Os quatro sermões
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terça-feira, 1 de janeiro de 2013
AS PRECES :"A prece é, pois, poderosa alavanca que nos ajuda a remover as imperfeições.."
Os quatro sermões
"Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus"
Os quatro Sermões
CONSTRUIR O REINO DE DEUS EM NOSSOS CORAÇÕES
Os quatro Sermões
VOLTARÁ O CRISTO?
Os 4 Sermões
EVANGELHO E EDUCAÇÃO:"O coração educado aparece, por abençoada luz, nas sombras da vida..."
Quando o mestre confiou ao mundo a divina mensagem da Boa Nova, a Terra, sem
dúvida, não se achava desprovida de sólida cultura.
Na Grécia, as artes haviam atingido luminosa culminância e, em Roma, bibliotecas
preciosas circulavam por toda parte, divulgando a política e a ciência, a filosofia e a
religião.
Os escritores possuíam corpos de copistas especializados e professores eméritos
conservavam tradições e ensinamentos, preservando o tesouro da inteligência.
Prosperava a instituição, em todos os lugares, mas a educação demorava-se em
lamentável pobreza.
O cativeiro consagrado por lei era flagelo comum.
A mulher, aviltada em quase todas as regiões, recebia tratamento inferior ao que se
dispensava aos cavalos.
Homens de consciência enobrecia, por infelicidade financeira ou por questiúnculas de
raça, eram assinalados a ferro candente e submetidos à penosa servidão, anotados como
animais.
Os pais podiam vender os filhos.
Era razoável cegar os vencidos e aproveita-los em serviços domésticos.
As crianças fracas eram, quase sempre, punidas com a morte.
Enfermos eram sentenciados ao abandono.
As mulheres infelizes podiam ser apedrejadas com o beneplácito da justiça.
Os mutilados deviam perecer nos campos de luta, categorizados à conta de carne inútil.
Qualquer tirano desfrutava o direito do reduzir os governados à extrema penúria, sem ser
incomodado por ninguém.
Feras devoravam homens vivos nos espetáculos e divertimentos públicos, com aplauso
geral.
Rara a festividade do povo que transcorria sem vasta efusão de sangue humano, como
impositivo natural dos costumes.
Com Jesus, entretanto, começa uma era nova para o sentimento.
Condenado ao supremo sacrifício, sem reclamar, e rogando o perdão celeste para
aqueles que o vergastavam a feriam, instila no ânimo dos seguidores novas disposições
espirituais.
Iluminados pela Divina Influência, os discípulos do Mestre consagram-se ao serviço dos
semelhantes.
Simão Pedro e os companheiros dedicam-se aos doentes e infortunados.
Instituem-se casas de socorro para os necessitados e escolas de evangelização para o
espírito popular.
Pouco a pouco, altera-se a paisagem social, no curso dos séculos.
Dilacerados e atormentados, entregues ao supremo sacrifício nas demonstrações
sanguinolentas dos tribunais e das praças públicas, ou trancafiados nas prisões, os
aprendizes do Evangelho ensinam a compaixão e a solidariedade, a bondade e o amor, a
fortaleza moral e a esperança.
Há grupos de servidores, que se devotam ao trabalho remunerado para a libertação de
numerosos cativos.
Senhores da fortuna e da terra, tocados nas fibras mais íntimas, devolvem escravos ao
mundo livre.
Doentes encontram remédio, mendigos acham teto, desesperados se reconfortam, órfãos
são recebidos no lar.
Nova mentalidade surge na Terra.
O coração educado aparece, por abençoada luz, nas sombras da vida.
A gentileza e a afabilidade passam a reger o campo das boas maneiras e, sob a
inspiração do Mestre Crucificado, homens de pátrias e raças diferentes aprenderam a
encontrar-se com alegria, exclamando, felizes: _ “meu irmão”.
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
REENCARNAÇÕES ACIDENTAIS?
