções.
*
Recebemos o inimigo como instrutor e auxiliá-lo-emos a
dilatar a visão que lhe é própria.
*
A compreensão é a raiz da verdadeira fraternidade.
*
Aprendamos, assim, a perceber a luz onde a luz se encontra,
a fim de que nos armemos contra o poderio das trevas em nosso coração.
*
A boa vontade realiza milagres em nossa vida, se estamos
realmente dispostos a caminhar para os cimos da vida.
*
Lembremo-nos de que Jesus, até hoje, está trabalhando no
auxílio aos inimigos e o único caminho por Ele escolhido para esse
apostolado de amor, é o caminho do sentimento, porque só aquele que sabe
conquistar o coração dos adversários pela cooperação e pela boa vontade
pode, efetivamente, inflamar-se ao Sol do Amor Eterno, com a vitória sobre
si mesmo, na subida espinhosa e santificante para a Glória Imortal.
Da Obra “A Verdade Responde” – Espíritos: Emmanuel E André
Luiz – Médium: Francisco Cândido Xavier
Digitado por: Lúcia Aydir
O Mancebo Rico
O
momento era de profunda significação. Sabia, por estranha intuição, que
um dia defrontaria a Realidade, e a encontrava agora (*).
Sopravam os ventos frios que chegavam de longe, musicados pelo bulício das estrelas balouçantes.
A terra estuava sob a gramínea orvalhada.
O Mestre sentou-se e se encheu de profundo sofrimento.
Era assim, sempre assim que Ele ficava após a deserção dos convidados ao Banquete da Luz. A expressão de mansuetude e perdão que lhe brilhava nos olhos mergulhava em lágrimas, agasalhada em leves tons de amargura.
Assim O encontraram os discípulos. Interrogado, respondeu:
– “Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas”!
Uma semana depois Cesaréia era a capital do ócio, do prazer.
Situada ao norte da planície de Sarom e a 30 quilômetros ao sul do Monte Carnelo, foi embelezada por Herodes que, no local, mandou erguer grande porto de mar, caracterizado por colossal quebra-mar enriquecendo-a com imponente Templo onde se levantava descomunal estátua do imperador.
Esse porto valioso sobre o Mediterrâneo era importante escoadouro de Israel e porta de entrada marítima onde atracavam embarcações de toda parte.
As vilas ajardinadas debruçavam-se sobre as encostas pardacentas da cidade, exibindo estilos arquitetônicos variados.
Pelo seu clima agradável, tornara-se residência oficial dos procuradores romanos, em Israel.
Tamareiras onduladas pelo vento adornavam as ruas e odores exóticos misturavam-se no ar varrido pela maresia.
Os festins de Cesáreia pretendiam rivalizar com os de Roma, atraindo aficionados até mesmo da Metrópole longínqua.
Ao som alegre de trompas e fanfarras começavam as festas públicas.
Competições de bigas abrem as corridas ante a aflição de judeus, romanos e gentios que deixaram sobre as mesas dos cambistas pesadas apostas nos seus ases.
Gladiadores em combates simulados, tocadores de pífanos e flautas, alaúdes e címbalos, enchem os intervalos de som e cor.
As quadrigas estão na linha de partida. Os fogosos corcéis, adquiridos aos partos, oriundos da Dalmácia, de Tiro, Sidon e da Arábia, empinam, lustrosos, ajaezados. Ao sinal disparam, sob estrondosa ovação.
Chicotes vibram no ar, mãos firmes nas rédeas, os guias e condutores dão velocidade aos carros frágeis. A celeridade prende a respiração em todos os peitos.
Numa manobra menos feliz, um carro vira e um corpo tomba na arena, despedaçado pelas patas velozes, em disparada.
O moço rico sente as entranhas abertas, o suor e o sangue em pastas de lama, a respiração estertorada...
Enquanto escravos precípites arrastam-no na pista, foge mentalmente à cena brutal que o esmaga, e entre as névoas que lhe sombreiam os olhos parece vê-LO.
Silenciando os gritos na concha acústica tem a impressão de escutá-lo.
– Renuncia a ti mesmo, vem, e segue-ME.
– Amigo!...
Dois braços o envolvem veludosos e transparentes.
Apesar da face deformada e lavada pelas lágrimas, o suor e o sangue, ele dá a impressão de sorrir.
