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sábado, 5 de outubro de 2013

EADE-ESTUDO APROFUNDADO DA DOUTRINA ESPÍRITA-LIVRO 1- MÓDULO 2- ROTEIRO 19- ATOS DOS APÓSTOLOS



EADE - LIVRO I
ROTEIRO
19
Objetivos
Identificar os principais ensinamentos existentes em Atos
dos Apóstolos.
IDÉIAS PRINCIPAIS
CRISTIANISMO E ESPIRITISMO
MÓDULO II - O CRISTIANISMO
Atos dos Apóstolos é um dos livros do Novo Testamento, escrito em grego pelo
evangelista Lucas, o autor do 3º evangelho. Este livro contém a história do
Cristianismo, desde a ascensão de Jesus Cristo, até a chegada de Paulo, em Roma,
segundo dizem, no ano 63. [...] Consta de 28 capítulos. Cairbar Schutel: Vida e
Atos dos Apóstolos, p.14.
O terceiro evangelho e o livro dos Atos [dos Apóstolos] eram primitivamente
as duas partes de uma só obra. [...] Os doze primeiros capítulos do livro dos
Atos contam a vida da primeira comunidade reunida ao redor de Pedro depois
da Ascensão [capítulo 1 a 5] e os inícios de sua expansão graças às iniciativas
missionárias de Filipe (8:4-40) e dos “helenistas” (6: 1-8; ; 11:19-30; 13:1-3), e
enfim do próprio Pedro (9:32; 11; 18) [...]. Para a segunda parte dos Atos, o autor
teria usado os relatos da conversão de Paulo, de suas viagens missionárias, e de
sua viagem por mar para Roma como prisioneiro. Bíblia de Jerusalém: introdução
aos Atos do Apóstolos, p. 1896-1897.
ATOS DOS APÓSTOLOS (1)
298
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
1. Atos dos apóstolos
1.1 - Informações históricas
Atos dos Apóstolos é um dos livros do Novo Testamento, escrito em grego pelo evangelista
Lucas, o autor do terceiro evangelho. Este livro contém a história do Cristianismo,
desde a ascensão de Jesus Cristo, até a chegada de Paulo, em Roma, segundo dizem, no
ano 63 [...]. Consta de 28 capítulos. Se quisermos resumi-lo, nele veríamos a história da
fundação dos primeiros núcleos cristãos (igrejas) até a morte de Herodes: o cumprimento
de muitas promessas do Cristo; a prova da ressurreição e aparições do Divino Mestre;
a difusão do Espírito no cenáculo de Jerusalém [Pentecostes]; o desinteresse, a caridade
dos primeiros apóstolos, enfim, o que sucedeu a estes até a sua dispersão, para pregarem
o Evangelho em todos os lugares ao seu alcance. 8
Consta na Bíblia de Jerusalém, várias informações sobre origem, organização,
autoria e princípios doutrinários de Atos dos Apóstolos.
O terceiro evangelho e o livro de Atos eram primitivamente as duas partes de uma só
obra, à qual daríamos hoje o nome de “História das origens cristãs”. Logo o segundo livro
ficou conhecido com o título de “Atos dos apóstolos” ou “Atos de apóstolos”, conforme o
modo da literatura helenística que conhecia os “Atos” de Aníbal, os “Atos” de Alexandre
etc.; no cânon do NT [Novo Testamento] é separado do evangelho de Lucas pelo de João,
que é interposto. A relação original desses dois livros do NT é indicada por seus Prólogos
e por seu parentesco literário. O Prólogo dos Atos, que se dirige como o do terceiro
evangelho (Lc. 1,1-4), a certo Teófilo (At. 1,1) remete a esse evangelho como o “primeiro
livro”, de que ele resume o objeto e retoma os últimos acontecimentos (aparições do
Ressuscitado e Ascensão) para encadeá-los à seqüência do relato. A língua é outro laço
que liga estreitamente os dois livros um ao outro. Não somente suas características (de
SUBSÍDIOS
MÓDULO II
Roteiro 19
299
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
EADE - Roteiro 19 - Atos dos apóstolos (1)
vocabulário, de gramática e de estilo) se reencontram ao longo dos Atos, estabelecendo
a unidade literária dessa obra, mais ainda se reconhecem no terceiro evangelho, o que
