O
reino de Deus não vem com visível aparência (Lucas 17:.20):
precisamos construí-lo pacientemente em nossos corações.
O reino de Deus não é subjetivo, ou pertencente a um mundo estranho.
Ele foi implantado na Terra, e está crescendo entre os homens e as nações
de boa vontade.
Aditou
Jesus que o reino de Deus será subtraído ao povo que se tornar
infiel e dado a um outro que apresentar melhores condições de
assimilação.
A
razão primária do preparo do povo de Israel para a gloriosa missão
que lhe estava reservada, residia no fato de ser a única comunidade monoteísta
da época - o único povo que esposava a crença num Deus
uno e indivisível -, tornando-se, como decorrência, a nação
que apresenta, as melhores condições para receber em seu seio
o Messias prometido.
Por
essa razão fundamental, o povo judeu foi alvo de intensa preparação
por parte de entidades espirituais, sob a égide do Espírito Jeová,
sendo desta forma propiciado para o advento sucessivo de numerosos profetas
e missionários, precursores da vinda de Jesus Cristo.
Não
houve, entretanto, a ressonância devida: muitos profetas foram apedrejados
e mortos e o Messias foi crucificado. Cumpriu-se, assim, o vaticínio
de Jesus contido em Mateus (23:37-39) "Jerusalém, que matas os profetase
apedrejamos que te são enviados.
Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus
pintainhos debaixo das asas, e não o quiseste! Eis que a vossa casa vai
ficar-vos deserta. Pois eu vos digo que desde agora já não me
vereis mais, até que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor".
As
hostes romanas de Tito invadiram a famosa cidade, no ano 69, destruindo-a e
forçando o povo israelita a se dispersar pelo mundo, perdendo a sua própria
pátria. A sua terra foi dada a um povo diferente.
O
reino de Deus, entretanto, tem sido dado e retirado de outros povos. Muitas
nações tiveram em suas mãos a viabilidade de disseminar
o conhecimento desse reino, porém assoberbadas pela glória terrena,
pelo orgulho e pela vaidade, pouco ou nada fizeram a fim de corresponder à
expectativa do Alto .
A
Espanha dos reis católicos, em cujos domínios jamais se deixava
de ver o sol, experimentou glória e opulência. Poderia ter sido
consolidado no mundo um reino de paz e solidariedade, no entanto, ofuscou-se
com o fausto e com o orgulho. Muitos emissários do Alto foram devorados
pelas suas fogueiras inquisitoriais e perseguidos pela sanha intolerante daqueles
que tinham em suas mãos o cetro do poder. O reino de Deus não
encontrou terreno adequado. A velha nação entrou numa fase de
decadência e de expiação.
A
França napoleônica, cujos domínios se estenderam a boa parcela
do mundo, não soube levar a paz e a concórdia às nações
conquistadas
.. A vaidade e a presunção passaram a nortear os rumos dos seus
governantes. A possibilidade de amoldar-se às normas evangélicas
simbolizadas no reino de Deus não encontrou guarida.
O
Reino de Deus se fundamenta na primazia dos ensinamentos do Evangelho. A sua
lei básica é o Amor; a sua bandeira é a Justiça:
o seu escudo é a Verdade; o seu símbolo é a Paz. Seu objetivo
é irmanar o gênero humano de modo a haver "um só rebanho
sob a égide de um só pastor". Não é um reino
que se impõe, mas que expõe: que não quer vencer, mas convencer;
que quer ação em vez de adoração: que pretende transformar
os homens em lídimos herdeiros de um Pai soberanamente justo e bom. Suas
guerras são apenas intelectuais feitas contra o egoísmo, o orgulho,
a vaidade, a inveja, o ódio, o ciúme e outras formas de defeitos
e ócios.
O
reino de Deus pode ser subtraído das comunidades religiosas, quando elas
se divorciam dos ditames evangélicos; quando se distanciam das massas
sofredoras; quando se encastelam no orgulho e na vaidade: quando passam somente
a cogitar das riquezas temporais, esquecidas do tesouro que o Mestre recomendou
ser acumulado nos céus.
O
reino de Deus é, também, tirado, temporariamente, de seio das
famílias quando os seus componentes não vivem nas pautas da moral
da compreensão, do amor recíproco, preferindo antes
viverem chafurdados nos vícios e na intemperança, esquecidos da
reforma interior.
O
reino de Deus é tirado, provisoriamente, do coração do
homem, quando este se torna avaro, assassino, perdulário, dissoluto:
quando vive mergulhado nos vicíos terrenos; quando malbarata os seus
deveres fundamentais no recesso do lar, aniquilando seus próprios valores
morais e anulando os benefícios de mais uma vida terrena. Muitos homens
de Israel se arroganm ao título de Filhos do Reino, por se considerarem
mais puros que todos os outros homens, no entanto, o Mestre preceituou, enfático:
"Os filhos do Reino serão lançados nas trevas exteriores,
em que haverá choro e ranger de dentes" Mateus 8:12).
Somente
através dos processos expiatórios as nações redimem-se,
predispondo-se a novas experiências de adaptação ao reino
de Deus. Somente pelos processos reencarnatórios as famílias e
o homem podem fazer jus a novas experiências no tocante à reimplantação
daquele reino em seus corações. Somente por intermédio
da reforma de base, da derrocada dos dogmas, da adaptação aos
postulados evangélicos, cingindo-se às práticas do amor
e do apego à verdade, as religiões poderão atrair a si,
novamente, o reino de Deus.
Paulo
Alves Godoy
Os quatro Sermões
Os quatro Sermões
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