(Sociedade Espírita de Sens.)
Se os homens se amassem com um comum amor, a caridade seria melhor praticada;
mas seria preciso, para isso, que vos esforçásseis em vos desembaraçar desta
couraça que cobre os vossos corações, a fim de serdes mais sensível para com os
corações que sofrem. A rigidez mata os bons sentimentos; o Cristo não se
aborrecia, aquele que se dirigia a ele, quem quer que fosse, não era repelido: a
mulher adúltera, o criminoso eram socorridos por ele; jamais temia que a sua
própria consideração sofresse com isso. Quando, pois, o tomareis por modelo de
todas as vossas ações? Se a caridade reinasse sobre a Terra, o mau não teria
mais império; fugiria envergonhado; esconder-se-ia, porque se encontraria
deslocado por toda a parte. Será, então, que o mal desaparecerá da superfície da
Terra; estejais bem compenetrados disto. Começai por dar o exemplo vós mesmos;
sede caridosos para com todos, indistintamente; esforçai-vos por tomar o hábito
de não mais notar aqueles que vos olham com desdém; crede sempre que merecem a
vossa simpatia, e deixai a Deus o cuidado de toda justiça, porque cada dia, em
seu reino, separa o bom grão do joio. O egoísmo é a negação da caridade: ora,
sem a caridade, nada de repouso na sociedade; digo mais, nada de segurança; com
o egoísmo e o orgulho, que se dão as mãos, será sempre uma corrida para o mais
sagaz, uma luta de interesses, onde são pisadas aos pés as mais santas afeições,
onde os laços sagrados da família não são mesmo respeitados.PASCAL
Revista Espírita 1861
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