Na
edição 286 desta revista publicamos na seção de Cartas um interessante
questionamento feito por nossa leitora Edaci Giacomin Gonçalves, de Porto
Alegre-RS, a respeito do tema reencarnações acidentais, uma expressão utilizada
por Adenáuer Novaes no livro “Reencarnação”.
Por
reencarnações acidentais Adenáuer Novaes entende os casos em que a fecundação
não estava prevista e a união sexual foi fortuita. Um determinado Espírito que
esteja próximo ao casal será atraído pelo óvulo fecundado. Mecanismos
automáticos encarregar-se-ão de propiciar lições de aprendizagem de que o
Espírito, nessa circunstância, necessite. Nesses casos, estariam incluídas as
reencarnações oriundas de estupros e acidentes semelhantes.
Consultado
por um de nossos colaboradores, Adenáuer Novaes escreveu-nos o seguinte:
“O
questionamento da leitora é pertinente. O senso crítico é desejável em tudo que
se refira ao conhecimento. A análise a respeito das reencarnações ‘acidentais’
deve contemplar a questão do livre-arbítrio. Os atos humanos nem sempre são programados
com antecedência, graças à liberdade de escolha que foi atingida a essa altura
da evolução do Espírito. É pouco provável que haja Espíritos à espera de cada
possibilidade decisória.
Se
considerarmos, por exemplo, o estupro como uma escolha do indivíduo doente que
o pratica, temos que considerar também que, do outro lado, sua vítima teria a
probabilidade de sofrê-lo, mas não o determinismo de que iria acontecer. Será
que haveria, antecipadamente, um Espírito desencarnado à espera de que o fato
ocorresse? Não seria considerar que há um determinismo? Prefiro considerar que,
num plano menor, trata-se de um ‘acidente’. Num plano maior, divino, não há
acidentes.
É
também possível considerar que um casal possa mudar seus planos, aceitando a
encarnação de um Espírito sem que tenha sido planejado recebê-lo anteriormente.
Esse novo filho seria fruto do livre-arbítrio de ambos, portanto, não planejado
previamente. O contrário, isto é, a redução do número de filhos, também poderia
ocorrer. Vale considerar que os casos de separação dos casais também promovem
mudanças no planejamento reencarnatório, provocando ‘acidentes’. Desconheço
discussão sobre o assunto em outras obras.”
*
De
fato, não existe nenhuma obra espírita confiável que utilize a expressão
“reencarnação acidental”, que nos parece ter sido utilizada pelo confrade em
face da pobreza do nosso idioma. “Acidental” seria, de acordo com a explicação
dada por ele mesmo, um termo oposto a “planejado”. Além disso, Adenáuer
reconhece, como estudioso que é, que num plano maior “não há acidentes”.
Antes
de redigir este texto, ouvimos quase duas dezenas de articulistas e estudiosos
espíritas que colaboram habitualmente com nossa revista. O que abaixo se vai
ler é, portanto, uma síntese da pesquisa que fizemos e das considerações
enviadas por nossos colaboradores.
As
leis da genética encontram-se, segundo Emmanuel (O Consolador, pergunta 35),
presididas por numerosos agentes psíquicos que a ciência da Terra está longe de
formular. Esses agentes psíquicos são, muitas vezes, movimentados pelos
mensageiros do plano espiritual, encarregados dessa ou daquela missão junto às
correntes da profunda fonte da vida. A conjugação entre o campo espiritual e o
campo físico não se faz por acaso e está na dependência de múltiplas condições,
a maioria delas absolutamente desconhecida.
Entende
Dr. Jorge Andréa (Encontro com a Cultura Espírita, págs. 91 a 95) que nenhum
Espírito chegará ao processo reencarnatório sem uma atração específica com sua
futura mãe. O mergulho na reencarnação só se dará quando a sintonia entre mãe e
futuro filho estiver praticamente indissolúvel. Qualquer que seja a qualidade
do reencarnante, haverá sempre com a mãe correlação de causas, onde ambos
lucrarão sempre, no sentido evolutivo, quer os mecanismos se exteriorizem nas
faixas do amor ou do ódio. O Espírito reencarnante, com o seu campo específico
de energias, fará a seleção do espermatozoide pelas contingências de suas
irradiações, adquirindo e construindo o futuro corpo de acordo com as suas
necessidades.
