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terça-feira, 1 de janeiro de 2013
MISSÃO DO ESPIRITISMO
A missão do Espiritismo, tanto quanto o ministério do Cristianismo, não será destruir as
escolas de fé, até agora existentes.
Cristo acolheu a revelação de Moisés.
A Doutrina dos Espíritos apóia os princípios superiores de todos os sistemas religiosos.
Jesus não critica a nenhum dos Profetas do Velho Testamento.
O Consolador Prometido não vem para censurar os pioneiros dessa ou daquela forma de
crer em Deus.
O Espiritismo é, acima de tudo, o processo libertador das consciências, a fim de que a
visão do homem alcance horizontes mais altos.
Há milênios, a mente humana gravita em derredor de patrimônios efêmeros, quais sejam
os da precária posse física, atormentada por pesadelos carnais de variada espécie.
Guerras de todos os matizes consomem-lhe as forças.
Flagelos de múltiplas expressões situam-lhe a existência em limitações aflitivas e
dolorosas.
Com a morte do corpo, não atinge a liberação.
Além-túmulo, prossegue atenta às imagens que a ilusão lhe armou no caminho,
escravizada a interesses inconfessáveis.
Em plena vida livre, guarda, ordinariamente, a posição da criatura que venda os olhos e
marcha, impermeável e cega, sob pesadas cargas a lhe dobrarem os ombros.
A obstinação em disputar satisfações egoísticas, entre os companheiros da carne,
constitui-lhe deplorável inibição e os preconceitos ruinosos, os terríveis enganos do
sentimento, os pontos de vista pessoais, as opiniões preconcebidas, as paixões
desvairadas, os laços enfermiços, as concepções cristalizadas, os propósitos menos
dignos, a imaginação intoxicada e os hábitos perniciosos representam fardos enormes
que constrangem a alma ao passo vacilante, de atenção voltada para as experiências
inferiores.
A nova fé vem alargar-lhe a senda para mais elevadas formas de evolução.
Chave de luz para os ensinamentos do Cristo, explica o Evangelho não como um tratado
de regras disciplinares, nascidas do capricho humano, mas como a salvadora mensagem
de fraternidade e alegria, comunhão e entendimento, abrangendo as leis mais simples da
vida.
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Aparece-nos, então, Jesus, em maior extensão de sua glória.
Não mais como um varão de angústia, insinuando a necessidade de amarguras e
lágrimas e sim na altura do herói da bondade e do amor, educando para a felicidade
integral, entre o serviço e a compreensão, entre a boa-vontade e o júbilo de viver.
Nesse aspecto, vemo-lo como o maior padrão de solidariedade e gentileza, apagando-se
na manjedoura, irmanando-se com todos na praça pública e amparando os malfeitores,
na cruz, à extrema hora, de passagem para a divina ressurreição.
O Espiritismo será, pois, indiscutivelmente, a força do Cristianismo em ação para reerguer
a alma humana e sublimar a vida.
O Espaço Infinito, pátria universal das constelações e dos mundos,é, sem dúvida, o clima
natural de nossas almas, entretanto, não podemos esquecer que somos filhos,
devedores, operários ou companheiros da Terra, cujo aperfeiçoamento constitui o nosso
trabalho mais imediato e mais digno.
Esqueçamos, por agora, o paraíso distante para ajudar na construção do nosso próprio
Céu.
Interfiramos menos na regeneração dos outros e cogitemos mais de nosso próprio
reajuste, perante a Lei do Bem Eterno, e, servindo incessantemente com a nossa fé à
vida que nos rodeia, a vida, por sua vez, nos servirá, infatigável, convertendo a Terra em
estação celestial de harmonia e luz para o acesso de nosso espírito à Vida Superior.
Livro: Roteiro
Chico Xavier/Emmanuel
CONHECE-TE A TI MESMO
Livro: Leis Morais
MULTIDÃO E JESUS
A multidão, porém, são as chagas sociais, as dores superlativas, as agonias e decepções, as lutas e angústias, as dificuldades.
Em toda parte o Mestre esteve sempre cercado pela multidão.
Através das Suas mãos perpassavam as misericórdias, as blandícias, manifestava-se o amor. . .
O seu dúlcido e suave olhar penetrava a massa amorfa sob a dor repleta de aflitos e ansiosos lenindo as desesperações e angústias que penetram as almas como punhais afiados e doridos.
