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domingo, 31 de março de 2013

MEDIUNIDADE SEM PRECONCEITO

25/03/2013




De maneira mais ampla, em mediunidade, certos aspectos não podem deixar de ser considerados por aqueles que, sem preconceito, se dispõem a estudar o fenômeno, que não se prende apenas e tão somente aos padrões estabelecidos e aceitos pela vulgaridade.
Abaixo, enumeramos alguns deles:
- o espírito comunicante não carece, necessariamente, de estar fisicamente presente no recinto em que o médium esteja se entregando ao transe.
- na maioria das comunicações, escritas ou verbalizadas, o médium não reproduz senão a essência do pensamento do espírito que por ele se expressa.
- no ato mediúnico de natureza inteligente, a interpretação sempre cabe ao medianeiro, junto ao qual a independência do espírito comunicante é sempre relativa, e jamais absoluta.
- em determinados comunicados mediúnicos, ao suprir essa ou aquela deficiência do espírito, a interferência do médium chega a ser enriquecedora, e, portanto, desejável.
- não raro, o próprio espírito do médium pode-se comunicar com maior proveito que o faria um espírito que, por ele, se manifestasse.
- no estado de transe, o espírito do médium pode, inclusive, se manifestar como outra personalidade que haja animado em vida anterior.
- quase sempre, na gleba psíquica do médium, o espírito lança apenas a semente da ideia que deseja transmitir, deixando ao médium o trabalho de fazê-la florescer.
- na maioria dos médiuns, o que se rotula de fenômeno psicofônico ou psicográfico não passa de fenômeno de ordem intuitiva.
- em muitas ocasiões, o espírito que se manifesta pelo médium é o seu espírito protetor, que, então, assume, junto a ele, o papel de médium de outros espíritos.
- determinados espíritos emprestam as suas identidades (leia-se “nomes”) às comunicações que, em essência, não lhes pertencem de todo.
- o que o médium pensa e sente, ou seja, a sua formação intelectual e doutrinária, estabelece canais seletivos aos espíritos que o procuram, que, praticamente, não encontram ensejo de contradizê-lo.
- o fenômeno mediúnico de natureza intelectual se passa, integralmente, na esfera do pensamento, com a imaginação do médium criando o cenário para a história que o espírito pretende contar.
 Os aspectos aqui relacionados, e outros mais que, no momento, nos escapam, autorizam-nos definir a mediunidade idônea como sendo percepção a serviço da Vida Imortal, dando ensejo a que o espírito, encarnado ou desencarnado, demonstre a sua independência da matéria.
O resto, a meu ver, é mero detalhe, no qual, com certeza, muitos se perdem, e continuarão a se perder, em polêmicas infindáveis, dando repasto à própria vaidade e personalismo.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 25 de março de 2013.

sexta-feira, 8 de março de 2013

OBSESSORES TERRÍVEIS

04/03/2013


OBSESSORES TERRÍVEIS

Antes de lançares sobre os desencarnados a culpa pelos males e aflições que, tantas vezes, padeces na existência carnal, medita na ação dos obsessores terríveis que, em ti mesmo, acalentas, sequer cogitando de sua perniciosa influência.
Tais entidades espirituais, embora sejam tão invisíveis quanto às outras que afirmas te rondarem os passos, costumam ser mais presentes em tua existência que os pobres desencarnados que, indebitamente, rotulas de perturbadores, quando, na maioria das vezes, não passam de criaturas necessitadas de tuas preces.
De maneira sucinta, listaremos abaixo tais agentes das trevas que, habitualmente, se fazem mais presentes em teu dia a dia, sem que tomes qualquer providência para deles te libertar.
Ódio – sob a sua ação funesta és capaz de tomar atitudes altamente comprometedoras de tua paz e felicidade.
Inveja – a sua força pode ser tão avassaladora sobre ti que, debaixo de sua sugestão hipnótica, corres o risco de deixar de viver a tua própria vida para viver a vida dos outros.
Ciúme – no campo do relacionamento humano, já se perdeu a conta do número de vítimas feitas por esse espírito que tem o estranho poder de anular o discernimento de quem por ele é possuído.
Egoísmo – exige exclusividade e, igualmente, não se sabe quantos por ele vivem em regime de completa subjugação moral, a ponto de anular quase todas as possibilidades de crescimento espiritual da criatura a que se enlaça.
Desânimo – atuando com sutileza, suscita infindáveis questionamentos a respeito do que vale ou deixa de valer a pena, em matéria de esforço, e, não raro, se transfigura em depressão e descrença.
Revolta – a dor que esta entidade costuma provocar na alma em que se aloja é tão grande, que, infelizmente, só poderá ser desalojada com o auxílio de uma dor maior ainda.
Ociosidade – aparentemente inofensivo, porém, autêntico lobo em pele de ovelha, este obsessor é o que mais bem sabe se disfarçar e, assim, enganar aqueles que se comprazem em sua companhia.
Ambição – dos agentes das trevas, este, talvez, seja o mais inconsequente de todos, porque, em verdade, enquanto não leva a sua vítima para o túmulo não lhe concede trégua.
Muitos outros obsessores deste naipe, em falanges inumeráveis, óbvio, poderiam ser aqui ainda listados: orgulho, desfaçatez, sensualidade, cupidez, mentira, maledicência, leviandade...
Não obstante, crendo ter cumprido com o papel de denunciá-los, vamos parando por aqui, não sem antes afirmar que estes quadros de obsessão, para os quais quase ninguém cogita de tratamento espiritual sério, através, principalmente, da desobsessão no trabalho da Caridade, são os responsáveis por 90% dos desastres cuja culpa os homens encarnados acham muito mais fácil atribuir aos infelizes desencarnados que, também, tombaram sob o seu talante.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 4 de março de 2013.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

REFLEXÕES DE ANO NOVO




Os conceitos abaixo, coletados por Carlos Antônio Baccelli, biógrafo de Chico,  valem por uma verdadeira declaração de princípios ético-espirituais.
Como o próprio nome indica, esses conceitos nos levam a profunda reflexão.

