AS DUAS TEOLOGIAS
José Reis Chaves
Jamais considerei os teólogos ignorantes e pouco inteligentes. É o contrário, tenho-os
como muito inteligentes, pois eles até conseguem a proeza de convencerem muitas pessoas a
acreditarem piamente em coisas em que eles próprios não acreditam.
Ao se referir aos sacerdotes judeus de sua época, o Mestre já aconselhava as pessoas
a fazerem o que eles mandavam, mas que elas não os imitassem em suas obras (Mateus
23,3). Obviamente, nem todos os sacerdotes daquela época e de hoje são hipócritas, pois há
os que, mesmo estando errados, são de boa fé.
Admiro as teses filosóficas de Kardec e de São Tomás de Aquino, quando este afirma
que Deus é o único ser incontingente, e quando aquele define Deus como sendo a causa
primária de todas as coisas. Ser incontingente é o que não tem causa ou não é causado. Para
São Tomás todos os demais seres são contingentes, pois que são causados. E a causa
primária de Kardec sobre Deus é também uma causa não causada, pois é a primeira ou a
causa anterior a qualquer outra.
Costumo chamar Deus, o ser incontingente, a causa primária e também o Único e o
Brâman dos orientais, de Deus absoluto, e de deuses relativos todos os seres contingentes,
causados, gerados ou criados. Todos nós, pois, inclusive Jesus Cristo, somos deuses relativos:
“Vós sois deuses” (Salmo 82,6; São João 10,34; e 1 Samuel 28,13).
Jesus Cristo, só por ser Filho de Deus, torna-se “ipso facto” um ser contingente e,
portanto, um Deus relativo. Aliás, para São Paulo, Jesus Cristo é o primogênito das criaturas.
Ora, Deus mesmo é criador e jamais criatura.
As idéias tomistas e kardecistas sobre Deus são compatíveis com uma teologia racional
e à prova da crítica textual bíblica. Mas é óbvio que são incompatíveis com uma outra
teologia, ou seja, a teologia antibíblica, profissional e que manipula as pessoas, a qual,
infelizmente, tem muitos inocentes úteis por esse mundo afora
Caros amigos leitores , gostaríamos, na medida do possível ,contar com a interação de todos ,através de comentários , tornando se seguidores deste blog divulgando para seus conhecidos ,para que assim possamos estudar e aprendermos juntos , solidários e fraternos. Inscrevam-se no blog!
domingo, 5 de agosto de 2012
Alerta contra a fascinação
Kardec informa, em O Livro dos Médiuns,
que diante das diversas dificuldades que a prática do Espiritismo
apresenta, precisamos colocar em primeiro plano o problema da obsessão. A
palavra obsessão assume, assim, a função de termo
genérico que designa o conjunto de características diversas resultantes
do grau de constrangimento e da natureza dos efeitos que produz e que
precisamos distinguir com precisão, cujas principais variedades são: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação.
A
obsessão simples é a forma de influenciação mais comum e de mais fácil
diagnóstico e cura; a subjugação é o seu oposto, pois ela é um
envolvimento que produz a paralisação da vontade da vítima, fazendo-a
agir mesmo contra a sua vontade. Entretanto, neste estudo, nosso
interesse maior é na problemática fascinação.
A fascinação define Allan Kardec, “trata-se
de uma ilusão criada diretamente pelo Espírito no pensamento do médium e
que paralisa de certa maneira a sua capacidade de julgar as
comunicações. O médium fascinado não se considera enganado. O Espírito
consegue inspirar-lhe uma confiança cega, impedindo-o de ver a
mistificação e de compreender o que escreve, mesmo quando este salta aos
olhos de todos” [1].
Os
efeitos conseqüentes da fascinação são muito graves porque é graças a
essa ilusão criada pelo espírito sobre o fascinado que pode levá-lo a
aceitar as doutrinas ou teorias mais absurdas, como sendo a única
expressão da verdade levando-o, ainda, a atitudes ridículas,
comprometedoras e, até, muito perigosas.
É por isso que J. Herculano Pires afirma que “no
meio espírita ela se manifesta de maneira ardilosa através de uma
avalanche de livros comprometedores, tanto psicografados como sugeridos a
escritores vaidosos, ou por meio de envolvimento de pregadores e
dirigentes de instituições que se consideram devidamente assistidos para
criticarem a Doutrina e reformularem os seus princípios” [2].
Assim
sendo, é natural observar-se que na fascinação o espírito deve ser
muito inteligente, ardiloso e profundamente hipócrita, pois, só assim
conseguirá enganar e impor-se usando uma máscara e uma falsa aparência
de virtude, usando as palavras caridade, humildade e amor como ‘carta de
fiança’ para ser aceito.
O
que desejam é impor a sua opinião e para isso procuram médiuns crédulos
o suficiente para aceitá-los de olhos fechados. Eles são os mais
perigosos pelo fato de não vacilarem em sofismar para melhor impor as
mais ridículas utopias.
Normalmente
utilizam uma linguagem empolada, mais superficial que profunda e cheia
de termos técnicos, enfeitada com grandiosas palavras como Caridade e Moral, evitando inteligentemente os maus conselhos para que seus enganados possam dizer: observem que nada dizem que seja mau. Fica claro que os enganadores têm de misturar o joio e o trigo, pois de outra forma seriam repelidos.
Um fato interessante é que os espíritos desta classe (ver Escala Espírita
[5]) são quase sempre escritores. É por isso que procuram médiuns
flexíveis, que escrevam com facilidade, para poder transformá-los em
dóceis instrumentos e, acima de tudo, verdadeiros entusiastas de suas
ideias. Eles procuram compensar sua falta de qualidade pela quantidade
de palavras, em escritos verdadeiramente volumosos, muitas vezes
indigestos, num claro exemplo de prolixidade. Os espíritos
verdadeiramente superiores são sóbrios nas palavras porque sabem dizer
muita coisa usando poucas linhas e provando que devemos desconfiar
sempre de toda fecundidade prodigiosa.
