O texto colocado entre aspas, em seguida às perguntas,
é a resposta que os Espíritos deram. Para destacar as notas e explicações
aditadas pelo autor, quando haja possibilidade de serem confundidas com o
texto da resposta, empregou-se um outro tipo menor. Quando formam
capítulos inteiros, sem ser possível a confusão, o mesmo tipo usado para
as perguntas e respostas foi o empregado.
Caros amigos leitores , gostaríamos, na medida do possível ,contar com a interação de todos ,através de comentários , tornando se seguidores deste blog divulgando para seus conhecidos ,para que assim possamos estudar e aprendermos juntos , solidários e fraternos. Inscrevam-se no blog!
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Aprendendo com o livro dos Espíritos questão 35
O texto colocado entre aspas, em seguida às perguntas,
é a resposta que os Espíritos deram. Para destacar as notas e explicações
aditadas pelo autor, quando haja possibilidade de serem confundidas com o
texto da resposta, empregou-se um outro tipo menor. Quando formam
capítulos inteiros, sem ser possível a confusão, o mesmo tipo usado para
as perguntas e respostas foi o empregado.
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NÃO ESTÁS LONGE DO REINO DE DEUS
"E
Jesus, vendo que havia respondido sabiamente, disse-lhe: Não estás
longe do Reino de Deus." (Marcos, 12:34)
Após
ter tido uma disputa com alguns saduceus sobre a ressurreição,
aproximou-se de Jesus um escriba e lhe fez a seguinte pergunta: "Qual é
o primeiro de todos os mandamentos?'
O Mestre, então, lhe respondeu: o primeiro de todos os mandamentos é: "Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor."
"Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças: este é o primeiro mandamento.
E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior que estes."
O escriba, tomando a palavra, lhe disse: "Muito bem, Mestre, e como verdade disseste que há um só Deus, que não há outros, além dele. E amá-lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças, e amar o próximo com a si mesmo é mais do que todos os holocaustos, todos os sacrifícios."
E Jesus, vendo que ele havia respondido sabiamente, disse-lhe: "Não estás longe do Reino de Deus."
O evangelista Mateus, discorrendo sobre o mesmo ensinamento (22:34-40), afirma que o Mestre corroborou, ainda mais, enfaticamente, o ensino supra, quando asseverou: "Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas." O que implica em afirmar que todas as leis estabelecidas anteriormente e todas as prescrições emanadas dos antigos profetas giravam em torno destes dois mandamentos principais: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo."
A Humanidade já foi presenteada com três Revelações básicas: a primeira personificada em Moisés, que se constituiu no princípio sobre o qual se assentaria, mais tarde, a segunda. A segunda, trazida por Jesus Cristo, consagrou toda a parte divina e moral da primeira, derrogando tudo o que tinha caráter transitório, que á havia sido superado no tempo e no espaço, evidenciando, em síntese, que nenhuma instituição religiosa poderia prevalecer, se não estivesse alicerçada sobre as leis do amor.
O Mestre, então, lhe respondeu: o primeiro de todos os mandamentos é: "Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor."
"Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças: este é o primeiro mandamento.
E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior que estes."
O escriba, tomando a palavra, lhe disse: "Muito bem, Mestre, e como verdade disseste que há um só Deus, que não há outros, além dele. E amá-lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças, e amar o próximo com a si mesmo é mais do que todos os holocaustos, todos os sacrifícios."
E Jesus, vendo que ele havia respondido sabiamente, disse-lhe: "Não estás longe do Reino de Deus."
O evangelista Mateus, discorrendo sobre o mesmo ensinamento (22:34-40), afirma que o Mestre corroborou, ainda mais, enfaticamente, o ensino supra, quando asseverou: "Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas." O que implica em afirmar que todas as leis estabelecidas anteriormente e todas as prescrições emanadas dos antigos profetas giravam em torno destes dois mandamentos principais: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo."
A Humanidade já foi presenteada com três Revelações básicas: a primeira personificada em Moisés, que se constituiu no princípio sobre o qual se assentaria, mais tarde, a segunda. A segunda, trazida por Jesus Cristo, consagrou toda a parte divina e moral da primeira, derrogando tudo o que tinha caráter transitório, que á havia sido superado no tempo e no espaço, evidenciando, em síntese, que nenhuma instituição religiosa poderia prevalecer, se não estivesse alicerçada sobre as leis do amor.
A terceira, cumprida com o advento da Doutrina Espírita, consubstancia
todos os ensinamentos de Jesus, em cuja base granítica se assentou, com
o objetivo de conduzir a Humanidade a seus nobilitantes objetivos, através
do aprimoramento moral, da reforma intima e da assimilação e vivência
dos postulados evangélicos, que gravitam em torno da aplicação
das leis do amor, sem nenhuma limitação.
"Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo", eis a súmula de tudo o que constitui a preocupação máxima dos antigos profetas, que Jesus Cristo deixou bem caracterizada nas páginas dos Evangelhos, sendo, atualmente, uma das normas fundamentais incorporadas à Doutrina Espírita.
O escriba em apreço, conflitando com o modo de pensar da maioria dos doutores da lei de sua época, foi bastante categórico: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo vale mais que todos os holocaustos, todos os sacrifícios."
Aqui é conveniente analisar estas últimas palavras: "vale mais que todos os holocaustos, todos os sacrifícios". E evidente que o escriba não se referia ao sacrifício praticado, com desprendimento, em favor do próximo, o qual é altamente meritório aos olhos de Deus. Ele se referia aos sanguinolentos sacrifícios de animais e mesmo de criaturas humanas, como eram comumente praticados naquela época, e em tempos ainda mais remotos.
Jesus, vendo nele um homem de mente arejada, livre dos entraves, dos preconceitos e da observância de vãs tradições, sentenciou-lhe: "Não estás longe do Reino de Deus."