A multidão são o imenso vale de mil nonadas e muitas necessidades humanas mesquinhas, onde fermentam os ódios, e os miasmas da morte semeiam luto e disseminam a peste em avalanche desesperadora num contágio de longo porte. . .
Ele viera para a multidão, que somos todos nós, os sedentos de paz, os esfaimados de justiça, os atormentados pelo pão do corpo e na alma. ..
Todos os grandes Missionários desceram das altas planuras para as multidões que são o nadir da Humanidade.
Por isto sempre encontraremos Jesus cercado pela multidão.
Sua presença acalma, diminuindo o fragor da batalha, amainando guerras de fora quanto conflitos de dentro.
Ele é amor.
O penetrar do seu magnetismo dulcifica, fazendo que os valores negativos se convertam em posições refletidas, em aquisições de bênçãos.
Quando Ele passa, asserenam-se as ansiedades. Rei Solar, onde esteja, haverá sempre a claridade de um perene amanhecer.
As águas tépidas, aos ósculos do Astro-rei, refletem o céu azul de nuvens brancas e garças. . .
Há salmodias que cantam no ar, expectativas que dormem e despertam nos espíritos. . .
Chegando às praias de Genesaré, a notícia voa nos pés alígeros da ansiedade e a multidão se adensa. ..
As informações se alargam pelas aldeias vizinhas, pelos povoados ribeirinhos. . .
Todos trazem os seus. . . Os seus pacientes, familiares e conhecidos, problemas e querelas. . .
Exibem chagas purulentas, paralisias, dificuldades morais, misérias e tormentos de toda espécie.
Obsessos ululam e leprosos choram, cegos clamam e surdos-mudos atordoam-se.
A atroada dos atropelos que o egoísmo desatrelado produz, a inquietação individual, o medo de perder-se a oportunidade tumultua todos, os semblantes se angustiam, os ruídos se fazem perturbadores, enquanto Ele, impávido, sereno, acerca-se e toca, deixando-se tocar. . .
Transfiguram-se as faces, sorriem os rostos antes deformados, inovimentam-se os membros hirtos e os sorrisos, em lírios brancos ngastados nas molduras dos lábios arroxeados, abrem-se, exaltam o Rabi, cantam aleluias.
A música da saúde substitui a patética da enfermidade, a paz adorna a fronte fatigada dos guerreiros inglórios.
Partem os que louvam, chegam os que rogam. . .
Há silêncios que se quebram em ribombar de solicitações contínuas. Há vozes que emudecem na asfixia das lágrimas.
Das fímbrias das suas vestes, que brilham em claridade desconhecida, desprendem-se as virtudes e estas curam, libertam, asserenam, felicitam. . .
Genesaré encontra o seu apogeu, encanta-se com o Profeta. . . O Rabi, o Aguardado, reveste-se de misericórdia e todos exultam.
Narram os evangelistas que naquela visita à cidade formosa e humilde ocorreram todos os milagres que o amor produz.
No entanto, por cima de tais expectativas e conquistas transitórias, Jesus alonga o olhar para o futuro e descortina, além dos painéis porvindouros, a Nova Humanidade destituída das cangas atribulatórias, constringentes e justiçadoras com que o homem se libera, marchando na direção do Pai.
Até este momento, o Senhor sabe que os homens ainda são as suas necessidades imediatas e tormentosas em cantochões de agonia lenta. . .
Por muitos séculos soarão as vozes das multidões necessitadas e torpes, no festival demorado das lágrimas.
Cristianismo, todavia, é Jesus em nós, insculpido no santuário dos sentimentos, esflorando esperança e fé.
Atendamos à enfermidade, à viuvez, ao abandono, à solidão e à fome sem nos esquecermos de que, revivendo o Mestre Insuperável, os Imortais que ora retornam, buscam, essencialmente, libertar o homem de si mesmo, arrebentando os elos escravocratas que os fixam às mansardas soezes do primitivismo espiritual de cada um, a fim de alçá-lo à luz perene e conduzi-lo às praias da nova Genesaré do amor, onde Ele, até hoje, espera por todos nós, a aturdida multidão de todos os tempos.
(*) Mateus 14:34-36. Marcos 6:53-56. (Notas da Autora espiritual).
