"Bem-aventurados
os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus
... (Mateus 5:3)
Parece
um contra-senso Jesus oferecer a bem-aventurança aos pobres de espírito,
se considerarmos o conceito que essas palavras têm entre nós: outro
era, no entanto, o pensamento de Jesus.
Pobre
de espírito não é o homem néscio e baldo de inteligência,
mas os simples, os humildes, pois para estes está reservada a conquista
do reino dos céus, que tem entre nós o sentido de reforma interior.
Os orgulhosos, aqueles que se deixaram dominar pela soberbia, os recalcitrantes,
estes julgam-se superiores e acham que as coisas divinas não merecem
sua atenção.
Preeocupam-se em demasia com as conquistas do mundo e relegam para plano secundário
a sua reforma íntima.
Os
simples e humildes compreendem a sublimidade da justiça divina, conformam-se
com os seus ditames e, como decorrência, ajustam-se para atingir siituações
mais relevantes na vida futura.
Certa
vez os apóstolos indagaram de Jesus: "Quem é o maior no reino
dos céus", e o Mestre, tomando de um menino e assentando-o em seu
joelho, disse:
-"Quem
não se fizer pequenino como este menino, não entrará no
reino dos Céus".
É
fora de cogitação que o menino mereceria o acesso aos planos espirituais
superiores, simplesmente pelo fato de ser criança.
O
objetivo do Mestre foi ensinar que quem não se fizer simples ou pequenino
em humildade, não merecerá o tão almejado acesso a essas
regiões elevadas.
Não
afirmou o Senhor que o reino de Deus é para elas, mas para aqueles que
se lhes assemelham.
Pois, não tendo a criança ainda podido manifestar nenhuma tendência
perversa, oferece-nos a imagem da inocência e da candura.
Paulo
Alves Godoy
Os quatro Sermões
Os quatro Sermões
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