A Doutrina Espírita consagra o princípio de que os atos exteriores, nos quais os corações não tomam parte, são nulos em si mesmos, que somente o ato bom e generoso, praticado com desprendimento e fundamentado na caridade em sua mais sublime expressão, pode aureolar uma religião e fazer com que ela realmente oriente os seus prosélitos, na senda verdadeira da auto-reforma, assimilando as normas sadias da prática do amor e, desta forma, se encaminhando para Deus.
Qual o método mais eficiente para se aquilatar, quando se está perto ou longe do Reino de Deus? Tudo indica que o simples fato de portar um rótulo religioso não é o bastante. Crer em Deus, ou depositar fé em seu poder, também não é indicação segura de se estar aproximando dele.
Se uma pessoa praticar a caridade com desprendimento e desinteresse, amando o seu próximo como a si mesma, perdoando aos seus inimigos, fazendo tudo isso espontaneamente, como um impulso íntimo partido do fundo de seu coração, poderá ter a certeza de que se está aproximando cada vez mais do Criador.
Ao tempo de Moisés, o povo acreditava que determinada observância de formalidades religiosas mantinha aplacada a "fúria" de Jeová. Quando Jesus esteve entre nós, ainda se defrontou com resquícios dessas crenças, e os homens ainda mantinham apego a numerosas tradições inócuas, muito pouco fazendo em favor do seu aprimoramento moral e espiritual.
O Espiritismo recomenda que não se deve dar nenhum apreço aos meros formalismos exteriores, que sempre se constituíram no apanágio daqueles que preferem uma religião fácil, capaz de conduzi-los ao Céu com o dispêndio de pouco esforço e sem os pesados encargos oriundos de uma vida bem vivida, duma vivência nos moldes balizados nos Evangelhos de Jesus Cristo, cumprindo assim, com fidelidade a vontade de Deus.
"Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo", eis a súmula de tudo o que constitui a preocupação máxima dos antigos profetas, que Jesus Cristo deixou bem caracterizada nas páginas dos Evangelhos, sendo, atualmente, uma das normas fundamentais incorporadas à Doutrina Espírita.
O escriba em apreço, conflitando com o modo de pensar da maioria dos doutores da lei de sua época, foi bastante categórico: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo vale mais que todos os holocaustos, todos os sacrifícios."
Aqui é conveniente analisar estas últimas palavras: "vale mais que todos os holocaustos, todos os sacrifícios". E evidente que o escriba não se referia ao sacrifício praticado, com desprendimento, em favor do próximo, o qual é altamente meritório aos olhos de Deus. Ele se referia aos sanguinolentos sacrifícios de animais e mesmo de criaturas humanas, como eram comumente praticados naquela época, e em tempos ainda mais remotos.
Jesus, vendo nele um homem de mente arejada, livre dos entraves, dos preconceitos e da observância de vãs tradições, sentenciou-lhe: "Não estás longe do Reino de Deus."
A Doutrina Espírita consagra o princípio de que os atos exteriores, nos quais os corações não tomam parte, são nulos em si mesmos, que somente o ato bom e generoso, praticado com desprendimento e fundamentado na caridade em sua mais sublime expressão, pode aureolar uma religião e fazer com que ela realmente oriente os seus prosélitos, na senda verdadeira da auto-reforma, assimilando as normas sadias da prática do amor e, desta forma, se encaminhando para Deus.
Qual o método mais eficiente para se aquilatar, quando se está perto ou longe do Reino de Deus? Tudo indica que o simples fato de portar um rótulo religioso não é o bastante. Crer em Deus, ou depositar fé em seu poder, também não é indicação segura de se estar aproximando dele.
Se uma pessoa praticar a caridade com desprendimento e desinteresse, amando o seu próximo como a si mesma, perdoando aos seus inimigos, fazendo tudo isso espontaneamente, como um impulso íntimo partido do fundo de seu coração, poderá ter a certeza de que se está aproximando cada vez mais do Criador.
Ao tempo de Moisés, o povo acreditava que determinada observância de formalidades religiosas mantinha aplacada a "fúria" de Jeová. Quando Jesus esteve entre nós, ainda se defrontou com resquícios dessas crenças, e os homens ainda mantinham apego a numerosas tradições inócuas, muito pouco fazendo em favor do seu aprimoramento moral e espiritual.
O Espiritismo recomenda que não se deve dar nenhum apreço aos meros formalismos exteriores, que sempre se constituíram no apanágio daqueles que preferem uma religião fácil, capaz de conduzi-los ao Céu com o dispêndio de pouco esforço e sem os pesados encargos oriundos de uma vida bem vivida, duma vivência nos moldes balizados nos Evangelhos de Jesus Cristo, cumprindo assim, com fidelidade a vontade de Deus.
Paulo
A. Godoy
Casos Controvertidos do Evangelho
Casos Controvertidos do Evangelho
TERIA O CHAMADO 'BOM LADRÃO' ido PARA O PARAÍSO?
"E
disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino,
E disse-lhe Jesus: "Em verdade te digo, que hoje estarás comigo no Paraíso."
- (Lucas, 23:42-43)
E disse-lhe Jesus: "Em verdade te digo, que hoje estarás comigo no Paraíso."
- (Lucas, 23:42-43)
Teria
o Espírito imperfeito do chamado Bom Ladrão ido para Paraíso,
juntamente com o excelso Espírito de Jesus Cristo? Ele apenas proferiu
algumas ligeiras palavras de simpatia, e será que isso teria sido o bastante
para ele adentrar as alcandoradas regiões celestiais, da mesma maneira
como o fez Jesus Cristo?
A Doutrina Espírita nos ensina que apenas os Espíritos puros, que já atingiram elevado índice de perfeição, terão acesso a essas elevadas regiões.
Entretanto, houve uma promessa emanada de Jesus: Hoje estarás comigo no Paraíso". É evidente que o Mestre, pendurado no madeiro infamante, não poderia jamais formular uma promessa em vão. Por isso, como ocorre com numerosos ensinamentos de Jesus, cumpre se deduza dessa passagem evangélica o sentido alegórico que ela encerra, interpretando-a, não pela "letra que mata", mas pelo "Espírito que vivifica".
