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sábado, 8 de setembro de 2012

Solta-nos Barrabás


Artigo publicado no jornal Unificação - Ano XII - Janeiro/Fevereiro de 1965 - Números 142-143

Solta-nos Barrabás

“Mas toda a multidão clamou a uma, dizendo: Fora daqui com este, e solta-nos Barrabás. O qual fora lançado na prisão por causa de uma sedição feita na cidade, e de um homicídio”.

(Lucas, 23, v. 18-19).
A escolha era entre Jesus – exemplo vivo de amor, de paz, de misericórdia e de justiça, que andava pelas províncias judaicas apregoando palavras de vida eterna, restaurando a vista aos cegos, limpando os leprosos, levantando paralíticos, fazendo falar aos mudos e afastando espíritos daninhos de criaturas possessas; e Barrabás – chefe de sedição e homicida.
Pilatos, cego em seu apego à posição de mando, conseguiu ver a cegueira do povo e tentou evitar a consumação de uma injusta escolha: “Mas que mal fez este? Não acho nele culpa alguma de morte”.
Mas, em grandes gritos a condenação de Jesus e a liberdade de Barrabás foram exigidas pelo povo, seguidas da escolha do gênero de morte: crucifica-o, crucifica-o.
Esse foi o epílogo de um grande drama e, nos dias atuais ainda afirmamos, a exemplo do que fizeram os fariseus: “Se tivéssemos vivido nos dias dos nossos pais não teríamos sido cúmplices na condenação de Jesus”.
Barrabás era a expressão de revolta e do crime; Jesus representava a virtude, a bondade e a fraternidade. Quase vinte séculos separam-nos do episódio do Calvário e, no entanto, parece que a escolha, se fosse processada na atualidade, não seria muito diferente.
Os maus exemplos dados diuturnamente por inúmeros cristãos – inveja, discórdia, revoltas, mentiras, vícios, crimes e guerras, são autênticas demonstrações de que Barrabás continua a ser preferido e Jesus preterido. Ainda existem mentores religiosos do mesmo tipo daqueles que insuflaram o povo diante do Pretório, coagindo Pilatos a condenar o Mestre, encastelado na intolerância e fazendo prevalecer inócuas tradições e doutrinas de homens.
Sem ramificação profunda nos Evangelhos não pode haver Cristianismo, e sem Cristianismo não pode haver amor e paz. O panorama contristador que nos apresenta o mundo de hoje, após quase vinte séculos de experiência cristã não é dos mais recomendáveis, mormente quando se considera ser o Cristianismo uma Doutrina de elevada perfeição e eficiência, impregnada, entretanto, de falhas oriundas de criaturas que não vigiaram suficientemente na tarefa de evitar a deturpação dos ensinamentos trazidos pelo Unigênito de Deus.
Os vinte séculos de disseminação da Doutrina Cristã, não conseguiram ainda fazer silenciar o eco daqueles estridentes gritos: “Solta-nos Barrabás”.
Ao Espiritismo está reservado o papel de restaurador das verdades reveladas por Jesus Cristo, cumprindo aos seguidores de Allan Kardec a tarefa árdua de destituir as palavras ensinadas por Jesus das interpretações negativas que tiveram no desenrolar dos tempos, apresentando-as coerentes com o dizer de Jesus: Eu sou a fonte de água-viva que jorra para a vida eterna.

Paulo Alves de Godoy

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