Livro: Quando voltar a Primavera
SIMÃO, O CIRINEU
Pessoa alguma que se resolvesse falar a Seu favor.
Todos os verbos estavam calados, e o silêncio era a resposta da frágil gratidão humana Àquele que não titubeava entregar-se em holocausto de amor.
Tudo se realizava como se fosse uma patética entoando as tristes notas de uma mensagem fúnebre.
O medo aparvalhava os amigos e a palidez da covardia moral cobria os rostos dos beneficiados, a distância, com a mortalha da injustificação.
Não obstante as arbitrariedades da Lei, Israel mantinha no seu estatuto que qualquer pessoa podia levantar a voz a favor de um condenado. Isto bastaria para revisar o processo, concedendo outra oportunidade ao réu, embora já estivesse julgado. ..
Com Ele a acorrência se fazia diferente.
Cinco dias apenas eram transcorridos do sucesso que obtivera na Idade regorgitante que O exaltara, dizendo-O o Messias, o Esperado! naquela ocasião todos comentavam publicamente os Seus feitos, enquanto ofereciam tóxico para que os ódios fermentassem, culminando na tragédia que ora se consumava.
Ele não enganara a ninguém, porquanto sempre se reportava a um reino que não era deste mundo.
Apesar disso, esparzira a ternura e a misericórdia como um Sol generoso aquecendo o pantanal e o transformando em campo fértil.
Agora se encontrava só. . . A sós, com Deus como, aliás, sempre estivera.
Tantos se haviam beneficiado, inobstante permaneciam silentes, distantes. ..
A estranha procissão percorreu a distância inferior a quinhentos metros, atravessou a porta Judiciária, e a silhueta do monte sombrio se desenhou entre o fulgor do dia em plenitude e o fundo azul abrazado da Natureza. ..
Abril já é período de seca, de calor, de sol intenso.. . A terra se torna de cor ocre, morrem as anémonas e os tons de chumbo substituem o verdor que embeleza.
Àquela hora, mais ou menos às onze, a atmosfera carregada alcançava índices de cansaço que desagradavam, abafados. . .
De semblantes sinistros, com varapaus, os membros da peregrinação torturam o Justo, agridem-nO com acrimônia, mordacidade e zombaria.
Sempre se fará assim com aqueles que se elevam acima da craveira da banalidade, com os que se erguem nas grimpas dos ideais de enobrecimento da Humanidade.
Ele viera para isto, para ensinar cada homem a carregar sua cruz conforme o fazia, sem queixas nem murmurações.
No ano 67 a. C, passou à Província romana. São de Cirene: Aristipo, Calímaco, Eratóstenes...
Cirene, sua capital, passaria à narração evangélica graças a Simão, ali nascido, judeu de família grega que se encontrava acompanhando a sinistra procissão pelas vias estreitas de Jerusalém, naquele dia.
Aquele homem de olhar triste fascinou-o.
A pesada cruz, com quase setenta quilos, a dilacerar os ombros e as mãos do condenado, que cambaleia, comove-o.
A noite de vigília demorada, as viagens entre Anaz e Caifaz, o Pretório exauriram o Filho de Deus.
O centurião fustigava o preso, a fim de que não desfalecesse. A penalidade deveria ser cumprida.
Enfurecido, experimenta o soldado um misto de piedade e dever, ferido pelo amor do prisioneiro pacífico e escravo, serviçal pela paixão a César. No tormento que o vence, deseja diminuir a carga que ameaça esmagá-l0. Perpassa o olhar injetado pelas filas de mudos espectadores e chama o homem de Cirene.
O convocado não reage. Parece até que se rejubila interiormente. Submisso curva-se, oferece o ombro e auxilia o estranho.
A cruz se ergue mais leve. Jesus dirige-lhe um olhar de profundo amor.
Lampeja um lucilar de ternura e de gratidão que penetra o benfeitor inesperado e fá-lo tremer de emoção desconhecida.. .
Pai de dois jovens, Rufo e Alexandre, pensa nos filhos e apiada-se dos pais do condenado, umedecendo os olhos.
Estranha voz balbucia no seu coração uma cantilena de esperança. ..
As lágrimas se misturam ao suor que molha o rosto queimado, coberto de pó.