Viver no Paraíso ou nas regiões umbralinas é simplesmente um estado consciencial. Um indivíduo que vive em constante estado de revolta, que pratica toda a sorte de maldades, que menospreza os mais comezinhos princípios da bondade e do amor, que espanca esposa e filhos, que se embriaga ou se chafurda nos vícios, que alimenta ódio contra os seus semelhantes, vive com a sua consciência num estado verdadeiramente infernal.
A Doutrina Espírita nos ensina que apenas os Espíritos puros, que já atingiram elevado índice de perfeição, terão acesso a essas elevadas regiões.
Entretanto, houve uma promessa emanada de Jesus: Hoje estarás comigo no Paraíso". É evidente que o Mestre, pendurado no madeiro infamante, não poderia jamais formular uma promessa em vão. Por isso, como ocorre com numerosos ensinamentos de Jesus, cumpre se deduza dessa passagem evangélica o sentido alegórico que ela encerra, interpretando-a, não pela "letra que mata", mas pelo "Espírito que vivifica".
Viver no Paraíso ou nas regiões umbralinas é simplesmente um estado consciencial. Um indivíduo que vive em constante estado de revolta, que pratica toda a sorte de maldades, que menospreza os mais comezinhos princípios da bondade e do amor, que espanca esposa e filhos, que se embriaga ou se chafurda nos vícios, que alimenta ódio contra os seus semelhantes, vive com a sua consciência num estado verdadeiramente infernal.
Não
desfruta da paz de Espírito e está em constante estado de revolta
interior, blasfemando contra tudo e contra todos. Por outro lado, um homem que
pratica o bem sem mistura do mal, que sente o coração inundado
dos sentimentos de amor ao próximo, que se rege pelas normas da brandura,
da tolerância, da fraternidade, que vive em paz com os seus familiares,
que abomina os vícios, os desregramentos, vive num estado conciencial
de paz, de serenidade.
Com fundamento nesses dois parâmetros, pode-se afirmar que a criatura humana, mesmo aqui na Terra, pode viver no chamado Inferno ou no Paraíso.
O chamado Bom Ladrão, evidentemente, dado o gênero de vida que levava, prejudicandoo seu próximo, apropriando-se dos bens alheios e semeando a maldade e talvez até a morte, bem revelava o estado de inferioridade de seu Espírito. No entanto, condenado pela justiça dos homens a morrer na cruz, evidencia que os crimes por ele praticados eram de acentuada gravidade.
Com fundamento nesses dois parâmetros, pode-se afirmar que a criatura humana, mesmo aqui na Terra, pode viver no chamado Inferno ou no Paraíso.
O chamado Bom Ladrão, evidentemente, dado o gênero de vida que levava, prejudicandoo seu próximo, apropriando-se dos bens alheios e semeando a maldade e talvez até a morte, bem revelava o estado de inferioridade de seu Espírito. No entanto, condenado pela justiça dos homens a morrer na cruz, evidencia que os crimes por ele praticados eram de acentuada gravidade.
Todavia,
suspenso no madeiro, sentiu, repentinamente, um sentimento de remorso, ao ver
Jesus, um inocente, um expoente do amor, morrer de maneira tão infamante.
Ele se condoeu; sentiu no âmago do seu coração que havia
apenas praticado o mal, que não havia; amuado o seu próximo. Ao
ouvir os impropérios que o outro ladrão, crucificado, dirigia
a Jesus, exclamou: "E nós, na verdade, com justiça fomos
condenados e estamos recebendo o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum
mal fez."
E, dirigindo-se ao Mestre, disse: "Senhor, lembra-te de mim, quando entrares
no teu Reino", merecendo a promessa de Jesus: "Hoje mesmo estarás
comigo no Paraíso". Espírito elevado
que é, Jesus que assolava aquele seu irmão menor, viu o seu arrependimento,
e, como o remorso é a porta da redenção espiritual, sentenciou:
"Hoje estarás comigo no Paraíso."
E' evidente que o Espírito do chamado Bom Ladrão não o acompanhou, mas passou a sentir um novo estado de Espírito; passou a desfrutar de serenidade, sentiu toda a extensão dos seus desvios e, interiormente, sentiu a necessidade do reajuste, de resgatar todo o mal que havia semeado.
Com isso, em novas reencarnações, que forçosamente deveria ter no futuro, viveria num estágio melhor, experimentaria em seu coração os benefícios da paz, da serenidade e do amor, esforçando-se por redimir-se dos delitos do pretérito; passaria a conceber que na Justiça Divina não existe a promoção pela graça, ou pelo milagre, na senda evolutiva, mas Deus, em sua infinita misericórdia, lhe daria novas oportunidades, a fim de se enquadrar no rol dos homens sensatos, ponderados, que vivem num estado de paz interior e de uma relativa felicidade.
Com isso, estaria ele desfrutando de um "Paraíso" consciencial, quando comparado com o estado verdadeiramente infernal em que viveu na existência que havia culminado com a sua crucificação.
O Mestre não falhou em sua promessa, pois o enquadrou numa senda diferente, que o conduziria melhor na caminhada rumo a Deus, diminuindo, paulatinamente, a distância que o separava do Criador; abreviaria o tempo necessário para, realmente, adentrar as regiões elevadas dos Planos Divinos, região comumente chamada de "Paraíso".
E' evidente que o Espírito do chamado Bom Ladrão não o acompanhou, mas passou a sentir um novo estado de Espírito; passou a desfrutar de serenidade, sentiu toda a extensão dos seus desvios e, interiormente, sentiu a necessidade do reajuste, de resgatar todo o mal que havia semeado.