não permite mais duvidar que um mesmo autor escreve, aqui e lá. 1
Atos dos apóstolos têm um único destinatário, explicitamente nomeado:
é Teófilo, a quem o evangelho de Lucas também foi dedicado. (Lucas,1:3)
Não sabemos praticamente nada sobre ele. Sua designação “excelentíssimo” pode assinalálo
como um membro da ordem eqüestre (a segunda ordem mais elevada na sociedade
romana), ou ser simplesmente um título de cortesia. Seria possível vê-lo como um representante
da classe média de Roma, a quem Lucas desejava apresentar uma exposição
confiável da ascensão e do progresso do Cristianismo. 6
Desde o ano 175 há um consenso das igrejas em aceitar Lucas como o autor
dos Atos dos Apóstolos. Este consenso está impresso no documento romano,
chamado “Cânon Muratori” e nos seguintes Prólogos: o “Antimarcionita”, o
de santo Irineu, o de Tertuliano e os Alexandrinos. 1
Segundo seus escritos, o autor deve ser cristão da geração apostólica, judeu bem helenizado,
ou melhor, grego de boa educação, conhecendo a fundo as realidades judaicas e a
Bíblia grega [Septuaginta]. Ora, o que sabemos de Lucas a partir das epístolas paulinas
concorda bem com esses dados. Ele é apresentado pelo Apóstolo como companheiro
querido que está ao seu lado durante seu cativeiro. (Colossenses, 4: 10-14; Filemon, 24;
II Timóteo, 4:11) Lucas é de origem pagã (de Antioquia na Síria, segundo uma antiga
tradição), e médico, o que implicaria certa cultura [...]. Para fixar a data em que se escreve,
não encontramos nada de firme na tradição antiga. O livro termina com o cativeiro
romano de Paulo, provavelmente 61-62. Em todo caso sua composição deve ser posterior
à do terceiro Evangelho (antes de 70? ou por 80? mas nada impõe uma data posterior a
70) [...]. Antioquia e Roma são propostas como lugar de composição. 1
Há indicações de que Lucas, ao escrever os Atos dos Apóstolos, estaria
movido por um objetivo, além de apenas registrar informações sobre a igreja
cristã primitiva. Teria procurado conciliar as críticas e tendências adversas ao
Cristianismo, surgidas em decorrência da pregação de Pedro e de Paulo.
1.2 - Estrutura dos atos dos apóstolos
A despeito da atividade literária, sempre vigilante, que imprimiu em todo lugar a sua
marca e assegura a unidade do livro, percebem-se, facilmente, algumas correntes principais
nas tradições recolhidas por Lucas. Os doze primeiros capítulos do livro dos Atos
contam a vida da primeira comunidade reunida ao redor de Pedro depois da Ascensão
300
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
EADE - Roteiro 19 - Atos dos apóstolos (1)
(1-5), e os inícios de sua expansão graças às iniciativas missionárias de Filipe (8:4-40)
e dos “helenistas” (6:1-8, 3; 11:19-30; 13:1-3), e, enfim, do próprio Pedro (9,32, 11,18).
As tradições petrinas subjacentes seriam aparentadas ao “evangelho de Pedro”, que é
conhecido na literatura da Igreja antiga. Para a segunda parte dos Atos, o autor teria
usado os relatos da conversão de Paulo, de suas viagens missionárias, e de sua viagem
por mar para Roma como prisioneiro. 2
Na escritura de Atos dos Apóstolos, Lucas emprega, corriqueiramente, a
primeira pessoa do plural. Dessa forma, muitos exegetas viram, no “nós”, uma
prova de que Lucas teria acompanhado Paulo nas segunda e terceira viagens,
bem como na que Saulo fez, por mar, a Roma.
Entretanto, é notável que Lucas nunca é mencionado por Paulo como companheiro de
sua obra de evangelização. Esse “nós” parece mais o traço de um diário de viagem feito
por um companheiro de Paulo (Silas?) e utilizado pelo autor de Atos. 3
De qualquer forma, o trabalho realizado por Lucas foi ao mesmo tempo