Reencarnações
se processam, muitas vezes, sem qualquer consulta aos que necessitam de
segregação em certas lutas no plano físico, providências essas comparáveis às
que assumimos no mundo com enfermos e criminosos que, pela própria condição ou
conduta, perderam temporariamente a faculdade de resolver quanto à sorte que
lhes convém no espaço de tempo em que se lhes perdura a enfermidade ou em que
se mantenham sob as determinações da justiça. São os problemas especiais, em
que a individualidade renasce de cérebro parcialmente inibido ou padecendo
mutilações congênitas, ao lado daqueles que lhe devem abnegação e carinho.
Incapazes de eleger o caminho de reajuste, pelo estado de loucura ou de
sofrimento que evidenciam, semelhantes enfermos são decididamente internados na
cela física como doentes isolados sob assistência precisa. Vemo-los, assim,
repontando de lares faustosos ou paupérrimos, contrariando, por vezes, até
certo ponto, os estatutos que regem a hereditariedade, por representarem
dolorosas exceções no caminho normal. (Evolução em dois Mundos, 1a Parte, cap. XIX, pág. 150.)
Não
existe uma técnica invariável no serviço reencarnatório na Terra. Cada entidade
reencarnante apresenta particularidades essenciais na recorporificação a que se
entrega na esfera física, quanto cada pessoa expõe característicos diferentes
quando se rende ao processo liberatório, não obstante o nascimento e a morte
parecerem iguais. Os Espíritos inferiores, na maioria das ocasiões, padecendo
monoideísmo tiranizante, entram em simbiose fluídica com as organizações
femininas a que se agregam, experimentando o definhamento do corpo espiritual
ou o fenômeno de “ovoidização”, sendo inelutavelmente atraídos ao vaso uterino,
em circunstâncias adequadas, para a reencarnação que lhes toca, em moldes
inteiramente dependentes da hereditariedade, como acontece à semente que, após
desligar-se do fruto seco, germina no solo, segundo os princípios organogênicos
a que obedece, tão logo encontre o favor ambiental. Entre ambas as classes,
porém, contamos com milhões de Espíritos medianos na evolução, portadores de
créditos apreciáveis e dívidas numerosas, cuja reencarnação exige cautela de
preparo e esmero de previsão. (Evolução
em dois Mundos, 1a Parte, cap. XIX, pp.
152 e 153.)
A
planificação para a reencarnação é quase infinita e obedece a critérios que
decorrem das conquistas morais ou dos prejuízos ocasionais de cada candidato.
Na generalidade, existem estabelecidos automatismos que funcionam sem maiores
preocupações por parte dos técnicos em renascimento, e pelos quais a grande
maioria dos Espíritos retorna à carne, assinalados pelas próprias injunções
evolutivas. Ao lado desse automatismo das leis da reencarnação, há programas e
labores especializados para atendimento de finalidades específicas. Os candidatos
em nível médio de evolução, antes de serem encaminhados às experiências
terrenas, requerem a oportunidade, empenhando nisso os melhores propósitos e
apresentando os recursos que esperam utilizar, a fim de granjearem a bênção do
recomeço, na bendita escola humana. Examinados por hábeis e dedicados
programadores, que recorrem a técnicas especiais de avaliação das
possibilidades apresentadas, são eles submetidos a demorados treinamentos, de
acordo com o serviço a empreender,
com vistas ao bem-estar da
Humanidade, após o que são selecionados
os melhores, o que reduz a margem de insucesso. Os que não são aceitos, voltam
a cursos de especialização para outras atividades, especialmente de equilíbrio,
com que se armam de forças para vencer as más inclinações defluentes das
existências anteriores que se malograram, bem como para a aquisição de valiosas habilidades que lhes
repontarão, futuramente, no corpo como tendências e aptidões. (Temas da Vida e
da Morte, Reencarnação -- Dádiva de Deus, pp. 13 e 14.)