Ei-los:

“Anotei o que Chico nos disse, certa vez”, registra Baccelli: “Estamos numa doutrina de muitos contatos... Temos oportunidade de fazer muitos amigos... O trabalho a ser desenvolvido é imenso... Temos a crença na imortalidade, o intercâmbio com os irmãos desencarnados, o conhecimento do evangelho... A visão que o Espiritismo nos proporciona da Vida é maravilhosa... Compreendemos a função da dor e adentramos a causa das provações humanas... Oramos, sabendo que a prece é o nosso fio de ligação com Deus... As nossas perspectivas para o futuro da Humanidade são as melhores... A nossa fé é um tesouro!... Mas, se somos muito requisitados, se temos muitos envolvimentos doutrinários, muitas tarefas, compromissos, mediunidade, não podemos nos esquecer de que o momento do testemunho é uma hora extremamente solitária... A vivência cotidiana do Evangelho é pessoal; nem os espíritos poderão substituir-nos, quando formos chamados à aplicação de tudo quanto já sabemos, ou, pelo menos, supomos saber... Este é o problema fundamental do espírita – a sua própria renovação! O espírita que não se melhora, não está assimilando a Doutrina. Dizem que eu tenho escrito muitos livros... Tudo é obra dos espíritos amigos. De fato, tenho recebido muita coisa, mas Emmanuel tem me ensinado que nenhum livro que eu possa ter recebido ou que venha a receber vale pelo que eu esteja fazendo de minha própria vida... Tenho visto tantos médiuns preocupados em escrever, em publicar livros... Tudo muito justo – devemos fazer pela divulgação da Doutrina o que pudermos; no entanto, depois de tantos livros publicados, digo a vocês que a minha luta maior continua sendo comigo mesmo... Tantos conflitos entre os companheiros de ideal, tantas disputas, tanta cizânia... Ora, após a desencarnação, só poderemos recorrer às nossas próprias obras... Os benfeitores espirituais, por mais queiram, nada poderão fazer para nos alterar a realidade... No Espiritismo, ninguém faz mais do que aquele que se esforça para viver conforme crê – ou seja, colocando em prática a lição... As ações são minhas, mas os livros pertencem aos espíritos! Não posso reivindicar a obra de Emmanuel para mim . Eu não fiz nada! O médium não passa de instrumento... Dei apenas do meu tempo, e muito pouco: poderia ter dado mais, dormido menos, me preocupado menos com os outros, mormente com aqueles que sempre criticaram as minhas imperfeições no trabalho dos espíritos... Tenho receio de ver a minha ficha no Mundo Espiritual... Não vou pedir para ver coisa alguma... Se eu puder continuar trabalhando, renderei graças! A Misericórdia Divina há de me possibilitar continuar rastejando para a frente... Rastejando, sim, mas para a frente!... Não posso mais pensar em retrocesso... Então, eu não compreendo tanta vaidade, tanta pretensão .. Vamos preocupar-nos com os outros, mas para auxiliar... ”


Fonte:
Do Livro O APÓSTOLO DO SÉCULO XX - CHICO XAVIER - Weimar Muniz de Oliveira - Edição FEEGO.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

A Pergunta do Guia

A Pergunta do Guia

D. Maria Rita era médium de incorporação.

Embora os achaques constantes, era devotada ao serviço.

Trabalhava com afinco, organizando a sopa que o Centro Espírita oferecia aos mais carentes.

Confeccionava enxovais para os recém-nascidos.

Aplicava passes aos enfermos.

Orientava os jovens.

No entanto, estava sempre atormentada por muitas dores. Distúrbios estomacais, cefaléias, reumatismo...

Um dia, logo após deitar-se, saiu de forma consciente do corpo, encontrando-se com Logogrifo, o vigilante guia espiritual que lhe orientava as atividades da terra.

- Bondoso amigo – principiou por dizer à serva do bem – tenho feito o que posso...Luto comigo mesma para perseverar na tarefa, mas o meu fardo pesa muito...Peço-lhe que interceda por minha saúde, pois estou cansada de médicos e remédios...

E meio sem jeito, arrematou: Será que já não tenho merecimento suficiente para me livrar de vez dos males que me atormentam?!

Fitando-a, sorridente e afável, o protetor simplesmente indaga:
- Minha irmã, e se você se liberasse dessas pequeninas indisposições orgânicas que a mantêm vinculada à fé, distanciando-se do caminho em que vem cumprindo com fidelidade os deveres que competem?!

D. Maria Rita nada respondeu, contudo dali para frente, o seu semblante, antes carregado e taciturno, iluminou-se de uma nova alegria.

Livro: Tende Bom Ânimo
Carlos Baccelli/Chico Xavier- Espíritos Diversos

Irmão José

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

MEU LIVRO PREFERIDO:

17/12/2012


MEU LIVRO PREFERIDO

Dias atrás, aqui mesmo na Vida Espiritual, onde, não raro, temos a alegria de nos encontrar com velhos amigos que fizemos na Terra, um deles, após saudar-me efusivamente, perguntou-me:
- Dr. Inácio, desculpa-me a liberdade, mas eu gostaria imensamente de saber: dos livros da Codificação, qual é o de sua preferência?...
Sem pensar duas vezes, respondi:
- O meu livro preferido é “O Evangelho Segundo o Espiritismo”!...
- Por quê?! – tornou ele de imediato.
- Porque ninguém briga por conta dele...
- Como assim?! – insistiu o companheiro.
- Veja bem – procurei ponderar. – “O Livro dos Espíritos” e “O Livro dos Médiuns” estão sempre dando margem a polêmicas e discussões, por vezes, infindáveis e estéreis entre os adeptos da Doutrina...
- É verdade – concordou.
- Por exemplo, sobre Reencarnação e Mediunidade, quase todo mundo quer saber um mais do que outro... A respeito da vida no Mundo Espiritual então nem se fala! Os conflitos doutrinários em torno do assunto chegam a criar verdadeiras animosidades...
- O senhor tem razão!
- Por outro lado, porém, eu nunca assisti ninguém brigando para ser mais caridoso do que outro...
- Para perdoar mais! – emendou.
- Ou para pedir mais perdão! – ressalvei. – Sem dúvida, para mim, “O Evangelho Segundo o Espiritismo” é o livro mais necessário, e, portanto, o de minha preferência.
- Bem, mas as demais obras do Pentateuco são igualmente importantes – “O Céu e o Inferno”, “A Gênese”...
- Importantíssimas! – antes que fosse mal interpretado, fiz questão de frisar. – Contudo, porque são repositórios da Verdade dinâmica não são obras acabadas...
- Explique-se, por favor – solicitou-me franzindo o cenho.
- Meu caro, estamos longe do conhecimento da Verdade integral, mas, em relação ao Amor nós já sabemos tudo o que precisamos saber... O “conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará” (grifei) nos remete ao futuro distante; contudo, o “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, refere-se ao passado remoto e recente e ao presente imediato!...
Depois de ligeira pausa, conclui:
- Muitos de nós estamos como quem, já tendo o pão garantido, largamos o pão que nos é necessário para brigar por conta de uma taia de mortadela que, diante do estômago que ronca de fome, é completamente supérfluo!...