Aliás,
sempre que se tratar da publicação destes tipos de escritos nunca será
demais a prudência, pois as inúmeras utopias e excentricidades são um
entrave enorme para todos aqueles que se iniciam no Espiritismo,
dando-lhes uma ideia equivocada do que ele seja, desviando a atenção dos
neófitos tanto dos princípios fundamentais espíritas quanto de suas
inevitáveis conseqüências.
Pelo
fato de que a obsessão propriamente dita só acontece quando o Espírito
afasta voluntariamente todos aqueles que o poderiam ameaçar, impondo ao
médium um isolamento que o impediria de ser alertado do engano a que se
submete, é oportuno ressaltar que os bons Espíritos jamais se impõem,
recomendando sempre que examinemos as comunicações, mediúnicas ou não,
sob controle da razão e da lógica mais severa.
Outro
fato digno de nota é que quando o Espírito vê que suas mensagens não
são aceitas cegamente como queria, sendo submetidas à análise e
discussão, além de não deixar o médium, redobrando suas forças para
reter o fascinado, ainda pode sugeri-lo o pensamento de afastar-se do
grupo, ou instituição espírita a que está ligado, quando não chega mesmo
a impor como condição para o ‘sucesso’ do médium criar sua própria
instituição, ou grupo de estudos, para dar prosseguimento aos seus
‘trabalhos’ e livros ‘reveladores’.
É
por isso que todo médium, ou indivíduo, que, ao ouvir uma crítica a
tais mensagens se irrita, aborrece ou embirra com as pessoas que não
participam da sua admiração, que acha que suspeitar do seu obsessor é
quase uma profanação não faz mais do que representar o desejo do
fascinador, faltando somente que se ponham de joelhos ante as suas
palavras para satisfazê-lo ainda mais.
Esse
isolamento nunca é bom, pelo simples fato de que o médium fica sem
possibilidades de controle sobre tudo o que recebe por sua psicografia.
Pois quando o processo obsessivo é de origem ‘simples’ o médium está,
geralmente, em condições de iniciar, ele mesmo o trabalho de ‘conversão’
do Espírito obsessor. Entretanto, na fascinação é o contrário, pois o
Espírito pode adquirir um controle sobre a vítima sem limites. Reverter
este quadro nem sempre é fácil, pois o fascinado se torna surdo a
qualquer tipo de raciocínio, podendo chegar, até mesmo, a duvidar da
Ciência quando o Espírito comete alguma heresia científica.
Deve
o médium, se não quiser ser enganado, buscar esclarecer-se através da
opinião de terceiros, bem como estudar todos os gêneros de comunicações,
para poder aprender a compará-las. Pois se limitando somente ao que
recebe, por mais sublimes que pareçam, fica exposto a enganar-se quanto
ao seu valor, considerando-se que ele, o médium, não conhece tudo.
Não
é à toa que, das nove características citadas por Kardec para se
reconhecer uma obsessão [3], pelo menos quatro são facilmente
observáveis em muitos médiuns, inclusive alguns famosos, nos dias de
hoje:
1) Ilusão que, não obstante a inteligência do médium, o impede de reconhecer a falsidade e o ridículo das comunicações recebidas;
2) Crença
na infalibilidade e na identidade absoluta dos Espíritos que se
comunicam e que, sob nomes respeitáveis e venerados, dizem falsidades e
absurdos;
3) Disposição para se afastar das pessoas que podem esclarecê-lo; e
4) Levar a mal a crítica das comunicações que recebe.
A
obsessão é como já foi dito, um dos maiores escolhos da mediunidade,
sendo um dos mais freqüentes, principalmente a fascinação, nunca sendo
demais todas as providências tomadas para combatê-la.
É
por isto que devemos ter sempre em mente este conselho de São Luís,
quando nos encontrarmos em dúvida quanto à qualidade ou identidade de
algum espírito: “por mais legítima confiança que vos
inspirem os Espíritos [...], há uma recomendação que nunca seria demais
repetir e que deveis ter sempre em mente ao vos entregardes aos estudos:
a de pesar e analisar, submetendo ao mais rigoroso controle da razão
todas as comunicações que receberdes; a de não negligenciar, desde que
algo vos pareça suspeito, duvidoso ou obscuro, de pedir as explicações
necessárias para formar a vossa opinião” (grifo nosso)[4].
Pois
é, a experiência ensina, além disso, que não devemos tomar muito ao pé
da letra certas expressões usadas pelos Espíritos, pelo simples fato de
que se as interpretarmos segundo as nossas ideias nos expomos a enormes
decepções e enganos. É por isso que precisamos analisar e aprofundar o
sentido das suas palavras quando apresentam a menor ambigüidade. Só
assim estaremos a salvo dos Espíritos pseudossábios e da problemática
fascinação.
Referências:
[1] Kardec, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução da 2ª edição francesa por J. Herculano Pires. São Paulo – LAKE, 2004, cap. XXIII, item 239, p. 217.
[2] Idem, ibidem. Nota de rodapé.
[3] Idem, ibidem. Item 243, p. 219.
[4] Idem, ibidem. Item 266, p. 236.
[5]
Idem. O Livro dos Espíritos. Tradução de José Herculano Pires, revista e
anotada. 7ª Ed. São Paulo, LAKE, 2003. Livro segundo, capítulo I, item
VI, q. 104.
Mediunidade e Evangelho (1Coríntios, 12: 11)
Mediunidade e Evangelho (1Coríntios, 12: 11)
Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.
Já comentamos a respeito da
afirmativa que diz que um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas.
Que fique claro que vários são os Espíritos que podem se comunicar, todos os
livros sagrados dão prova disso e nos dias de hoje, até a ciência pode comprovar
a comunicação entre os dois planos.