excepcional quanto fascinante. Nos fornece uma visão geral do trabalho realizado
pelos primeiros cristãos, as suas lutas, desafios e extrema dedicação à
causa do Cristo.
O valor histórico dos Atos dos apóstolos não é igual. De uma parte, as fontes de que Lucas
dispunha não eram homogêneas; de outra, para manejar as suas fontes, Lucas gozava de
liberdade muito grande segundo o espírito da historiografia antiga, subordinando seus
dados históricos a seu desígnio literário e sobretudo a seus interesses teológicos. 3
A descrição das viagens de Paulo muito nos esclarecem sobre a vida no
primeiro século da Era Cristã: «administração romana, cidades gregas, cultos,
rotas, geografia política, topografia local.» 3
De valor histórico também inestimável são os relatos que Lucas nos
transmite sobre a organização e administração da igreja cristã primitiva, assim
como a forma como se realizava a pregação nas comunidades cristãs nascentes,
em que se utilizava, essencialmente da prédica ou explanação discursiva.
Essa prédica tinha como base o kerygma [ensinamento essencial]: a pregação
doutrinária dos apóstolos, a fé em Jesus Cristo — o Messias crucificado e
ressuscitado, o servidor divino, um novo Moisés e um novo Elias. 3 (Atos dos
Apóstolos, 2:24-32; 3:13-26; 4:27-30; 7:20, 8:32-33; 13:34-36)
Atos dos Apóstolos demonstram, com clareza, como se realizou a propagação
das idéias cristãs.
301
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
EADE - Roteiro 19 - Atos dos apóstolos (1)
1. A pregação dos apóstolos representava as “testemunhas” confiáveis
dos ensinamentos do Cristo (Atos dos Apóstolos, 1:8; 2: 1-41), a despeito das
imperfeições que ainda possuíam.
Todos os Apóstolos do Mestre haviam saído do teatro humilde de seus gloriosos ensinamentos;
mas, se esses pescadores valorosos eram elevados Espíritos em missão,
precisamos considerar que eles estavam muito longe da situação de espiritualidade do
Mestre, sofrendo as influências do meio a que foram conduzidos. 11
2. Formação e desenvolvimento da Igreja de Jerusalém (1:1-5, 42): os
integrantes da Igreja de Jerusalém reuniram-se, primeiro, ao redor de Pedro
e, posteriormente, de Tiago Maior, mas permaneceram fieis à tradição judaica.
(Atos dos Apóstolos, 15:1-5; 21:20) Esse fato dificultou a adesão dos gentílicos,
provocando muitas discussões, sobretudo entre os judeus helenistas. 7 Os
helenistas eram judeus convertidos ao Cristianismo, que não aceitavam a Lei
Judaica, nem seus ritos e práticas.
Tão logo se verificou o regresso do Cordeiro às regiões da Luz, a comunidade cristã, de
modo geral, começou a sofrer a influência do judaísmo, e quase todos os núcleos organizados,
da doutrina, pretenderam guardar feição aristocrática, em face das novas igrejas
e a associações que se fundavam nos mais diversos pontos do mundo. 12
3. A ascensão e atividade dos judeus helenistas na Igreja de Jerusalém. Esta
questão, colocada no Concílio de Jerusalém, foi muito debatida, optando-se,
então, por uma solução conciliadora. Por exemplo, foi dispensada aos convertidos
a necessidade de realizar a circuncisão. Pedro, Tiago, Barnabé e Paulo
muito contribuíram para conciliar as diferentes correntes de idéias existentes
no Cristianismo nascente. Mesmo assim, os helenistas foram perseguidos e
expulsos de Jerusalém pelos judeus não convertidos. Um helenista, muito
famoso, foi Estevão, preso e morto por apedrejamento, sob as ordens de Saulo
de Tarso. 4 (Atos dos Apóstolos, 6:1-15; 15:1-31)
A doutrina do crucificado propaga-se com a rapidez de um relâmpago. Fala-se dela tanto
em Roma como nas gálias e no norte da África. Surgem os advogados e os detratores. Os