No ar abafado do entardecer serenavam as ânsias da Natureza.
Doces perfumes
evolavam de miúdas flores derramadas nos flancos do aclive. As águas
transparentes cantavam melodias ignotas, deslizando sobre o leito de
pedras arredondadas.
O apelo pairava
vibrando em derredor: - “Vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres,
e terás um tesouro no céu; vem, e segue-me”.
Aquela voz penetrava como um punhal afiado e impregnava qual perfume de nardo.
Havia um magnetismo inconfundível naqueles olhos severos e profundos como duas estrelas engastadas na face pálida do amanhecer.
Tinha sede de paz.
Embora repousasse em leito de madeiras preciosas incrustado de ébano e lápis-lazúli, se banqueteasse em repastos opíparos, cuidasse do corpo com massagens de óleos e ungüentos raros, envolvendo-o em tecidos de linho leve, e suas arcas estivessem abarrotadas de gemas e ouro, sabia-se infeliz, sentia-se infeliz. Faltava-lhe algo que não se consegue facilmente.
Hesitava, no entanto.
Sua vivenda era luxuosa, seus pertences valiosos e vazio o seu coração.
Conquanto a juventude cantasse alegrias e festas em convites constantes ao prazer no corpo ágil e vigoroso, acalentava melhores aspirações, se disputava a posse total da paz. Era mais do que um tormento essa necessidade. Não que desejasse a tranqüilidade aparatosa dos fariseus ou o repouso entorpecente dos mercadores opulentos, nem a serenidade enganosa dos cambistas abastecidos ou a senectude vitoriosa dos conquistadores em aposentadoria compulsória. Buscava integração harmoniosa, mas não sabia em quê.
Confragia-se e angustiava-se, ignorando as nascentes da melancolia renitente que lhe dissipava sonhos e esperanças sob guante de inenarrável amargura.
Aquela voz penetrava como um punhal afiado e impregnava qual perfume de nardo.
Havia um magnetismo inconfundível naqueles olhos severos e profundos como duas estrelas engastadas na face pálida do amanhecer.
Tinha sede de paz.
Embora repousasse em leito de madeiras preciosas incrustado de ébano e lápis-lazúli, se banqueteasse em repastos opíparos, cuidasse do corpo com massagens de óleos e ungüentos raros, envolvendo-o em tecidos de linho leve, e suas arcas estivessem abarrotadas de gemas e ouro, sabia-se infeliz, sentia-se infeliz. Faltava-lhe algo que não se consegue facilmente.
Hesitava, no entanto.
Sua vivenda era luxuosa, seus pertences valiosos e vazio o seu coração.
Conquanto a juventude cantasse alegrias e festas em convites constantes ao prazer no corpo ágil e vigoroso, acalentava melhores aspirações, se disputava a posse total da paz. Era mais do que um tormento essa necessidade. Não que desejasse a tranqüilidade aparatosa dos fariseus ou o repouso entorpecente dos mercadores opulentos, nem a serenidade enganosa dos cambistas abastecidos ou a senectude vitoriosa dos conquistadores em aposentadoria compulsória. Buscava integração harmoniosa, mas não sabia em quê.
Confragia-se e angustiava-se, ignorando as nascentes da melancolia renitente que lhe dissipava sonhos e esperanças sob guante de inenarrável amargura.
Buscava as competições em Cesaréia, todavia ignorava se essa busca representava uma realização ou fuga.
Agora, pela primeira vez, sentia-se arrebatado.
A meiguice e a ordem daquela voz, enunciada por aquele Homem, ecoavam como cascatas em desalinho nos abismos do espírito.
Interiormente gritava: “Irei contigo, Senhor, mas...”
Hesitava, sim, e a hora não comportava dubiedades.
Uma roseira de flores rubras, que abraçava os ramos do arvoredo próximo, sacudida pelo vento, desgarrou-se e as pétalas da cor de sangue caíram-lhe aos pés, junto dEle, no alpendre, como sinais...
Donde O conhecia? – indagava, a medo , procurando recordar-se, com indizível esforço mental.
Tudo àquela hora era importante; mais do que isso: vital!
Ao vê-Lo, de longe, era como se reencontrasse um amigo, um Celeste Amigo.