De
acordo com a ficha pessoal do candidato, é feita, concomitantemente, pesquisa
sobre aqueles que lhe podem oferecer guarida, dentro dos mapas cármicos,
providenciando-se necessários encontros ou reencontros na esfera dos sonhos, se
os futuros genitores já estão reencarnados, ou diretamente, quando for um plano
elaborado com antecedência, no qual os membros do futuro clã convivem,
primeiro, na Erraticidade, de onde partem já com a família adredemente
estabelecida. Executada a etapa de avaliação das possibilidades e a aproximação
com a necessária anuência dos futuros pais, são meticulosamente estudados os
mapas genéticos de modo a facultarem, no corpo, a ocorrência das manifestações
físicas como psíquicas, de saúde e doença, normalidade ou idiotia, lucidez e
inteligência, memória e harmonia emocional, duração do cometimento corporal e
predisposições para prolongamento ou antecipação da viagem de retorno,
ensejando, desse modo, probabilidades dentro do comportamento de cada aluno à
aprendizagem terrena. “Fenômenos de determinismo são estabelecidos com margem a alternâncias decorrentes do uso do
livre-arbítrio, de modo a permitir uma ampla faixa de movimentação com certa
independência emocional em torno do destino, embora sob controles que funcionam
automaticamente, em consonância com as leis do equilíbrio geral.” Travam-se
debates entre o futuro reencarnante e seus fiadores espirituais, expondo-se as
dificuldades a enfrentar e os problemas a vencer, nascendo daí a euforia e a
esperança em relação ao futuro. É assim que, em clima de prece, entre promessas
de luta e coragem, sob o apoio de abnegados Instrutores, o Espírito mergulha no
oceano compacto da psicosfera terrena e se vincula à célula fecundada, dando
início a novo compromisso. Os que o amam, na Espiritualidade, ficam expectantes
e interessados pelos acontecimentos, preocupados pelos sucessos que ocorrerão,
e buscarão interceder nas horas graves, auxiliando nos momentos mais difíceis,
encorajando sempre... (Temas da Vida e da Morte, Reencarnação -- Dádiva de
Deus, pp. 14 e 15.)
Dotado
de expressiva capacidade plasmadora, o perispírito registra todas as ações do
Espírito através dos mecanismos sutis da mente que sobre ele age, estabelecendo
os futuros parâmetros de comportamento, que serão fixados por automatismos
vibratórios nas reencarnações porvindouras. Intermediário entre a alma e o
corpo físico, por ele se processam as imposições da mente sobre a matéria e os
efeitos dela em retorno à causa geratriz. Captando o impulso do pensamento e
computando a resposta da ação, a ele se incorporam os fenômenos da conduta
atual do homem, assim programando os sucessos porvindouros, mediante os quais
serão aprimoradas as conquistas, corrigidos os erros e reparados os danos
destes últimos derivados. Constituído por campos de força muito especiais, o
perispírito irradia vibrações específicas portadoras de carga própria, que
facultam a perfeita sintonia com energias semelhantes, estabelecendo áreas de
afinidade e repulsão de acordo com as ondas emitidas. Desse modo, quando o
Espírito é encaminhado, por ocasião da reencarnação, aos futuros genitores, no
momento da fecundação o gameta masculino vitorioso esteve impulsionado pela
energia do perispírito do reencarnante, que naquele espermatozoide encontrou os
fatores genéticos de que necessitava para a programática a que se deve
submeter. A partir desse momento, os códigos genéticos da hereditariedade, em
consonância com o conteúdo vibratório dos registos perispirituais, vão
organizando o corpo que o Espírito habitará. Como é certo que, em casos
especiais, há toda uma elaboração de programa para o reencarnante, na
generalidade, os automatismos vibratórios das Leis de Causalidade respondem
pela ocorrência, que jamais tem lugar ao acaso. Todo elemento irradia vibrações
que lhe tipificam a espécie e respondem pela sua constituição. Espermatozoides
e óvulos, em consequência, possuem campo de força específico, que propele os
primeiros para o encontro com os últimos, facultando o surgimento da célula
ovo. Por sua vez, cada gameta exterioriza ondas que correspondem à sua
fatalidade biológica, na programação genética de que se faz portadora. (Temas
da Vida e da Morte, Pensamento e perispírito, pp. 35 e 36.)