prosélitos mais eminentes buscam doutrinar, disseminando as idéias e interpretações. As
primeiras igrejas surgem ao pé de cada Apóstolo, ou de cada discípulo mais destacado
e estudioso. 10
4. A pregação apostólica procura, junto aos judeus, mostrar que Jesus é o
Messias esperado, exortando-os a não resistirem ao recebimento desta graça:
302
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
EADE - Roteiro 19 - Atos dos apóstolos (1)
aceitar o Cristo como o Enviado de Deus (Atos dos Apóstolos, 1:1-11; 7:2-53;
13:16-41). A pregação junto aos povos politeístas, por outro lado, tenta justificar
a supremacia do amor do Cristo. (Atos dos Apóstolos,14:15-17; 17:22-31)
Doutrina alguma alcançara no mundo semelhante posição, em face da preferência das
massas. É que o Divino Mestre selara com exemplos as palavras de suas lições imorredouras.
10
Os povos antigos eram submetidos a contínuas privações, morais e materiais,
sobretudo a maioria deles, que era escrava. Dessa forma, a mensagem
cristã surgia como um alento, um raio de esperança.
Em virtude dos seus postulados sublimes de fraternidade, a lição do Cristo representava
o asilo de todos os desesperados e de todos os tristes. As multidões dos aflitos pareciam
ouvir aquela misericordiosa exortação: – “vinde a mim, vós todos que sofreis e tendes
fome de justiça e eu vos aliviarei” – e da cruz chegava-lhes, ainda, o alento de uma esperança
desconhecida. 9
5. Fazia parte das atividades doutrinárias da igreja cristã primitiva o
culto de ação de graças. Esse culto caracterizava-se pelas das pregações dos
apóstolos, seguida de comunhão fraterna, pela prece e pela partilha do pão e
dos bens. (Atos dos Apóstolos, 2:42-47). Envolvidos pelo espírito da caridade,
abnegação e fraternidade que a mensagem cristã lhes transmitia, os primeiros
cristãos procuravam conviver de forma solidária: “Tudo possuíam em comum”
e “eram queridos de todo o povo”. 4 (Atos dos Apóstolos, 2:44-47; 4:32-36)
303
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
1. BIBLIA DE JERUSALÉM. Nova edição, revista e ampliada. São Paulo: Paulus,
2002. Item: Introdução ao Atos dos Apóstolos. p. 1896.
2. ______. p. 1896.-1897.
3. ______. p. 1897.
4. DICIONÁRIO DA BÍBLIA. Vol. 1: as pessoas e os lugares. Organizado por
Bruce M. Metzger, Michael D. Coogan. Traduzido por Maria Luiza X. De
A. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2002, Item: Lucas, p. 186.
5. ______. p. 186-187.
6. ______. p. 187.
7. DENIS, Léon. Cristianismo e espiritismo. Tradução de Leopoldo Cirne. 12.
ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Cap. I (Origem do evangelho), item 4 (Doutrina
secreta), p. 60-61.
8. SCHUTEL, Cairbar. Vida e atos dos apóstolos. 9. ed. Matão: O Clarim, 2001.
Item: Atos dos apóstolos, p. 14.
9. XAVIER, Francisco Cândido. A caminho da luz. Pelo Espírito Emmanuel.
32. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 14 (A edificação cristã), item: Os
primeiros cristãos, p. 121-122.
10. ______. Item: A propagação do Cristianismo, p.123.
11. ______. Item: A missão de Paulo, p. 125-126.
12. ______. p. 126.
REFERÊNCIAS
EADE - Roteiro 19 - Atos dos apóstolos (1)
304
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
Fazer uma exposição introdutória, que proporcione
uma visão panorâmica do roteiro. Em
seguida, solicitar aos participantes que formem
pequenos grupos para leitura, troca de idéias e
síntese dos principais pontos dos subsídios deste
Roteiro. Ao final, destacar a importância de Atos
do Apóstolos na organização e difusão do Cristianismo.
ORIENTAÇÕES AO MONITOR
EADE - Roteiro 19 - Atos dos apóstolos (1)
305
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
EADE - LIVRO I