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 17 de dezembro de 2012.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Divina Semente

A proximidade do Natal nos convida a refletir sobre a presença de Jesus na Terra.
O Mestre foi a encarnação do Verbo Divino entre os homens; foi uma idéia materializada no corpo humano, a fim de fecundar as almas; uma semente plantada no psiquismo da Humanidade para que se desenvolvesse ao longo dos séculos... Essa semente, plantada por Deus, há dois mil anos atrás, ainda germina dentro de cada um...
Jesus é o protótipo da idéia-vida; o Mestre é o Ideal acalentado pelo Criador em benefício da criatura...
Jesus viajou no tempo, veio do futuro ao passado, para conduzir no presente, a Humanidade ao porvir, onde Ele nos aguarda.
Esta semente plantada pelo Criador está se desenvolvendo lentamente, mas com segurança, haverá de florescer e frutescer. Em alguns, naqueles que consideramos gênios e heróis da Humanidade a semente a que nos referimos eclodiu mais depressa, ao ponto que em outros, na maioria, somente agora ela começa a dar sinal de vida.
Interessante observarmos como, dentro de nós mesmos, germina no tempo a idéia do Cristo; como, paulatinamente, o Cristo vai ocupando nosso espaço interior, que é infinitamente maior que o espaço do próprio Universo!
Está definitivamente plantada no homem a semente que é o próprio Cristo dentro de cada um... Por mais que o homem resista, por mais que cultive dentro de si a erva daninha do orgulho, por mais que preserve a floresta da própria ignorância, o processo de germinação da Semente Divina é irreversível, porque todos os homens, o que significa dizer todos os espíritos, vinculados a Terra, encarnados e desencarnados, foram fecundados desde o nascimento do Senhor sobre o mundo!
Reparemos que, há dois mil anos, Cristo era uma semente recusada pela terra, um verbo sem eco, uma presença que o homem não suportava; no entanto, ao longo destes vinte séculos, reparamos que a idéia vai, devagar, tomando conta do homem; é verdade que ainda existem resistências, é verdade que o Cristo continua, até hoje sendo combatido, mas é verdade também que se tem corporificado no planeta espíritos que outrora combateram essa idéia e que, agora, estão encarregados de fazê-las desenvolver...
Nas páginas do Novo Testamento, está claro que Herodes tentou eliminar a semente, tentou destruir a idéia que o Senhor da Vida viera plantar na gleba dos corações. Hoje, ainda os Herodes de ontem pelejam contra o Evangelho; mudaram de tática, mas têm combatido, sem tréguas, de modo sistemático, a Boa Nova. Mesmo na Doutrina Espírita, abençoado celeiro da semente que Jesus representa mesmo na Doutrina Espírita, repetimos, existem aqueles que desejam afastar a presença do Cristo.
É indispensável, prezados irmãos que deixemos, dentro de nós, crescer e alastrar-se a semente Divina. Paulo de Tarso, quando afirmou: “Não sou eu quem vivo mas, sim, o Cristo que vive em mim”, demonstrou que nele a semente que germinou ao Sol causticante do deserto, às portas de Damasco, se desenvolveu de forma prodigiosa... Paulo transformou-se num semeador das sementes provindas das sementes primeiras!
Sejamos todos semeadores da semente que em nos foi plantada. Semeemos, espalhemos a semente cristã, para que o mundo se transforme em sementeira do Senhor.
Jesus a de nos abençoar e, sem dúvida, apesar de nossa indiferença, a semente à qual nos referimos vingará e, um dia, haveremos de nos transformar em uma árvore de grandes bênçãos para a Humanidade inteira!...


Irmão José
Mediunidade, Corpo e Alma
Carlos A Baccelli

Espíritos a Distância

O médium há que ter muita firmeza no cumprimento do dever.
Os companheiros que participam de uma reunião mediúnica necessitam estar integrados, unidos na mesma comunhão de pensamentos.
Os espíritos que aqui vieram, por mais rebelados se mostrem, são todos espíritos enfermos, enfermos e necessitados de auxílio espiritual...
Por mais ergam a voz em desespero, por mais chorem em rebeldia e por mais blasfemem, são espíritos doentes, por assim dizer, indigente da Vida Espiritual que aqui são trazidos em busca de lenitivo; no entanto, além dos limites materiais e espirituais do templo que nos recebe, permanecem aquelas entidades mais ou menos conscientes quanto à sua situação de revolta diante das Leis Divinas...
Essas entidades, a distância, dardejam vibrações contra o grupo no intuito de atrapalhar o bom andamento de suas atividades. Esses nossos irmãos, ainda mais infelizes do que aqueles que aqui se encontram, enviam constantes emissões mentais negativas com o propósito de envolver o médium que se dispõe ao serviço de intercâmbio; é como se, lá fora, ao longe, alguém estivesse, caprichosamente, nos arremessando pedras contra o telhado...
Neste sentido é que tomamos a liberdade de chamar-lhes a atenção, porquanto, em contato com as entidades que aqui foram trazidas ou que aqui vieram espontaneamente, muitos talvez se admirem da condição espiritual desses irmãos desenfaixados do corpo físico, mas, se aqui vieram, é porque se encontram em condições melhores do que aqueles que não puderam vir, e tramam, a distância, nas dimensões espirituais em que erram, o comprometimento da tarefa em que todos nos encontramos empenhados. Daí ser imperioso que o médium tenha firmeza e não se intimide, não tenha receio do contato com essas entidades infelizes que lhe batem as portas do psiquismo, mas que se acautele contra esses outros nossos irmãos que aqui não vêm e que permanecem, à espreita, tramando, ao longe, a ruína do grupo.