Concluindo, reproduzimos uma das perguntas propostas ao conhecido escritor Hermínio Correa de Miranda em uma entrevista publicada pelo CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo, que o leitor pode ver na internet clicando neste link
- http://geal-ba.blogspot.com.br:
–
Como se dão as reencarnações regidas pelo automatismo? Esta situação abrange os
casos de reencarnação forçada que os Espíritos de pouca luz unidos em falanges
impõem a seus subjugados?
Hermínio
Correa Miranda: “Há reencarnações com um componente de compulsoriedade,
obviamente em benefício da entidade reencarnante. O livro Prontuário da Obra de
Allan Kardec, de Deoclécio de Demócrito, recomenda ler, sobre este aspecto, a
Questão 262, em O Livro dos Espíritos. Recorro, ainda, ao Indicador Espírita,
compilado por outro meticuloso e competente confrade, João Gonçalves. Veja o
que contém o verbete número 2155: ‘Reencarnações se processam muita vez sem
qualquer consulta aos que necessitam segregação em certas lutas no plano
físico, qual enfermos e criminosos que, pela própria condição ou conduta,
perderam temporariamente a faculdade de resolver quanto à sorte que lhes
convém. Incapazes de eleger o caminho de reajuste, são decididamente internando
na cela física como doentes isolados sob assistência precisa. Vemo-los, assim,
repontando de lares faustosos ou paupérrimos, ao lado daqueles que lhe devem
abnegação e carinho, contrariando por vezes até certo a hereditariedade, por
representarem dolorosas exceções no caminho normal.’ São indicadas, nesse
verbete, as seguintes fontes de consulta: Evolução em Dois Mundos, Entre a
Terra e o Céu, Missionários da Luz, Nosso Lar, No Mundo Maior, Obreiros da Vida
Eterna, todos de André Luiz e mais: Autodescobrimento - uma busca interior, de
Joanna de Ângelis e, ainda, As Mil Faces da Realidade Espiritual, de Hermínio
C. Miranda, bem como Nascer e Renascer (?) e, finalmente, O Problema do Ser, de
Léon Denis. Sobre a segunda parte de sua pergunta, lembro meu artigo ‘O médium
do Anti-Cristo’ (Reformador, março e abril de 1976), no qual é examinada a
hipótese de reencarnações de um mesmo grupo de entidades em torno de Adolf
Hitler.”
FONTE : ASTOLFO O. OLIVEIRA FILHO EDITOR DA
REVISTA ELETRÔNICA O CONSOLADOR
http://www.oconsolador.com.br/ano6/292/oespiritismoresponde.html
RENOVAÇÃO
As revelações dos Espíritos convidam naturalmente a ideais mais elevados, a propósitos
mais edificantes.
Para as inteligências realmente dispostas à renunciação da animalidade, são elas sublime
incentivo à renovação interior, modificando a estrutura fluídica do ambiente mental que
lhes é próprio.
Se a civilização exige o desbravamento da mata virgem, para que cidades educadas
surjam sobre o solo e para que estradas se rasguem soberanas, é indispensável a
eliminação de todos os obstáculos, à custa do sacrifício daqueles que devotam ao
apostolado do progresso.
A Humanidade atual, em seu aspecto coletivo, considerada mentalmente, ainda é a
floresta escura, povoada de monstruosidades.