Quando os seus descansaram nos olhos d’Ele, sentiu-se desnudado, o coração em descontrole sob violenta pulsação. Emoções inusitadas vibravam no seu ser, como jamais acontecera anteriormente. Desejou arrojar-se ao solo, esmagado por indômita constrição no peito.
Percebeu que o Estranho sorriu, como se o esperasse, como se o amasse, poderia afirmá-lo...
O tempo corria célere galopante as horas fugidias.
Seus lábios se afiguravam selados, e frio impertinente gelava-lhe as mãos.
Lutava por quebrar aquele torpor que o imobilizava.
Retalhos de luar tímido prateavam nuvens soltas no firmamento, bordando de luz oliveiras altivas e loendros em flor.
– Permite-me primeiro – conseguiu articular, vencendo a emoção que o transfigurava – competir em Cesaréia, logo mais, disputando para Israel os triunfos dos jogos...
– Não posso esperar. O Reino dos Céus começa hoje e agora para o teu espírito. Não há tempo a perder.
– Aguardei muito essa ocasião e ela se avizinha, com a chegada do período das competições... Exercitei-me, contratei escravos que me adestraram... aos partos comprei, por uma fortuna, duas parelhas de fogosos cavalos... os jogos estão próximos...
– Renuncia, e segue-me!
Quem era Ele, que assim lhe falava? Que poder exercia sobre sua vontade?! Por qual sortilégio o dominava?!... Gostaria de fugi ou deixar-se arrastar; estava perturbado; ignorada sofreguidão o aniquilava...
A horizontalidade das aflições humanas contemplava a verticalidade da sublimação divina; o cotidiano deparava com o infinito; o vale fitava o abismo das alturas e se perdia na imensidão.
O homem e o Filho do Homem se defrontavam.
O diálogo parecia impossível, reduzindo-se a um monólogo atormentante para o moço diante daquele Homem.
Vencendo irresistível temor, continuou o príncipe afortunado:
– Não receio dar o que possuo: dinheiro, ouro, gemas, títulos, se possível, pois sei que estes se gastam mui facilmente, mas...
– ...Dá-me a ti próprio e eu te oferecerei a ventura sem limite.
Que alto prêmio! Que pesado tributo! – pensou desanimado.
Era muito jovem e muitos confiavam nele. Possivelmente Israel lucraria com os seus lauréis e triunfos. Príncipe, tinha pela frente as avenidas do poder a que se afervorara, poder que no momento se destituía de qualquer valor.
Os bens, poderia ofertá-los, sim. Porém a fortuna da juventude, os tesouros vibrantes da vaidade atendida e dos caprichos sustentados, as honras de família resguardadas pela tradição, os corifeus agradáveis e bajuladores, oh! seria necessário renunciar-se a isso tudo? – interrogava-se, inquieto.
– Sim! – Respondeu-lhe, sem palavras, com os olhos fulgurantes.
Sofria naqueles minutos a soma dos sofrimentos que experimentara a vida toda.
O ar cantava leves murmúrios enquanto as tulipas do campo teciam um manto sutil, rescendendo aromas.
O Rabi, em silencio, aguardava. E ele, em perplexidade, lancinava-se.
O diálogo tornara-se realmente impossível.
Subitamente, o príncipe de qualidade, num átimo de minuto, lembrou-se que amigos o aguardavam na cidade. Compromissos esperavam-no. Deveria debater os detalhes finais para a corrida na grande festa da semana entrante.
Acionado por estranho vigor, que dele se apossou repentinamente, fitou o Messias sereno e triste, balbuciando com voz apagada:
E saiu quase a correr.
Agora, pela primeira vez, sentia-se arrebatado.
A meiguice e a ordem daquela voz, enunciada por aquele Homem, ecoavam como cascatas em desalinho nos abismos do espírito.
Interiormente gritava: “Irei contigo, Senhor, mas...”
Hesitava, sim, e a hora não comportava dubiedades.
Uma roseira de flores rubras, que abraçava os ramos do arvoredo próximo, sacudida pelo vento, desgarrou-se e as pétalas da cor de sangue caíram-lhe aos pés, junto dEle, no alpendre, como sinais...
Donde O conhecia? – indagava, a medo , procurando recordar-se, com indizível esforço mental.
Tudo àquela hora era importante; mais do que isso: vital!
Ao vê-Lo, de longe, era como se reencontrasse um amigo, um Celeste Amigo.