HONRAR PAI E MÃE


Emmanuel

        
Declara o mandamento expresso da Lei Antiga:
-  “Honrarás pai e mãe.”
E Jesus, mais tarde em complementação das verdades celestes, afirmou positivo:
-    “Eu não vim destruir a Lei”.
Entretanto, no decurso do apostolado divino, o Senhor chega a dizer:
-          “Aquele que não renunciar ao seu pai e à sua mãe não é digno de ser meu discípulo.”
Ao primeiro exame surge aparente desarmonia nos textos da lição.
Contudo, é preciso encarecer que Jesus não nos endossaria qualquer indiferença para com os benfeitores terrenos que nos ofertam a benção do santuário físico.
O Mestre exortava-nos simplesmente a desistir da exigência de sermos por eles lisonjeados ou mesmo comprometidos.
Prevenia-nos contra o narcisismo pelo qual, muitas vezes, no mundo, pretendemos converter nossos pais em satélites de nossos pontos de vista.
Devemos, sim, renunciar ao egoísmo de guardá-los por escravos de nossos caprichos, no cotidiano, a fim de que lhes possamos dignificar a presença, com a melhor devoção afetiva, perfumada de humildade pura e de carinho incessante.
Em tempo algum, pode um filho, por mais generoso, solver para com os pais a dívida de sacrifício e ternura a que se encontra empenhado.
A Terra não dispõe de recursos suficientes para resgatar os débitos do berço no qual retornamos em nome do Criador, para a regeneração ou elevação de nossos próprios destinos.
Lembra-te ainda do Mestre Incomparável confiando a divina guarda de sues dias ao apóstolo fiel, diante da cruz, e não te creias, em nome do Evangelho, exonerado da obrigação de honrar teus pais humanos, em todos os passos e caminhos do mundo, porque no devotamento incansável dos corações, que nos abrem na Terra as portas da vida, palpita, em verdade, o amor inconcebível do próprio Deus.

Espírito: Emmanuel  Psicografia: Francisco Cândido Xavier Livro: Família

DUPLA BENEFICÊNCIA


Emmanuel

A caridade, na forma externa, é suficientemente conhecida.
Toda organização assistencial é uma bênção de Deus, atenuando a penúria e o sofrimento onde surja.
Existe, porém, a beneficência mais íntima, que se comunica, de alma para alma, nas bases do silêncio e da compreensão.
*
A caridade mais íntima socorre a pessoa em necessidade sem aparecer; fala-lhe aos recessos do espírito sem palavras articuladas; apoia-lhe a vida sem mostrar-se; e ilumina-lhe o coração, sem ofuscar-lhe o entendimento.
*
Experimenta semelhante trabalho e observarás quanta alegria se te exteriorizará da existência.
*
Se conheces a necessidade de alguém, não esperes que esse alguém se coloque de joelhos a suplicar-te favor e estender-lhe o auxílio de que possas dispor; na hipótese de te faltarem recursos para isso, encontrarás os meios de sugerir a companheiros outros para que o façam, sem que a tua influência se mostre.
*
Quanto te convenças de que essa ou aquela criatura te requisita atenção para determinado assunto, ainda mesmo que disponhas de tempo escasso, podes dedicar-lhe alguns momentos, nos quais a tua palavra lhe signifique o apreço que te merece.
*
Nos problemas de natureza familiar, descobrirás, sem dificuldade, a trilha mental, no instante justo, através da qual consigas transitar, restaurando a harmonia doméstica, sem esperar agradecimentos.
*
Ante o amigo que se suponha em erro, saberás despertar-lhe as qualidades superiores que, porventura, estejam adormecidas, afastando-lhe os pensamentos de quaisquer sombras.
*
Perante uma criatura querida que te haja desfechado essa ou aquela ofensa, reconhecerás que estará ela em momento difícil e que te cabe esquecer o contratempo havido, já que em lugar desse ou daquele ofensor, poderíamos estar nós com os desacertos e precipitações que ainda nos caracterizam.
*
Não nos esqueçamos da beneficência externa que nos irmana uns aos outros, através da existência recíproca, nas experiências do cotidiano, mas atendamos à beneficência mais íntima, que ampara sem mostrar-se, erguendo sentimentos e levantando almas para a elevação de hoje, que perdurará nas alegrias do hoje e sempre.
 