Odilon Fernandes
Carlos A. Baccelli
Mediunidade Corpo e Alma

Centros Mal – Orientados

Infelizmente, algumas casas espíritas prestam um desserviço à Doutrina dão-nos a impressão de que foram construídas apenas para atender a vaidade dos médiuns que as edificaram.
Não somos contrários aos diretores reconhecidamente bem intencionados e idealistas que permanecem por longo tempo nos cargos que ocupam. A causa espírita necessita dos que não abram mão de seus deveres para com ela. Excesso de liberalidade doutrinária é tão prejudicial à casa espírita quanto aos regimes ditatoriais impostos por alguns diretores, que anseiam por se perpetuar nos postos de direção.
Por vezes, a renovação da diretoria é de vital importância para que a casa espírita se renove em suas atividades, com a descentralização do poder. No entanto precisamos reconhecer que, por outro lado, muitos novos diretores costumam ser um desastre, pois, consentindo que o cargo lhes suba à cabeça, tomam atitudes arbitrárias e passam a ser elementos desagregadores.
Não se admite em um núcleo espírita, a luta pelo poder. Jesus nos advertiu quanto aos perigos de uma casa dividida, afirmando que ela não seria capaz de se manter de pé.
Nos centros espíritas de boa formação doutrinária, prevalece o espírito de equipe; ninguém trabalha com o desejo de aparecer, de reter as chaves da instituição no bolso, de modo que certas portas não sejam abertas sem a sua presença... Não se tecem comentários desairosos sobre os companheiros, como se, o que se pretendesse, fosse desestabilizá-los nas tarefas que permanecem sob a sua responsabilidade.
Os dirigentes de uma instituição espírita necessitam ter pulso firme, transparência nas decisões, fraternidade no trato para com todos, submetendo-se sempre à orientação da Doutrina. Pontos de vista estritamente pessoais não devem ter espaços no Movimento.
Centros espíritas mal orientados passam para a comunidade uma imagem deturpada do Espiritismo. A divulgação da Doutrina começa pela fachada de uma casa espírita. Até o seu ambiente físico carece ser acolhedor, iluminado. Construções suntuosas muitas vezes espiritualmente estão vazias. Os centros espíritas devem ter a preocupação de ser a continuidade da Casa dos Apóstolos, em Jerusalém amparo aos desvalidos e luz para os que vagueiam nas sombras, sempre, em nome do Senhor, de portas descerradas à necessidade de quem quer que seja.
Num templo espírita é indispensável à divisão de tarefas; muitos núcleos permanecem de portas fechadas na maioria dos dias da semana, porque os seus dirigentes não sabem promover os companheiros... O ciúme e o apego injustificável de muitos dirigentes acabam por deixar ocioso o espaço de uma casa espírita, quase a semana inteira. Não vale a justificativa de que os seareiros sejam poucos... Cuide-se das atividades doutrinárias de base a evangelização e a mocidade e não se terá o problema de escassez de braços para o trabalho doutrinário.
Nos centros mal orientados, nos quais o campo de serviço é restrito, os Espíritos Superiores não têm muito que fazer. Quanto mais numerosas, diversificadas e sérias as atividades de uma casa espírita, maior a tutela da Espiritualidade e maior a equipe dos desencarnados que com ela se dispõem a colaborar.
Os dirigentes, médiuns responderão pela sua omissão e arbitrariedade à frente de um núcleo espírita.

Livro: Conversando com os Médiuns.
Espírito: Odilon Fernandes.
Médium: Carlos A. Baccelli.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

A VAIDADE RELIGIOSA

12/11/2012


A VAIDADE RELIGIOSA

Ramakrishna, um dos maiores avatares que a Humanidade já conheceu, dizia que “podem desaparecer gradualmente as vaidades comuns a todos os homens, mas difícil de morrer é a vaidade de um religioso a respeito da sua religiosidade”.
Analisando o sábio conceito, observamos, no entanto, que maior vaidade existe no religioso não em relação aos demais religiosos, adeptos de crenças diferentes da que ele professa, mas sim em relação ao seu entendimento dos preceitos doutrinários que abraça, que considera superior ao entendimento de seus próprios irmãos de fé.
Vejamos se conseguimos ser mais claros no que pretendemos dizer.
Por exemplo: até certo ponto, compreende-se a rivalidade entre os adeptos de duas crenças religiosas, em suas interpretações da Verdade, por vezes absolutamente antagônicas uma à outra, através de princípios praticamente inconciliáveis. Como, porém, compreender-se o ódio com o qual, não raro, um espírita se lança contra outro, apenas e tão somente porque, sobre determinado tema, possuem um ângulo de visão um pouco diferente entre si?!
Numa Casa Espírita há quem, frequentemente, discuta – e discuta feio! – por conta do passe, da reunião mediúnica, da tarefa assistencial, cada qual buscando, vaidosamente, a primazia de seu ponto de vista.
No Movimento Espírita, infelizmente, a vaidade campeia, nos deixando profundamente envergonhados e entristecidos conosco mesmos, que falhamos nas mais comezinhas demonstrações de nossa fé.
Debaixo de estranha fascinação, muitos comparecem a essa ou àquela reunião apenas com o propósito de discordar do companheiro que, no fundo, está procurando fazer o melhor ao seu alcance, preocupado com o conteúdo, e não com o rótulo.
Muitos outros, a fim de continuarem vinculados às atividades de seus respectivos grupos, impõem certas condições:
- Tem que ser do meu jeito, ou eu me afasto...
- Eu sou o fundador desta Casa – coloquei muito dinheiro do bolso aqui...
- Sou o mais antigo frequentador e não aceito que passem por cima de minha autoridade...
- Aqui quem toma todas as decisões sou eu – não acato nem a palavra do Guia...
A vaidade de um espírita a respeito de seus conhecimentos, ou pseudoconhecimentos, é muito difícil de morrer, e mesmo quando morre, durante muito tempo, permanece mumificada... Como falou Ramakrishna, é mais fácil que lhe desapareça qualquer outra vaidade comum!
Daí a necessidade de nos empenharmos, com todas as forças do espírito, para que o Espiritismo, em nossas existências, não seja mais um pedestal para as ilusões efêmeras que buscamos, das quais, evidentemente, haveremos de nos arrepender amargamente.
Feliz, pois, do espírita cujo único propósito na Doutrina, a cada dia, já seja o de tão somente servir, incondicionalmente, à Causa do Evangelho Redivivo, sobre o homem velho que resiste em “morrer” dentro de si lançando mais uma pá de cal!...

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 12 de novembro de 2012.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Reunião Desobsessiva.

A Medicina evoluiu a partir do estudo das doenças.
O que os médicos registraram nos compêndios primeiros lhes foi transmitido pelos doentes sobre os quais se debruçavam.
Na lida com os espíritos enfermos, domiciliados na Vida Maior , os médiuns têm muito que aprender.
Quem tem a visão da luz não tem a visão da treva.
O intercâmbio seguro com os desencarnados se manifestam na desobsessão encerra preciosos depoimentos que nem sempre serão obtidos através da palavra exclusiva dos Benfeitores.
A chamada reunião desobsessiva não deve ser relegada a plano secundário nas casas espíritas, sob pena de os homens se iludirem a respeito das verdades concernentes à vida além da morte.
O arquiteto , por mais culto se revele, não tem a prática do pedreiro.
O fruto que prende na árvore nada sabe da raiz a partir da qual se formou.
A palavra dos espíritos equivocados, ditos obsessores, se constitui , no mínimo ,  em permanente alerta para os que vivem distraídos no corpo.
Se o médico conhece a doença pelo nome, quem sabe descrever a dor é quem a está sentindo.


