Maria Dolores
Se carregas contigo o
tempo atormentado
Sob tristeza e
desencanto,
É natural te aflijas,
entretanto,
Não te entregues ao
luxo de chorar.
Sai de ti mesmo e
escuta, em derredor,
Aqueles que se vão sem
rumo certo,
Suportando no peito o
coração deserto
Na penúria que mora
entre a noite e o pesar.
Não importa o que
foste e o que sofreste
E nem a dor alheia, em
mágoas mudas,
Procurará saber a
crença em que te escudas,
Nem pergunta quem
és...
Os que seguem no pó do
sofrimento,
Vivendo de coragem,
semi-morta,
Rogam-te auxílio à
porta,
Rojando-se-te aos
pés...
Desce da torre em que
te vês somente
E escuta-lhes a
história dolorida:
Esse chora sem lar,
outro é quase suicida
Cansado de amargura e
solidão;
Aquele envelheceu, sem
alguém que o quisesse,
Outra é mãe
desprezada, anêmica e sozinha,
Sombra que foi mulher,
que respira e caminha,
Sabendo agradecer a
fortuna de um pão.
Sai de ti mesmo e
vem!... Esquece-te em serviço...
É Jesus que te chama
ao bem que não se cansa,
Acharás, ao servir,
renovada esperança,
Paz e fé, sob a luz de
nobres cireneus!...
E sem horas a dar ao
desalento e ao tédio,
Quando encontres a
noite, cada dia,
Dirás ao Céu, em prece
de alegria:
- Por tudo quanto
tenho agradeço, meu Deus!...
Livro: “Caminhos do
Amor” – Psicografia de Francisco Cândido Xavier – Espírito Maria Dolores
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