Se nos fundamentos evolutivos da organização planetária encontramos os animais préhistóricos,
oferecendo a predominância do peso e da ferocidade sobre quaisquer outros
característicos, nos alicerces da civilização do espírito ainda perseveram os grandes
monstros do pensamento, constituídos por energias fluídicas, emanadas dos centros de
inteligência que lhes oferecem origem.
Temos, assim, dominando ainda a formação sentimental do mundo, os mamutes da
ignorância, os megatérios da usura, os iguanodontes da vaidade ou os dinossauros da
vingança, da barbárie, da inveja ou da ira.
As energias mentais do habitantes da Terra tecem o envoltório que os retém à superfície
do Globo. Raros são aqueles cuja mente vara o teto sombrio com os raios de luz dos
sentimentos sublimados que lhes fulguram no templo íntimo.
O pensamento é o gerador dos infracorpúsculos ou das linhas de força do mundo
subatômico, criador de correntes de bem ou de mal, grandeza ou decadência, vida ou
morte, segundo a vontade que o exterioriza e dirige. E a moradia dos homens ainda está
mergulhada em fluidos ou em pensamentos vivos e semicondensados de estreiteza
espiritual, brutalidade, angústia, incompreensão, rudeza, preguiça, má-vontade, egoísmo,
injustiça, crueldade, separação, discórdia, indiferença, ódio, sombra e miséria...
Com a demonstração da sobrevivência da alma, porém, a consciência humana adquire
domínio sobre as trevas do instinto, controlando a corrente dos desejos e dos impulsos,
soerguendo as aspirações da criatura para níveis mais altos.
Os corações despertados para a verdade começam a entender as linhas eternas da
justiça e do bem. A voz do Cristo é ouvida sob nova expressão na mais profunda acústica
da alma.
Quem acorda converte-se num ponto de luz no serro denso da Humanidade, passando a
produzir fluidos ou forças de regeneração e redenção, iluminando o plano mental da Terra
para a conquista da vida cósmica no grande futuro.
Em verdade, pois, nobre é a missão do Espiritismo, descortinando a grandeza da
universalidade divina à acanhada visão terrestre; no entanto, muito maior é muito mais
sublime é a missão do nosso ideal santificante com Jesus para o engrandecimento da
própria Terra, a fim de que o Planeta se divinize para o Reino do Amor Universal.
Livro: Roteiro
Chico Xavier/Emmanuel
Mediunidade Intuitiva
mediunidade. A pergunta era: como eu posso ter certeza que sou médium?
como intuitiva.
Mediunidade intuitiva é uma classificação que cabe em uma gama diversa de manifestações. Embora Kardec estivesse tratando de médiuns escreventes quando tocou no assunto (O Livro dos Médiuns, cap. XV.), sua definição se aplica também a médiuns falantes, de pressentimentos, pintores, entre outros.
A descrição da faculdade é simples. O médium percebe o conteúdo do que vai escrever ou falar antes do fenômeno acontecer, e movimenta o lápis ou a garganta de vontade própria. Como não há nenhuma interferência do espírito comunicante nas vias motoras do médium, não há mudança de caligrafia ou de entonação de voz, a menos que o médium assim o deseje (e o faça por conta própria, muitas vezes para se sentir mais seguro).
O problema dos médiuns intuitivos é a distinção entre seus próprios pensamentos e os pensamentos oriundos dos espíritos. Há faculdades em que a percepção dos espíritos é nítida e semelhante à percepção dos órgãos
dos sentidos. O mesmo não se dá com a intuição. O médium tem razões para crer que o pensamento não foi criado por ele, mas também não sente segurança para afirmar que é oriundo de um espírito, e em caso afirmativo, hesita quanto à fidelidade do que está escrevendo.
A mediunidade intuitiva é um conjunto de sugestões espirituais registradas pelo pensamento/sentimento do intermediário que é traduzido, interpretado e registrado por ele.
Imagine agora uma situação em que você não é capaz de ouvir claramente, em que as idéias são percebidas com dificuldade, é necessário manter a concentração sobre o conteúdo, sem dispersar-se e as suas próprias emoções
alteram a comunicação com a fonte. Estas são algumas das dificuldades deste tipo de mediunidade.