Quando os seus descansaram nos olhos d’Ele, sentiu-se desnudado, o coração em descontrole sob violenta pulsação. Emoções inusitadas vibravam no seu ser, como jamais acontecera anteriormente. Desejou arrojar-se ao solo, esmagado por indômita constrição no peito.
Percebeu que o Estranho sorriu, como se o esperasse, como se o amasse, poderia afirmá-lo...
O tempo corria célere galopante as horas fugidias.
Seus lábios se afiguravam selados, e frio impertinente gelava-lhe as mãos.
Lutava por quebrar aquele torpor que o imobilizava.
Retalhos de luar tímido prateavam nuvens soltas no firmamento, bordando de luz oliveiras altivas e loendros em flor.
– Permite-me primeiro – conseguiu articular, vencendo a emoção que o transfigurava – competir em Cesaréia, logo mais, disputando para Israel os triunfos dos jogos...
– Não posso esperar. O Reino dos Céus começa hoje e agora para o teu espírito. Não há tempo a perder.
– Aguardei muito essa ocasião e ela se avizinha, com a chegada do período das competições... Exercitei-me, contratei escravos que me adestraram... aos partos comprei, por uma fortuna, duas parelhas de fogosos cavalos... os jogos estão próximos...
– Renuncia, e segue-me!
Quem era Ele, que assim lhe falava? Que poder exercia sobre sua vontade?! Por qual sortilégio o dominava?!... Gostaria de fugi ou deixar-se arrastar; estava perturbado; ignorada sofreguidão o aniquilava...
A horizontalidade das aflições humanas contemplava a verticalidade da sublimação divina; o cotidiano deparava com o infinito; o vale fitava o abismo das alturas e se perdia na imensidão.
O homem e o Filho do Homem se defrontavam.
O diálogo parecia impossível, reduzindo-se a um monólogo atormentante para o moço diante daquele Homem.
Vencendo irresistível temor, continuou o príncipe afortunado:
– Não receio dar o que possuo: dinheiro, ouro, gemas, títulos, se possível, pois sei que estes se gastam mui facilmente, mas...
– ...Dá-me a ti próprio e eu te oferecerei a ventura sem limite.
Que alto prêmio! Que pesado tributo! – pensou desanimado.
Era muito jovem e muitos confiavam nele. Possivelmente Israel lucraria com os seus lauréis e triunfos. Príncipe, tinha pela frente as avenidas do poder a que se afervorara, poder que no momento se destituía de qualquer valor.
Os bens, poderia ofertá-los, sim. Porém a fortuna da juventude, os tesouros vibrantes da vaidade atendida e dos caprichos sustentados, as honras de família resguardadas pela tradição, os corifeus agradáveis e bajuladores, oh! seria necessário renunciar-se a isso tudo? – interrogava-se, inquieto.
– Sim! – Respondeu-lhe, sem palavras, com os olhos fulgurantes.
Sofria naqueles minutos a soma dos sofrimentos que experimentara a vida toda.
O ar cantava leves murmúrios enquanto as tulipas do campo teciam um manto sutil, rescendendo aromas.
O Rabi, em silencio, aguardava. E ele, em perplexidade, lancinava-se.
O diálogo tornara-se realmente impossível.
Subitamente, o príncipe de qualidade, num átimo de minuto, lembrou-se que amigos o aguardavam na cidade. Compromissos esperavam-no. Deveria debater os detalhes finais para a corrida na grande festa da semana entrante.
Acionado por estranho vigor, que dele se apossou repentinamente, fitou o Messias sereno e triste, balbuciando com voz apagada:
E saiu quase a correr.
***
Sopravam os ventos frios que chegavam de longe, musicados pelo bulício das estrelas balouçantes.
A terra estuava sob a gramínea orvalhada.
O Mestre sentou-se e se encheu de profundo sofrimento.
Era assim, sempre assim que Ele ficava após a deserção dos convidados ao Banquete da Luz. A expressão de mansuetude e perdão que lhe brilhava nos olhos mergulhava em lágrimas, agasalhada em leves tons de amargura.
Assim O encontraram os discípulos. Interrogado, respondeu:
– “Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas”!
***
Uma semana depois Cesaréia era a capital do ócio, do prazer.