Viera do campo, sendo surpreendido pela alucinação da intolerância e do ódio.
Claro, que ouvira falar de Jesus. Conhecia-O, admirava-O à distância. Agora, porém, O amava.
O amor é um sentimento veloz. Toma do coração e reina absoluto. Dar-lhe-ia a vida se fosse necessário — pensou.
Nesse momento, a comitiva torva chegava ao topo do monte. O crime deveria ser consumado antes do cair do dia, quando se iniciava o sábado, reservado ao repouso, ao esconder-se o Sol. . .
A patética do martelo nos pregos repercutiria nos seus ouvidos por muito tempo. ..
O som metálico e as contrações musculares do Submisso dilaceraram-no, também. Os semblantes suarentos dos crucificadores e os olhares de lince, a agonia e o sangue a fluir abundante, eram a moldura vergonhosa que contrastava com a nobre serenidade dEle.
Quando as cordas O arrastaram nas traves, Ele oscilou no ar. O corpo arriou, rasgado. A linha vertical tombou no fundo da grota calcada por pedras que a impediam de cair. Culminava a injustiça criminosa dos homens que se arrastariam por milênios futuros, tentando repará-la.
Permitiu-se ficar a contemplá-lO...
Percebeu as mulheres que choravam e participou, intimamente, daquela dor honesta e corajosa.
Era, sim, o estoicismo feminino que se Lhe fazia solidário, quando todos O abandonaram. . .
Quedou-se ali, petrificado, a meditar até o Seu último hausto.
Jamais O esqueceria.
Volveu ao lar e penetrou-se do Espírito de Jesus.
Buscou mais tarde os Seus discípulos, ouviu-lhes as narrativas tardias e luminosas, passando a seguí-los e fazendo que seus filhos se convertessem àquele incomparável amor. . .
Simão, o cireneu, é o testemunho da solidariedade que o mundo nos solicita até hoje.
Símbolo e ação de bondade, imortaliza-se e liberta-se da timidez, da escravidão a que se jugula crescendo no rumo do Infinito.
Quinhentos metros eram a distância a percorrer entre o local do julgamento arbitrário e o acume do monte da Caveira. . .
Em curta distância, a impiedade e a zombaria são grandes. Também o testemunho da solidariedade fraternal fez-se enorme.
Todos encontraremos pelo caminho da aflição os cireneus em nome e honra de Jesus. A nosso turno devemos tornar-nos novos homens de Cirene a ajudar os que passam sobrecarregados aguardando, esperando socorro.
Livro: Quando voltar a Primavera-Divaldo
AS PRECES :"A prece é, pois, poderosa alavanca que nos ajuda a remover as imperfeições.."
Os quatro sermões
"Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus"
Os quatro Sermões
CONSTRUIR O REINO DE DEUS EM NOSSOS CORAÇÕES
Os quatro Sermões
VOLTARÁ O CRISTO?
Os 4 Sermões
EVANGELHO E EDUCAÇÃO:"O coração educado aparece, por abençoada luz, nas sombras da vida..."
Quando o mestre confiou ao mundo a divina mensagem da Boa Nova, a Terra, sem
dúvida, não se achava desprovida de sólida cultura.
Na Grécia, as artes haviam atingido luminosa culminância e, em Roma, bibliotecas
preciosas circulavam por toda parte, divulgando a política e a ciência, a filosofia e a
religião.
Os escritores possuíam corpos de copistas especializados e professores eméritos
conservavam tradições e ensinamentos, preservando o tesouro da inteligência.
Prosperava a instituição, em todos os lugares, mas a educação demorava-se em
lamentável pobreza.
O cativeiro consagrado por lei era flagelo comum.
A mulher, aviltada em quase todas as regiões, recebia tratamento inferior ao que se
dispensava aos cavalos.
Homens de consciência enobrecia, por infelicidade financeira ou por questiúnculas de
raça, eram assinalados a ferro candente e submetidos à penosa servidão, anotados como
animais.
Os pais podiam vender os filhos.
Era razoável cegar os vencidos e aproveita-los em serviços domésticos.
As crianças fracas eram, quase sempre, punidas com a morte.
Enfermos eram sentenciados ao abandono.
As mulheres infelizes podiam ser apedrejadas com o beneplácito da justiça.
Os mutilados deviam perecer nos campos de luta, categorizados à conta de carne inútil.