Ditado por Dr Odilon Fernandes.
Psicografado por Carlos A. Baccelli

Livro: Mediunidade Consciente.

Instrumentos Preferenciais

Os médiuns invigilantes são os instrumentos preferenciais das trevas para agredir o Espiritismo.
O médium que não saiba qual o seu lugar de servir ou não o aceita extrapola em suas atribuições.
Em mediunidade, o que faz a diferença é o espírito receptor do médium e não, como se crê, o espírito comunicante.
Mais difícil que convencer o médium quanto às realidades da Vida de além-túmulo é convencê-lo a manter a simplicidade.
O anseio afetivo do medianeiro torna-o naturalmente carente de projeção.
Quando o médium quer mostrar a si mesmo, o brilho do trabalho dos espíritos se eclipsa.
Todo médium espírita deveria buscar, solitariamente , o aval da periferia para  a tarefa pública que pretende desempenhar.
As flores que ornamentam os jardins no centro das grandes cidades não nasceram lá....
Os médiuns sem discernimento são os calcanhares-de-Aquiles do Movimento Espírita.
Infelizmente - é verdade!-, de maneira sorrateira, o profissionalismo mediúnico vem se instalando na Doutrina.

Ditado pelo Dr Odilon Fernandes
Psicografia: Carlos A.Baccelli.
Livro: Mediunidade Consciente.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

LIÇÃO DE MARIA JOÃO DE DEUS

27/08/2012




Chico contava que, numa das vezes em que o espírito de sua mãe lhe apareceu, revelou a ele que estava aprendendo línguas no Mundo Espiritual, para que, quando reencarnasse, encontrasse maior facilidade no aprendizado de idiomas...
A lição, aparentemente singela, encerra profundos ensinamentos a encarnados e a desencarnados:
1º - dentro da Vida que é única, mostra a integração existente entre os Dois Planos em que ela se manifesta.
2º - esteja na Terra ou no Além, ninguém deve se imaginar “fora de tempo” para adquirir Conhecimento.
3º - para onde for, o espírito leva sempre consigo a bagagem intelecto-moral amealhada.
Portanto, em sã consciência, dentro da visão imortalista, o homem encarnado, ou desencarnado, não deve se considerar inapto para dar início a determinados empreendimentos que concorram para a sua evolução.
Equivocam-se os que alegam:
- Estou muito velho para voltar a estudar...
- Deixarei para começar na outra encarnação...
- Espero por condições que me sejam mais favoráveis...
- Agora, não dá mais...
- Não tenho como efetuar as mudanças que desejo...
Claro está que estamos nos referindo única e tão somente a todo e qualquer esforço que objetiva o crescimento do espírito.
Não nos esqueçamos de que Allan Kardec, sem saber disto, preparou-se para a tarefa a que deu início quando já contava com meio século de vida...
O próprio Cristo esperou trinta anos para descerrar o advento da Boa Nova em favor da Humanidade...
Em qualquer tempo que sejam plantadas, as sementes florescem e frutificam!
Maria João de Deus, segundo a palavra de Chico, estava semeando no Plano Espiritual para colher sobre a Terra, não obstante, são muitos os que semeiam sobre a Terra para colher no Mundo Espiritual!
Ninguém deve se afligir pela colheita, mas sim pela semeadura.
Sob esta lógica, ainda que, de um dos Dois Lados da Vida, estejamos vivenciando os nossos últimos momentos, prestes a desencarnar ou a reencarnar, não continuemos a desperdiçar tempo ante o aprendizado que nos compete realizar, que, quanto mais cedo for efetuado, mais depressa nos cumulará com as suas bênçãos, fazendo-se-nos alicerce para mais amplas e enriquecedoras conquistas ao espírito.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 27 de agosto de 2012.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

DECÁLOGO ESPÍRITA

13/08/2012




1º - Trabalho e Silêncio.
Através do trabalho aliado ao silêncio não há dificuldade alguma que não possa ser superada, sem que se tenha, para tanto, necessidade de recorrer a outro expediente.
2º - Trabalho e Alegria.
O trabalho com alegria é o argumento mais eloquente com que, à frente de seus opositores, sem pronunciar palavra, o homem consegue defender as suas convicções mais íntimas.
3 º - Trabalho e Perdão.
Quem se dispõe a trabalhar, perdoando toda e qualquer incompreensão de que se faça alvo, não consente que a crítica, por mais contundente, lhe paralise as mãos no melhor a fazer.
4º - Trabalho e Prece.
Aquele que trabalha no clima da prece, de imediato, experimenta os benefícios da tarefa que realiza, dispensando outra aprovação que não seja a de sua própria consciência.
5º - Trabalho e Disciplina.
O trabalho com disciplina é garantia de absoluta superação dos obstáculos a serem vencidos, que, por maiores se façam, não resistem à ação de perseverança.
6º - Trabalho e Renúncia.
O trabalho de quem serve com base na renúncia a caprichos de ordem pessoal e a interesses subalternos, mesmo que constantemente instado a isto, não sente necessidade de dar satisfações a quem seja.
7º - Trabalho e Boa Vontade.
A Boa Vontade é o principal requisito de quem trabalha com a intenção de promover o bem dos semelhantes, sem que, inclusive do ponto de vista moral, venha a se sentir completamente apto para o que pretende realizar.
8º - Trabalho e Honestidade.
Sem honestidade, nenhum trabalho de natureza espiritual consegue prosperar, porque, em hipótese alguma, contará com o aval dos Planos Superiores que lhe garantem o êxito.
9º - Trabalho e Caridade.
De todos os trabalhos, o trabalho na caridade é aquele de que o homem mais necessita e que, em sua transformação íntima, ninguém poderá substituí-lo no suor que deve derramar.
10º - Trabalho e Trabalho.
Trabalhar e trabalhar, incansavelmente, sem se consentir o menor tempo ocioso, é o único recurso de vigilância com que o homem há de se sobrepor a influência das trevas e acender, dentro de si, a réstea de luz que se fará bendito clarão em seu caminho.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 13 de agosto de 2012.

É IMPRESSIONANTE!!!