Com isso, em novas reencarnações, que forçosamente deveria ter no futuro, viveria num estágio melhor, experimentaria em seu coração os benefícios da paz, da serenidade e do amor, esforçando-se por redimir-se dos delitos do pretérito; passaria a conceber que na Justiça Divina não existe a promoção pela graça, ou pelo milagre, na senda evolutiva, mas Deus, em sua infinita misericórdia, lhe daria novas oportunidades, a fim de se enquadrar no rol dos homens sensatos, ponderados, que vivem num estado de paz interior e de uma relativa felicidade.
Com isso, estaria ele desfrutando de um "Paraíso" consciencial, quando comparado com o estado verdadeiramente infernal em que viveu na existência que havia culminado com a sua crucificação.
O Mestre não falhou em sua promessa, pois o enquadrou numa senda diferente, que o conduziria melhor na caminhada rumo a Deus, diminuindo, paulatinamente, a distância que o separava do Criador; abreviaria o tempo necessário para, realmente, adentrar as regiões elevadas dos Planos Divinos, região comumente chamada de "Paraíso".
Paulo
A. Godoy
Casos Controvertidos do Evangelho
Casos Controvertidos do Evangelho
O JUÍZO FINAL
"Então
aparecerá nos Céus o sinal do Filho do homem." (Mateus, 24:30)
Segundo
o modo de ver das teologias, existiriam duas espécies de juízo:
um chamado parcial, que ocorreria logo após a desencarnação
do Espírito, e outro chamado final, que teria lugar em determinada época,
quando aprouvesse a Deus, separando os bons dos maus.
O
simbolismo desses Juízos é tomado excessivamente ao pé
da letra, pois, segundo esse modo de pensar o julgamento final, com a conseqüente
separação dos bons e maus, simbolizados nos Evangelhos por ovelhas
e bodes, ocorreria como um fato retumbante, como uma autêntica ressurreição
de todas as criaturas que já viveram na Terra, as quais seriam julgadas
de forma definitiva, selando-se seu destino para toda a eternidade: bem-aventurança
para os bons e as tormentas eternas para os maus.
Segundo
a concepção dessas religiões, Jesus voltaria ao nosso planeta
com todo o seu poder e glória, precedendo a esse miraculoso julgamento
coletivo, remetendo para o Céu, de forma definitiva os que foram bons,
e para o inferno, também de forma definitiva, os que foram maus.
O
Juízo Final encerra um sentido alegórico que sempre reclamou uma
elucidação que viesse arrancar-lhe o véu do miraculoso
e do fantástico. Ao Espiritismo está reservado o papel de dar-lhe
a explicação lógica, racional, eqüitativa com a justiça
divina, situando assim as coisas em seus devidos lugares.
Através
da definição da Doutrina Espírita, o chamado Juízo
Final deixou de ser tremendo espantalho, para adquirir um sentido prático
e positivo, perfeitamente compatível com a justiça do Criador
de todas as coisas.
Os
Espíritos nos ensinam que o gênero humano, com o desenrolar
das vidas sucessivas do Espírito na carne, atingirá uma determinada
perfeição no que diz respeito à evolução
moral e espiritual. Nessa época, o número dos bons deverá
ter ultrapassado o número dos maus e, consoante o que está explícito
nas páginas dos Evangelhos, os dias da grande tribulação
serão abreviados pelo amor de muitos, a Terra que atualmente é
um planeta de expiação e de dor, converter-se-á na Nova
Jerusalém prometida, onde haverá mais felicidade, nenos sofrimento
e a fraternidade passará a presidir ao procedimento dos homens. Cumprir-se-á
então a narrativa do Apocalipse: E Deus limpará de seus olhos
toda lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem
clamor; nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas.
Chegando
esse tempo, é indubitável que muitos Espíritos recalcitrantes
ainda permanecerão encastelados nas muralhas do ódio e da maldade,
preferindo viver nas trevas. Estes não terão mais a oportunidade
de reencarnar na Terra, entre os que perseveraram até o fim. Consumar-se-á
então a separação entre os bodes e as ovelhas, os bons
voltarão a renascer na Terra, com o objetivo de atingir uma meta de perfeição
mais sublimada, ao passo que os maus não regressarão mais a este
nosso mundo, passando a habitar planetas situados em condições
de inferioridade em relação ao nosso e onde, segundo o sábio
dizer evangélico, haverá choro e ranger de dentes.
Ensinam
os Espíritos Benfeitores que a alma jamais regride em seu progresso e,
se não evolui, permanece estacionária. Deste modo, se um Espírito
cuja evolução já permitiu que ele viesse a reencarnar em
nosso planeta, jamais voltará para um planeta inferior; entretanto, quando
da reforma espiritual do nosso mundo, isso sucederá pelo amor de muitos,
pois, não é lógico que muitas almas boas continuem a sofrer
indefinidamente por causa da obstinação de alguns em viverem mergulhados
na maldade e no erro.
Um
escritor oriental escreveu que indagado quando seria o juizo finl, Deus respondeu:
pergunta aos homens.
Na
realidade, os homens são os artífices do próprio destino
e unicamente deles depende o menor ou maior lapso de tempo para o advento daqueles
dias mais felizes, prometidos pelo Cristo, quando uma nova era raiará
para a Humanidade.
O
Juízo Final, destituído das peias do miraculoso e do fantástico,
representa a elevação da Humanidade a um estágio mais elevado
de progresso e não a destruição física deste mundo
e a condenação ou salvação sumária das almas
que nele habitam ou habitaram.
O
Mestre ensinou que somente através do conhecimento da verdade o homem
será livre; por isso, o Espiritismo foi revelado à Terra com a
finalidade precípua de abolir todas essas crenças e crendices
absurdas, pois, jamais poderemos conceber um Deus que pudesse consagrar essas
teorias obsoletas e unilaterais de penas eternas, de condenações
irremissíveis e da existência de um príncipe dos demônios
eternamente disputando o domínio das almas.