Qualquer tirano desfrutava o direito do reduzir os governados à extrema penúria, sem ser
incomodado por ninguém.
Feras devoravam homens vivos nos espetáculos e divertimentos públicos, com aplauso
geral.
Rara a festividade do povo que transcorria sem vasta efusão de sangue humano, como
impositivo natural dos costumes.
Com Jesus, entretanto, começa uma era nova para o sentimento.
Condenado ao supremo sacrifício, sem reclamar, e rogando o perdão celeste para
aqueles que o vergastavam a feriam, instila no ânimo dos seguidores novas disposições
espirituais.
Iluminados pela Divina Influência, os discípulos do Mestre consagram-se ao serviço dos
semelhantes.
Simão Pedro e os companheiros dedicam-se aos doentes e infortunados.
Instituem-se casas de socorro para os necessitados e escolas de evangelização para o
espírito popular.
Pouco a pouco, altera-se a paisagem social, no curso dos séculos.
Dilacerados e atormentados, entregues ao supremo sacrifício nas demonstrações
sanguinolentas dos tribunais e das praças públicas, ou trancafiados nas prisões, os
aprendizes do Evangelho ensinam a compaixão e a solidariedade, a bondade e o amor, a
fortaleza moral e a esperança.
Há grupos de servidores, que se devotam ao trabalho remunerado para a libertação de
numerosos cativos.
Senhores da fortuna e da terra, tocados nas fibras mais íntimas, devolvem escravos ao
mundo livre.
Doentes encontram remédio, mendigos acham teto, desesperados se reconfortam, órfãos
são recebidos no lar.
Nova mentalidade surge na Terra.
O coração educado aparece, por abençoada luz, nas sombras da vida.
A gentileza e a afabilidade passam a reger o campo das boas maneiras e, sob a
inspiração do Mestre Crucificado, homens de pátrias e raças diferentes aprenderam a
encontrar-se com alegria, exclamando, felizes: _ “meu irmão”.
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
REENCARNAÇÕES ACIDENTAIS?
Na
edição 286 desta revista publicamos na seção de Cartas um interessante
questionamento feito por nossa leitora Edaci Giacomin Gonçalves, de Porto
Alegre-RS, a respeito do tema reencarnações acidentais, uma expressão utilizada
por Adenáuer Novaes no livro “Reencarnação”.
Por
reencarnações acidentais Adenáuer Novaes entende os casos em que a fecundação
não estava prevista e a união sexual foi fortuita. Um determinado Espírito que
esteja próximo ao casal será atraído pelo óvulo fecundado. Mecanismos
automáticos encarregar-se-ão de propiciar lições de aprendizagem de que o
Espírito, nessa circunstância, necessite. Nesses casos, estariam incluídas as
reencarnações oriundas de estupros e acidentes semelhantes.
Consultado
por um de nossos colaboradores, Adenáuer Novaes escreveu-nos o seguinte:
“O
questionamento da leitora é pertinente. O senso crítico é desejável em tudo que
se refira ao conhecimento. A análise a respeito das reencarnações ‘acidentais’
deve contemplar a questão do livre-arbítrio. Os atos humanos nem sempre são programados
com antecedência, graças à liberdade de escolha que foi atingida a essa altura
da evolução do Espírito. É pouco provável que haja Espíritos à espera de cada
possibilidade decisória.
Se
considerarmos, por exemplo, o estupro como uma escolha do indivíduo doente que
o pratica, temos que considerar também que, do outro lado, sua vítima teria a
probabilidade de sofrê-lo, mas não o determinismo de que iria acontecer. Será
que haveria, antecipadamente, um Espírito desencarnado à espera de que o fato
ocorresse? Não seria considerar que há um determinismo? Prefiro considerar que,
num plano menor, trata-se de um ‘acidente’. Num plano maior, divino, não há
acidentes.
É
também possível considerar que um casal possa mudar seus planos, aceitando a
encarnação de um Espírito sem que tenha sido planejado recebê-lo anteriormente.
Esse novo filho seria fruto do livre-arbítrio de ambos, portanto, não planejado
previamente. O contrário, isto é, a redução do número de filhos, também poderia
ocorrer. Vale considerar que os casos de separação dos casais também promovem
mudanças no planejamento reencarnatório, provocando ‘acidentes’. Desconheço
discussão sobre o assunto em outras obras.”