A própria igreja católica já
aceita essa comunicação, em 2 de Novembro de 1983 perante mais de vinte mil
pessoas na Basílica de São Pedro o Papa João Paulo II afirmou:
"O diálogo com
os mortos não deve ser interrompido, pois, na realidade, a vida não está limitada
pelos horizontes do mundo".
Em entrevista concedida à
repórter Ilze Scamparini, o Padre Gino Concetti, um dos Teólogos mais
competentes do Vaticano também afirma a mesma possibilidade de comunicação:
Ilze Scamparini : "Existe Comunicação entre
os Vivos e os Mortos ?"
Gino Concetti : "Eu creio que sim. Eu
acredito e me baseio num fundamento teológico que é o seguinte : Todos nós
formamos em Cristo, um Corpo místico, no qual Cristo é o Soberano. De Cristo
emanam muitas graças, muitos dons, e se estamos todos unidos, formamos uma
comunhão. E onde há comunhão, existe também comunicação."
Ilze Scamparini : "O que o Senhor pensa do
Espiritismo ?"
Gino Concetti : "O Espiritismo existe. Há
sinais na Bíblia, na Sagrada Escritura, no Antigo Testamento. Mas, não é do
modo fácil como as pessoas acreditam. Nós não podemos chamar o Espírito de
Michelangelo ou de Raphael. Mas como existem provas nas Sagradas Escrituras,
não se pode negar que existe essa possibilidade de comunicação".[1]
Não temos, portanto, nenhuma
dúvida de que em breve esta possibilidade natural de comunicação será certeza
em toda a humanidade.
Entretanto para isso é
preciso humildade para reconhecermos que de planos mais altos, de rara
espiritualidade, o mesmo Espírito opera todas essas coisas, isto é, o
Espírito do Cristo, repartindo particularmente a cada um como quer, ou
seja, dando a cada um de acordo com a sua adesão à Lei de Deus que, invisível
aos olhos humanos, coordena e dirige todos acontecimentos universais.
sábado, 4 de agosto de 2012
Crueldade - II
Crueldade - II |
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Escrito por HAMMED |
Cada ato de agressividade que ocorre neste mundo tem como origem básica uma criatura que ainda não aprendeu a amar.
A crueldade, como pena de morte, já se
achava estabelecida em quase todos os povos da Antiguidade. Em Atenas,
dava-se ao sentenciado à morte opções de escolha: o estrangulamento, que
era considerado por todos humilhante; o corte de cabeça através do
cutelo, o que era muito doloroso; e o envenenamento, o preferido pela
maioria dos condenados.
Na Roma Antiga, em época anterior a Júlio
César, o enforcamento e a decapitação eram as sentenças mais
generalizadas. Porém, ao homicida de pais e irmãos era aplicada uma pena
invulgar: ser cozido vivo e depois atirado ao mar. A condenação dos
incendiários eram as chamas da fogueira. Os hebreus preferiam o
apedrejamento, ou a decapitação, pois atribuíam estar na cabeça a
localização dos delitos. Na China, havia um processo de deixar cair
gotas d’água na testa do condenado, sempre no mesmo lugar, até
conduzi-lo à completa loucura. No Japão, os sentenciados à morte tinham a
permissão dos juízes para rasgar o próprio ventre com o sabre.
Impossível descrever aqui, nestas rápidas
reflexões, os atos terríveis de personalidade da história da humildade,
ou analisar sua natureza primitiva e rudimentar, inata nas almas em seus
primeiros passos de ascensão espiritual. Nomearemos apenas algumas
criaturas que tiveram comportamentos degenerados; como Nero, Calígula,
Caracala, Gêngis-Cã, Ivã – o Terrível, Tamerlão, e outras, sem nos
determos nas atitudes dessas figuras do passado ou do presente, nem nas
incontáveis condutas cruéis de homens que passaram anonimamente pela
Terra. Todavia, não poderíamos deixar de registrar o fanatismo e o
autoritarismo da “Santa Inquisição” – também conhecida como o “Santo
Ofício”, criada em 1233 pelo papa Gregório IX -, que entrou para a
História como uma das mais brutais demonstrações de ferocidade e
violência contra os direitos humanos.
Não saberemos avaliar com precisão quais os
atos mais perversos e sanguinários: os realizados pelos executores, ou
os praticados pelos executados. Aliás, pessoas lutam e matam até hoje
“em nome de Deus”, para justificar e proteger suas crenças religiosas.
A atrocidade, o sadismo, a perversidade e a
desumanidade são características provenientes da insensibilidade ou
enrijecimento da psique humana, em processo inicial de desenvolvimento
espiritual. A Espiritualidade, na terceira parte, capítulo VI, de “O
Livro dos Espíritos”, expõe: “(...) o senso moral existe, como
princípio, em todos os homens (...) dos seres cruéis fará mais tarde
seres bons e humanos (...)”
As faculdades do homem estão em estado latente, “como o princípio do perfume no germe da flor, que ainda não desabrochou”, assim, também, em essência somos todos unos com a Perfeição Divina que habita em nós.
Todo processo de aprendizagem resulta em uma
expansão da consciência, o que nos possibilita, gradativamente,
abandonar os gestos bárbaros. Quando a criatura integrar na sua
mentalidade o senso moral, que nela reside em estado embrionário,
converterá os atos agressivos em atitudes sensatas e humanas.
Um traço comum em toda a Natureza é a
evolução. Evoluir é o grande objetivo da Vida, pois, quanto mais
progredirmos, mais resolveremos nossos problemas com harmonia e
sensatez. A maioria dos indivíduos se comporto como se os problemas
existissem por "s“ sós" ” exige que o mundo exterior os resolva. Mas as
dificuldades não existem fora, e sim dentro de nós mesmos. Nesse caso,
quanto mais percebemos essa realidade, mais aprenderemos como
solucioná-las sem brutalidade.
Cada ato de agressividade que ocorre neste
mundo tem como origem básica uma criatura que ainda não aprendeu a amar.
