O texto colocado entre aspas, em seguida às perguntas,
é a resposta que os Espíritos deram. Para destacar as notas e explicações
aditadas pelo autor, quando haja possibilidade de serem confundidas com o
texto da resposta, empregou-se um outro tipo menor. Quando formam
capítulos inteiros, sem ser possível a confusão, o mesmo tipo usado para
as perguntas e respostas foi o empregado.
Caros amigos leitores , gostaríamos, na medida do possível ,contar com a interação de todos ,através de comentários , tornando se seguidores deste blog divulgando para seus conhecidos ,para que assim possamos estudar e aprendermos juntos , solidários e fraternos. Inscrevam-se no blog!
quinta-feira, 11 de abril de 2013
Conhecendo o Livro O Céu e o Infernos " Suicidas" parte 6
LUÍS E A PESPONTADEIRA DE BOTINAS
Havia sete para oito meses que Luís G..., oficial sapateiro, namorava uma jovem, Victorine R..., com a qual em breve deveria casar-se, já tendo mesmo corrido os proclamas do casamento.Neste pé as coisas, consideravam-se quase definitivamente ligados e, como medida econômica, diariamente vinha o sapateiro almoçar e jantar em casa da noiva.
Um dia, ao jantar, sobreveio uma controvérsia a propósito de qualquer futilidade, e, obstinando-se os dois nas opiniões, foram as coisas ao ponto de Luís abandonar a mesa, protestando não mais voltar.
Apesar disso, no dia seguinte velo pedir perdão. A noite é boa conselheira, como se sabe, mas a moça, prejulgando talvez pela cena da véspera o que poderia acontecer quando não mais a tempo de remediar o mal, recusou-se à reconciliação. Nem protestos, nem lágrimas, nem desesperos puderam demovê-la. Muitos dias ainda se passaram, esperando Luís que a sua amada fosse mais razoável, até que resolveu fazer uma última tentativa: - Chegando a casa da moça, bateu de modo a ser reconhecido, mas a porta permaneceu fechada, recusaram abrir-lha. Novas súplicas do repelido, novos protestos, não ecoaram no coração da sua pretendida. "Adeus, pois, cruel! - exclamou o pobre moço - adeus para sempre. Trata de procurar um marido que te estime tanto como eu." Ao mesmo tempo a moça ouvia um gemido abafado e logo após o baque como que de um corpo escorregando pela porta. Pelo silêncio que se seguiu, a moça julgou que Luís se assentara à soleira da porta, e protestou a si mesma não sair enquanto ele ali se conservasse.
Decorrido um quarto de hora é que um locatário, passando pela calçada e levando luz, soltou um grito de espanto e pediu socorro.
Depressa acorre a vizinhança, e Victorine, abrindo então a porta, deu um grito de horror, reconhecendo estendido sobre o lajedo, pálido, inanimado, o seu noivo. Cada qual se apressou em socorrê-lo, mas para logo se percebeu que tudo seria inútil, visto como ele deixara de existir. O desgraçado moço enterrara uma faca na região do coração, e o ferro ficara-lhe cravado na ferida.
(Sociedade Espírita de Paris, agosto de 1858)
1. - Ao Espírito S. Luís. - A moça, causadora involuntária do suicídio, tem responsabilidade? - R. Sim, porque o não amava.
2. - Então para prevenir a desgraça deveria desposá-lo a despeito da repugnância que lhe causava? - R. Ela procurava uma ocasião de descartar-se, e assim fez em começo da ligação o que viria a fazer mais tarde.
3. - Neste caso, a sua responsabilidade decorre de haver alimentado sentimentos dos quais não participava e que deram em resultado o suicídio do moço? - R. Sim, exatamente.
4. - Mas então essa responsabilidade deve ser proporcional à falta, e não tão grande como se consciente e voluntariamente houvesse provocado o suicídio... - R. É evidente.
5. - E o suicídio de Luís tem desculpa pelo desvario que lhe acarretou a obstinação de Victorine? - R. Sim, pois o suicídio oriundo do amor é menos criminoso aos olhos de Deus, do que o suicídio de quem procura libertar-se da vida por motivos de covardia.
Ao Espírito Luís G..., evocado mais tarde, foram feitas as seguintes perguntas:
1. - Que julgais da ação que praticastes? - R. Victorine era uma ingrata, e eu fiz mal em suicidar-me por sua causa, pois ela não o merecia.
2. - Então não vos amava? - R. Não. A princípio iludia-se, mas a desavença que tivemos abriu-lhe os olhos, e ela até se deu por feliz achando um pretexto para se desembaraçar de mim.
3. - E o vosso amor por ela era sincero? - R. Paixão somente, creia; pois se o amor fosse puro eu me teria poupado de lhe causar um desgosto.( grifo do blog)
4. - E se acaso ela adivinhasse a vossa intenção persistiria na sua recusa? - R. Não sei, penso mesmo que não, porque ela não é má. Mas, ainda assim, não seria feliz, e melhor foi para ela que as coisas se passassem de tal forma.
5. - Batendo-lhe à porta, tínheis já a idéia de vos matar, caso se desse a recusa? - R. Não, em tal não pensava, porque também não contava com a sua obstinação. Foi somente à vista desta que perdi a razão.
6. - Parece que não deplorais o suicídio senão pelo fato de Victorine o não merecer... E realmente o vosso único pesar? - R. Neste momento, sim; estou ainda perturbado, afigura-se-me estar ainda à porta, conquanto também experimente outra sensação que não posso definir.
7. - Chegareis a compreendê-la mais tarde? - R. Sim, quando estiver livre desta perturbação. Fiz mal, deveria resignar-me... Fui fraco e sofro as conseqüências da minha fraqueza. A paixão cega o homem a ponto de praticar loucuras, e infelizmente ele só o compreende bastante tarde.(grifo do blog)
8. - Dizeis que tendes um desgosto... qual é? - R. Fiz mal em abreviar a vida. Não deveria fazê-lo. Era preferível tudo suportar a morrer antes do tempo. Sou portanto infeliz; sofro, e é sempre ela que me faz sofrer, a ingrata. Parece-me estar sempre à sua porta, mas... não falemos nem pensemos mais nisso, que me incomoda muito. Adeus.
- Nota - Por isso se vê ainda uma nova confirmação da justiça que preside à
distribuição das penas, conforme o grau de responsabilidade dos culpados É à
moça, neste caso, que cabe a maior responsabilidade, por haver entretido em
Luís, por brincadeira, um amor que não sentia. Quanto ao moço, este já é de
sobejo punido pelo sofrimento que lhe perdura, mas a sua pena é leve,
porquanto apenas cedeu a um movimento irrefletido em momento de exaltação, que
não à fria premeditação dos suicidas que buscam subtrair-se às provações da
vida.
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CORNÉLIO, O GENTIO
CORNÉLIO,
O GENTIO
"E
lembrei-me do dito do Senhor: João certamente batizou com água;
mas vós sereis batizados com o Espírito Santo." (Atos, 11:16)
mas vós sereis batizados com o Espírito Santo." (Atos, 11:16)
O
Centurião Cornélio vivia na cidade de Cesaréia, onde praticava
a caridade sob várias formas, vivendo assim os edificantes ensinamentos
de Jesus Cristo.
Entretanto,
ele era gentio, qualificativo que os antigos judeus davam a todos os estrangeiros,
o que aliás impedia que ele viesse a receber os ensinamentos que os apóstolos
de Jesus estavam disseminando.
Os
Espíritos do Senhor, encarregados do processo de implantação
do Cristianismo na Terra, viram-se na impossibilidade de levar a Cornélio
qualquer espécie de esclarecimento sobre a Boa Nova, pois os apóstolos
se abstinham de quaisquer contatos com povos que esposavam idéias politeístas,
não tolerando, como conseqüência, a idéia de levarem
a palavra dos Evangelhos aos membros da chamada gentilidade.
Entretanto,
Cornélio estava preparado para assimilar esses ensinamentos e as palavras
de Jesus deveriam ser levadas ao seu conhecimento.
Nessa
altura dos acontecimentos, os Espíritos do Senhor acharam a fórmula
mais adequada, para que o nobre Centurião tomasse contato com as verdades
da nova revelação. Quando Cornélio fazia sua oração
a Deus, manifestou-se diante dele um Espírito que lhe recomendou enviar
alguns mensageiros à cidade de Jope, a fim de convocar Simão Pedro
para vir instruí-lo no tocante aos ensinamentos cristãos.
Entrementes,
Simão Pedro estava irredutível em sua posição de
apenas revelar os preceitos do Cristo às ovelhas desgarradas da Casa
de Israel, fechando a porta a qualquer entendimento ou contato com estrangeiros,
os quais, de um modo geral, eram vistos como autênticos idólatras
e réprobos.
Objetivando
preparar Pedro para receber os emissários de Cornélio, os Espíritos
do Senhor tiveram que produzir convincente e majestosa manifestação
espiritual, aproveitando um momento de repouso do antigo pescador da Galiléia.
Um
vaso, como se fora grande lençol suspenso pelas quatro pontas desceu
até Pedro. O apóstolo, olhando dentro dele, viu enorme quantidade
de animais da Terra: quadrúpedes, répteis e aves. Nisso uma voz
retumbante se fez ouvir: Levanta-te, Pedro, mata e come.