Já
se eclipsou no tempo a crença na existência do Deus do bem e do
Deus do mal. O que existe é apenas o Deus de infinita bondade e amor,
que faz o sol brilhar para justos e injustos, e a chuva cair para bons e maus.
Lembremo-nos
do judicioso dizer do profeta: Deus não quer a morte do ímpio,
mas que ele se redima e viva. Pois, mesmo aqueles que irão para planetas
inferiores, não perderão jamais os benefícios de novas
oportunidades concedidas por Deus, uma vez que ele é Pai de justiça
e amor, e dispensa a todos os seus filhos o mesmo desvelo e os mesmos sentimentos
de paternidade.
Paulo
A. Godoy
Livro: O Evangelho Pede Licença
Livro: O Evangelho Pede Licença
NAZARENOS, SANTOS E CRENTES
"E
aconteceu que passando Pedro por toda parte, veio também aos santos que
habitavam em Lida." (Atos, 9:32)
Os
adeptos de Jesus Cristo foram denominados cristãos, pela primeira vez,
na cidade de Antióquia. Antes disso eles eram chamados Nazarenos, Santos,
Crentes, Discípulos ou Irmãos.
Por
isso vemos reiteradamente o vocábulo tanto no livro dos Atos dos Apóstolos,
sem que isso outorgasse ao seu portador, ou à pessoa a quem a narrativa
se referisse, a característica de santidade. Em algumas citações
o nome é extensivo a toda a comunidade daqueles que comungavam as idéias
cristãs.
Quando
um Espírito apareceu aos olhos de Ananias, ordenando-lhe que procurasse
Paulo de Tarso, a fim de que este fosse orientado sobre as idéias trazidas
pelo Cristo, o velho ancião retrucou:
Senhor,
a muitos ouvi acerca deste homem, quantos males tem feito aos teus "santos"
em Jerusalém !
Logo
a seguir no capítulo 9, do mesmo livro, no episódio da chamada
ressurreição de Tabita, deparamos com a descrição:
E ele, dando-lhe a mão, a levantou, e, chamando os "santos"
e as viúvas, apresentou-lhe viva.
Desta
forma o vocábulo santo tinha então um sentido bem diverso daquele
empregado atualmente, quando é usado para qualificar as almas que tenham
atingido um elevado grau de perfeição, ou então a quem
as Igrejas terrenas julgarem conveniente concedê-la.
No
Espiritismo essa palavra não é usada com essa acepção.
Os Espíritos de ordem elevada são denominados Espíritos
Superiores ou Espíritos Puros, constituindo tarefa verdadeiramente difícil
classificar quem realmente tenha sido santo, ou possa desfrutar dessa denominação
após ter desempenhado uma missão na Terra.
Ao
ser chamado Bom Mestre, Jesus Cristo retrucou a quem assim o denominava: Por
que me chamais bom? Somente Deus é bom. Entretanto, podemos afirmar que
Jesus Cristo é um santo na verdadeira acepção do termo.
Dentre
aqueles que são atualmente denominados santos, poderíamos incluir
um Francisco de Assis, um Vicente de Paulo e muitos outros cujos nomes omitimos
ou permaneceram no anonimato, mas, jamais seria lícito catalogar como
tais todos aqueles que receberem esse adjetivo meramente por vontade de homens,
ou por deliberação de igrejas, ainda mais sabendo-se que muitos
dentre aqueles que assim eram ou são denominados, estavam e estão
muito longe de merecer um qualificativo dessa amplitude, circunstância
essa agravada pelo fato de ter ocorrido muito recentemente uma verdadeira depuração
procedida pelas igrejas, cassando o título de santo a muiitos personagens,
reais ou supostos, que vinham desfrutando dessa prerrogativa há muitos
séculos.
Em
O Evangelho Segundo o Espiritismo, observamos que muitas comunicações
espirituais são assinadas com os nomes de São Luís ou Santo
Agostinho. No entanto, o próprio Allan Kardec dá uma explicação
sobre esse fato, escrevendo na Revue Spirite:
"A
canonização não implica a santidade, no sentido absoluto,
mas simplesmente um certo grau de perfeição. Para alguns a qualificação
de santo tornou-se uma espécie de título banal, fazendo parte
integrante do nome, para distinguir dos seus homônimos, ou se lhes dá
por hábito. Santo Agostinho, São Luís, São Tomás
podem, pois, antepor o vocábulo santo à sua assinatura, sem que
o façam por um sentimento de orgulho que estaria tanto mais deslocado
em Espíritos Superiores que, melhor que outros, nenhum caso fazem das
distinções conferidas pelos homens. Seria o mesmo que os títulos
nobiliárquicos ou as patentes militares."
A
Doutrina Espírita repele a idéia da criação de seres
bons catalogados como anjos, ou maus que são denominados demônios
ou diabos. Deus cria todos os Espíritos em estado de simplicidade e ignorância,
e cabe-lhes a tarefa de, no desenvolvimento das vidas sucessivas, neste ou noutros
planetas, se transformarem paulatinamente em Espíritos bons. Um Espírito
pode permanecer mergulhado no estado de inferioridade por muitos séculos,
entretanto, o ferrete da evolução fará com que ele se reencontre
e procure enveredar pelo caminho do bem, saindo do estado de rebeldia, de recalcitrância,
quando então é chamado demônio, para penetrar o roteiro
do bem, de fraternidade e do amor, que mais tarde lhe outorgará qualidades
boas e santificantes, que possam identificá-lo como anjo, segundo o modo
de entender dos homens.
Paulo
A. Godoy
MEU LIVRO PREFERIDO:
17/12/2012
MEU LIVRO PREFERIDO
Dias
atrás, aqui mesmo na Vida Espiritual, onde, não raro, temos a alegria
de nos encontrar com velhos amigos que fizemos na Terra, um deles, após
saudar-me efusivamente, perguntou-me:
-
Dr. Inácio, desculpa-me a liberdade, mas eu gostaria imensamente de
saber: dos livros da Codificação, qual é o de sua preferência?...