Naturalmente, todos nós ficamos indignados com a rudeza ou a maldade,
mas devemos entender que isso é um processo natural da humanidade em
amadurecimento e crescimento espirituais.
Por trás de todo ato de crueldade, sempre
existe um pedido de socorro. Precisamos escutar esse apelo inarticulado e
dissolver a violência com nossos gestos de amor.
Os atos e a vida do Cristo apresentam, sob
muitos aspectos, sempre algo de novo a ser interpretado em seu
significado mais profundo. A História da humanidade nunca registrou nem
registrará fato tão cruel e violento na vida de um ser humano com aquele
ocorrido há quase dois mil anos.
Os judeus tinham, nas redondezas de Jerusalém, uma colina que se destinava à execução dos condenados da época.
Era um terreno de acentuado declive, aspecto
pesado e sombrio, onde crucificavam assassinos e ladrões. Os gregos
deram-lhe o nome de Gólgota, do hebraico “gulgoleth” (crânio”, os
romanos chamavam de Calvário, do latim “calvarium” (“lugar das
caveiras”). Esse sítio tinha uma formação rochosa que se assemelhava a
uma caveira, além de nele se encontrarem, por todos os lados, crânios em
decomposição, expostos ao tempo.
Nesse tétrico lugar, um ser extraordinário,
que queria simplesmente despertar nos homens sua “dimensão esquecida”,
ou ligar esse “elo perdido” ao Poder da Vida, foi crucificado
penosamente.
“E, quando chegaram a um lugar chamado a
Caveira, ali o crucificaram, juntamente com dois malfeitores, um à
direita e outro à esquerda. Mesmo diante do sofrimento, Jesus dizia: Pai
perdoe-lhes, porque não sabem o que fazem.”
O grande número de pessoas ali presente
representava a violência humana; para elas não havia sequer um laivo de
maldade em suas ações, e se ofenderiam, certamente, se fossem acusadas
de perversas. Jesus, no entanto, as entendia em sua infância espiritual.
Todos nós, na atualidade, preocupados em
saber como lidar com a violência, que explode de tempos em tempos no
seio da sociedade terrena, devemos sempre fazer uma busca interior para
compreender integralmente o significado majestoso dessa atitude de
entendimento, perdão e amor que Jesus Cristo legou para toda a
humanidade.
Espírito: HAMMED
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto – As dores da alma
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Crueldade
Crueldade |
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Escrito por hammed |
A auto-crueldade é, sem dúvida, a mais dissimulada de todas as opressões.
De todas as violências que padecemos, as que fazemos contra
nós mesmos são as que mais nos fazem sofrer. Nessa crueldade, não se
derrama sangue, somente se constroem cercas e cercas, que passam a nos
sufocar e a nos afligir por dentro.
Montaigne, célebre filósofo francês do século XVI,
escreveu: “A covardia é mãe da crueldade”. Realmente, é assim que se
inicia nossa auto-agressão. Em razão de nossa fragilidade interior e de
nossos sentimentos de inferioridade, aparece o temor, que nos impede de
expressar nossas mais íntimas convicções, dificultando-nos falar, pensar
e agir com espontaneidade ou descontração.
A auto-crueldade é, sem dúvida, a mais dissimulada de todas
as opressões. Além de vir adornada de fictícias virtudes, recebe também
os aplausos e as considerações de muitas pessoas, mas, mesmo assim,
continua delimitando e esmagando brutalmente. Essa atmosfera virtuosa
que envolve os que buscam ser sempre admirados e aceitos deve-se ao
papel que representam incessantemente de satisfazer e de contentar a
todos, em quaisquer circunstâncias. Buscam contínuos elogios,
colecionando reverências e sorrisos forçados, mas pagam por isso um
preço muito alto: vivem distantes de si mesmos.
A causa básica do “auto-tormento” consiste em algo muito
simples: viver a própria vida nos termos estabelecidos pela aprovação
alheia.
A timidez pode ser considerada uma auto-crueldade. O
acanhado vigia-se e, ao mesmo tempo, vigia os outros, vivendo numa
auto-prisão. Em razão de ser aceito por todos, ele não defende sua
vontade, mas sim a vontade das pessoas. Pensa que há algo de errado com
ele, não desenvolve a autoconfiança e, continuamente, se esconde por
inibição.
Pensar e agir, defendendo nosso íntimo e nossos direitos
inatos e, definindo nossas perspectivas pessoais, sem subtrair os
direitos dos outros, é a imunização contra a auto-crueldade.
Para vivermos bem com nós mesmos, é preciso estabelecer
padrões de auto-respeito, aprendendo a dizer “não sei”, “não
compreendo”, “não concordo” e “não me importo”.
As criaturas que procuram bajulação e exaltação
martirizam-se para não cometer erros, pois a censura, a depreciação e a
desestima é o que mais as atemorizam. Esquecem-se de que os erros são
significativas formas de aprendizagem das coisas. É muito compreensível
falarmos à lógica numa tomada de decisão, ou mudarmos de idéia no meio
do caminho; no entanto, quando errarmos, será preciso que assumamos a
responsabilidade pelos nossos desencontros e desacertos e apreendamos o
ensinamento da lição vivenciada.
Quem busca consenso, crédito e popularidade não julgam seus
comportamentos por si mesmo, mas procura, ansiosamente, as palmas dos
outros, oferecendo inúmeras razões para que suas atitudes sejam
totalmente consideradas.
Vivendo e seguindo seus próprios passos, poderá
inicialmente encontrar dificuldades momentâneas, mas, com o tempo, será
recompensado com um enorme bem-estar e uma integral segurança da alma.
Estar alheio ou sair de si mesmo, na ânsia de ser amado por
todos aqueles que consideram modelos importantes, será uma meta
alienada e inatingível. O único modo de alcançar a felicidade é viver,
particularmente, a própria vida.