No
entanto, Pedro, vendo ali toda sorte de bichos, retrucou:
De
modo algum, Senhor, pois jamais comi coisa alguma comum e imunda!
Os
Espíritos, porém, disseram-lhe: Não faças tu comum
ou impuro aquilo que Deus criou.
E
idêntico fenômeno repetiu-se por três vezes consecutivas,
com as mesmas palavras, recolhendo-se enfim aos Céus o vaso em forma
de lençol.
Levantando-se
bruscamente, Pedro pôs-se a conjeturar sobre o significado daquela manifestação,
quando foi avisado que ali estavam três homens procurando-o: Levanta-te,
pois e desce, e vai com eles, não duvidando, porque eu os enviei. (Atos,
10:20).
O
apóstolo havia compreendido afinal o significado da revelação:
não deveria considerar ímpios ou imundos os gentios, criaturas
de Deus iguais a ele. Cornélio era um gentio necessitado de esclarecimento.
No
dia seguinte um grupo de pessoas, entre eles Simão Pedro, os três
enviados de Cornélio e alguns confrades de Jope, demandaram a cidade
de Cesaréia.
Ali
chegando, Cornélio foi a seu encontro, acompanhado de parentes
e amigos. Defrontando-se com Pedro, ajoelhou-se a seus pés, pretendendo
adorá-lo, no que foi impedido pelo apóstolo com as seguintes palavras:
Não faças isso, pois eu também sou homem. Vós bem
sabeis que não é lícito a um judeu juntar-se ou chegar-se
a estrangeiro; mas Deus mostrou-me que a nenhum homem chame comum ou imundo.
O
apóstolo Pedro revelou a Cornélio os ensinamentos do Cristo, entretanto,
quando regressou a Jerusalém, foi acerbamente criticado pelos seus companheiros
de apostolado, que diziam: Entraste em casa de varões incircuncisos e
comeste com eles (Atos, 11:3), tendo-lhe sido árdua tarefa justificar-se
perante a comunidade sobre o que havia feito, tendo mesmo que relembrar a seus
companheiros o ensino de Jesus: João certamente batizou com água,
mas vós sereis batizados com o Espírito, acrescentando ainda se
Deus lhes deu o mesmo dom que a nós, quando havemos crido no Senhor Jesus
Cristo, quem era então eu, para que pudesse resistir a Deus?
A
passagem evangélica acima enseja-nos conhecer o quanto estavam errados
os cristãos de todos os tempos, principalmente os da idade medieval,
os quais, em vez de enviarem os seus porta-vozes e mestres a fim de convencer
pela palavra os chamados hereges, fomentaram cruzadas sanguinolentas e instituíram
famigerados triibunais, tentando assim convencer os homens pela violência,
impondo o direito da força, quando deveriam fazer prevalecer a força
do direito.
Paulo
A. Godoy
O Evangelho Pedi Licença
O Evangelho Pedi Licença
NEM NO MUNDO TODO
NEM
NO MUNDO TODO
"Levantai
os vossos olhos e vede as terras, que já estão brancas para a
ceifa." (João 4:35)
Encerrando
o seu Evangelho, escreveu João Evangelista que muitas outras coisas Jesus
fez e se cada uma das quais fosse escrita, nem ainda o mundo todo poderia conter
os livros que se escrevessem.
Trata-se
evidentemente de uma afirmativa um tanto paradoxal e arrojada, sabendo-se da
imensidão do nosso mundo. Demais é fora de qualquer cogitação
pensar-se que por mais que o Mestre ensinasse ou fizesse, tudo isso não
caberia no vasto orbe onde vivemos.
Como
nada daquilo que está contido nos Evangelhos deve ser perdido, e considerando-se
que João não tivesse cometido mera divagação ao
fazer uma afirmação dessa natureza, cumpre-nos procurar extrair
das suas palavras um significado diferente, não abrangendo o mundo físico
que nos serve de morada, mas o mundo interior do homem.
O
Evangelho de Jesus é o Livro da Vida e, como tal, deve estar ao alcance
de todos, para a solução de quaisquer problemas que assolam a
criatura humana. Os ensinos do Mestre devem avassalar todo o mundo, devem preencher
todos os vazios que existem, devem empolgar todos os corações.
A
majestade dos ensinamentos contidos nas páginas dos Evangelhos é
de tal magnitude que, à semelhança do ar que respiramos, deve
penetrar os mais recônditos lugares do mundo.
Esses
ensinos devem ser comportados pelo mundo interior dos homens, entretanto, muitos
ainda têm os corações empedernidos, impermeáveis
a qualquer sorte de ensinamento, tendo mesmo o Mestre, a seu tempo, declarado
que muitos dos seus contemporâneos eram criaturas duras de cerviz e incircuncisas
de coração.
Os homens demoram na assimilação dos ensinamentos evangélicos, porque isso equivale a entrar pela porta estreita, preconizada por Jesus Cristo em seu Evangelho, quando, na realidade, grande é o contingente de pessoas que porfiam em entrar pela porta larga. Os homens, em seu mundo interior, não se dão conta da necessidade de aproveitarem ao máximo os benefícios das reencarnações, principalmente quando gozam de saúde e desfrutam de bem-estar material. Nessas circunstâncias geralmente relegam para plano secundário o seu processo de reforma interior, caracterizado por Jesus Cristo como sendo a conquista do Reino dos Céus, que entendemos melhor quando dizemos ser nossa evolução espiritual e nossa caminhada rumo a Deus.
Os homens demoram na assimilação dos ensinamentos evangélicos, porque isso equivale a entrar pela porta estreita, preconizada por Jesus Cristo em seu Evangelho, quando, na realidade, grande é o contingente de pessoas que porfiam em entrar pela porta larga. Os homens, em seu mundo interior, não se dão conta da necessidade de aproveitarem ao máximo os benefícios das reencarnações, principalmente quando gozam de saúde e desfrutam de bem-estar material. Nessas circunstâncias geralmente relegam para plano secundário o seu processo de reforma interior, caracterizado por Jesus Cristo como sendo a conquista do Reino dos Céus, que entendemos melhor quando dizemos ser nossa evolução espiritual e nossa caminhada rumo a Deus.
Portanto,
o dizer de João que, se escrevessem tudo aquilo que Jesus Cristo fez,
os livros não caberiam no mundo, equivale a dizer que o mundo interior
do homem é tão diminuto, tão acanhado, que não consegue
assimilar nem pequena parcela do que foi ensinado, que dirá se absorver
tudo aquilo que está contido nos Evangelhos, e mais o que está
nas entrelinhas dos ensinamentos exarados pelo Mestre Nazareno.
Paulo
A. Godoy
O Evangelho Pedi Licença
O Evangelho Pedi Licença
DEFINIÇÃO PRECISA DA RESPONSABILIDADE PESSOAL
Continuação da Lição de Ezequiel
Hermínio Miranda
Reencarnação na Bíblia
DEFINIÇÃO
PRECISA DA RESPONSABILIDADE PESSOAL
Com
essas considerações em mente, vamos, pois, ao exame do texto.
Segundo
se infere, havia uma parábola entre os judeus que se convertera em provérbio,
e que, aliás, continha uma inverdade, atribuindo a responsabilidade pelo
pecado à alma do inocente e não à do pecador.
Vêm
a seguir os exemplos. O homem bom (justo) poderá contar sem vacilações
com o reconhecimento de sua bondade e retidão - ou seja, sua justiça,
ou melhor ainda, sua justeza. Se, porém, seu filho for um mau elemento,
responderá pelos seus próprios erros, isto é, "o seu
sangue cairá sobre ele". Ele mesmo e não outrem.
Se,
por sua vez, este filho mau tiver um filho bom e que, mesmo ante o exemplo maléfico
do seu pai, proceder corretamente, o que sucederá? O pai não se
livrará, por isso, dos seus erros, enquanto ele, o filho bom, terá
o prêmio da sua bondade, nada tendo a responder pelas faltas do pai.
Há
mais ainda: a culpa não é irremissível, imperdoável,
eterna. Desde que o ímpio se corrija e se dedique à prática
do bem, ficará recuperado. Na linguagem simbólica do texto, "nenhuma
das suas transgressões que cometeu, será lembrada contra ele",
Mas, atenção !, o prêmio continua merecido pela "justiça
que praticou" ou seja, pelo bem que fez e não pelo mal que deixou
de praticar.
Da
mesma forma, aquele que sempre foi bom e, de repente, descamba para a prática
do mal, é prontamente responsabilizado pelos erros que cometer. Ele próprio
e não outra pessoa. Até mesmo o homem bom, que se voltar para
a iniqüidade, responderá por ela como qualquer ímpio. O que
antes fizera de bom não o isenta de tal responsabilidade, porque certifica
nele a persistência de tendências más ainda não superadas.
A
idéia básica de toda essa longa exposição, portanto,
é a de que somos julgados segundo nossos atos: "Portanto, ó
casa de Israel, vos julgarei cada um conforme os seus caminhos". Prestaram
bem atenção? Cada um de acordo com os seus caminhos ou atos e
não pelo que outros tenham feito. O que comeu a uva verde, esse mesmo
é que terá seus dentes estragados, não os seus filhos ou
netos.