*
De
fato, não existe nenhuma obra espírita confiável que utilize a expressão
“reencarnação acidental”, que nos parece ter sido utilizada pelo confrade em
face da pobreza do nosso idioma. “Acidental” seria, de acordo com a explicação
dada por ele mesmo, um termo oposto a “planejado”. Além disso, Adenáuer
reconhece, como estudioso que é, que num plano maior “não há acidentes”.
Antes
de redigir este texto, ouvimos quase duas dezenas de articulistas e estudiosos
espíritas que colaboram habitualmente com nossa revista. O que abaixo se vai
ler é, portanto, uma síntese da pesquisa que fizemos e das considerações
enviadas por nossos colaboradores.
As
leis da genética encontram-se, segundo Emmanuel (O Consolador, pergunta 35),
presididas por numerosos agentes psíquicos que a ciência da Terra está longe de
formular. Esses agentes psíquicos são, muitas vezes, movimentados pelos
mensageiros do plano espiritual, encarregados dessa ou daquela missão junto às
correntes da profunda fonte da vida. A conjugação entre o campo espiritual e o
campo físico não se faz por acaso e está na dependência de múltiplas condições,
a maioria delas absolutamente desconhecida.
Entende
Dr. Jorge Andréa (Encontro com a Cultura Espírita, págs. 91 a 95) que nenhum
Espírito chegará ao processo reencarnatório sem uma atração específica com sua
futura mãe. O mergulho na reencarnação só se dará quando a sintonia entre mãe e
futuro filho estiver praticamente indissolúvel. Qualquer que seja a qualidade
do reencarnante, haverá sempre com a mãe correlação de causas, onde ambos
lucrarão sempre, no sentido evolutivo, quer os mecanismos se exteriorizem nas
faixas do amor ou do ódio. O Espírito reencarnante, com o seu campo específico
de energias, fará a seleção do espermatozoide pelas contingências de suas
irradiações, adquirindo e construindo o futuro corpo de acordo com as suas
necessidades.
Reencarnações
se processam, muitas vezes, sem qualquer consulta aos que necessitam de
segregação em certas lutas no plano físico, providências essas comparáveis às
que assumimos no mundo com enfermos e criminosos que, pela própria condição ou
conduta, perderam temporariamente a faculdade de resolver quanto à sorte que
lhes convém no espaço de tempo em que se lhes perdura a enfermidade ou em que
se mantenham sob as determinações da justiça. São os problemas especiais, em
que a individualidade renasce de cérebro parcialmente inibido ou padecendo
mutilações congênitas, ao lado daqueles que lhe devem abnegação e carinho.
Incapazes de eleger o caminho de reajuste, pelo estado de loucura ou de
sofrimento que evidenciam, semelhantes enfermos são decididamente internados na
cela física como doentes isolados sob assistência precisa. Vemo-los, assim,
repontando de lares faustosos ou paupérrimos, contrariando, por vezes, até
certo ponto, os estatutos que regem a hereditariedade, por representarem
dolorosas exceções no caminho normal. (Evolução em dois Mundos, 1a Parte, cap. XIX, pág. 150.)
Não
existe uma técnica invariável no serviço reencarnatório na Terra. Cada entidade
reencarnante apresenta particularidades essenciais na recorporificação a que se
entrega na esfera física, quanto cada pessoa expõe característicos diferentes
quando se rende ao processo liberatório, não obstante o nascimento e a morte
parecerem iguais. Os Espíritos inferiores, na maioria das ocasiões, padecendo
monoideísmo tiranizante, entram em simbiose fluídica com as organizações
femininas a que se agregam, experimentando o definhamento do corpo espiritual
ou o fenômeno de “ovoidização”, sendo inelutavelmente atraídos ao vaso uterino,
em circunstâncias adequadas, para a reencarnação que lhes toca, em moldes
inteiramente dependentes da hereditariedade, como acontece à semente que, após
desligar-se do fruto seco, germina no solo, segundo os princípios organogênicos
a que obedece, tão logo encontre o favor ambiental. Entre ambas as classes,
porém, contamos com milhões de Espíritos medianos na evolução, portadores de
créditos apreciáveis e dívidas numerosas, cuja reencarnação exige cautela de
preparo e esmero de previsão. (Evolução
em dois Mundos, 1a Parte, cap. XIX, pp.