A fixação que temos de olhar o que os outros acham ou
acreditam, sem possuirmos a real consciência do que queremos, podemos,
sentimos, pensamos e almejamos, é o que promove a destruição em nossa
vida interior, ou seja, o esfacelamento da própria unidade como seres
humanos e, por conseqüência, nossa unidade com a vida que está em tudo e
em todos.
Consultam Kardec os Obreiros do Bem: “A obrigação de respeitar os direitos alheios tira ao homem o de pertencer-se a si mesmo?” E eles responderam: “De modo algum, porquanto este é um direito que lhe vem da Natureza”.
“Pertencer-se a si mesmo”, conforme nos asseveram os
Espíritos, é exercer a liberdade de não precisar conciliar as opiniões
dos homens e de livrar-se das amarras da tirania social, da escravidão
do convencionalismo religioso, das vulgaridades do consumismo, da
constrição de ser dependente, enfim, do medo do que dirão os outros.
A solução para a auto-crueldade será a nossa tomada de consciência de que temos a liberdade por “direito que vem da Natureza”.
Contudo, de quase nada nos servirá a liberdade exterior, se não
cultivarmos uma autonomia interior, porque quem está internamente entre
grilhões e amarras jamais poderá pensar e agir livremente.
Espírito: HAMMED
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto – As dores da alma.
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Inveja - Parte 2
Inveja - Parte 2 |
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Escrito por Hammed |
Não há nada a nos censurar por apreciarmos os feitos das
pessoas e/ou por a eles aspirarmos; o único problema é que não podemos
nos comparar e querer tomar como modelo o padrão vivencial do outro.
Se tivermos o hábito de investigar nossos comportamentos
autodestrutivos e fizermos uma análise desses antecedentes históricos em
nossa vida, poderemos, cada vez mais, compreender o porquê de
permanecermos presos em certas áreas prejudiciais à nossa alegria de
viver.
Esses comportamentos infelizes a que nos referimos não são
apenas as atitudes evidentemente desastrosas, mas os diminutos atos
cotidianos que podem passar como aceitáveis e completamente admissíveis.
Entretanto, tais atos são os grandes perturbadores de nossa paz
interior.
Muitos indivíduos não se preocupam em estudar as raízes de
seus comportamentos rotineiros, porque acreditam que, para despender um
enorme sacrifício. Sendo assim, preferem permanecer apegados aos antigos
costumes, utilizando-se dos preconceitos e de crenças distorcidas, sem
se darem conta de que estes são as matrizes de seus pontos vulneráveis.
Para afastar todo e qualquer anseio de transformação
interior, utilizam-se de um processo psicológico denominado
“racionalização” – artifício criado para desviar a atenção dos
“verdadeiros motivos” das atitudes e ações – para se verem livres das
“crises de consciência”, procurando assim justificar os fatos
inadequados de suas vidas.
Somente alteraremos nossos atros e atitudes doentias quando
tomarmos plena consciência de que são eles as raízes de nossas
perturbações emocionais e dos inúteis desgastes energéticos. É
examinando nosso dia-a-dia à luz das escolhas que fizemos ou que
deixamos de fazer é que veremos com clareza que somos, na atualidade, a
“soma integral” de nossas opções diante da vida.
Os indivíduos que possuem o hábito da critica destrutiva
estão, em verdade, dissimulando outras emoções, talvez a inveja ou mesmo
o despeito. Existem posturas efetuadas tão costumeiramente e que se
tornam tão imperceptíveis que poderíamos denominá-las “atitudes
crônicas”.
A inveja é definida como sendo o desejo de possuir e de ser
o que os outros são, podendo tornar-se uma atitude crônica na vida de
uma criatura. É uma forma de cobiça, um desgosto em face da constatação
da felicidade e superioridade de outrem.
Observar a criatura sendo, tendo, criando e realizando
provoca uma espécie de dor no invejoso, por ele não ser, não ter, não
criar e não realizar. A inveja leva, por conseqüência, à maledicência,
que tem por base ressaltar os equívocos e difamar; assim é a estratégia
do depreciador: “Se eu não posso subir, tento rebaixar os outros; assim,
compenso meu complexo de inferioridade”.
A inveja nasce quase sempre por nos compararmos
constantemente com os outros. Nessa comparação, o homem desconhece o
fato de sua singularidade, possuidor de expressões íntimas completamente
diferente das dos outros seres. É verdade, porém, que possuímos algumas
semelhanças e características comuns com outros homens, mas, em
essência, somos almas criadas em diferentes épocas pelas mãos do Criador
e, por isso, passamos por experiências distintas e trazemos na própria
intimidade missões peculiares.
Anormalidade, normalidade, sobre naturalidade e
paranormalidade são de fato catalogações da incompreensão humana
alicerçadas sobre as chamadas comparações.
A ausência do amadurecimento espiritual faz com que
rotulemos, de forma humilhante e pretensiosa, os credos religiosos, a
heterogeneidade das raças, os costumes de determinados povos, as
tendências sexuais diferentes, os movimentos sociais inovadores, as
decisões, o comportamento, o sucesso dos outras e muitas coisas ainda.
Tudo isso ocorre porque não conseguimos digerir com ponderação a
grandeza do processo evolutivo agindo de forma diversificada sob as leis
da Natureza.
O autêntico impulso natural quer que sejamos simplesmente
nós mesmos. Não faz parte dos impulsos inatos da alma humana a pretensão
de nos considerarmos melhor que as outras pessoas. O que devemos fazer é
admirar-nos como somos, é respeitar nossas diferenças e reconhecer
nossos valores.
O extraordinário educador Rivail questiona os Mensageiros do amor: “Os Espíritos inferiores compreendem a felicidade do justo?”. E eles respondem com notável orientação: “... isso lhes é suplício, porque compreendem que estão dela privados por sua culpa...”