Figuremos,
porém, o caso mais comum daqueles que não tiveram o bom senso
e a disposição de se utilizar das oportunidades de conversão
à prática do bem. Seja porque se comprazem no erro, seja porque,
depois do esforço sobre-humano para serem bons, recaíram na prática
do mal ou, ainda, porque tenham praticado crime grave já nos últimos
momentos da vida terrena, sem tempo de corrigirem-se. Que fazer dessas multidões
de seres em falta?
Já
vimos que Deus está disposto a esquecer os erros daquele que se regenera,
desde que ele se confirme na prática do bem. Já vimos também
que Deus não deseja a morte do pecador, ou seja, a sua condenação,
mas que ele renuncie ao erro. E se Deus não o deseja,
hão de ser colocados ao alcance do pecador todos os recursos de que ele
necessitar para recuperar-se, deixando para sempre de pecar. Como, porém,
entender tais oportunidades de recuperação no contexto de uma
só vida na carne? Como poderia o Pai desejar que o pecador se salve sem
proporcionar-lhe os meios para fazê-lo? Não há, pois, como
sofismar ante o esquema básico que se resume a seguir:
•
Cada um responde pelos seus erros e tem o mérito de suas virtudes.
•
Não há sofrimento inocente, nem recompensa imerecida por herança,
contágio, ou por procuração. A cada um segundo suas obras.
•
As oportunidades de reajuste são proporcionadas a todos indistintamente.
•
O processo evolutivo - uma condição cósmica - exige um
mecanismo de reajuste moral que é precisamente o das vidas sucessivas.
Hermínio Miranda
Reencarnação na Bíblia
A LIÇÃO DE EZEQUIEL
Seria
esta, porém, uma interpretação sofística(retóricas), artificiosa,
forçada, arranjada a posteriori por aqueles que chegaram à certeza
das vidas sucessivas? Negativo. Se alguém tem ainda alguma dúvida,
há em Ezequiel todo um capítulo - o de número 18 - para
definir e exemplificar com a maior nitidez e detalhamento o conceito da responsabilidade
pessoal de cada um, destruindo o mito de que os filhos pagam pela iniqüidade
dos pais.
Vamos
transcrevê-lo na íntegra, para que não haja dúvidas,
nem seja necessário buscá-lo alhures.
Mais uma vez, recorro ao
texto da American Bible Society.
-
De novo veio a mim a palavra de Jeová, dizendo:
Que
quereis vós dizer, usando na terra de Israel deste provérbio:
Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos estão embotados?
Pela minha vida, diz o Senhor Jeová, não tereis mais ocasião
de usardes deste provérbio em Israel. Eis que todas as almas são
minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é
minha: a alma que pecar, essa morrerá. Porém, se um homem for
justo, e fizer o que é equidade e justiça, e se não comer
sobre os montes, nem levantar os seus olhos para os ídolos da casa de
Israel, nem contaminar a mulher do seu próximo, nem se chegar à
mulher na sua separação; se não oprimir a ninguém,
porém tornar ao devedor o seu penhor, se não tirar nada do alheio
por violência, se der do
seu pão ao que tem fome e ao nu cobrir com vestido; se não der
o seu dinheiro à usura, nem receber mais do que o que emprestou, se desviar
a sua mão da iniqüidade, e fizer verdadeiro juízo entre homem
e homem; se andar nos meus estatutos, e guardar os meus juízos, para
proceder segundo a verdade; este tal é justo, certamente viverá,
diz o Senhor Jeová. Se ele gerar um filho que se torne salteador, que
derrame sangue e que faça a seu irmão qualquer destas coisas,
e que não cumpra com nenhum destes deveres, porém, coma sobre
os montes, e contamine a mulher do seu próximo, oprima o pobre e necessitado,
tire de outro com violência, não devolva o penhor, e levante os
seus olhos aos ídolos, cometa abominações, dê o seu
dinheiro à usura, e receba mais do que emprestou: acaso viverá
ele? Não viverá. Comete todas estas abominações;
certamente morrerá, o seu sangue será sobre ele. Eis que se este
por sua vez gerar um filho que, vendo todos os pecados cometidos por seu pai,
tema e não faça coisas semelhantes, que não coma sobre
os montes, nem levante os seus olhos aos ídolos da casa de Israel, que
não contamine a mulher do seu próximo, nem oprima a pessoa alguma,
que não empreste sobre penhores nem tire de outrem com violência,
porém, dê o seu pão ao faminto, e ao nu cubra com vestido,
que aparte do pobre a sua mão, que não receba usura nem mais do
que emprestou, que execute os meus juízos, e ande nos meus estatutos;
este não morrerá por causa da iniqüidade de seu pai, certamente
viverá.
Quanto
a seu pai, porque oprimiu cruelmente, tirou de seu irmão com violência,
e fez o que não é bom entre o seu povo, eis que ele morrerá
na sua iniqüidade. Contudo dizeis: Por que não leva o filho a iniqüidade
do pai? Quando o filho fizer o que é de eqüidade e justiça,
guardar todos os meus estatutos, e os cumprir, certamente viverá. A alma
que peca, essa morrerá; o filho não levará a iniqüidade
do pai nem o pai levará a iniqüidade do filho. A justiça
do justo será sobre ele, e a impiedade do impio será sobre ele.
Mas se o ímpio se converter de todos os seus pecados que cometeu, e guardar
todos os meus estatutos, e fizer o que é de eqüidade e justiça,
certamente viverá, não morrerá. Nenhuma das suas transgressões
que cometeu, será lembrada contra ele; na sua justiça que praticou
viverá. Acaso tenho eu prazer com a morte do ímpio? diz o Senhor
Jeová; não quero eu antes que se converta do seu caminho, e viva?
Mas quando o justo se desviar da sua justiça, e cometer iniqüidade,
e fizer conforme todas as abominações que faz o ímpio,
acaso viverá ele? Não será lembrado nenhum dos seus atos
de justiça que praticou; na sua transgressão com que transgrediu,
e no seu pecado com que pecou, neles morrerá. Contudo dizeis: O caminho
do Senhor não é igual. Ouvi, pois, ó casa de Israel: Acaso
não é igual o meu caminho? não são desiguais os
vossos caminhos? Quando o justo se desviar da sua justiça, e cometer
a iniqüidade, e nela morrer; na sua iniqüidade que cometeu morrerá.
Outrossim, quando o ímpio se desviar da sua impiedade que cometeu, e
fizer o que é de eqüidade e justiça, conservará este
a sua alma em vida.
Porquanto
considera e se desvia de todas as suas transgressões que cometeu,
certamente viverá, não morrerá. Contudo diz a casa de Israel:
O caminho do Senhor não é igual. Acaso não são iguais
os meus caminhos, ó casa de Israel? Portanto vos julgarei, Ó casa
de Israel, cada um conforme os seus caminhos, diz o Senhor Jeová. Convertei-vos,
e desviai-vos de todas as vossas transgressões; assim a iniqüidade
não vos será pedra de tropeço. Lançai de vós
todas as vossas transgressões, com que transgredistes; e fazei-vos um
coração novo e um espírito novo. Pois, por que morrereis,
ó casa de Israel? Porquanto não tenho prazer na morte do que morre,
diz o Senhor Jeová; portanto convertei-vos e vivei.
Continuação próxima publicação
Continuação próxima publicação
Hermínio
C. Miranda
Livro: Reencarnação na Bíblia
Livro: Reencarnação na Bíblia
domingo, 7 de abril de 2013
EVOLUÇÃO E EDUCAÇÃO ..."A diferença entre o sábio e o ignorante, o justo e o ímpio, o bom e o mau, procede de serem uns educados, outros, não...", "...A verdade não surge de fora como em geral se imagina: procede de nós mesmos. O reino de Deus (que é o da verdade) não se manifestará com expressões externas, por isso que o reino de Deus está dentro de vós. Educar é extrair do interior e não assimilar do exterior. É a verdade parcial, que está em nós, que se vai fundindo, gradativamente, com a verdade total que tudo abrange...."
EVOLUÇÃO
E EDUCAÇÃO
Educar
é tirar do interior.
Nada
se pode tirar donde nada existe.
É
possível desenvolver nossas potências anímicas, porque realmente
elas existem no estado latente. A evolução
resulta da involução. O que sobe da terra é o que desceu
do céu.
A diferença entre o sábio e o ignorante, o justo e o ímpio, o bom e o mau, procede de serem uns educados, outros, não.
A diferença entre o sábio e o ignorante, o justo e o ímpio, o bom e o mau, procede de serem uns educados, outros, não.
O
sábio se tornou tal, exercitando com perseverança os seus poderes
intelectuais. O justo alcançou santidade, cultivando com desvelo e carinho
sua capacidade de sentir.
Foi de si próprios que eles desentranharam e desdobraram, pondo em evidência
aquelas propriedades, de acordo com a sentença que o Divino Artífice
insculpiu em suas obras: Crescei e, multiplicai.
A verdade não surge de fora como em geral se imagina: procede de nós mesmos.
A verdade não surge de fora como em geral se imagina: procede de nós mesmos.
O
reino de Deus (que é o da verdade) não se manifestará com
expressões externas, por isso que o reino de Deus está dentro
de vós. Educar é extrair do interior e não assimilar do
exterior.
É
a verdade parcial, que está em nós, que se vai fundindo, gradativamente,
com a verdade total que tudo abrange.
É a luz própria que bruxoleia em cada ser, que vai aumentando
de intensidade, à medida que se aproxima do Foco Supremo, donde proveio.