 
Espírito: EMMANUEL Médium: Francisco Cândido Xavier Livro:"Convivência

TRABALHO E CRÍTICA


Emmanuel

Trabalho edificante em andamento no Plano Físico, onde se reúnem milhões de criaturas diferentes entre si, não se desenvolve sem críticas.
*
A pancadaria verbal cercará os obreiros.
E explodem objurgatórias, tais quais estas:
- Por que tanta lentidão nos detalhes?
- É impossível não estejam vendo as falhas com que se mostram...
- Aquele cooperador é um desastre...
- Não se compreende uma realização assim tão elevada em mãos tão incompetentes.
- Não consigo colaborar com gente tão despreparada...
- Tudo cairá sobre a turma irresponsável!
- Estão todos errados...
- Aguardemos o fracasso final...
*
Quando essas vozes se façam ouvir, não temas e prossegue trabalhando.
*
Imperfeições todos temos e teremos, até que possamos alcançar o Plano Divino.
*
Problemas evidenciam presença e colaboração.
Dificuldades trazem observações e observações justas geram insegurança.
*
Deixa que a censura te vigie e segue adiante.
Apesar de nossos erros e acima de todas as nossas deficiências, a construção do Bem não nos pertence; essencialmente, pertence a Jesus que zelará por ela, em nome de Deus.
E sabemos que o trabalho de Jesus não pode e nem deve parar.
*
A vida não nos pede o impossível para que nos integremos nos mecanismos da caridade, extinguindo as provações que atormentam a Terra, mas, para que o mal desapareça, espera de cada um de nós essa ou aquela migalha do bem.
 
Espírito: EMMANUEL Médium: Francisco Cândido Xavier Livro:"Convivência

HUMANIZAÇÃO


Emmanuel

Hostilidade, aversão, desafeto, ressentimento: semelhantes palavras assinalam estados evolutivos nos quais se fixam, transitoriamente, milhões de criaturas.
*
Os antagonismos entre as pessoas, na essência, expressam atritos, nos quais se lhe embatem as forças de envoltório, das quais, por fim, se desvencilham com o tempo, de modo a adquirirem os recursos de elevação que lhes patrocinam a transferência para as Esferas Superiores.
*
A imagem mais adequada ao esclarecimento do assunto, temo-la, mais particularmente, na atualidade, nos foguetes fabricados pelo homem, destinados à pesquisa do Espaço Cósmico.
À medida que alcançam as alturas, os engenhos dessa espécie se desfazem de cápsulas diversas, conquistando leveza e libertação para transitarem sem maiores empeços, à distância do centro de gravitação que os atrai.
Erguendo-se o Plano Físico por região, na qual ainda preponderam os impulsos animais de egoísmo e auto-defesa, quantos se liberam de semelhantes impedimentos se projetam nos altos domínios da compreensão, penetrando outros campos relacionados com a Cúpula do Universo.
Eis porque atingindo a própria humanização, a criatura deixa de conhecer adversários para encontrar unicamente irmãos em qualquer clima evolutivo.
*
Esforcemo-nos, assim, ao máximo, para entender acima de julgar e, pouco a pouco, o conceito de inimigos se nos afastará da mente, porquanto, ainda mesmo nos companheiros que se empenhem a ferir-nos, identificaremos candidatos ao remédio e à piedade e por eles trabalharemos a fim de que o bem nos favoreça, com a dedicação de quem se auxilia, auxiliando aos próprios irmãos.