Sem pensar duas vezes, respondi:
- O meu livro preferido é “O Evangelho Segundo o Espiritismo”!...
- Por quê?! – tornou ele de imediato.
- Porque ninguém briga por conta dele...
- Como assim?! – insistiu o companheiro.
-
Veja bem – procurei ponderar. – “O Livro dos Espíritos” e “O Livro dos
Médiuns” estão sempre dando margem a polêmicas e discussões, por vezes,
infindáveis e estéreis entre os adeptos da Doutrina...
- É verdade – concordou.
-
Por exemplo, sobre Reencarnação e Mediunidade, quase todo mundo quer
saber um mais do que outro... A respeito da vida no Mundo Espiritual
então nem se fala! Os conflitos doutrinários em torno do assunto chegam a
criar verdadeiras animosidades...
- O senhor tem razão!
- Por outro lado, porém, eu nunca assisti ninguém brigando para ser mais caridoso do que outro...
- Para perdoar mais! – emendou.
-
Ou para pedir mais perdão! – ressalvei. – Sem dúvida, para mim, “O
Evangelho Segundo o Espiritismo” é o livro mais necessário, e, portanto,
o de minha preferência.
- Bem, mas as demais obras do Pentateuco são igualmente importantes – “O Céu e o Inferno”, “A Gênese”...
-
Importantíssimas! – antes que fosse mal interpretado, fiz questão de
frisar. – Contudo, porque são repositórios da Verdade dinâmica não são
obras acabadas...
- Explique-se, por favor – solicitou-me franzindo o cenho.
-
Meu caro, estamos longe do conhecimento da Verdade integral, mas, em
relação ao Amor nós já sabemos tudo o que precisamos saber... O “conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará” (grifei) nos remete ao futuro distante; contudo, o “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, refere-se ao passado remoto e recente e ao presente imediato!...
Depois de ligeira pausa, conclui:
- Muitos de nós estamos como quem, já tendo o pão garantido, largamos o pão que nos é necessário para brigar por conta de uma taia de mortadela que, diante do estômago que ronca de fome, é completamente supérfluo!...
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 17 de dezembro de 2012.
Não foi no Centro Espírita!
ORSON PETER
CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br Matão, São Paulo (Brasil) |
|
A finalidade
essencial do
Espiritismo é a
melhoria das
criaturas
Se você indagar de qualquer pessoa que exerça a função de caixa num supermercado, farmácia, padaria etc. sobre onde aprendeu o procedimento de registrar a compra do cliente e sua quitação com dinheiro vivo, cartão de crédito ou cheque, cada modalidade com suas características próprias de encaminhamento e processamento, ela não dirá que foi na escola, mas sim na própria rotina de trabalho, através de alguém que lhe repassou o conhecimento.
O mesmo exemplo
pode ser
ampliado para
outras práticas
profissionais,
onde o
aprendizado
ocorre na
própria prática
da atividade.
E o mesmo
raciocínio
também ocorre na
prática espírita
das
instituições.
Sempre houve
alguém que
repassou o
conhecimento,
orientou e
encaminhou, com
sua experiência,
alguém que
inicia e começa
a trabalhar na
seara espírita.
Essa transmissão
de conhecimento,
todavia, está
sujeita aos
condicionamentos,
vícios e pontos
de vista
alcançados na
compreensão dos
postulados do
Espiritismo.
Assim como a
Escola deveria
possuir
estrutura para
transmitir a
experiência da
preparação
profissional, ao
invés de se
deterem apenas
na transmissão
do conhecimento
(nem sempre
devidamente
assimilado), as
instituições
espíritas
possuem
objetivos
definidos e
claros de serem
os construtores
e geradores do
conhecimento,
mas nem sempre
esta é a
realidade que se
apresenta.
Muitas vezes,
limita-se à
transmissão de
informações com
base em pontos
de vista
pessoais, sempre
sujeitos aos
equívocos de
entendimento,
vícios e
condicionamentos
a que todos,
alunos em
aprendizado que
somos, estamos
sujeitos.
Por esta razão
surgem as
deturpações e
práticas
incoerentes,
frutos diretos
da inexata
compreensão do
Espiritismo, de
seus fundamentos
e objetivos,
misturando-se
misticismos,
hábitos
estranhos à
Doutrina,
disputas,
vaidades e seus
consequentes
desdobramentos.
Embora pareça
paradoxal,
referidas crises
existentes nas
instituições são
naturais e
benéficas,
porque elas
proporcionam
crescimento e
aprendizado,
levando à busca
dos verdadeiros
parâmetros. Mas
é fato real que
muitas
afirmações e
práticas não
foram
transmitidas no
centro espírita,
embora sua
tribuna e
estrutura,
possivelmente,
tenham sido
utilizadas.
Foram
transmitidas na
ausência do
conhecimento,
através de
nossos equívocos
de entendimento.
A construção do
conhecimento
solicita
debates,
questionamentos,
troca de
informações,
análise
ponderada de
conceitos,
dispensa de
preconceitos,
entendimento
correto de
palavras,
parágrafos,
gramática e,
mesmo, é óbvio,
a exata
compreensão do
Espiritismo e
seus
fundamentos.
Referidos
conhecimentos,
para serem
adquiridos e
assimilados, e,
portanto,
construídos
interiormente,
requerem firmeza
e perseverança
dos grupos e
seus
integrantes,
pois a mera
transmissão de
informações
assemelha-se a
alguém que
abrisse o
próprio cérebro
e colocasse sua
massa cerebral
para
distribuir...
Vejamos,
todavia, com
bons olhos, esse
conflito e
aparente
disparate na
diversidade de
entendimento e
práticas. Isso é
salutar.
Faz-nos pensar,
convida à
reflexão e
oferece a
multiplicidade
das experiências
para que,
igualmente, elas
sejam
analisadas.