A inveja é o extremo oposto da admiração. É uma ferramenta
cômoda que usamos sempre que não queremos assumir a responsabilidade por
nossa vida. Ela nos faz censurar e apontar as supostas falhas das
pessoas, distraindo-nos a mente do necessário desenvolvimento de nossas
potencialidades interiores. Em vez de nos esforçarmos para crescer e
progredir, denegrimos os outros para compensar nossa indolência e
ociosidade.
Não há nada a nos censurar por apreciarmos os feitos das
pessoas e/ou por a eles aspirarmos; o único problema é que não podemos
nos comparar e querer tomar como modelo o padrão vivencial do outro.
A inveja e a censura nascem da auto-rejeição que fazemos
conosco, justamente por não acreditarmos em nossos potenciais evolutivos
e por procurarmos fora de nós as explicações de como deveremos sentir,
pensar, falar , fazer e agir, ora dando uma importância desmedida aos
outros, ora tentando convencê-los a todo custo de nossas verdades.
Espírito: HAMMED
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto – As dores da alma.
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Inveja - Parte 1
Inveja - Parte 1 |
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Escrito por Hammed |
O invejoso é inseguro e supersensível, irritadiço e
desconfiado, observador minucioso e detetive da vida alheia até a
exaustão, sempre armado e alerta contra tudo e todos.
A inveja sempre foi uma emoção sutilmente disfarçada em
nossa sociedade, assumindo aspectos ignorados pela própria criatura
humana. As atitudes de rivalidade, antagonismo e hostilidade dissimulam
muito bem a inveja, ou seja, a própria “prepotência da competição”, que
tem como origem todo um séqüito de antigas frustrações e fracassos não
resolvidos e interiorizados.
O invejoso é inseguro e supersensível, irritadiço e
desconfiado, observador minucioso e detetive da vida alheia até a
exaustão, sempre armado e alerta contra tudo e todos. Faz o gênero de
superior, quando, em realidade, se sente inferiorizado; por isso, quase
sempre deixa transparecer um ar de sarcasmo e ironia em seu olhar, para
ocultar dos outros seu precário contato com a felicidade.
Acreditamos que, apesar de a inveja e o ciúme possuírem
definições diferentes, quase sempre não são diferenciadas ou
corretamente percebidos por nós. As convenções religiosas nos ensinaram
que jamais deveríamos sentir inveja, pelo fato de ela se encontrar
ligada à ganância e à cobiça dos bens alheios. Em relação ao ciúme, os
padrões estabeleceram que ele estaria, exclusivamente, ligado ao amor. É
por isso que passamos a acreditar que ele é aceitável e perfeitamente
admissível em nossas atitudes pessoais.
Analisando as origens atávicas e inatas da evolução humana,
podemos afirmar que a emoção da inveja não é uma necessidade aprendida.
Não foi adquirida por experiência nem por força da socialização, mas é
uma reação instintiva e natural, comum a qualquer criatura do reino
animal. O agrado e carinho a um cão pode provocar agressividade e
irritação em outro, por despeito.
Nos adultos essas manifestações podem ser disfarçadas e
transformadas em atos simulados de menosprezo ou de indiferença. Já as
crianças, por serem ingênuas e naturais, mordem, batem, empurram, choram
e agridem.
A inveja entre irmãos é perfeitamente normal. Em muitas
ocasiões, ela surge com a chegada de um irmão recém-nascido, que passa a
obter, no ambiente familiar, toda atenção e carinho. Ela vem à tona
também nas comparações de toda espécie, feitas pelos amigos e parentes,
sobre a aparência física privilegiada de um deles. Muitas vezes, a
inveja manifesta-se em razão da forma de tratamento e relacionamento
entre pais e filhos. Por mais que os pais se esforcem para tratá-los com
igualdade, não o conseguem, pois cada criança é uma alma completamente
diferente da outra. Em vista disso, o modo de tratar é consequentemente
desigual, nem poderia ser de outra maneira, mas os filhos se sentem
indignados com isso.
A emoção da inveja no adulto é produto das atitudes
internas de indivíduos de idade psicológica bem inferior à idade
cronológica, os quais, embora ocupem corpos desenvolvidos, são
verdadeiras almas de crianças mimadas, impotentes e inseguras, que
querem chamar a atenção dos maiores no lar.
O Mestre de Lyon interroga as Vozes do Céu: “Será possível e já terá existido a igualdade absoluta das riquezas? E elas, com muita sabedoria, informam: “...Há,
no entanto, homens que julgam ser esse o remédio aos males da sociedade
(...) São sistemáticos esses tais, ou ambiciosos cheios de inveja...”
A necessidade de poder e de prestígio desmedidos que
encontramos em inúmeros homens públicos nas áreas religiosa, política,
profissional, esportiva, filantrópica, de lazer e outras tantas, deriva
de uma “aspiração de dominar” ou de um “sentimento de onipotência”, com o
que tentam contrabalançar emocionalmente o complexo de inferioridade
que desenvolveram na fase infantil.
Encontramos esses indivíduos, aos quais os Espíritos se
reportam na questão acima, nas lutas partidárias, em que, só
aparentemente, buscam a igualdade dos “direitos humanos”, prometem a
“valorização da educação”, asseguram a melhoria da “saúde da população” e
a “divisão de terras e rendas”. Sem ideais alicerçados na busca sincera
de uma sociedade equânime e feliz, procuram, na realidade, compensar
suas emoções de inveja mal elaboradas e guardadas desde a infância,
difícil e carente, vivida no mesmo ambiente de indivíduos ricos e
prósperos.
Tanto é verdade que a maioria desses “defensores do povo”,
quando alcança os cumes sociais e do poder, esquece-se completamente das
suas propostas de justiça e igualdade.