É
a vida de cada indivíduo que se aprofunda e se desdobra em possibilidades,
quanto mais se identifica com a Fonte Perene da vida universal.
Eu
vim a este mundo para terdes vida e vida em abundância.
O juízo que fazemos de tudo quanto os nossos sentidos apreendem no exterior está invariavelmente de acordo com as nossas condições interiores.
O juízo que fazemos de tudo quanto os nossos sentidos apreendem no exterior está invariavelmente de acordo com as nossas condições interiores.
Vemos
fora o reflexo do que temos dentro. Somos como a semente que traz seus poderes
germinativos ocultos no âmago de si própria.
As
influências externas servem apenas para despertá-los.
EDUCAR
é envolver de dentro para fora, revelando, na forma perecível,
a verdade, a luz e a vida imperecíveis e eternas, por isso que são
as características de Deus, a cuja imagem e semelhança fomos criados.
Vinícius
Na Escola do Mestre
Na Escola do Mestre
DEVER PATERNO ..."Educar é salvar. O Espiritismo é a religião da educação. Não há lugar para superstições, na trama urdida pelos postulados cristãos que o Espiritismo veio restaurar em toda a sua verdade...."
Duas
verdades muito simples devem estar presentes na imaginação dos
pais: de um saco vazio nada podemos tirar; de um terreno inculto, abandonado,
nenhum bom grão podemos colher.
Estas duas asserções, banais em aparência, naturalmente servirão para lhes trazer à mente um fato de suma importância: a educação dos filhos.
Sim, se eles descurarem o cumprimento deste dever, chegará o dia em que debalde procurarão obter alguma coisa dos filhos. Estes lhe darão o que se pode tirar de um saco vazio ou aquilo que se pode colher de um terreno abandonado.
A autoridade paterna, elemento indispensável na orientação e direção da mocidade, não surge do vácuo nas ocasiões prementes das grandes necessidades, dos lances aflitivos em que ela é reclamada.
Estas duas asserções, banais em aparência, naturalmente servirão para lhes trazer à mente um fato de suma importância: a educação dos filhos.
Sim, se eles descurarem o cumprimento deste dever, chegará o dia em que debalde procurarão obter alguma coisa dos filhos. Estes lhe darão o que se pode tirar de um saco vazio ou aquilo que se pode colher de um terreno abandonado.
A autoridade paterna, elemento indispensável na orientação e direção da mocidade, não surge do vácuo nas ocasiões prementes das grandes necessidades, dos lances aflitivos em que ela é reclamada.
Se
essa autoridade existe, apresenta-se, impõe-se, age, luta e consegue.
Se não existe, é escusado apelar-se para ela, no paroxismo de
qualquer aflição.
A
autoridade paterna se desenvolve paulatinamente, como fruto da educação
que os pais dão aos filhos, quando essa educação se funda
na base sólida de exemplos dignos e elevados. Ela se desenvolve e frutifica
como as plantas de valor.
Pretendê-las num dado momento, como façanha de prestidigitador, é ilusão que nenhum pai sensato deve alimentar.
Há exemplos, não contestados, de filhos bons e dignos, à revelia da influência doméstica, e outros que são maus, a despeito dos desvelos paternos; porém tais casos são exceções que não anulam a regra e, menos ainda, os deveres dos pais, no que concerne à formação do caráter de seus filhos.
Sabemos que nossos filhos são espíritos reencarnados, os quais semelhantemente ao vento, segundo disse Jesus ninguém sabe donde vêm.
Pretendê-las num dado momento, como façanha de prestidigitador, é ilusão que nenhum pai sensato deve alimentar.
Há exemplos, não contestados, de filhos bons e dignos, à revelia da influência doméstica, e outros que são maus, a despeito dos desvelos paternos; porém tais casos são exceções que não anulam a regra e, menos ainda, os deveres dos pais, no que concerne à formação do caráter de seus filhos.
Sabemos que nossos filhos são espíritos reencarnados, os quais semelhantemente ao vento, segundo disse Jesus ninguém sabe donde vêm.
É
possível que sejam espíritos de sentimento e moral elevados; assim
sendo, não nos darão maior trabalho: é a exceção.
Caso contrário, como é de regra, trarão consigo defeitos,
vícios e paixões, para cujo extermínio cumpre providenciarmos,
empenhando todos os meios ao nosso alcance.
E
isto se obtém, ministrando a educação cristã, firmada
sobre os alicerces de exemplificações acordes com aquela doutrina.
Educar é salvar. O Espiritismo é a religião da educação. Não há lugar para superstições, na trama urdida pelos postulados cristãos que o Espiritismo veio restaurar em toda a sua verdade.
Eduquemo-nos, pois, e eduquemos nossos filhos. Um mau chefe de família nunca pode ser um bom espírita.
Vinícius
Educar é salvar. O Espiritismo é a religião da educação. Não há lugar para superstições, na trama urdida pelos postulados cristãos que o Espiritismo veio restaurar em toda a sua verdade.
Eduquemo-nos, pois, e eduquemos nossos filhos. Um mau chefe de família nunca pode ser um bom espírita.
Vinícius
PELO AMOR E PELA DOR. ..."Não basta que uma nação haja acumulado milhões nas arcas do seu tesouro, dando ao seu povo conforto, bem estar e luxo. É necessário que se tenha em vista o padrão de vida geral, porque o mundo é uma unidade indivisível. Nunca se viu, no mesmo lar, filhos nababos ao lado de irmãos maltrapilhos e famintos. A Humanidade é a grande família de Deus, o Pai celestial que não distingue raças, nações, povos, credos, nem partidos"..
PELO
AMOR E PELA DOR
"Não
rogo somente por estes, mas por todos aqueles que crerem em mim por meio da
tua palavra; a fim de que todos sejam um, e que, como tu, Pai, és em
mim e eu em ti, também seja eles em nós...Eu lhes tenho dado a
glória que tu me deste, para que sejam um, como nós somos um;
eu neles e tu em mim, para que sejamos aperfeiçoados na unidade; e para
que o mundo reconheça que tu me enviaste e que tu os amaste, como também
amaste a mim". (Evangelho)
As
palavras do insigne Condutor da Humanidade, acima transcritas, pronunciadas
em forma de rogativa ao pai celestial, nas vésperas do seu sacrifício,
são de palpitante atualidade, como, aliás, têm sido através
de toda a era cristã. O característico inconfundível da
verdade decorre do testemunho dos fatos que a corroboram em todas as emergências
e conjunturas da vida.
Nesta época tumultuosa que ora o mundo atravessa, assinalada pelas mais cruenta, brutal e destruidora das guerras, envolvendo povos, nações, raças e continentes, que se entredevoram no paroxismo de uma luta de mútuo extermínio, — uma luz vai, pouco a pouco, surgindo da confusão e do caos reinantes. Essa luz, que emerge das trevas densas de um egoísmo feroz, destacando-se, qual longínqua estrela tremeluzente num céu carregado, de noite caliginosa, é a convicção a que os combatentes vão chegando de que o seus problemas jamais se resolverão pela força; de que é necessário enveredar por outro caminho, além daqueles até aqui palmilhados caminho esse nunca escolhido, por isso que julgado incapaz de conduzir ao porto e salvamento: a confraternização humana nos moldes do Cristianismo redivivo em espírito e verdade.
Nesta época tumultuosa que ora o mundo atravessa, assinalada pelas mais cruenta, brutal e destruidora das guerras, envolvendo povos, nações, raças e continentes, que se entredevoram no paroxismo de uma luta de mútuo extermínio, — uma luz vai, pouco a pouco, surgindo da confusão e do caos reinantes. Essa luz, que emerge das trevas densas de um egoísmo feroz, destacando-se, qual longínqua estrela tremeluzente num céu carregado, de noite caliginosa, é a convicção a que os combatentes vão chegando de que o seus problemas jamais se resolverão pela força; de que é necessário enveredar por outro caminho, além daqueles até aqui palmilhados caminho esse nunca escolhido, por isso que julgado incapaz de conduzir ao porto e salvamento: a confraternização humana nos moldes do Cristianismo redivivo em espírito e verdade.
Os
líderes das grandes nações aqueles cujos ombros pesam maiores
responsabilidades, começam já a compreender que o mundo precisa
ser renovado em seus fundamentos. O isolacionismo, como das ideologias que dimanam
das três formas funestas de imperialismos - o político, religioso
e o econômico — deve desaparecer do cenário terreno. A humanidade
é uma só. Seus problemas, outrossim, são os mesmos; portanto,
devem ser tratados e discutidos à luz meridiana, com o concurso de todos.
Nada de conchavos regionalistas, pactos e conluios secretos de um grupo de Estados contra outros grupos! A palavra internacional seja — sim, sim; não, não; pois tudo que vai além disto é de maligna procedência. Provado está, à saciedade, que o fermento da guerra se desenvolve no seio dos referidos imperalismos que, conjugados, constituem o fator daquela e de todas as demais calamidades que infelicitam a humanidade, tais como: o pauperismo, a desocupação, a enfermidade, a corrupção de costumes, o vício e o crime.