Kardec estava atento a este tipo de situações quando escreveu sobre o assunto. Acostumado a trabalhar com médiuns mecânicos e semimecânicos, ele assim se
refere à mediunidade intuitiva:
“Efetivamente, a distinção é às vezes difícil de fazer-se. (...)”
Uma observação que Kardec faz quanto ao mecanismo desta faculdade é o que se pode chamar de criação simultânea. O médium não cria o texto em sua
mente e organiza as idéias para, a seguir, redigir. O pensamento “nasce à medida que a escrita vai sendo traçada e, amiúde, é contrário à idéia que antecipadamente se formara. Pode mesmo estar fora dos limites dos
conhecimentos e capacidades do médium”. (O Livro dos Médiuns, parágrafo 180)
Quatro elementos identificadores se encontram, portanto, no texto kardequiano: a falta de impulsos mecânicos, a voluntariedade da escrita mediúnica, a criação
simultânea das idéias do texto e a presença de conhecimentos e informações que podem estar além das capacidades do médium.
Mesmo encontrando estas quatro características (e a última é muito importante para a identificação de um médium intuitivo), ainda assim o produto desta mediunidade é passível de mescla com as idéias pessoais do intermediário. Isto fez com que os espíritos dissessem a Kardec a seguinte frase sobre os médiuns intuitivos:
Este tipo de faculdade desaponta bastante os que desejam ver fenômenos definitivos, que dão evidências da vida após a morte. Parece-se com o garimpo manual, descarta-se muita areia para encontrar uma ou outra pepita de ouro verdadeiro. O curioso é que os céticos ficam a dizer: “só vejo areia”, e quando surge o ouro vociferam “quem sabe este charlatão não o colocou aí quando nos
distraímos”.
Eu expliquei aos poucos estas informações à jovem, que me pareceu um pouco desapontada no final da conversa. Talvez ela tenha sido incentivada a escrever o
que lhe ocorria, mas não tenha surgido nada em seu texto que atenda ao quarto critério de Kardec. Tudo indica que continuou em dúvida.
Com o surgimento da Psicologia Analítica, a distinção entre mediunidade intuitiva e animismo ficou ainda mais difícil. Jung afirmou que alguns fenômenos psicológicos nos quais a pessoa se sente um expectador, são frutos da fantasia ou da imaginação ativa; esta última, uma manifestação de arquétipos do inconsciente coletivo, mas isto é assunto para um outro artigo.
Blog Espiritismo Comentado
REFLEXÕES DE ANO NOVO
Como o próprio nome indica, esses conceitos nos levam a profunda reflexão.
Ei-los:
“Anotei o que Chico nos disse, certa vez”, registra Baccelli: “Estamos numa doutrina de muitos contatos... Temos oportunidade de fazer muitos amigos... O trabalho a ser desenvolvido é imenso... Temos a crença na imortalidade, o intercâmbio com os irmãos desencarnados, o conhecimento do evangelho... A visão que o Espiritismo nos proporciona da Vida é maravilhosa... Compreendemos a função da dor e adentramos a causa das provações humanas... Oramos, sabendo que a prece é o nosso fio de ligação com Deus... As nossas perspectivas para o futuro da Humanidade são as melhores... A nossa fé é um tesouro!... Mas, se somos muito requisitados, se temos muitos envolvimentos doutrinários, muitas tarefas, compromissos, mediunidade, não podemos nos esquecer de que o momento do testemunho é uma hora extremamente solitária... A vivência cotidiana do Evangelho é pessoal; nem os espíritos poderão substituir-nos, quando formos chamados à aplicação de tudo quanto já sabemos, ou, pelo menos, supomos saber... Este é o problema fundamental do espírita – a sua própria renovação! O espírita que não se melhora, não está assimilando a Doutrina. Dizem que eu tenho escrito muitos livros... Tudo é obra dos espíritos amigos. De fato, tenho recebido muita coisa, mas Emmanuel tem