Eis alguns sintomas interiorizados de inveja que podemos considerar como dissimulados e negados:
- perseguições gratuitas e acusações sem lógica ou fantasiadas;
- inclinações superlativas à elegância e ao refinamento, com aversão à grosseria;
- insatisfação permanente, nunca se contentando com nada;
- manifestação de temperamento teatral e pedantismo nas atitudes;
- elogios afetados e amores declarados exageradamente;
- animação competitiva que leva às raias da agressividade;
O caráter invejoso conduz o indivíduo a uma imitação
perpétua à originalidade e criação dos outros e, como conseqüência
lógica, à frustração. Isso acarreta uma sensação crônica de
insatisfação, escassez, imperfeição e perda, além de estimular sempre
uma crescente dor moral e prejudicar o crescimento espiritual das almas
em evolução.
Espírito: HAMMED
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto – As dores da alma.
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Reunião de Desobsessão-I
Reunião de Desobsessão-I |
Mensagens |
Escrito por Odilon Fernandes |
Há de ser cautela na organização de uma tarefa ligada à
desobsessão. Para tanto, o grupo necessita estar bem estruturado, com um
tempo mais ou menos longo de convivência entre os seus componentes. O
estudo sério e metódico deve anteceder toda prática mediúnica.
A reunião de desobsessão tanto pode ser útil ao equilíbrio do grupo quanto nociva à sua harmonização.
Existem casas espíritas que começam a se desarticular a
partir da reunião mediúnica mal orientada, onde predomina o personalismo
dos médiuns e de seus dirigentes.
Convém lembrarmos que os desencarnados apenas agem quando
encontram campo de atuação. Os obsessores não podem ser
responsabilizados diretamente pela desorganização que impera num
trabalho de natureza mediúnica.
Os integrantes de uma casa espírita não devem ser afoitos na
instalação de uma reunião de enfermagem espiritual aos desencarnados.
Semelhante atividade, para ser levada a efeito de maneira proveitosa,
carece de recolhimento e seriedade.
Quanto mais o médium se apague, mais a luz da mediunidade nele resplandecerá!
Infelizmente, companheiros existem que, mal informados,
direcionam as tarefas mediúnicas que promovem no sentido de atender os
seus caprichos – digamos,promovem uma sessão de desobsessão particular,
com o intuito de abordarem o Mundo Espiritual com os seus
questionamentos pessoais.
Na reunião de desobsessão é onde o espírita tem a
oportunidade de praticar a mais legítima caridade nada de indagações ao
espírito comunicante, exigindo provas de autencidade, nada de perguntar a
ele sobre a vida de outros confrades, valendo-se da oportunidade para
saber de terceiros mais do que deve...
A tarefa mediúnica necessita de ordem, disciplina,
sinceridade de propósitos. Se a intenção dos médiuns não for boa, breve
estarão a mercê de espíritos que os fascinem, mostrando-se completamente
refratários às orientações que recebam em advertência.
Atividades mediúnicas sérias solicitam especialização, ou
seja: em alguns tem os espíritas, a reunião de assistência espiritual
aos desencarnados mistura-se às chamadas reuniões de cura ou, ainda,
dedica-se, registrando a palavras dos espíritos, a solucionar problemas
de ordem interna. A reunião de desobsessão é organizada com o propósito
de auxiliar no esclarecimento dos espíritos infelizes, ainda apegados a
questões materiais, e não para submeter as entidades comunicantes a
injustificável interrogatório.
Quando a reunião não tem bases sólidas, dá margem a inúmeras
mistificações, ensejando que medianeiros desavisados tomem este ou
aquele partido.
A faculdade mediúnica não pode ser direcionada para o
interesse particular de quem quer que seja incluindo o do medianeiro.
Quando tal acontece, ela perde o que lhe confere maior credibilidade a
espontaneidade.
Somos, pois, de opinião que a casa espírita não deve
priorizar atividades mediúnicas, em detrimento das tarefas doutrinárias
de esclarecimento público, mesmo porque as reuniões consagradas ao
estudo da Doutrina se constituem em genuínas sessões de desobsessão,
pois obram com base na evangelização de encarnados e desencarnados.
A obsessão é um envolvimento psíquico - o que o obsidiado
escuta, o obsessor registra. Ninguém sai de um processo obsessivo, sem
que se decida pela reforma interior. Não adianta afastar o verdugo da
vítima, sem que a vítima tome a decisão de romper com o verdugo!
Livro: Conversando com os Médiuns
Espírito: Odilon Fernandes.
Médium: Carlos A. Baccelli.
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Mediunidade Espírita "O médium presunçoso, mais cedo ou mais tarde, se comprometerá. Sem retaguarda espiritual que lhe garanta o equilíbrio, estará à mercê dos espíritos sem discernimento, que o induzirão a cometer absurdos."
Mediunidade Espírita |
A mediunidade espírita é a que se alicerça em Jesus e Allan Kardec.
A mediunidade é uma faculdade psíquica que independe de rótulo
religioso - encontraremos a sua presença na origem de quase todas as
crenças. Os grandes iniciados de todas as religiões eram intérpretes dos
espíritos que os inspiravam. Os profetas eram missionários da
mediunidade sobre a terra. Os apóstolos, na festa de pentecostes,
ficaram mediunizados. Os santos reverenciados pela igreja Católica
possuíam o dom de curar, a clarividência, efeitos físicos; caíam em
transe com freqüência.
Todavia com Allan Kardec é que a mediunidade se tornou um
intercâmbio consciente entre os Dois Mundos. Estudando os mais diversos
dons medianímicos, criando terminologia própria, o codificador devassou o
Invisível, tornando natural o diálogo dos vivos com os chamados mortos.
Portanto não existe mediunidade legitimamente exercida, fora dos
padrões da Doutrina dos Espíritas. O médium espírita é o que se submete à
orientação doutrinária, colocando-se a serviço da Causa e não de si
mesmo. O médium personalista é um médium rebelado contra os princípios
que se consubstanciam no “daí de graça o que de graça recebestes.”
Infelizmente, muitos medianeiros promissores acabam por se entregar
única e exclusivamente à orientação dos espíritos que se comunicam por
seu intermédio - marginalizam os fundamentos básicos de “O Livro dos
Médiuns” e adotam uma linha de conduta que conflita com os propósitos do
medianeiro bem intencionado.