Não basta que uma nação haja acumulado milhões nas arcas do seu tesouro, dando ao seu povo conforto, bem estar e luxo. É necessário que se tenha em vista o padrão de vida geral, porque o mundo é uma unidade indivisível. Nunca se viu, no mesmo lar, filhos nababos ao lado de irmãos maltrapilhos e famintos. A Humanidade é a grande família de Deus, o Pai celestial que não distingue raças, nações, povos, credos, nem partidos.
Nada de conchavos regionalistas, pactos e conluios secretos de um grupo de Estados contra outros grupos! A palavra internacional seja — sim, sim; não, não; pois tudo que vai além disto é de maligna procedência. Provado está, à saciedade, que o fermento da guerra se desenvolve no seio dos referidos imperalismos que, conjugados, constituem o fator daquela e de todas as demais calamidades que infelicitam a humanidade, tais como: o pauperismo, a desocupação, a enfermidade, a corrupção de costumes, o vício e o crime.
Não basta que uma nação haja acumulado milhões nas arcas do seu tesouro, dando ao seu povo conforto, bem estar e luxo. É necessário que se tenha em vista o padrão de vida geral, porque o mundo é uma unidade indivisível. Nunca se viu, no mesmo lar, filhos nababos ao lado de irmãos maltrapilhos e famintos. A Humanidade é a grande família de Deus, o Pai celestial que não distingue raças, nações, povos, credos, nem partidos.
Daí o apelo de Jesus: Não rogo somente por estes, isto é,
por uma facção, mas também por todos os que crerem em mim,
a fim de que todos sejam um, e que, como tu, Pai, és em mim e eu em ti,
também sejam todos eles (os homens) em nós; para que assim o mundo
creia que tu me enviaste.
O testemunho do Cristo, portanto, é a unidade. A confraternização dos povos será a prova provada do reino de Deus entre os homens. Até aqui, temos tido o inverso: o reino do demônio expresso no egoísmo desaçaimado, fomentando rivalidades, ciúmes, felonias, dolos e cobiças.
A Casa Grande, destacando-se na montanha, rodeada de míseros casebres de barro, perdeu o seu prestígio, disse, com muita propriedade, o eminente estadista americano Wendell Willkie. A interdependência em que se acham as nações é um fato, hoje, incontestável. Nenhuma delas, mesmo as que dispõem dos maiores recursos, pode viver isolada. O bastar-se a si mesmo é uma utopia que ninguém de bom senso leva a sério.
O testemunho do Cristo, portanto, é a unidade. A confraternização dos povos será a prova provada do reino de Deus entre os homens. Até aqui, temos tido o inverso: o reino do demônio expresso no egoísmo desaçaimado, fomentando rivalidades, ciúmes, felonias, dolos e cobiças.
A Casa Grande, destacando-se na montanha, rodeada de míseros casebres de barro, perdeu o seu prestígio, disse, com muita propriedade, o eminente estadista americano Wendell Willkie. A interdependência em que se acham as nações é um fato, hoje, incontestável. Nenhuma delas, mesmo as que dispõem dos maiores recursos, pode viver isolada. O bastar-se a si mesmo é uma utopia que ninguém de bom senso leva a sério.
O
mundo se tornou pequeno diante dos progressos de locomoção. Os
mares não passam de simples lagos sobrevoados por aviões, pondo
em contacto nações e continentes. O que se passa num quadrante
do globo terráqueo é logo sabido e comentado em toda parte. Soou,
pois, a hora da solidariedade.
Cumpre que se ponha, por acordo comum, as possibilidades e as oportunidades ao alcance de todos, indistintamente. Privilégios raciais, econômicos e religiosos; açambarcamentos, armamentismo, barreiras comerciais e diplomacias de raposa devem ser erradicados sem contemplação, como ervas daninhas e tóxicas, envenenadoras da humanidade.
Todos os homens são iguais, com idênticos direitos à liberdade de pensar e de agir, dentro das normas do respeito mútuo da fraternidade e da cooperação. Cumpre que se conduzam doravante como irmãos desejosos de se ajudar reciprocamente, e não mais como rivais que procuram combater-se e eliminar-se.
Só assim o mundo terá paz e os homens desfrutarão liberdade, vivendo a verdadeira vida humana em marcha para a vida eterna, que paira sobre as contingências do nascimento e da morte. Essa é a glória que tu me deste; para que todos os homens sejam um, como nós somos um. E o mundo, então, verá que tu me enviaste para isso, comprovando o teu amor à humanidade e a mim.
Cumpre que se ponha, por acordo comum, as possibilidades e as oportunidades ao alcance de todos, indistintamente. Privilégios raciais, econômicos e religiosos; açambarcamentos, armamentismo, barreiras comerciais e diplomacias de raposa devem ser erradicados sem contemplação, como ervas daninhas e tóxicas, envenenadoras da humanidade.
Todos os homens são iguais, com idênticos direitos à liberdade de pensar e de agir, dentro das normas do respeito mútuo da fraternidade e da cooperação. Cumpre que se conduzam doravante como irmãos desejosos de se ajudar reciprocamente, e não mais como rivais que procuram combater-se e eliminar-se.
Só assim o mundo terá paz e os homens desfrutarão liberdade, vivendo a verdadeira vida humana em marcha para a vida eterna, que paira sobre as contingências do nascimento e da morte. Essa é a glória que tu me deste; para que todos os homens sejam um, como nós somos um. E o mundo, então, verá que tu me enviaste para isso, comprovando o teu amor à humanidade e a mim.
Os
homens não quiseram atender ao Verbo Divino que se fez carne e habitou
entre eles. Rejeitaram suas advertências prudentes e amoráveis,
difundidas com carinho e afeto. Eis que hoje, esses mesmos homens - diante do
ribombo dos canhões, do esfuziar das metralhadoras e do ronco sinistro
dos aviões, a despejarem, das alturas bombas que dizimam cidades, espalhando
a morte e ateando rubros incêndios- começam a entender o sentido
profundo das velhas sentenças evangélicas:
"Amai-vos
uns aos outros, como eu vos amei. Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e
a sua justiça; e tudo o mais vos será dado de graça e por
acréscimo. Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a
terra!"
Pelo
amor e pela dor ! Esta acaba de lançar as bases sobre as quais, em breve,
o amor construirá um mundo novo onde habite a justiça !
Vinícius
Na Escola do Mestre
Na Escola do Mestre
O SERMÃO PROFÉTICO; O PRINCÍPIO DE DORES
CAPÍTULO
XXIV
O SERMÃO PROFÉTICO
O SERMÃO PROFÉTICO
O
SERMÃO PROFÉTICO; O PRINCÍPIO DE DORES
1
- E tendo saído Jesus do templo, se ia retirando. E chegaram a ele os
seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo.
2
- Mas ele, respondendo, lhes disse: Vedes tudo isto? Na verdade vos digo que
não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada.
As
grandezas do mundo, por mais sólidas que aparentem ser, o tempo as destruirá.
Civilizações milenárias desapareceram, cidades populosas
se transformaram em pó, e monumentos gigantescos se desfizeram em casos.
Tudo o que é matéria, ou que repousa em bases materiais, mais
cedo ou mais tarde, terá de sofrer as transformações próprias
da matéria. Tal não acontece com os bens espirituais. Os bens
espirituais são indestrutíveis; constituem patrimônio da
alma, a qual acompanham pela eternidade. Os bens materiais são instrumentos
com os quais cada um de nós trabalhará para conseguir os bens
espirituais. É por isso que Jesus não ensinou aos homens outra
coisa, a não ser como conquistar os bens espirituais.
3
- E estando ele assentado no monte das Oliveiras, se chegaram a ele seus discípulos
à puridade, perguntando-lhe:
Dize-nos,
quando sucederão estas coisas? e que sinal haverá de tua vinda,
e da consumação do século?
Com
o afirmar-lhes que do templo não ficaria pedra sobre pedra, compreenderam
os discípulos que Jesus lhes predizia uma grande transformação,
que nosso planeta sofreria. E ávidos de saber, perguntam-lhe quando teriam
lugar os acontecimentos. É a essa transformação que Jesus
se refere neste capítulo, e cujos sinais precursores enumera à
seus discípulos.
Sabemos
que os mundos, de um modo geral, se dividem em cinco classes: primitivos, de
expiação e de provas, de regeneração, felizes e
divinos. Os mundos, como os indivíduos, também progridem, e de
uma classe inferior passam para uma superior. A Terra já foi um mundo
primitivo; pertence agora à classe dos mundos de provas e de expiações,
e está prestes a passar para a classe dos mundos de regeneração.
Todavia, a passagem de uma classe para outra não se opera sem profundos
abalos, por vezes penosos, porque é necessário que se destrua
tudo o que não for compatível com o grau de progresso que a Terra
alcançou. As instituições retardatárias deverão
desaparecer, e os indivíduos que não se enquadrarem na nova ordem
das coisas, deverão desencarnar e deixar definitivamente o planeta. Eles
irão encarnar-se em outros mundos, cujos ambientes estejam de acordo
com o grau de desenvolvimento espiritual que já possuem, e onde recomeçarão
o trabalho de aperfeiçoamento.
Agora,
por alto, Jesus descreve os principais pontos pelos quais reconheceremos, que
são chegados os tempos da prestação de contas. Por certo,
não será de uma hora para outra que tudo acontecerá; porém,
a transformação se processará, gradual e lentamente.
4
- E respondendo, Jesus lhes disse: Vede, não vos engane alguém.