Situada ao norte da planície de Sarom e a 30 quilômetros ao sul do Monte Carnelo, foi embelezada por Herodes que, no local, mandou erguer grande porto de mar, caracterizado por colossal quebra-mar enriquecendo-a com imponente Templo onde se levantava descomunal estátua do imperador.
Esse porto valioso sobre o Mediterrâneo era importante escoadouro de Israel e porta de entrada marítima onde atracavam embarcações de toda parte.
As vilas ajardinadas debruçavam-se sobre as encostas pardacentas da cidade, exibindo estilos arquitetônicos variados.
Pelo seu clima agradável, tornara-se residência oficial dos procuradores romanos, em Israel.
Tamareiras onduladas pelo vento adornavam as ruas e odores exóticos misturavam-se no ar varrido pela maresia.
Os festins de Cesáreia pretendiam rivalizar com os de Roma, atraindo aficionados até mesmo da Metrópole longínqua.
Ao som alegre de trompas e fanfarras começavam as festas públicas.
Competições de bigas abrem as corridas ante a aflição de judeus, romanos e gentios que deixaram sobre as mesas dos cambistas pesadas apostas nos seus ases.
Gladiadores em combates simulados, tocadores de pífanos e flautas, alaúdes e címbalos, enchem os intervalos de som e cor.
As quadrigas estão na linha de partida. Os fogosos corcéis, adquiridos aos partos, oriundos da Dalmácia, de Tiro, Sidon e da Arábia, empinam, lustrosos, ajaezados. Ao sinal disparam, sob estrondosa ovação.
Chicotes vibram no ar, mãos firmes nas rédeas, os guias e condutores dão velocidade aos carros frágeis. A celeridade prende a respiração em todos os peitos.
Numa manobra menos feliz, um carro vira e um corpo tomba na arena, despedaçado pelas patas velozes, em disparada.
O moço rico sente as entranhas abertas, o suor e o sangue em pastas de lama, a respiração estertorada...
Enquanto escravos precípites arrastam-no na pista, foge mentalmente à cena brutal que o esmaga, e entre as névoas que lhe sombreiam os olhos parece vê-LO.
Silenciando os gritos na concha acústica tem a impressão de escutá-lo.
– Renuncia a ti mesmo, vem, e segue-ME.
– Amigo!...
Dois braços o envolvem veludosos e transparentes.
Apesar da face deformada e lavada pelas lágrimas, o suor e o sangue, ele dá a impressão de sorrir.
Pelo Espírito de Amélia Rodrigues – Primícias do Reino
(*) Mat. 19: 16 a 30
Mar. 10: 17 a 31
Luc. 18: 18 a 30
(Nota da Autora espiritual)
domingo, 2 de junho de 2013
PERTURBAÇÃO E OBSESSÃO
Emmanuel
Compartilhamos, em
nome da beneficência, de recursos vários, como sejam - a moeda e o agas
Na
experiência terrestre, surge sempre um instante em que indagamos de nós
mesmos em que ponto nos achamos, quanto ao desajuste espiritual; e, se não
estamos afundados em plena desarmonia, muitas vezes identificamo-nos em
perturbação evidente. Isso porque, observado o princípio de que ninguém
existe absolutamente impassível, temos a vida sentimental permanentemente
ameaçada por desafios exteriores, em forma de episódios ou informes
desagradáveis que se nos erigem por medida de equilíbrio e resistência, na
luta moral que somos chamados a travar, na área de nossas atividades, em
favor do próprio burilamanto.
Se à
frente desse ou daquele sucesso menos feliz, costumamos esquecer,sistematicamante,
paciência e conformação, entendimento e serenidade, então é preciso
estabelecer o intervalo para reflexão, nos mecanismos da mente, a fim de que
venhamos a fazes em nós mesmos as retificações necessárias.
Em tais
lances do cotidiano, quase sempre somos impelidos a pensar em obsessão,
supondo-nos vítimas de entidades vampirizantes.
O
problema, porém, não se limita à influenciação espiritual dos adversários
que se nos encrava na onda psíquica, mas, principalmente, diz respeito à nós
mesmos. Em muitas situações e circustâncias das existências passadas, caímos
em fundos precipícios de ódio e vingança, desespero e criminalidade,
operando em largas faixas de tempo contra nós próprios, comprometendo-nos o
destino; daí nasce o imperativo das experiências regenerativas e amargas que
se nos fazem indispensáveis, qual ocorre ao aluno que se atrasou na escola,
necessitado de novo exame, nas provas da repetência.