Há quem busque na mediunidade a satisfação do seu próprio ego; não
está movido pela intenção de servir, mas de projetar-se, de ter o seu
nome exaltado, de alimentar a vaidade.
O médium presunçoso, mais cedo ou mais tarde, se
comprometerá. Sem retaguarda espiritual que lhe garanta o equilíbrio,
estará à mercê dos espíritos sem discernimento, que o induzirão a
cometer absurdos.
Antes, pois, de cogitar do desenvolvimento mediúnico em si, deve o
candidato aos serviços espirituais no campo da mediunidade interessar-se
pela sua iluminação no exercício constante da humildade.
Médiuns personalistas são agentes desagregadores; ao invés de
somarem esforços, de motivarem os companheiros à prática do bem,
inspiram desconfiança e estabelecem a disputa na casa espírita...
Todo médium é um tarefeiro, longe, conforme se imagina, de ser um
missionário. Raros são os sensitivos que reencarnam com tarefa definida
no campo da mediunidade; para a grande maioria,o trabalho vai se
definindo com base no seu devotamento.Alguns renascem com o compromisso,
fazendo jus à supervisão espiritual das Altas Esferas; outros se
decidem por ele ao travarem contato com o Espiritismo, atraindo a
atenção dos Espíritos Superiores que deles se aproximam na medida exata
da confiabilidade que externem...
A idéia de que seja um espírito missionário tem sido obstáculo ao
roteiro que o ser encarnado traçou para si mesmo. Imbuído de tais
pensamentos, fascinado quanto às suas próprias possibilidades, foge aos
compromissos imediatos, que, então, passa a considerar de natureza
inferior, como sejam: o casamento e a constituição da família, o esmero
na profissão e a sua participação ativa nos assuntos da comunidade.
Mediunidade é compromisso de trabalho e oportunidade de resgate.
Sobretudo, o médium é um espírito com elevados débitos cármicos que
necessita se conscientizar de sua necessidade de servir-Se servir
incondicionalmente!
Livro: Conversando com os Médiuns
Espírito: Odilon Fernandes
Médium: Carlos A. Baccelli
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Apoio aos Médiuns
Apoio aos Médiuns |
Escrito por Odilon Fernandes |
Se o elogio pode produzir efeitos negativos sobre o médium, a palavra de incentivo não lhe deve ser negada.
Os médiuns, de uma maneira geral, necessitam de mecenas que
os auxiliem a perseverar, de companheiros devotados que lhes secundem
os esforços na Doutrina.
O pequeno ou grande grupo que orbita em torno do medianeiro
é o seu sustentáculo na tarefa; companheiros que orem por ele, que
escutem os seus desabafos, que registrem as suas queixas, que auscultem
as suas necessidades sim, porque com facilidade se esquece que o médium é
um ser humano. Não se trata de idolatria; trata-se de irmãos que
estejam dispostos a doar a ele as energias imprescindíveis à
continuidade do serviço espiritual...
Dirigentes de reuniões mediúnicas indiferentes às provas dos
médiuns que com eles operam deveriam, a nosso ver, abdicar de suas
funções. Criar condições para que o medianeiro produza é tão importante
quanto ser médium. Que seria da terra sem a enxada do lavrador? Por mais
fértil e justamente por isto , seria tomada pela erva daninha.
O dirigente espírita precisa cobrar presença do medianeiro nas
reuniões, insistir mesmo pelo seu comparecimento e não simplesmente
dizer que cada qual sabe de sua responsabilidade... Dirigir significa
orientar, tomar providências, solucionar problemas, antecipar-se a eles,
enfim, zelar para que a atividade seja produtiva. Não é tornar o
medianeiro dependente psicologicamente, mas criar uma atmosfera
espiritual que lhe seja propícia, que o faça querer comparecer à casa
espírita onde, com certeza, haverá de se refazer dos seus desgastes
psíquicos.
O médium carece não apenas do apoio dos instrumentos espirituais
desencarnados; muitas vezes, o amparo dos confrades encarnados é que o
auxilia nos instantes de compreensível debilidade, quando as suas
imperfeições afloram e ele se deixa dominar pelo desânimo. Não é apenas
receber, através do concurso do medianeiro, a palavra esclarecedora da
espiritualidade – ignorar a carência dos médiuns é deixá-los, seguindo,
sob a influência das trevas. Somos de parecer que cada núcleo espírita
deveria manter um grupo de apoio aos médiuns – apoio doutrinário e
mediúnico, mas também pessoal. É claro que, para tanto, o discernimento é
indispensável, pois, em qualquer setor de atividades, o excesso produz
deformações.
O dirigente espírita indiferente aos seus médiuns seria o mesmo
que o pastor que não se importasse com o rebanho. Jesus após o episódio
da crucificação, ainda não esteve por cerca de quarenta dias com os
companheiros com os companheiros, cooperando para que vencessem as
indecisões de ordem íntima?! Será que os apóstolos teriam se lançado com
tanta determinação ao serviço de pregação da Boa Nova, se o Senhor não
tivesse voltado do túmulo?!...
A tarefa do dirigente espírita junto aos médiuns é muito
importante, decisiva mesmo nas opções que venham a fazer; ele deve se
assemelhar à de um pai preocupado com a formação dos filhos... Muitos
medianeiros que têm feito a glória do Espiritismo talvez tivessem se
perdido, caso não tivessem contado com o pulso firme de um benfeitor
encarnado.
Não é só obter do médium o que ele possa oferecer, sem noção de
suas lutas para ser fiel ao compromisso assumido. Se a poda periódica é
indispensável à árvore, objetivando-lhe o fortalecimento, o adubo
igualmente o é.
Médium: Carlos A. Baccelli.
Espírito: Odilon Fernandes.
Livro: Conversando com os Médiuns.
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