Jesus
recomenda vigilância e análise de tudo, a fim de que os que querem
acompanhar a evolução da Terra, e prepararem-se para um mundo
melhor, não se iludam pelas aparências, nem interpretem de um modo
errôneo os ensinamentos recebidos.
5
- Porque virão muitos em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão
a muitos.
Em
sua marcha evolutiva, a humanidade se defrontará com numerosos problemas
espirituais. Aparecem então os pretensos salvadores, que com teorias
absurdas, posto que engenhosas, desviam o povo do reto caminho traçado
por Jesus em seu Evangelho. Esses falsos Cristãos aparecem não
só no terreno religioso, como também no terreno científico.
Assim é que temos visto as religiões organizadas, encerradas em
suas pompas e práticas exteriores ou no rigorismo da letra, não
oferecerem a seus adeptos a compreensão exata das leis divinas entravando
temporariamente o progresso espiritual deles. E a ciência, por meio de
suas orgulhosas negações, contribuir para que o sombrio materialismo
fechasse a porta do mundo espiritual a grande número de almas.
6
- Haveis pois de ouvir guerras e rumores de guerras. Olhai, não vos turbeis;
porque importa que assim aconteça, mas não é este ainda
o fim.
Para
que a humanidade progrida não são necessárias as guerras.
A evolução se processa gradativamente, sem provocar abalos, e
sem produzir ruínas. Entretanto, como os homens não querem obedecer
à lei do progresso, e se apegam em demasia às instituições
e às idéias do passado, produzem-se os atritos, os quais incentivados
pelo egoísmo humano, degeneram em conflitos, donde advém o caráter
penoso das transições.
7
- Porque se levantará nação contra nação,
e reino contra reino, e haverá pestilências, e fomes, e terremotos
em diversos lugares.
A
instituição da fraternidade universal é um dos mais belos
aspectos da lei da evolução. As guerras, com seu sinistro cortejo
de pestes e de fome, originam-se do fato de os homens não obedecerem
à lei da fraternidade. E os terremotos parecem advertir aos homens da
fragilidade das coisas terrenas.
8
- E todas estas coisas são princípios das dores.
9
- Então vos entregarão à tribulação, e vos
matarão; e sereis
aborrecidos de todas as gentes por causa do meu nome.
Realmente,
depois da partida de Jesus acelera-se a decadência do Império Romano.
Começa o longo período das guerras, que culminou na espantosa
catástrofe a que acabamos de assistir. Os discípulos também
sofrem cruéis perseguições; a princípio, por parte
dos pagãos; depois, pelas religiões oficiais. E ainda hoje, os
que procuram seguir os ensinamentos do Mestre, e pregar o Evangelho a seus irmãos,
se não sofrem a perseguição física, não escapam
à perseguição moral.
10
- E muitos serão escandalizados, e se entregarão de parte à
parte, e se aborrecerão uns aos outros.
Os
que ainda não desenvolveram dentro de si próprios a fé
viva, e a vontade sincera de viverem de acordo com o Evangelho, ao primeiro
embate das perseguições e das tentações do mundo,
não resistirão, e abandonarão o caminho. Não nos
esqueçamos de que a vida do verdadeiro cristão é uma luta
incessante contra suas próprias imperfeições. Os pais cristão:,
devem ensinar a seus filhos, desde muito cedo, a travarem essa luta. Quanto
mais tarde essa luta contra as imperfeições for iniciada, tanto
mais difícil será a vitória, por causa dos hábitos
errôneos que se contraem. Por esse motivo, o Espiritismo proclama que
não bastam afirmações doutrinárias, e exige de seus
adeptos uma luta tenaz contra as inclinações inferiores, e prega
a renúncia às comodidades, em benefício do próximo.
Assim o Espiritismo é freqüentemente abandonado, o que não
sucede com as religiões dogmátícas, as quais contam com
maior número de adeptos, porque elas nada exigem, a não ser o
preenchimento de fórmulas, em que nem o coração nem a inteligência
tomam parte.
11
- E levantar-se-ão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos.
Os
falsos profetas pululam por toda a parte, e em todos os setores das atividades
humanas, procurando sempre desviar as criaturas de Deus, e interpretando os
mandamentos divinos segundo suas conveniências. Com a autoridade que adquiriram
no campo científico, os falsos profetas da ciência pretendem negar
as coisas espirituais. E os falsos profetas religiosos, sacerdotes de religiões
formalísticas e materializadas, adaptando as leis divinas aos seus interesses,
enganam os seus adeptos. No campo do Espiritismo também temos os falsos
profetas, constituídos pelos médiuns interesseiros e ambiciosos,
desviados de reto caminho, seduzidos pelo brilho das coisas terrenas e corrompidos
pela moeda; vendem sua mediunidade, preferindo auferir com ela proveitos materiais
e não espirituais.
12
- E porquanto multiplicar-se-á a iniqüidade, se resfríará
a caridade de muitos.
13
- Mas o que perseverar até o fim, esse será salvo.
A
fim de que cada um possa ser julgado por suas próprias obras, haverá
plena liberdade e grandes facilidades, não só para a prática
do bem, como para a prática do mal. E como a maioria se inclinará
para a prática do mal, a iniqüidade se ostentará como que
triunfante. E muitos, percebendo que o mal aumenta na face da terra, perderão
a fé e renegarão o Evangelho
do Mestre. Aqueles, todavia, que persistirem na fé e na fiel observância
dos ensinamentos de Jesus, certos de que na ocasião oportuna o Senhor
manifestará sua justiça serão salvos, isto é, terão
o direito de viverem na terra regenerada, tranqüila e feliz.
14
- E será pregado este Evangelho do reino por todo o mundo, em testemunho
a todas as gentes; e então chegará o fim.
E
quando o Evangelho tiver sido pregado a todos os povos, de maneira que ninguém
possa alegar ignorância, então Deus fará sua justiça.
Parece-nos que já estamos vivendo esse tempo: qual é a parte do
mundo em que ainda não penetrou o Evangelho? E o Espiritismo começou
acelerar ainda mais a pregação do Evangelho pelo mundo todo. E
as calamidades às quais estamos assistindo, provocando o desencarne violento
de milhares de espíritos, como que estão separando os que devem
ficar e os que devem partir.
O
SERMÃO CONTINUA, A GRANDE TRIBULAÇÃO
15
- Quando vós pois virdes que a abominação da desolação
que foi predita pelo profeta Daniel, está no lugar santo; o que lê
entenda.
O
lugar santo é aqui o símbolo das religiões organizadas
do planeta, as quais se transformaram em instrumento de opressão dos
povos.
A
abominação da desolação significa os atos reprováveis
cometidos pelos ministros dessas religiões, que se tornaram verdadeiros
lobos, de pastores que deveriam ser.
As
religiões que se entregam à abominação persistirão
durante todo o tempo da transição. Surgindo o Espiritismo, preparador
dos tempos novos, esta nova doutrina esclarecerá definitivamente a humanidade.
E, uma vez esclarecida, a humanidade abandonará paulatinamente as religiões
erradas, as quais desaparecerão da face da terra, cessando assim as abominações
que se cometem à sombra dos altares.
16
- Então; os que se acham na Judéia, fujam para os montes.
17
- E o que se acha no telhado, não desça a levar coisa alguma de
sua casa.
18
- E o que se acha no campo, não volte a tomar a sua túnica.
Nestes
três versículos, Jesus fala simbolicamente. Sair da Judéia
e fugir para os montes significa que se desejarmos ingressar no mundo novo,
que será inaugurado, devemos abandonar a excessiva preocupação
da vida material, e voltarmos a um viver mais simples e mais espiritualizado.
Não descer do telhado para levar coisa alguma de sua casa, significa
que não devemos levar para o novo mundo as idéias do passado,
porqu~ ~:sse mundo que se inaugurará, novos problemas e no~as. ldel~s
r:~s aguardam. Não voltar do campo para buscar a tumca, slgmhca devemos
ser vigilantes, que quando
Nestes
três versÍculos, Jesus fala simbolicamente. Sair da Judéia
e fugir para os montes significa que se desejarmos inngressar no mundo novo,
que será inaugurado, devemos abandonar a excessiva preocupação
da vida material, e voltarmos, a um viver mais simples e mais espiritualizado.
Não descer do telhado para levar coisa alguma de sua casa, significa
que não devemos levar para o novo mundo as idéias do passado porque
nesse mundo que se inaugurará, novos problemas e novas idéias
nos aguardam. Não voltar do campo para buscar a túnica, significa
que devemos ser vigilantes, para que quando os tempos novos chegarem, estejamos
preparados; pois se não o estivermos, não haverá mais oportunidade
para que nós nos preparemos.
19
- Mas ai das que estiverem pejadas, e das que criarem naqueles dias.
Tomando
a infância como o símbolo da inocência, Jesus nos adverte
de que, nos últimos tempos o desvairamento dos homens nos caminhos tenebrosos
do mal, não pouparia sequer as criancinhas inocentes nem o sagrado estado
das mães. Realmente, foi isso a que assistimos em nossos dias, quando
as terríveis forças das trevas bombardeavam cidades, destruindo
lares e maternidades.
20
- Rogai pois que não seja a vossa fuga em tempo inverno ou em dia de
sábado.
