EVANGELIZAÇÃO
      
      Emmanuel
      Todos os estudiosos que 
      solicitam de amigos do Além um roteiro de orientação não devem esquecer o 
      Evangelho de Jesus, roteiro das almas em que cada coração deve beber o 
      divino ensinamento para a marcha evolutiva.
      Habitualmente, 
      invoca-se a velhice de sua letra e a repetição de seus enunciados. O 
      Espírito do Evangelho de Cristo, porém, é sempre a luz da vida. 
      Determinados companheiros buscam justificar o cansaço das fórmulas, 
      alegando que em Espiritismo, temos obras definitivas da revelação, com o 
      sabor de novidade preciosa, em matéria de esclarecimento geral e esforço 
      educativo. O Evangelho, todavia, é como um Sol de espiritualidade. Todas 
      essas obras notáveis dos missionários humanos, na sua tarefa de 
      interpretação, funcionam como telescópios, aclarando-lhe a grandeza. É que 
      a sua luz se dirige à atmosfera interior da criatura, intensificando-se no 
      clima da boa vontade e do amor, da sinceridade e da singeleza.
      A missão do Espiritismo 
      é a do Consolador, que permanecerá entre os homens de sentimento e de 
      razão equilibrados, impulsionando a mentalidade do mundo para uma esfera 
      superior. Vindo em socorro da personalidade espiritual que sofre, nos 
      tempos modernos, as penosas desarmonias do homem físico do planeta, 
      estabelece o Consolador a renovação dos valores mais íntimos da criatura e 
      não poderá executar a sua tarefa sagrada, na hipótese de seus 
      trabalhadores abandonarem o esforço próprio, no sentido de operar-se o 
      reajustamento das energias morais de cada indivíduo.
      A capacidade 
      intelectual do homem é restrita ao seu aparelhamento sensorial; todavia, a 
      iluminação de seu mundo intuitivo o conduz aos mais elevados planos de 
      inspiração, onde a inteligência se prepara, em face das generosas 
      realizações que lhe compete atingir no imenso futuro espiritual.
      A grande necessidade, 
      ainda e sempre, é a da evangelização íntima, para que todos os operários 
      da causa da verdade e da luz conheçam o caminho de suas atividades 
      regeneradoras, aprendendo que toda obra coletiva de fraternidade, na 
      redenção humana, não se efetua sem a cooperação legítima, cuja base é o 
      esclarecimento sincero, mas também é a abnegação, em que o discípulo sabe 
      ceder, tolerar e amparar, no momento oportuno.
      Para a generalidade 
      dessa orientação moral faz-se indispensável que todos os centros de estudo 
      doutrinário sejam iluminados pelo Espiritismo evangélico, a fim de que a 
      mentalidade geral se aplique à luta da edificação própria, sem fetichismos 
      e sem o apoio temporal de forças exteriores, mesmo porque se Jesus 
      convocou ao seu coração magnânimo todos os que choram com o “vinde a mim, 
      vós os que sofreis”, também asseverou “tomai a vossa cruz e segui-me!...”, 
      esclarecendo a necessidade de experiências edificantes no círculo 
      individual.
      Resumindo, somos 
      compelidos a concluir que, em Espiritismo, não basta crer. É preciso 
      renovar-se. Não basta aprender as filosofias e as ciências do mundo, mas 
      sentir e aplicar com o Cristo.
      De “Relicário de Luz”, de Francisco Cândido Xavier
      
    
 
 
 
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