20/08/2012



Confesso a vocês que tenho feito o máximo esforço para conter a indignação, mas, por vezes, certas pessoas abusam demais da nossa capacidade espiritual de permanecer em silêncio...
Eu não sei se vocês saberão do que estou falando, mas prometi a mim mesmo não falar além do que devo – confio na capacidade dos leitores deste blog de atinarem com o que pretendo dizer, e, mais do que dizer, denunciar.
De início, esclareço que o assunto nada tem a ver comigo, pois, com o Espiritismo, tenho aprendido a não ser advogado em causa própria. Tampouco, nada tem a ver com o amigo médium de que tenho me valido em meus arrazoados de além-túmulo, pois, para se defender, ele não necessita de mim...
A questão é a seguinte: tem gente que, na tentativa de se justificar em seus desmandos doutrinários – diria mesmo, desonestidades! –, está tentando fazer com que Chico Xavier a ele se nivele...
É isto mesmo o que você está lendo, com estes seus olhos que, um dia, a terra também há de comer com um apetite voraz!
É impressionante!!!
De repente, o nosso pobre Chico – homem de uma vida irretocável, em todos os aspectos! – foi quem errou ao dizer isto, ao escrever aquilo, tornando pública uma situação de lesa-Doutrina...
Com sutileza maquiavélica, estão tentando induzir as pessoas a crer que Chico também copiava, ou, se preferirem, plagiava! Ultrapassando todos os limites do bom senso e do respeito – tem gente que para falar ou escrever sobre Chico, precisava, antes, lavar a boca e as mãos com soda cáustica! –, disseram, recentemente, que a obra “Nosso Lar”, de André Luiz, é quase um plágio das obras de Swedenborg e de Vale Owen!!!
Vocês me desculpem os excessivos pontos de exclamação, mas, sinceramente, não tem como ser diferente...
Vejam o que, através deste médium, eu pude ler com estes meus olhos que a terra deste Outro Lado da Vida também há de comer, um dia: “Chico sempre teve comportamento irretocável nesse aspecto”! Como para bom entendedor um pingo é letra, coitado do Chico noutros aspectos, não é?! Não é o que você está entendendo, ou estou exagerando?!
Primeiro: negam que Chico tenha a sido a reencarnação de Allan Kardec...
Segundo: “Nosso Lar” não é a obra sui-generis que imaginamos... (Ora, senhores, vocês estão falando com quem conhece as obras de Swedenborg, Vale Owen e Stainton Moses no original! – obras, sem dúvida, interessantes, todavia, comparadas a “Nosso Lar”, é o Jardim da Infância diante da Universidade!).
Terceiro: o objetivo disto tudo é o de reduzir a Chico a um mediunzínho qualquer!!!
Vocês querem saber de uma coisa? Não fosse a Obra Mediúnica de Chico Xavier, com toda a nossa reverência a Kardec, a sua seria uma Obra de mais de 150 anos atrás! E dê pinotes quem quiser... Esta é a pura verdade!
Então, por favor, mais respeito com o nosso Chico, um homem extremamente bondoso, que, quando insistentemente solicitado a tanto, não hesitava em escrever um bilhete ou uma carta a quem estivesse precisando, sem que isto quisesse significar mais do que simplesmente isto: um gesto de fraternidade a um companheiro necessitado e, por vezes, quiçá, arrependido pelo passado, mas não pelo presente!...
- Meu filho – disse ele, ao explicar-se a um amigo –, eu não posso desencarnar deixando problemas para o Movimento Espírita!...

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 20 de agosto de 2012.



sábado, 4 de agosto de 2012

Reunião de Desobsessão-I

Reunião de Desobsessão-I PDF Imprimir E-mail
Mensagens
Escrito por Odilon Fernandes   
Há de ser cautela na organização de uma tarefa ligada à desobsessão. Para tanto, o grupo necessita estar bem estruturado, com um tempo mais ou menos longo de convivência entre os seus componentes. O estudo sério e metódico deve anteceder toda prática mediúnica.
A reunião de desobsessão tanto pode ser útil ao equilíbrio do grupo quanto nociva à sua harmonização.
Existem casas espíritas que começam a se desarticular a partir da reunião mediúnica mal orientada, onde predomina o personalismo dos médiuns e de seus dirigentes.
Convém lembrarmos que os desencarnados apenas agem quando encontram campo de atuação. Os obsessores não podem ser responsabilizados diretamente pela desorganização que impera num trabalho de natureza mediúnica.
Os integrantes de uma casa espírita não devem ser afoitos na instalação de uma reunião de enfermagem espiritual aos desencarnados. Semelhante atividade, para ser levada a efeito de maneira proveitosa, carece de recolhimento e seriedade.
Quanto mais o médium se apague, mais a luz da mediunidade nele resplandecerá!
Infelizmente, companheiros existem que, mal informados, direcionam as tarefas mediúnicas que promovem no sentido de atender os seus caprichos – digamos,promovem uma sessão de desobsessão particular, com o intuito de abordarem o Mundo Espiritual com os seus questionamentos pessoais.
Na reunião de desobsessão é onde o espírita tem a oportunidade de praticar a mais legítima caridade nada de indagações ao espírito comunicante, exigindo provas de autencidade, nada de perguntar a ele sobre a vida de outros confrades, valendo-se da oportunidade para saber de terceiros mais do que deve...
A tarefa mediúnica necessita de ordem, disciplina, sinceridade de propósitos. Se a intenção dos médiuns não for boa, breve estarão a mercê de espíritos que os fascinem, mostrando-se completamente refratários às orientações que recebam em advertência.
Atividades mediúnicas sérias solicitam especialização, ou seja: em alguns tem os espíritas, a reunião de assistência espiritual aos desencarnados mistura-se às chamadas reuniões de cura ou, ainda, dedica-se, registrando a palavras dos espíritos, a solucionar problemas de ordem interna. A reunião de desobsessão é organizada com o propósito de auxiliar no esclarecimento dos espíritos infelizes, ainda apegados a questões materiais, e não para submeter as entidades comunicantes a injustificável interrogatório.
Quando a reunião não tem bases sólidas, dá margem a inúmeras mistificações, ensejando que medianeiros desavisados tomem este ou aquele partido.
A faculdade mediúnica não pode ser direcionada para o interesse particular de quem quer que seja incluindo o do medianeiro. Quando tal acontece, ela perde o que lhe confere maior credibilidade a espontaneidade.
Somos, pois, de opinião que a casa espírita não deve priorizar atividades mediúnicas, em detrimento das tarefas doutrinárias de esclarecimento público, mesmo porque as reuniões consagradas ao estudo da Doutrina se constituem em genuínas sessões de desobsessão, pois obram com base na evangelização de encarnados e desencarnados.
A obsessão é um envolvimento psíquico - o que o obsidiado escuta, o obsessor registra. Ninguém sai de um processo obsessivo, sem que se decida pela reforma interior. Não adianta afastar o verdugo da vítima, sem que a vítima tome a decisão de romper com o verdugo!
 