À
vista de semelhantes considerações, toda vez que o sentimento se
nos desgoverne, procuremos assumir com segurança o leme do barco
de nossos pensamentos, na maré de provações da existência, na paz da
meditação e no silêncio da prece.
Através
do auto-controle, vigiaremos a porta de nossas manifestações, barrando
gestos e palavras desaconselháveis, e, com o auxílio da oração, faremos luz
para entender o que há conosco, de maneira a impedir a própria queda em
alienação e tumulto.
Atendamos constantemente a esse trabalho de auto-imunização mental, porque,
junto ao imenso número de companheiros perturbados e obsidiados que
enxameiam a Terra de hoje, em toda a parte, encontramos milhares de
criaturas irmãs que estão quase às portas da obsessão.
(Do livro "Alma e Coração", de Francisco
Cândido Xavier, pelo Espírito de Emmanuel)
DISTÚRBIOS EMOCIONAIS
Emmanuel
Enquanto nos demoramos encarnados no plano
terrestre, um tipo de impaciência existe, sutil, capaz de arrastar-nos aos
piores distúrbios emotivos: a revolta contra nós mesmos.
Acolhemos receios infundados, em torno de
opiniões que formulem de nós, seja por deformidades físicas, frustrações
orgânicas, conflitos psicológicos ou empeços sociais de que sejamos
portadores, e adotamos o medo por norma de ação, no exagerado apreço a nós
mesmos, e dessa inquietação sistemática comumente se deriva um desgosto
contínuo contra as forças vivas que nos entretecem o veículo de
manifestação.
E tanto espancamos mentalmente esses recursos
que acabamos neuróticos, fatigados, enfermos ou obsessos, escorregando
mecanicamente para a calha da desencarnação prematura. Tudo por falta de
paciência com as nossas provações ou com os nossos defeitos. Decerto,
ninguém nasce no corpo físico para louvar as deficiências que carrega ou
ampliá-las, mas é preciso aceitar-nos como somos e fazer o melhor de nós.
Desinibirão construtiva. Compreensão do aprendizado que se tem pela frente.
Acolher o instrumento físico de que o Alto Comando da Vida nos considera
necessitados, tanto para resgatar culpas do pretérito na esfera individual,
quanto para a consecução de empresas endereçadas ao benefício coletivo, e
realizar todo o bem que pudermos.
O corpo carnal de que dispões ou a paisagem
doméstico-social em que te situas, representam em si o utensílio certo e o
lugar justo, indispensáveis à provação regeneradora ou à missão específica a
que te deves afeiçoar. Por isso mesmo, o ponto nevrálgico da existência é o
teste difícil que te exercita a resistência moral, temperando-te o caráter,
no rumo do serviço maior do futuro.
Nossas perturbações emocionais quase sempre
decorrem da nossa relutância em aceitar alguns dos aspectos menos
agradáveis, conquanto passageiros da nossa vida. Saibamos, pois, rentear com
eles honestamente, corajosamente. Nada de subterfúgios. Temos um corpo
defeituoso ou estamos em posição vulnerável à crítica? Seja assim.
Contrariamente a isso, porém, reflitamos que ninguém está órfão da Bondade
de Deus e, confiando-nos a Deus, procuremos concretizar tudo de bom ou de
belo, no círculo de trabalho que se nos atribui.
Por outro lado, vale observar que reconhecer a
existência do erro ou do desajuste em nós é sinal de melhoria e progresso.
Os espíritos embutidos na inércia não enxergam as próprias necessidades
morais. Acomodam-se à suposta satisfação dos sentidos em que se lhes
anestesia a consciência, até que a dor os desperte, a fim de que retomem o
esforço que lhes compete na jornada de evolução e aprimoramento.
Agradeçamos, desse modo, a luz espiritual de
que já dispomos para analisar a nossa personalidade e, abraçando as tarefas
de equilíbrio ou reequilíbrio que nos compete efetuar no próprio espírito,
enfrentemos os nossos obstáculos com paciência e serenidade, na certeza de
que podemos solucionar todos os problemas na oficina do serviço com a bênção
de Deus.
Do livro “Alma e Coração”. Psicografia de
Francisco Cândido Xavier.
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