Espírito: EMMANUEL Médium: Francisco Cândido Xavier Livro:"Convivência"-

CARIDADE E RELACIONAMENTO

Emmanuel

Lições professadas nas faculdades de ensino conferem às criaturas variadas titulações de competência.
Entretanto, embora se observe, na Terra de hoje o imperativo de se formarem valores acadêmicos, no que se refere à comunicação, é justo reconhecer que a ciência do relacionamento, nos acertos precisos, é prerrogativa de Jesus.
Foi na cátedra da caridade que ele, o Mestre Divino, lecionou todas as matérias necessárias à concórdia entre os homens, como sejam: o perdão das ofensas, a oração pelos perseguidores, o amparo aos necessitados, o socorro aos doentes, o bom-ânimo aos tristes e o apoio aos fracos e aos pequeninos.
*
Lembremo-nos disso e atendamos à compreensão para com os outros, a fim de que sejamos compreendidos.
Indaguemos de nós mesmos de quantos contratempos e desgostos nos livraríamos, se houvéssemos humanizado determinados gestos para com os nossos semelhantes e especialmente para com os mais íntimos participantes do nosso círculo doméstico nas horas de crise.
*
Os pais que censuramos, quando se desinteressam de nós; os filhos que se nos afastam da convivência, desconhecendo-nos o amor; os amigos que nos deixam embora as nossas súplicas para que não nos abandonem; os associados que não hesitaram, a nosso ver, em causar-nos prejuízos; os irmãos que nos sonegam apoio e que, segundo o nosso ponto de vista, estão em condições de nos atender... Em todas essas situações, a caridade está pronta a mostrar-nos que não nos cabe exigir-lhes, nem mesmo em se tratando dos entes mais queridos, o que não nos podem doar e que, em muitas ocasiões, não nos comportaríamos de maneira diferente, se estivéssemos no lugar deles.
*
Louvemos as conquistas da inteligência que patrocinam o progresso, nas frentes da cultura, mas ampliemos, quanto possível, a nossa idéia de caridade do amparo material ao campo espiritual propriamente considerado e reconheceremos que a beneficência, em nosso relacionamento recíproco, é a única luz suscetível de nos conduzir ao clima do amor e à vitória da paz.
 
 
Espírito: EMMANUEL Médium: Francisco Cândido Xavier Livro:"Convivência"-

SAI DE TI MESMO


Maria Dolores

Se carregas contigo o tempo atormentado
Sob tristeza e desencanto,
É natural te aflijas, entretanto,
Não te entregues ao luxo de chorar.
Sai de ti mesmo e escuta, em derredor,
Aqueles que se vão sem rumo certo,
Suportando no peito o coração deserto
Na penúria que mora entre a noite e o pesar.
                  
Não importa o que foste e o que sofreste
E nem a dor alheia, em mágoas mudas,
Procurará saber a crença em que te escudas,
Nem pergunta quem és...
Os que seguem no pó do sofrimento,
Vivendo de coragem, semi-morta,
Rogam-te auxílio à porta,
Rojando-se-te aos pés...
 
Desce da torre em que te vês somente
E escuta-lhes a história dolorida:
Esse chora sem lar, outro é quase suicida
Cansado de amargura e solidão;
Aquele envelheceu, sem alguém que o quisesse,
Outra é mãe desprezada, anêmica e sozinha,
Sombra que foi mulher, que respira e caminha,
Sabendo agradecer a fortuna de um pão.
 
Sai de ti mesmo e vem!... Esquece-te em serviço...
É Jesus que te chama ao bem que não se cansa,
Acharás, ao servir, renovada esperança,
Paz e fé, sob a luz de nobres cireneus!...
E sem horas a dar ao desalento e ao tédio,
Quando encontres a noite, cada dia,
Dirás ao Céu, em prece de alegria:
- Por tudo quanto tenho agradeço, meu Deus!...
 