 
 
Livro: Conversando com os Médiuns
Espírito: Odilon Fernandes.
Médium: Carlos A. Baccelli.

Mediunidade Espírita "O médium presunçoso, mais cedo ou mais tarde, se comprometerá. Sem retaguarda espiritual que lhe garanta o equilíbrio, estará à mercê dos espíritos sem discernimento, que o induzirão a cometer absurdos."

Mediunidade Espírita




 
A mediunidade espírita é a que se alicerça em Jesus e Allan Kardec. A mediunidade é uma faculdade psíquica que independe de rótulo religioso - encontraremos a sua presença na origem de quase todas as crenças. Os grandes iniciados de todas as religiões eram intérpretes dos espíritos que os inspiravam. Os profetas eram missionários da mediunidade sobre a terra. Os apóstolos, na festa de pentecostes, ficaram mediunizados. Os santos reverenciados pela igreja Católica possuíam o dom de curar, a clarividência, efeitos físicos; caíam em transe com freqüência.

Todavia com Allan Kardec é que a mediunidade se tornou um intercâmbio consciente entre os Dois Mundos. Estudando os mais diversos dons medianímicos, criando terminologia própria, o codificador devassou o Invisível, tornando natural o diálogo dos vivos com os chamados mortos.

Portanto não existe mediunidade legitimamente exercida, fora dos padrões da Doutrina dos Espíritas. O médium espírita é o que se submete à orientação doutrinária, colocando-se a serviço da Causa e não de si mesmo. O médium personalista é um médium rebelado contra os princípios que se consubstanciam no “daí de graça o que de graça recebestes.”

Infelizmente, muitos medianeiros promissores acabam por se entregar única e exclusivamente à orientação dos espíritos que se comunicam por seu intermédio - marginalizam os fundamentos básicos de “O Livro dos Médiuns” e adotam uma linha de conduta que conflita com os propósitos do medianeiro bem intencionado.

Há quem busque na mediunidade a satisfação do seu próprio ego; não está movido pela intenção de servir, mas de projetar-se, de ter o seu nome exaltado, de alimentar a vaidade.

O médium presunçoso, mais cedo ou mais tarde, se comprometerá. Sem retaguarda espiritual que lhe garanta o equilíbrio, estará à mercê dos espíritos sem discernimento, que o induzirão a cometer absurdos.

Antes, pois, de cogitar do desenvolvimento mediúnico em si, deve o candidato aos serviços espirituais no campo da mediunidade interessar-se pela sua iluminação no exercício constante da humildade.

Médiuns personalistas são agentes desagregadores; ao invés de somarem esforços, de motivarem os companheiros à prática do bem, inspiram desconfiança e estabelecem a disputa na casa espírita...

Todo médium é um tarefeiro, longe, conforme se imagina, de ser um missionário. Raros são os sensitivos que reencarnam com tarefa definida no campo da mediunidade; para a grande maioria,o trabalho vai se definindo com base no seu devotamento.Alguns renascem com o compromisso, fazendo jus à supervisão espiritual das Altas Esferas; outros se decidem por ele ao travarem contato com o Espiritismo, atraindo a atenção dos Espíritos Superiores que deles se aproximam na medida exata da confiabilidade que externem...

A idéia de que seja um espírito missionário tem sido obstáculo ao roteiro que o ser encarnado traçou para si mesmo. Imbuído de tais pensamentos, fascinado quanto às suas próprias possibilidades, foge aos compromissos imediatos, que, então, passa a considerar de natureza inferior, como sejam: o casamento e a constituição da família, o esmero na profissão e a sua participação ativa nos assuntos da comunidade.

Mediunidade é compromisso de trabalho e oportunidade de resgate. Sobretudo, o médium é um espírito com elevados débitos cármicos que necessita se conscientizar de sua necessidade de servir-Se servir incondicionalmente!
 
Livro: Conversando com os Médiuns
Espírito: Odilon Fernandes
Médium: Carlos A. Baccelli

Apoio aos Médiuns

Apoio aos Médiuns PDF Imprimir E-mail
Escrito por Odilon Fernandes   
 
 
Se o elogio pode produzir efeitos negativos sobre o médium, a palavra de incentivo não lhe deve ser negada.
 
Os médiuns, de uma maneira geral, necessitam de mecenas que os auxiliem a perseverar, de companheiros devotados que lhes secundem os esforços na Doutrina.
 
O pequeno ou grande grupo que orbita em torno do medianeiro é o seu sustentáculo na tarefa; companheiros que orem por ele, que escutem os seus desabafos, que registrem as suas queixas, que auscultem as suas necessidades sim, porque com facilidade se esquece que o médium é um ser humano. Não se trata de idolatria; trata-se de irmãos que estejam dispostos a doar a ele as energias imprescindíveis à continuidade do serviço espiritual...
 
Dirigentes de reuniões mediúnicas indiferentes às provas dos médiuns que com eles operam deveriam, a nosso ver, abdicar de suas funções. Criar condições para que o medianeiro produza é tão importante quanto ser médium. Que seria da terra sem a enxada do lavrador? Por mais fértil e justamente por isto , seria tomada pela erva daninha.
 
O dirigente espírita precisa cobrar presença do medianeiro nas reuniões, insistir mesmo pelo seu comparecimento e não simplesmente dizer que cada qual sabe de sua responsabilidade... Dirigir significa orientar, tomar providências, solucionar problemas, antecipar-se a eles, enfim, zelar para que a atividade seja produtiva. Não é tornar o medianeiro dependente psicologicamente, mas criar uma atmosfera espiritual que lhe seja propícia, que o faça querer comparecer à casa espírita onde, com certeza, haverá de se refazer dos seus desgastes psíquicos.
 
O médium carece não apenas do apoio dos instrumentos espirituais desencarnados; muitas vezes, o amparo dos confrades encarnados é que o auxilia nos instantes de compreensível debilidade, quando as suas imperfeições afloram e ele se deixa dominar pelo desânimo. Não é apenas receber, através do concurso do medianeiro, a palavra esclarecedora da espiritualidade – ignorar a carência dos médiuns é deixá-los, seguindo, sob a influência das trevas. Somos de parecer que cada núcleo espírita deveria manter um grupo de apoio aos médiuns – apoio doutrinário e mediúnico, mas também pessoal. É claro que, para tanto, o discernimento é indispensável, pois, em qualquer setor de atividades, o excesso produz deformações.
 
