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terça-feira, 23 de outubro de 2012

O "Pai Nosso" (VI)


Artigo extraído do livro "O Sermão da Montanha" - FEB - 7ª Edição - 6/1989.

“Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos de todo o mal. Assim seja”.
Esta última parte do “Pai Nosso” envolve uma questão muito séria: a das tentações.
Seriam elas prejudiciais à sorte de nossas almas, ou, ao contrário, seriam experiências indispensáveis ao nosso desenvolvimento espiritual?
Para os que entendam sejam elas sinônimo de “instigação para o mal”, por obra de Satanás, seriam, sem dúvida, um fator de perdição. Nesse caso, quanto menos fôssemos tentados, tanto melhor, pois correríamos menor risco de “pecar” e, conseqüentemente, de ser condenados.
O sentido exato, entretanto, em que o Mestre usou o termo, na rogativa em epígrafe, não é esse, mas sim o de “ser posto à prova”.
Destarte, o que aí pedimos ao Pai Celestial não é o afastamento das provas, mas que não nos deixe cair (quando estivermos) em tentação, isto é, que nos dê forças para sairmos vitoriosos dos inúmeros e variados testes pelos quais temos que passar, em cada existência.
Espíritos assaz insipientes que somos, cumpre-nos viver uma série quase infinita de situações difíceis e antagônicas, para aprendermos a discernir as coisas, ganharmos tirocínio, tornarmo-nos inteiramente conscientes de nossas ações e prosseguirmos, cada vez mais seguros, nossa jornada rumo à perfeição.
As tentações a que somos submetidos constituem, assim, uma espécie de exame ou sistema de aferição de nosso adiantamento.
Os que vencem, esses adquirem novas forças e elevam-se a níveis superiores; os que sucumbem estacionam e vão repetindo as lições da vida, até que as aprendam suficientemente.
Se as tentações em si mesmas fossem danosas para as nossas almas, Deus, que é todo bondade e justiça, certamente não as permitiria; se as permite, é porque sabe serem elas proveitosas a todos os seres em relativa inferioridade.
Os que procuram escusar suas quedas em face das tentações, sejam elas de que natureza forem, atribuindo-as às fraquezas da carne, ou sofismam ou não sabem o que dizem.
Com efeito, sendo a carne destituída de inteligência e de vontade própria, não poderia, jamais, prevalecer sobre o Espírito, que é o ser pensante e livre; portanto, a este e não àquela é que cabe a responsabilidade integral de todos os atos.
Desregramentos, excessos, mau gênio, etc., não são determinados por disfunções orgânicas ou outros fatores que tais, mas tão-só e unicamente pelas más tendências anímicas de cada um.
O Espiritismo, com a revelação do mundo espiritual que nos envolve e das leis que o regem, fez novas luzes em torno do problema, permitindo-nos compreender melhor o mecanismo de muitas das tentações que nos assaltam, e como vencê-las.
Ele nos ensina que todo pensamento é vibração de tal ou qual freqüência, através da qual nos pomos em sintonia com os planos da espiritualidade.
Conforme sejam nossos pensamentos, o que equivale a dizer: nossos sentimentos – puros, idealistas, construtivos, pomo-nos em comunicação com os seres de elevada hierarquia, de cujo consórcio resulta para nós uma vida bem orientada, tranqüila, feliz e repleta de nobres realizações. Da mesma sorte, se a nossa mente só destila pensamentos impuros, mesquinhos, deprimentes, destrutivos, colocamo-nos automaticamente na mesma faixa vibratória dos espíritos menos evoluídos, que, consoante nossos pendores, procurarão manter-nos nos caminhos declivosos do vício, das paixões, do crime, e muitas lágrimas nos farão derramar.
Isso nos faz compreender a extensão da advertência do Cristo, quando dizia: “Orai e vigiai, para não cairdes em tentação”.
É preciso, pois, que apliquemos incessantes esforços contra tudo aquilo que nos deprime e avilta; essa atitude fará que as entidades trevosas se afastem naturalmente, porque nada podem fazer, e renunciam a qualquer tentativa junto aos puros de coração.
Ó Senhor, muito temos errado, contínuos têm sido os nossos fracassos, e isto nos demonstra quanto ainda somos fracos e imperfeitos e quanto devemos esforçar-nos para atingirmos o divino modelo, que é Jesus.
Amparai-nos em nossa debilidade, infundi-nos o desejo sincero de corrigir-nos e inspirai-nos sempre, pela voz de nossos anjos guardiões, a fim de que sejamos capazes de resistir às sugestões do mal, mantendo, inquebrantável, o propósito de só pensar, só almejar e só realizar o bem.
Assim seja!

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