Mas há que se
ater ao momento
aflitivo com que
se depara a
Humanidade. O
instante
presente
solicita
“menos
competição e
mais cooperação.
Esta deve ser a
preocupação de
todos os
espíritas
sinceros, a fim
de transferir a
Doutrina para as
futuras
gerações,
conforme a
receberam do
Codificador e
dos seus
iluminados
trabalhadores
das primeiras
horas”, como
acentua o
Espírito Vianna
de Carvalho e
outros
Espíritos-espíritas,
na oportuna
mensagem
“Campeonato da
Insensatez”,
publicada pela
revista
“Reformador”,
páginas 8 a 10
da edição de
Outubro de 2006,
na psicografia
de Divaldo
Franco.
É que, acentua o
Espírito: “Estais
comprometidos,
desde antes da
reencarnação,
com o
Espiritismo que
agora conheceis
e vos fascina a
mente e o
coração. Tende
cuidado! Evitai
conspurcá-la com
atitudes
antagônicas aos
seus
ensinamentos e
imposições não
compatíveis com
o seu corpo
doutrinário.
Retornar às
bases e vivê-las
qual o fizeram
Allan Kardec e
todos aqueles
que o seguiram
desde o primeiro
momento é dever
de todo espírita
que travou
contato com a
Terceira
Revelação
judaico-cristã,
porque o tempo
urge e a hora é
esta, sem lugar
para o
campeonato da
insensatez”.
“Pois
(e vale muito
transcrever mais
este parágrafo)
– continua o
Espírito –,
não se dispõe de
tempo (...) para
a assistência
aos sofredores e
necessitados que
aportam às casas
espíritas,
relegados a
segundo plano,
nem para a
convivência com
os pobres e
desconhecedores
da Doutrina, que
são encaminhados
a cursos, quando
necessitam de
uma palavra de
conforto moral
urgente... Os
corações
enregelam-se e a
fraternidade
desaparece”.
Não é, pois, no
Centro que
surgem tais
dificuldades. É
dentro de nós
mesmos,
Espíritos-espíritas,
encarnados mesmo
(embora
integrantes das
instituições),
necessitados
todos da
autêntica
compreensão dos
autênticos
objetivos do
Espiritismo, que
não são outros
senão os
indicados no
item 292 de O
Livro dos
Médiuns:
“Não esqueçais
que o fim
essencial,
exclusivo, do
Espiritismo é a
vossa
melhora...”.
Tratemos, pois,
com a máxima
urgência, de nos
adequarmos ao
Espiritismo e
não tentarmos
adequar o
Espiritismo ao
nosso estreito,
limitado e
imperfeito ponto
de vista
pessoal, nem
sempre coerente
com o autêntico
conhecimento à
nossa
disposição.
Revista Eletrônica O Consolador
Revista Eletrônica O Consolador
Trabalhos & trabalhadores
LEDA MARIA
FLABOREA ledaflaborea@uol.com.br São Paulo, SP (Brasil) |
|
Tudo no mundo reclama entendimento...
Tudo na vida pede nosso esforço...
“Eis que o semeador saiu
a semear...”
- Jesus. (Mt., 13:3.)
O tema chama a atenção para dois posicionamentos importantes, que dizem respeito às nossas atitudes perante os ensinamentos de Jesus e as escolhas que fazemos, ainda que tenhamos pouco conhecimento deles.
Uma delas lembra que os
trabalhadores do mundo
classificam-se em
diferentes posições, mas
que o campo é um só; a
outra se reporta a uma
frase de Jesus, dita aos
discípulos, referindo-se
ao Evangelho que Ele
trazia. Disse o Mestre:
“A semeadura é
realmente grande, mas
poucos os ceifeiros”¹,
ou os colhedores, como
entendemos, fazendo
referência ao consolo
que Seus ensinamentos
traziam e a presença de
poucos trabalhadores
para recolherem essas
benesses.
Em relação à primeira,
incontáveis são os
trabalhos ligados ao
estômago, como
incontáveis são os
trabalhadores que
permanecem ligados às
emoções relativas ao
sexo. Ambos têm
fundamento sagrado, mas
não podemos e não
devemos permanecer
parados em uma ou outra
expressão, visto ser
preciso levantar os
olhos e ver acima das
regiões nas quais
estamos mergulhados.
Necessitamos pensar que
existem zonas mais
elevadas de onde
poderemos colher valores
novos, atendendo à nossa
própria existência.
Cada um de nós é um
celeiro, no qual
armazenamos a colheita
que houvermos feito em
nossas viagens
reencarnatórias. É
chegado o momento de
limparmos esse celeiro e
renová-lo com as
benesses que houvermos
colhido, frutos de
semeadura cuidadosa.
A semeadura é nossa, a
colheita é nossa e o
celeiro é dádiva divina,
que precisamos cuidar.
Estamos falando do
Espírito que é abrigado
pelo corpo, corpo esse
que permite a esse mesmo
Espírito progredir,
evoluir, adquirir
valores morais perenes,
para que se afaste cada
vez mais das zonas
inferiores da matéria
grosseira e ganhe asas
para voos mais altos, em
direção a mundos mais
elevados.
É a busca de iluminação
espiritual, que cada um
de nós necessitará, mais
cedo ou mais tarde,
porque o que é somente
material já não nos
satisfará mais. Só que
essa busca vai requerer,
também, de cada um de
nós, a disposição firme,
a perseverança para
alcançar o objetivo e o
fortalecimento da fé
para que,
independentemente dos
obstáculos e tentações,
possamos prosseguir sem
medo.
Tudo no mundo reclama
entendimento... Tudo na
vida pede nosso
esforço...