O dirigente espírita indiferente aos seus médiuns seria o mesmo que o pastor que não se importasse com o rebanho. Jesus após o episódio da crucificação, ainda não esteve por cerca de quarenta dias com os companheiros com os companheiros, cooperando para que vencessem as indecisões de ordem íntima?! Será que os apóstolos teriam se lançado com tanta determinação ao serviço de pregação da Boa Nova, se o Senhor não tivesse voltado do túmulo?!...
 
A tarefa do dirigente espírita junto aos médiuns é muito importante, decisiva mesmo nas opções que venham a fazer; ele deve se assemelhar à de um pai preocupado com a formação dos filhos... Muitos medianeiros que têm feito a glória do Espiritismo talvez tivessem se perdido, caso não tivessem contado com o pulso firme de um benfeitor encarnado.
 
Não é só obter do médium o que ele possa oferecer, sem noção de suas lutas para ser fiel ao compromisso assumido. Se a poda periódica é indispensável à árvore, objetivando-lhe o fortalecimento, o adubo igualmente o é.
 
Médium: Carlos A. Baccelli.
Espírito: Odilon Fernandes.
Livro: Conversando com os Médiuns.

Práticas Esotéricas


As ditas práticas esotéricas nada têm a ver com a prática genuína; não se constituem em exercício mediúnico sob a orientação da Doutrina, que não endossa nenhuma delas...
Essas terapias alternativas que têm sido introduzidas em alguns núcleos espíritas fazem parte de um movimento de descaracterização, e são companheiros menos avisados que a elas se consagram – menos avisados ou interessados em algum tipo de ganho.
A crença de quem quer que seja necessita ser respeitada, mas a doutrina não pode ser usada para veicular o que não se coaduna com os seus princípios; os templos espíritas carecem de ser preservados em sua pureza de culto, na simplicidade despida de qualquer formalismo, de tudo o que valoriza mais a forma que a essência...
Cromoterapia, pirâmides, rituais, vestimentas dessa ou daquela cor, disposição especial das cadeiras ou dos bancos, toalhas brancas sobre a mesa, músicas de transcendência e tantos outros recursos cabalísticos, nada têm em comum com o espiritismo, cuja tarefa precípua é a revivescência do evangelho.
Muitos desses expedientes esotéricos guardam a finalidade de distrair o homem do seu esforço de renovação íntima; o objetivo de uma reunião espírita é o de justamente facilitar a introspecção, ou seja, a análise sincera de si mesmo, na identificação das mazelas que ainda lhe são próprias...
Em uma reunião espírita, de natureza mediúnica ou não, deve prevalecer a singeleza – nada de aparatos, de providências externas para o culto da interioridade.
Voltamos a repetir que toda manifestação de fé nos merece consideração e não nos cabe repreender ninguém; no entanto o trabalho de Allan Kardec, sob a égide do Espírito Verdade, foi no sentido de escoimar a vivência do Evangelho de qualquer fanatismo.
Não há, em toda a obra de Codificação, um só trecho que justifique essas “inovações” do Espiritualismo que, infelizmente, vêm sendo adotadas por algumas casas espíritas, através dos seus dirigentes ainda excessivamente apegados às antigas tradições do paganismo.
Para que os Espíritos Superiores encontrem ambiente propício para agir em benefício dos enfermos ou no esclarecimento das almas, é importante zelar pela pureza de sentimentos; através do passe, da água magnetizada, da oração proferida com amor, da reflexão sincera em torno das lições do Evangelho, do devotamento ao próximo, da assistência aos desvalidos, da confraternização com os companheiros, do desejo de ser útil, da conscientização quanto às próprias fragilidades – os Espíritos realizam prodígios no campo da cura e no combate à ignorância!...
Excesso de formalidade em qualquer manifestação religiosa, inibe a expansão da alma, em sua comunhão com o criador.
O espírita deve estar sempre voltado para si mesmo, lutando contra as deficiências morais que o acompanham desde outras eras.
Esses misticismos esotéricos na casa espírita deturpam a verdadeira imagem da Doutrina, que muitos, com escusos interesses, desejam vincular aos cultos afro-brasileiros ou, conforme dissemos, às religiões orientais que se propagaram no mundo.
Estudar o Espiritismo e vivenciá-lo, notadamente na prática mediúnica, é o único meio eficiente de se lhe preservar a integridade doutrinária, em seu abençoado vínculo com o Evangelho.


Livro: Conversando com os Médiuns.
Espírito: Odilon Fernandes.
Médium: Carlos A. Baccelli.

Sombra e Luz

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Ninguém deve recuar diante das dificuldades e dos desafios, ninguém deve fugir à luta com receio da tentação, ninguém deve se esconder temendo a intempérie da prova...
Todos, sobre a terra, onde estiverem, estarão expostos aos problemas que eles próprios criaram através de seu livre-arbítrio.
Onde o homem estiver e com quem estiver, ele estará sempre consigo mesmo na necessidade inadiável de superar-se.
Não adianta que o homem fuja ou que abdique dos seus compromissos. Todos estão vinculados as suas carências e renasceram ligados uns aos outros, mas, especialmente, àqueles juntos aos quais o compromisso fala mais alto.
É indispensável, portanto, que o homem não deixe a cruz à margem da estrada, imaginando que seus passos haverão de se tornar mais lépidos na caminhada... Os que alijam nos ombros o madeiro que talharam com as próprias mãos haverão de retomá-lo, e aqueles que dão as costas a determinadas situações expiatória facearão problemas muito mais complexos, porque, em realidade, a batalha que o homem trava não se encontra alhures – o seu campo de batalha é sua própria alma!
Sobre si mesmo o homem deve ansiar a sua maior vitória e a sua maior conquista! Assim pensando, na brevidade da vida física e na transitoriedade das situações sobre o mundo material, onde tudo está sujeito a intermináveis mudanças, que o homem persista no cumprimento do dever, não rompendo com o compromisso assumido diante da consciência.
As dificuldades são inúmeras, embaraçosas, quase intermináveis, permeando a jornada do homem praticamente do berço ao túmulo... Ninguém espera a paz absoluta, a tranqüilidade inalterável... Enquanto estiver a caminho, sombra e luz haverão de se alternar sobre a entrada em que o homem se movimenta em busca de sua redenção espiritual, mas, além das nuvens espessas que tisnam a claridade solar, brilha o astro-rei no firmamento...

Irmão José
Carlos A. Baccelli
Mediunidade, Corpo e Alma