Livro: “Caminhos do Amor” – Psicografia de Francisco Cândido Xavier – Espírito Maria Dolores

ERRE AUXILIANDO

André Luiz
 
Auxilie a todos para o bem.
Auxilie sem condições.
Ainda mesmo por despeito, auxilie sem descansar, na certeza de que, assim, muitas vezes, poderá você conquistar a cooperação dos próprios adversários.
Ainda mesmo por inveja, auxilie infatigavelmente, porque, desse modo, acabará você assimilando as qualidades nobres daqueles que respiram em Plano Superior.
Ainda mesmo por desfastio, auxilie espontaneamente aos que lhe cruzam a estrada, porque, dessa forma, livrar-se-á você dos pesadelos da hora inútil, surpreendendo, por fim, a bênção do trabalho e o templo da alegria.
Ainda mesmo por ostentação, auxilie a quem passa sob o jugo da necessidade e da dor, porque, nessa diretriz, atingirá você o grande entendimento, descobrindo as riquezas ocultas do amor e da humildade.
Ainda mesmo sob a pressão de grande constrangimento, auxilie sem repouso, porque, na tarefa do auxílio, receberá a colaboração natural dos outros, capaz de solve-lhe os problemas e extinguir-lhe as inibições.
Ainda mesmo sob o império da aversão, auxilie sempre, porque o serviço ao próximo dissolver-lhe-á todas as sombras, na generosa luz da compreensão e da simpatia.
Erre auxiliando.
Ainda mesmo nos espinheiros da mágoa ou da ilusão, auxilie sem reclamar o auxílio de outrem, servindo sem amargura e sem paga, porque os erros, filhos do sincero desejo de auxiliar, são também caminhos abençoados que, embora obscuros e pedregosos, nos conduzem o espírito às alegrias do Eterno Bem.
 LIVRO: APOSTILAS DA VIDA - PSICOGRAFIA CHICO XAVIER

O BEM-AVENTURADO

O BEM-AVENTURADO
André Luiz
 
Na paisagem invadida de sombras, a multidão sofria e lutava por encontrar uma porta libertadora.

Na movimentação dos infelizes, surgiam conflitos e padecimentos, incompreensões e entraves que somente serviam para acentuar a penúria e o medo, as aflições e as feridas reinantes no caminho.

Alguns beneméritos apareceram com o objetivo de solucionar o enigma da região.

Culto orientador intelectual elevou-se à grande tribuna, envolvida igualmente de trevas, e procurou instruir e consolar a campacta fileira de sofredores, conquistando o respeito geral; contudo, nem todos lhe compreenderam as palavras e áridas discussões se fizeram no vale da espessa neblina.

Veio um grande benfeitor e, compadecido, distribui vasta provisão de alimento e agasalho aos famintos e aos nus, merecendo o aplauso de muitos; entretanto, achava-se limitado às possibilidades individuais e não pode atender a todos, perseverando o império da dor no círculo popular.

Surgiu um médico e dispôs-se a curar os corpos doentes e amparou a comunidade, quanto lhe foi possível, recebendo expressivo reconhecimento público; mas não conseguiu satisfazer a exigência total do extenso domínio de sombras, mantendo-se o vale na antiga situação de expectativa e discórdia.

Apareceu um filósofo e aconselhou regras especiais de meditação, atraindo o carinho e a gratidão dos pesquisadores intelectualizados; no entanto, era incapaz de resolver todos os problemas e a paisagem prosseguiu dolorosa e escura.

Mas, surgiu um homem de boa vontade que, depois de recolher bênçãos e valores, no serviço aos semelhantes, acendeu uma luz no próprio coração.
Maravilhoso milagre surpreendeu o vale inteiro.
Nem mais contendas, nem mais reclamações.
Precipitou-se a multidão para a claridade daquele que soubera transformar-se em lâmpada viva e brilhante, descortinando a estrada libertadora.

Tal benfeitor correspondia à exigência de todos e solucionara o problema geral.
E, por bem-aventurado, avançou para a frente, com o poder de guiar e auxiliar, por haver improvisado em si mesmo o poder silencioso de amar e servir.

Não duvidemos, em nossas dificuldades, de aprender e ensinar, recebendo as luzes do Alto e distribuindo-as no grande vale da luta humana.

Todos os títulos de fraternidade e benemerência são veneráveis, mas, o coração que se une ao Cristo e se converte em luz para todos os companheiros da romagem terrestre é, sem contestação, o autor feliz da caridade maior.
 LIVRO: APOSTILAS DA VIDA - PSICOGRAFIA CHICO XAVIER