me ensinado que nenhum livro que eu possa ter recebido ou que venha a receber vale pelo que eu esteja fazendo de minha própria vida... Tenho visto tantos médiuns preocupados em escrever, em publicar livros... Tudo muito justo – devemos fazer pela divulgação da Doutrina o que pudermos; no entanto, depois de tantos livros publicados, digo a vocês que a minha luta maior continua sendo comigo mesmo... Tantos conflitos entre os companheiros de ideal, tantas disputas, tanta cizânia... Ora, após a desencarnação, só poderemos recorrer às nossas próprias obras... Os benfeitores espirituais, por mais queiram, nada poderão fazer para nos alterar a realidade... No Espiritismo, ninguém faz mais do que aquele que se esforça para viver conforme crê – ou seja, colocando em prática a lição... As ações são minhas, mas os livros pertencem aos espíritos! Não posso reivindicar a obra de Emmanuel para mim . Eu não fiz nada! O médium não passa de instrumento... Dei apenas do meu tempo, e muito pouco: poderia ter dado mais, dormido menos, me preocupado menos com os outros, mormente com aqueles que sempre criticaram as minhas imperfeições no trabalho dos espíritos... Tenho receio de ver a minha ficha no Mundo Espiritual... Não vou pedir para ver coisa alguma... Se eu puder continuar trabalhando, renderei graças! A Misericórdia Divina há de me possibilitar continuar rastejando para a frente... Rastejando, sim, mas para a frente!... Não posso mais pensar em retrocesso... Então, eu não compreendo tanta vaidade, tanta pretensão .. Vamos preocupar-nos com os outros, mas para auxiliar... ”
Fonte:
Do Livro O APÓSTOLO DO SÉCULO XX - CHICO XAVIER - Weimar Muniz de Oliveira - Edição FEEGO.
Resolução para o Ano Novo
Afora tu mesmo, ninguém te decide o destino...
Somos tangidos por fatos e problemas a exigirem a manifestação de nossa vontade em todas as circunstâncias.
Muito embora disponhamos de recursos infinitos de escolha para assumir gesto determinado ou desenvolver certa ação, invariavelmente, estamos constrangidos a optar por um só caminho, de cada vez, para expressar os desígnios pessoais na construção do destino.
Conquanto possamos caminhar mil léguas, somente progredimos em substância avançando passo a passo.
Daí, a importância da existência terrena, temporária e limitada em muitos ângulos porém rica e promissora quanto aos ensejos que nos faculta para automatizar o bem, no campo de nós mesmos, mediante a possibilidade de sermos bons para os outros.
Decisão é necessidade permanente.
Nossa vontade não pode ser multipartida.
Idéia, verbo e atitude exprimem resoluções de nossas almas, a frutificarem bênçãos de alegria ou lições de reajuste no próprio íntimo.
Vacilação é sintoma de fraqueza moral, tanto quanto desânimo é sinal de doença.
Certeza no bem denuncia felicidade real e confiança de hoje indica serenidade futura.
Progresso é fruto de escolha.
Não há nobre desincumbência com flexibilidade de intenção.
Afora tu mesmo, ninguém te decide o destino...
Se a eventualidade da sementeira é infinita, a fatalidade da colheita é inalienável.
Guardas contigo tesouros de experiências acumulados em milênios de luta que podem crescer, aqui e agora, a critério do teu alvitre.
Recorda que o berço de teu espírito fulge longe da existência terrestre.
O objetivo da perfeição é inevitável benção de Deus e a perenidade da vida constitui o prazo de nosso burilamento, entretanto, o minuto que vives é o veículo da oportunidade para a seleção de valores, obedecendo a horário certo e revelando condições próprias, no ilimitado caminho da evolução.
[Decisão, E - Cap. XXIV - Item 15]
Afora tu mesmo, ninguém te decide o destino...
Autor: André Luiz
Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Da obra: Opinião Espírita