Isto
é, devemos orar e vigiar para que, quando tivermos de passar pelas duras
provas, estejamos preparados para suportá-las cristãmente, tirando
delas o máximo proveito para o burilamento de nossos espíritos.
As provas, leves ou penosas são para todos, e não será
pelo fato de estarmos estudando e começando a compreender o Evangelho,
que ficaremos isento delas.
Em
nossa fuga em dia de sábado ou em tempo de inverno, Jesus simboliza o
chamado do Altíssimo, que pode dar-se quando menos os esperamos, ou em
dias de adversidades.
Nos
tempos antigos, principalmente na época de Jesus, em que não havia
comodidades para as viagens, o inverno era a estação imprópria
para empreendê-las. E o sábado, dado que toda nação
hebraica o guardava, era um dia em que dificilmente alguém podia aparelhar-se
para viajar. Por conseguinte, o viajor que não se aparelhasse de antemão,
depararia com grandes dificuldades.
Assim,
o indivíduo que descura do seu preparo espiritual, deixando-o para depois,
poderá ser surpreendido na ocasião menos adequada para seu espírito
e, além de perder a oportunidade, seu sofrimento será muito grande.
Aqui
Jesus adverte também os médiuns de que não se descuidem
de estarem sempre alertas para o bom desempenho de seu medianato. Jamais saberemos
quando se apresentará a oportunidade de darmos o supremo testemunho de
fé, de renúncia e de amor a Deus e ao próximo. Roguemos
pois que sejam quais forem as circunstâncias com que nos defrontarmos,
nunca recuemos no cumprimento de nossas tarefas mediúnicas, e do preparo
de nossas almas.
21
- Porque será então a aflição tão grande,
que, desde que há mundo até agora, não houve, nem haverá
outra semelhante.
Dado
que nos últimos tempos a humanidade passará pelas mais ásperas
provas, para que o Altíssimo proceda à seleção dos
espíritos, é muito natural que a aflição reinará
em toda a face do planeta, provocada pelos próprios homens. Para que
cada um tivesse mérito se fosse escolhido e não se queixasse se
fosse repelido, os homens teriam plena liberdade de usar o seu livre-arbítrio
como melhor entendessem.
22
- E se não se abreviassem aqueles dias, não se salvaria pessoa
alguma; porém, abreviar-se-ão aqueles dias em atenção
aos escolhidos.
As
calamidades provocadas pela maldade dos homens serão tantas, que se não
houver a intervenção da Providência Divina, nada será
respeitado na terra. Mas, a Providência Divina estará vigilante,
e no momento oportuno porá um paradeiro à loucura dos homens,
para que não sejam tragados na voragem os espíritos a caminho
da regeneração.
23
- Então, se alguém vos disser: Olhai, aqui está o Cristo,
ou,
ei-lo acolá; não lhe deis crédito.
24
- Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas, que
farão grandes prodígios e maravilhas tais, que (se fora possível)
até os escolhidos se enganariam.
2.5
- Vede que eu vo-lo adverti antes.
26
- Se pois vos disserem: Ei-lo lá está no deserto, não saiais;
ei-lo cá no mais retirado da casa, não lhe deis crédito.
No
meio da desordem geral, todos buscarão um recurso para se salvarem. E
então aparecerão salvadores, cujo único intuito é
tirarem proveito da situação. Os mais absurdos sistemas serão
inventados para tirarem a humanidade do caos em que se precipitou. Todavia,
os escolhidos, isto é, os espíritos evangelizados, não
se enganarão, por uma razão muito simples: porque sabem que a
salvação está no Evangelho, cujos preceitos deverão
servir de base a toda reforma útil que se fizer nas instituições
humanas. É evidente que os que se enganarem deverão queixar-se
de si próprios, uma vez que o Evangelho aí está para adverti-los
sobre o verdadeiro modo de viverem segundo a vontade divina.
Quanto
à salvação, não virá personificada num homem.
Mas sim, será o produto do esforço de todos os espíritos
do bem, encarnados e desencarnados, para o completo triunfo do Evangelho.
27
- Porque do modo que um relâmpago sai do oriente, e se mostra até
ao ocidente, assim há de ser também a vinda do Filho do homem.
28
- Em qualquer lugar onde estiver o corpo, aí se hão de ajuntar
também as águias.
Aqui
Jesus nos adverte de que sua vinda não se dará em determinado
lugar. Com isto nos quer dizer que seus ensinamentos, depois de tanto tempo
esquecidos, seriam novamente pregados à humanidade, em espírito
e verdade.
E
Jesus atualmente está entre os homens, por meio do Espiritismo, o qual
prega o Evangelho e concita a todos a lutarem pela implantação
do reino de Deus. Com a rapidez de um relâmpago, o Espiritismo se espalhou
pelo mundo, despertando a atenção dos homens para o Cristianismo
puro, tal qual o fundou Cristo e seus apóstolos.
O
corpo é a doutrina de Jesus que, pregada pelo Espiritismo de um modo
racional, conclama em torno de si as águias, isto é, os espíritos
já esclarecidos e regenerados
O
SERMÃO CONTINUA. A VINDA DO FILHO DO HOMEM
29
- E logo depois da aflição daqueles dias, escurecer-se-á,
o sol, e a lua não dará a sua claridade, e as estrelas cairão
do céu, e as virtudes do céu se comoverão.
30
- E então aparecerá o sinal do Filho do homem no céu; e
então todos os povos da terra chorarão, e verão ao Filho
do homem, que virá sobre as nuvens do céu com grande poder e majestade.
31
- E enviará os seus anjos com trombetas e com grande voz, e ajuntarão
os seus escolhidos desde os quatro ventos, do mais remontado dos céus
até às extremidades deles.
32
- Aprendei pois o que vos digo, por uma comparação tirada da figueira;
quando os seus ramos estão já tenros, e as folhas têm brotado,
sabeis que está perto o estio.
33
- Assim também, quando vós virdes tudo isto, sabeis que está
perto às portas.
Estando
os homens preocupados unicamente em salvaguardar seus interesses materiais,
e completamente esquecidos do estudo e da observância das leis divinas,
as trevas espirituais se tornarão espessas na face do planeta. Quando
estas trevas espirituais se tornarem mais densas, de novo os homens verão
brilhar nos céus o sinal salvador. Esse sinal já refulge nas sombras
da terra, iluminando o caminho para os que choram na escuridão espiritual
é o Espiritismo, o qual reafirma na terra o poder e a majestade de Jesus.
Estamos
em plena fase evangelizadora; passada ela, proceder-se-á à seleção
dos espíritos; os endurecidos no mal e rebeldes à lei divina,
serão enviados a mundos inferiores, compatíveis com seus estados,
onde reiniciarão o trabalho de aperfeiçoamento de suas almas;
os em vias de regeneração poderão continuar no plano terrestre;
e a Terra passará a ser um planeta de paz, ordem e espiritualidade.
Quando
começarmos a perceber os sinais que Jesus aqui enumera, é porque
estamos às portas das grandes transformações morais e materiais,
que farão nosso planeta se colocar num plano superior na categoria dos
mundos. Não aleguemos ignorância. Se bem analisarmos as condições
em que se encontra a Terra atualmente, facilmente perceberemos que estamos vivendo
os dias decisivos.
34
- "Na verdade vos digo, que não passará esta geração
sem que se cumpram todas estas coisas.
Isto
é, a geração que hoje escuta minhas palavras, estará
encarnada na terra, quando tiverem lugar os acontecimentos que predigo.
35 - Passará o céu e a terra, mas não passarão as minhas palavras.
35 - Passará o céu e a terra, mas não passarão as minhas palavras.
Sendo
os ensinamentos de Jesus uma lei moral universal emanada de Deus, as coisas
materiais poderão desaparecer, sem que suas palavras deixem de prevalecer
para os espíritos.
Encerrando
estes sombrios presságios, é oportuno transcrever aqui uma página
de Emmanuel em seu livro "Há dois mil anos", em que este instrutor
reproduz as palavras de Jesus, ditadas num ambiente espiritual, logo depois
de sua partida da terra:
"Entre
a Manjedoura e o Calvário, tracei para minhas ovelhas o eterno e luminoso
caminho. .. O Evangelho floresce agora, como a seara imortal e inesgotável
das bênçãos divinas. Não descansemos, contudo, meus
amados, porque tempo virá na terra, em que todas as suas lições
serão espezinhadas e esquecidas. .. Depois de longa era de sacrifícios
para consolidar-se nas almas, a doutrina da redenção será
chamada a esclarecer o governo transitório dos povos; mas o orgulho e
a ambição, o despotismo e a crueldade, hão de reviver os
abusos nefandos de sua liberdade. O culto antigo, com suas ruínas pomposas,
buscará restaurar os templos abomináveis do bezerro de ouro. Os
preconceitos religiosos, as castas clericais, os falsos sacerdotes, restabelecerão
novamente o mercado das coisas sagradas, ofendendo o amor e a sabedoria de Nosso
Pai, que acalma a onda minúscula no deserto do mar, como enxuga a mais
recôndita lágrima da criatura, vertida no silêncio de suas
orações, ou na dolorosa serenidade de sua amargura indizível!
... Soterrando o Evangelho na abominação dos lugares santos, os
abusos religiosos não poderão, todavia, sepultar o clarão
de minhas verdades, roubando-as ao coração dos homens de boa vontade.