152 e 153.)
A
planificação para a reencarnação é quase infinita e obedece a critérios que
decorrem das conquistas morais ou dos prejuízos ocasionais de cada candidato.
Na generalidade, existem estabelecidos automatismos que funcionam sem maiores
preocupações por parte dos técnicos em renascimento, e pelos quais a grande
maioria dos Espíritos retorna à carne, assinalados pelas próprias injunções
evolutivas. Ao lado desse automatismo das leis da reencarnação, há programas e
labores especializados para atendimento de finalidades específicas. Os candidatos
em nível médio de evolução, antes de serem encaminhados às experiências
terrenas, requerem a oportunidade, empenhando nisso os melhores propósitos e
apresentando os recursos que esperam utilizar, a fim de granjearem a bênção do
recomeço, na bendita escola humana. Examinados por hábeis e dedicados
programadores, que recorrem a técnicas especiais de avaliação das
possibilidades apresentadas, são eles submetidos a demorados treinamentos, de
acordo com o serviço a empreender,
com vistas ao bem-estar da
Humanidade, após o que são selecionados
os melhores, o que reduz a margem de insucesso. Os que não são aceitos, voltam
a cursos de especialização para outras atividades, especialmente de equilíbrio,
com que se armam de forças para vencer as más inclinações defluentes das
existências anteriores que se malograram, bem como para a aquisição de valiosas habilidades que lhes
repontarão, futuramente, no corpo como tendências e aptidões. (Temas da Vida e
da Morte, Reencarnação -- Dádiva de Deus, pp. 13 e 14.)
De
acordo com a ficha pessoal do candidato, é feita, concomitantemente, pesquisa
sobre aqueles que lhe podem oferecer guarida, dentro dos mapas cármicos,
providenciando-se necessários encontros ou reencontros na esfera dos sonhos, se
os futuros genitores já estão reencarnados, ou diretamente, quando for um plano
elaborado com antecedência, no qual os membros do futuro clã convivem,
primeiro, na Erraticidade, de onde partem já com a família adredemente
estabelecida. Executada a etapa de avaliação das possibilidades e a aproximação
com a necessária anuência dos futuros pais, são meticulosamente estudados os
mapas genéticos de modo a facultarem, no corpo, a ocorrência das manifestações
físicas como psíquicas, de saúde e doença, normalidade ou idiotia, lucidez e
inteligência, memória e harmonia emocional, duração do cometimento corporal e
predisposições para prolongamento ou antecipação da viagem de retorno,
ensejando, desse modo, probabilidades dentro do comportamento de cada aluno à
aprendizagem terrena. “Fenômenos de determinismo são estabelecidos com margem a alternâncias decorrentes do uso do
livre-arbítrio, de modo a permitir uma ampla faixa de movimentação com certa
independência emocional em torno do destino, embora sob controles que funcionam
automaticamente, em consonância com as leis do equilíbrio geral.” Travam-se
debates entre o futuro reencarnante e seus fiadores espirituais, expondo-se as
dificuldades a enfrentar e os problemas a vencer, nascendo daí a euforia e a
esperança em relação ao futuro. É assim que, em clima de prece, entre promessas
de luta e coragem, sob o apoio de abnegados Instrutores, o Espírito mergulha no
oceano compacto da psicosfera terrena e se vincula à célula fecundada, dando
início a novo compromisso. Os que o amam, na Espiritualidade, ficam expectantes
e interessados pelos acontecimentos, preocupados pelos sucessos que ocorrerão,
e buscarão interceder nas horas graves, auxiliando nos momentos mais difíceis,
encorajando sempre... (Temas da Vida e da Morte, Reencarnação -- Dádiva de
Deus, pp. 14 e 15.)