É neste ponto que a
frase de Jesus, dita aos
discípulos, necessita
esclarecimento: existe o
trabalho e existem os
trabalhadores. Ainda que
estes sejam diferentes,
aquele é um só. Ainda
que surjam trabalhadores
em diferentes posições e
atividades, o campo é um
só. É a seara do Pai,
porque tudo pertence a
Ele; tudo emana d`Ele e
pode ser transformado em
nossas mãos, pela Sua
Infinita Misericórdia,
em benesses para nós e
para os outros. Jesus é
o Celeste Trabalhador,
agindo em nós e a nosso
favor, a fim de
aprendermos a ser Seus
instrumentos no
cumprimento da obra
divina em nós.
São as Leis do Trabalho
e do Progresso que regem
o Universo. Todavia, há
milhões de pessoas que
se sentem dispensadas da
glória de servir;
criaturas essas que veem
o trabalho como
humilhação, como
sofrimento e, por isso
mesmo, buscam todo tipo
de facilidades
delituosas,
desperdiçando as horas,
voltadas tão-somente
para a realização dos
seus desejos e
caprichos, imitando o
poço d`água parada que
se envenena por si
próprio.
Infelizmente, temos,
também, muitos
aprendizes do Evangelho
que almejam grandes
realizações de um dia
para outro. Diz Emmanuel
que esses companheiros –
e será que não somos
desses? – querem “a
coroa da santidade, o
poder da cura, a glória
do conhecimento
superior, as edificações
de grande alcance...”²
Entretanto, não basta
desejar. Tudo na
Natureza obedece a uma
sequência da qual
ninguém escapa, pois não
é possível queimar
etapas.
Prossegue Emmanuel,
dizendo que a árvore
vitoriosa na colheita
foi antes um arbusto
frágil; que a catarata,
capaz de movimentar
turbinas poderosas, é um
fio de água no
nascedouro; e que a
construção de um
edifício não pode
dispensar o serviço da
pá e da picareta, do
tijolo e da pedra...
Por essa razão, é de
vital importância, para
garantirmos o
prosseguimento nos
caminhos da evolução,
que abracemos os deveres
humildes e simples, por
mais árduos que possam
ser, pois é através do
amor que lhes dedicarmos
que atingiremos, no
devido tempo, o ideal de
progresso que tanto
almejamos. Após as
pequenas, as grandes
tarefas virão
espontaneamente ao nosso
encontro.
Nenhum trabalhador do
campo Divino carrega
fardo maior do que
aquele que ele pode
suportar, embora, tantas
vezes, iludido, acredite
poder fazê-lo. Fardo
pesado exige ombros
fortes. Tarefa de grande
responsabilidade moral
exige preparação
adequada, crescimento e
desprendimento, em
benefício do próximo.
O apóstolo Paulo, na
Segunda Carta a Timóteo,
capítulo 2, versículo
15, deixa sábias e
justas palavras para que
acordemos diante dos
convites ao trabalho que
Jesus nos faz. Diz ele:
“Procura
apresentar-te a Deus
aprovado como o obreiro
que não tem de que se
envergonhar”.
O mundo é departamento
da Casa Divina. A
cátedra para quem fala e
a enxada para quem
planta não são elementos
de divisão humilhante,
mas, tão-somente,
degraus para
cooperadores diferentes.
O caminho para a
elevação, este sim, é
igual para todos. Solo
ou livros são somente
instrumentos diferentes,
mas a essência do
serviço é a mesma:
apresentar-se diante do
Pai como obreiro
aprovado na tarefa que
lhe foi confiada.
Jesus trouxe o Evangelho
para que permanecesse no
mundo com a finalidade
de enriquecer o espírito
humano, mas são tão
poucas as criaturas
dispostas a trabalhar na
sua conquista,
enfrentando dificuldades
e surpresas que surgem
no meio da jornada, com
devotamento e fidelidade
ao Cristo.
Se de um lado temos a
escassez de
trabalhadores
comprometidos com o
Evangelho, de outro,
apresenta-se uma
multidão de
desesperados, aflitos e
iludidos, que continuam
atravessando séculos sem
nada realizar para si
mesmos e para os
semelhantes. Com isso,
esses poucos tarefeiros
veem-se onerados em
virtude de tantos
famintos de pão
espiritual. Mas é
preciso observar que sem
a determinação de
buscar, por si próprios,
o alimento da vida
eterna, ficam
aguardando, que chegue
até eles, o trigo já
beneficiado e o pão já
pronto.
Lembra Emmanuel que
“esse quadro persistirá
na Terra, até que bons
consumidores aprendam a
ser bons ceifeiros”.³
Jesus é o Semeador
Divino por excelência e
Suas palavras,
sementeira pura e
profunda. Nossos
corações também são
terrenos a serem
cultivados. Se são
pedregosos, cheios de
espinhos ou solo fértil,
onde caem as sementes
amorosas do Mestre
amigo, mesmo que ainda
não O compreendamos em
Sua plenitude,
diferentemente dos
homens, Ele acredita na
nossa capacidade de nos
transformarmos, e
transformar o que existe
ao nosso redor.
Essa capacidade de olhar
mais além, de perceber a
centelha divina que
existe em nós é que faz
com que o Excelso Amigo
nos aguarde. Ele sabe
que nos reergueremos de
onde estivermos, com
dificuldades, lutas, mas
ultrapassando obstáculos
com vistas no futuro.
Se ontem semeamos e hoje
colhemos, e se desejamos
colheita farta e de
qualidade no futuro,
precisamos aprender a
escolher melhor e a
recolher essas benesses
que emanam de Deus para
todos. Evidentemente, é
preciso trabalhar para
isso, afinal, não
estamos trabalhando para
nós mesmos?
Bibliografia consultada:
1 – Mateus, 9:37.
2 – Emmanuel (Espírito).
Fonte Viva –
[psicografado por] F. C.
Xavier, 31ª ed., FEB –
RIO/RJ – 2005 - lição
118.
3 – Emmanuel (Espírito).
Pão Nosso –
[psicografado por] F. C.
Xavier, 17ª ed., FEB –
RIO/RJ – 1996 – lição
148.
Fonte: Revista Eletrônica O Consolador
Fonte: Revista Eletrônica O Consolador
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