.. Quando se verificar o eclipse da evolução de meus ensinamentos,
nem por isso deixarei de amar intensamente o rebanho de minhas ovelhas tresmalhadas.
Das esferas de luz que dominam todos os círculos das atividades terrestres,
caminharei com meus rebeldes tutelados, como outrora, entre os corações
impiedosos e empedernidos de Israel, que escolhi um dia, para mensageiro das
verdades divinas, entre as tribos desgarradas da imensa família humana
! Quando a escuridão se fizer mais profunda nos corações
da terra, determinando todos os progressos humanos para o extermínio,
para a miséria e Fé a morte, derramarei a minha luz sobre toda
a carne, e todos os que vibrarem com o meu reino, e confiarem nas minhas promessas,
ouvirão as nossas vozes e apelos santificadores ! Dentro das suaves revelações
do Consolador, pela Sabedoria e pela Verdade,
meu verbo se manifestará novamente no mundo, para as criaturas desnorteadas
no caminho escabroso. Sim, amados meus, porque o dia chegará, no qual
todas as mentiras humanas hão de ser confundidas pela claridade das revelações
do céu. Um sopro poderoso de Verdade e Vida varrerá toda a terra,
que pagará, então, à evolução de seus institutos,
os mais pesados tributos de sofrimento e de sangue... Exausto de receber os
fluidos venenosos da ignomínia e da iniqüidade de seus habitantes,
o próprio planeta protestará contra a impenitência dos homens,
rasgando as entranhas em dolorosos cataclismas. .. As impiedades terrestres
formarão pesadas nuvens de dor, que rebentarão no instante oportuno,
em tempestade de lágrimas na face escura da Terra. E, então, das
claridades de minha misericórdia, contemplarei meu rebanho desditoso,
e direi como os meus emissários: Oh, Jerusalém, Jerusalém!
... Mas, Nosso Pai, que é a sagrada expressão de todo o amor e
sabedoria, não quer que se perca uma só de suas criaturas transviadas
nas tenebrosas sendas da impiedade!. .. Trabalharemos com amor na oficina dos
séculos porvindouros, reorganizaremos todos os elementos destruídos,
examinaremos detidamente todas as ruínas, buscando o material passível
de novo aproveitamento e, quando as instituições terrestres reajustarem
sua vida na fraternidade e no bem, na paz e na justiça, depois da seleção
natural dos espíritos, e dentro das convulsões renovadoras da
vida, organizaremos para o mundo um novo ciclo evolutivo, consolidando, com
as divinas verdades do Consolador, os progressos definitivos do homem espiritual."
O
SERMÃO CONTINUA. EXORTAÇÃO A VIGILÂNCIA
36
- Mas daquele dia, nem daquela hora, ninguém sabe, nem os anjos dos céus,
senão só o Pai.
37
- E assim como foi nos dias de Noé, assim será também a
vinda do Filho do homem.
38
- Porque assim como nos dias antes do dilúvio estavam comendo e bebendo,
casando-se e dando-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou
na arca.
39
- E não o entenderam enquanto não veio o dilúvio, e os
levou a todos, assim será também na vinda do Filho do Homem.
40
- Então, de dois que estiverem no campo, um será tomado, e outro
será deixado.
41
- De duas mulheres que estiverem moendo em um moinho, uma será tomada
e outra será deixada.
42
- Velai pois, porque não sabeis a que hora há de vir vosso Senhor.
43
- Mas sabeis que, se o pai de família soubesse a que hora hada de vir
o ladrão, vigiaria, sem dúvida, e não deixaria minar a
sua casa.
44
- Por isso estais vós também apercebidos; porque não sabeis
em que hora tem de vir o Filho do homem.
Neste
trecho Jesus nos recomenda a máxima vigilância.
Não
deixemos para amanhã nossa reconciliação com as leis divinas.
Amanhã, poderá ser muito tarde. Só Deus, Nosso Pai, sabe
quando se dará a depuração do planeta, e quando cada um
de seus filhos será chamado ao mundo espiritual. Por isso, é necessário
que estejamos sempre preparados, para que possamos ser contados no número
dos escolhidos. Sejamos trabalhadores previdentes, e não sigamos o exemplo
dos que se entregam exclusivamente aos gozos e aos vícios e às
mil e uma distrações que a matéria proporciona, esquecidos
de cuidarem de suas almas, corrigindo suas imperfeições. Estes
serão apanhados desprevenidos, de surpresa, e o despertar deles para
s realidade que não quiseram ver, lhes será doloroso. Preparemo-nos,
por conseguinte, o melhor que pudermos, sem perda de tempo, porque ao se aferirem
os valores espirituais dos aprendizes do Evangelho, será aproveitado
quem demonstrar boa aplicação das lições recebidas.
A vigilância e o preparo devem ser contínuos, em virtude de ninguém
saber quando soará sua hora.
A
PARÁBOLA DOS DOIS SERVOS
45
- Quem crês que é o servo fiel e prudente, a quem seu senhor pôs
sobre a sua família, para que lhes dê comer a tempo?
46
- Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor achar nisto ocupado quando vier.
47
- Na verdade vos digo que ele o constituirá administrador de todos os
seus bens.
Há
servos fiéis e servos infiéis. Jesus distingue as espécies,
enumerando as boas qualidades de uma e as qualidades da outra.
O
servo fiel a Deus é o que trata carinhosamente de seu progresso espiritual,
sem se esquecer de ajudar a todos os seus irmãos, na medida de suas posses
e de seu adiantamento espiritual. Se é bafejado pelos bens terrenos,
transforma esses bens em fonte de benefícios. Se é possuidor de
grande inteligência, coloca-a ao serviço de iluminação
e de instrução de seus irmãos menos evoluídos. Sabendo
que seu corpo e sua alma são patrimônios divinos, cuida carinhosamente
do corpo, não deixando que ele se arruine pelos vícios, nem pelos
desregramentos; cuida de sua alma, llvrando-a das imperfeições,
das más paixões, do mal, e da ignorância, dedicando-se ao
estudo e à prática das leis divinas. Como médium, faz da
sua mediunidade um sacerdócio, usando-a amorosamente a favor de todos
os que lhe batem às portas, sem jamais esperar um agradecimento, sequer.
Em
quaisquer circunstâncias em que estejamos, lembremo-nos sempre de que
somos servos do Senhor a cuidar do seu patrimônio. Temos uma alma e um
corpo para zelar. Temos familiares, pais, mães, irmãs, esposa
e filhos, pelos quais somos responsáveis. Enxameiam por toda a parte
os sofredores aos quais devemos alívio, consolo e amparo; e também
encontraremos, por toda a parte, ignorantes necessitados de luz.
No
leito do sofrimento, à míngua de humano socorro, curtindo pacientemente
nossas dores, ou no esplendor da saúde e dos bens materiais, sejamos
servos fiéis de Deus, esforçando-nos por servi-lo. As oportunidades
de servir a Deus não faltam a ninguém; mesmo os que estão
atravessando dolorosos períodos de sofrimento, podem fazer de suas dores
um meio de servir a Deus, dando a seus irmãos o exemplo da fé,
da resignação, da paciência e da esperança.
48
- Mas se aquele servo, sendo mau, disser no seu coração: Meu senhor
tarda em vir.
49
- E começar a maltratar os seus companheiros, e a comer e beber com os
que se embriagam.
50
- Virá o senhor daquele servo no dia em que ele o não espera,
e na hora em que ele não sabe.
51
- E removê-lo-á e porá a sua parte com os hipócritas;
ali haverá choro e ranger de dentes.
Vejamos
agora as características do servo infiel. Há muitas maneiras de
sermos servos infiéis; por isso, é preciso muito cuidado e atenção.
Os que se entregam aos vícios, a hipocrisias, a maldades; os que se comprazem
na ignorância, os que semeiam a descrença, os que murmuram e se
revoltam contra a situação em que se encontram; os que pensam
unicamente em si, esquecidos dos que os rodeiam; os que colocam a inteligência
ao serviço do mal, os que usam da fortuna para estimularem seus apetites
e paixões inferiores; os que pelo mau comportamento dão péssimo
exemplo a seu próximo; os pregadores que somente pregam o Evangelho com
os lábios, e vivem em desarmonia com o que pregam; os médiuns
que usam de sua mediunidade para fins puramente materiais; todos esses são
servos infiéis. A todos são concedidas oportunidades valiosas
de serem servos fiéis; mas o excessivo apego às coisas da terra,
despertando e alimentando o egoísmo no coração da maioria,
transforma-os em servos infiéis, e maus.
Há
outra espécie de servos infiéis, e são aqueles que fazem
questão de-acumularem fortuna primeiro, e saciarem-se dos gozos que a
matéria pode proporcionar, para depois cuidarem da alma. Esses agem levianamente,
pois, como poderão saber se lhes será facultado o tempo de se
tornarem servos fiéis?
Outros
servos infiéis são aqueles que se riem e motejam, quando se lhes
chama a atenção para as coisas espirituais, movidos por falsa
superioridade.
Os
servos infiéis também serão chamados ao mundo espiritual
quando menos o esperarem, e o sofrimento lhes fará chorar e ranger os
dentes, até que aprendam a cuidar fielmente dos patrimônios que
a Providência Divina lhes confiou.
O Evangelho dos Humildes.
O Evangelho dos Humildes.
Eliseu
Rigonatti
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