Dotado
de expressiva capacidade plasmadora, o perispírito registra todas as ações do
Espírito através dos mecanismos sutis da mente que sobre ele age, estabelecendo
os futuros parâmetros de comportamento, que serão fixados por automatismos
vibratórios nas reencarnações porvindouras. Intermediário entre a alma e o
corpo físico, por ele se processam as imposições da mente sobre a matéria e os
efeitos dela em retorno à causa geratriz. Captando o impulso do pensamento e
computando a resposta da ação, a ele se incorporam os fenômenos da conduta
atual do homem, assim programando os sucessos porvindouros, mediante os quais
serão aprimoradas as conquistas, corrigidos os erros e reparados os danos
destes últimos derivados. Constituído por campos de força muito especiais, o
perispírito irradia vibrações específicas portadoras de carga própria, que
facultam a perfeita sintonia com energias semelhantes, estabelecendo áreas de
afinidade e repulsão de acordo com as ondas emitidas. Desse modo, quando o
Espírito é encaminhado, por ocasião da reencarnação, aos futuros genitores, no
momento da fecundação o gameta masculino vitorioso esteve impulsionado pela
energia do perispírito do reencarnante, que naquele espermatozoide encontrou os
fatores genéticos de que necessitava para a programática a que se deve
submeter. A partir desse momento, os códigos genéticos da hereditariedade, em
consonância com o conteúdo vibratório dos registos perispirituais, vão
organizando o corpo que o Espírito habitará. Como é certo que, em casos
especiais, há toda uma elaboração de programa para o reencarnante, na
generalidade, os automatismos vibratórios das Leis de Causalidade respondem
pela ocorrência, que jamais tem lugar ao acaso. Todo elemento irradia vibrações
que lhe tipificam a espécie e respondem pela sua constituição. Espermatozoides
e óvulos, em consequência, possuem campo de força específico, que propele os
primeiros para o encontro com os últimos, facultando o surgimento da célula
ovo. Por sua vez, cada gameta exterioriza ondas que correspondem à sua
fatalidade biológica, na programação genética de que se faz portadora. (Temas
da Vida e da Morte, Pensamento e perispírito, pp. 35 e 36.)
Concluindo, reproduzimos uma das perguntas propostas ao conhecido escritor Hermínio Correa de Miranda em uma entrevista publicada pelo CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo, que o leitor pode ver na internet clicando neste link
- http://geal-ba.blogspot.com.br:
–
Como se dão as reencarnações regidas pelo automatismo? Esta situação abrange os
casos de reencarnação forçada que os Espíritos de pouca luz unidos em falanges
impõem a seus subjugados?
Hermínio
Correa Miranda: “Há reencarnações com um componente de compulsoriedade,
obviamente em benefício da entidade reencarnante. O livro Prontuário da Obra de
Allan Kardec, de Deoclécio de Demócrito, recomenda ler, sobre este aspecto, a
Questão 262, em O Livro dos Espíritos. Recorro, ainda, ao Indicador Espírita,
compilado por outro meticuloso e competente confrade, João Gonçalves. Veja o
que contém o verbete número 2155: ‘Reencarnações se processam muita vez sem
qualquer consulta aos que necessitam segregação em certas lutas no plano
físico, qual enfermos e criminosos que, pela própria condição ou conduta,
perderam temporariamente a faculdade de resolver quanto à sorte que lhes
convém. Incapazes de eleger o caminho de reajuste, são decididamente internando
na cela física como doentes isolados sob assistência precisa. Vemo-los, assim,
repontando de lares faustosos ou paupérrimos, ao lado daqueles que lhe devem
abnegação e carinho, contrariando por vezes até certo a hereditariedade, por
representarem dolorosas exceções no caminho normal.’ São indicadas, nesse
verbete, as seguintes fontes de consulta: Evolução em Dois Mundos, Entre a
Terra e o Céu, Missionários da Luz, Nosso Lar, No Mundo Maior, Obreiros da Vida
Eterna, todos de André Luiz e mais: Autodescobrimento - uma busca interior, de
Joanna de Ângelis e, ainda, As Mil Faces da Realidade Espiritual, de Hermínio
C. Miranda, bem como Nascer e Renascer (?) e, finalmente, O Problema do Ser, de
Léon Denis. Sobre a segunda parte de sua pergunta, lembro meu artigo ‘O médium
do Anti-Cristo’ (Reformador, março e abril de 1976), no qual é examinada a
hipótese de reencarnações de um mesmo grupo de entidades em torno de Adolf
Hitler.”
FONTE : ASTOLFO O. OLIVEIRA FILHO EDITOR DA
REVISTA ELETRÔNICA O CONSOLADOR
http://www.oconsolador.com.br/ano6/292/oespiritismoresponde.html