Caros amigos leitores , gostaríamos, na medida do possível ,contar com a interação de todos ,através de comentários , tornando se seguidores deste blog divulgando para seus conhecidos ,para que assim possamos estudar e aprendermos juntos , solidários e fraternos. Inscrevam-se no blog!

terça-feira, 11 de setembro de 2012

MATEUS, 16º, 13 ao 20. — MARCOS, 8º, 27 ao 30. — LUCAS, 9º, 18 ao 21. Palavras de Jesus confirmativas da reencarnação. — Alusão de relações mediúnicas que podem existir entre os homens e as potências espirituais. — Missão de Pedro na igreja do Cristo. — Verdadeira confissão



MATEUS: capítulo 16º, versículo 13. Chegando às cercanias de Cesaréia
de Filipe Jesus perguntou a seus discípulos: Que é o que os homens dizem do
filho do homem? — 14. Eles responderam: Uns dizem que é João Batista;
outros que é Elias; outros, que é Jeremias ou um dos profetas. — 15. Jesus
lhes perguntou: E vós quem dizeis que eu sou? 16. Simão Pedro respondeu: és
o Cristo, filho do Deus vivo. — 17. Jesus respondeu: Bem-aventurado és,
Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne nem o sangue que Isso te
revelaram, mas meu pai que está nos céus. — 18. E eu te digo que és Pedro e
que sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; e contra ela não prevalecerão
as portas do inferno. 19. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; e tudo o que
ligares na Terra será também ligado no céu e o que desligares na Terra será
desligado nos céus. — 20. Ordenou em seguida aos discípulos que a ninguém
dissessem ser ele Jesus o Cristo.
MARCOS: capítulo 8º, versículo 27. Jesus partiu daí com seus discípulos
para as aldeias dos arredores de cesaréia de Filipe e pelo caminho lhes
perguntava: Quem dizem os homens que eu sou? — 28. Responderam eles:
Uns dizem que João Batista; outros que Elias; outros que um como os profetas.
29. Disse-lhes então: Mas, vós, quem dizeis que eu sou? Pedro, respondendo,
disse: és o Cristo. — 30. E ele lhes proibiu que o dissessem a pessoa alguma.
LUCAS: capítulo 9º, versículo 18: Sucedeu que um dia, estando de parte a
orar rodeado de seus discípulos, Jesus lhes perguntou: Quem diz o povo que
eu sou? — 19. Eles responderam: uns — João Batista: outros — Elias; outros
— algum antigo profeta que ressuscitou. — 20. Disse-lhes ele: E vós quem
dizeis que eu sou? Simão Pedro respondeu: O Cristo de Deus. — 21. Ele então
lhes proibiu muito expressamente que o dissessem a pessoa alguma. (105)
Estas passagens têm um duplo fim, que muito importantes as tornam:
lembrar aos homens o princípio da reencarnação e não deixar esquecessem as
relações medíúnicas que podem existir entre eles e as entidades espirituais.
Jesus firmava assim o que mais tarde viria a ser posto em evidência, explicado
e desenvolvido, em espírito e verdade, pela Nova Revelação.
Com efeito, as perguntas formuladas pelo Divino Mestre sobre o que
pensavam dele as gentes e as respostas que lhe foram dadas mostram não só
que a opinião geral lhe atribuia uma origem espiritual anterior àquela sua vida
terrena, vendo nesta uma existência nova num novo corpo, o que envolvia a
idéia da preexistência da alma e da reencarnação, como também que os
hebreus sabiam, embora confusamente, pelas tradições conservadas, que o
homem pode voltar muitas vezes à Terra, para concluir uma obra começada e
interrompida pela morte humana.
Ora, não contestando a opinião segundo a qual Ele podia ser a
reencarnação de um Espírito, como o de Elias, João, ou outro, Jesus confirmou
a hipótese do renascimento, perguntando: E vós quem dizeis que eu sou? —
hipótese que também confirmou no seu colóquio com Nicodemos.
“Se a crença de reviver na Terra, diz o autor da Divina Epopéia, sob o
nome de ressurreição, a que hoje, pela revelação nova, chamamos
reencarnação, fosse um erro, Jesus, o verbo de Deus, a luz verdadeira que
alumia a todo que vem a este mundo, não teria deixado de combatê-la, como
combateu tantas outras. Ao contrário, Ele a sancionou, proclamando-a como
uma condição necessária e indispensável para o progresso e adiantamento da
Humanidade”.
Não te admires de eu dizer: é necessário que torneis a nascer, observou o
divino Mestre a Nicodemos (Evangelho de João, capítulo 3º, versículo 7). Deste
modo ratificou Ele, conforme acima dissemos, a lei natural do renascimento, da
reencarnação, apresentando-a como uma realidade e realidade ante a qual se
dissipam todas as dúvidas oriundas dos absurdos que, sob a capa do milagre,
pretendem os ortodoxos que admitamos. A reencarnação, pois, o
renascimento, a obrigação que tem o Espírito de reviver, como meio de chegar
ao estado de pureza integral, idéia que já se continha na revelação hebraica,
que constituiu princípio fundamental na revelação messiânica, mas que não foi
apreendida por virtude das interpretações literais a que estiveram sujeitas
essas revelações, constitui hoje, pela revelação nova, que as vem explicar em
espírito, uma verdade axiomática, expressão fiel do pensamento do Mestre
Divino.
E vós quem dizeis que eu sou? — perguntou Jesus a Pedro, que lhe
respondeu: És o Cristo, Filho do Deus vivo, isto é, o Enviado do Senhor.
Retrucando, Jesus lhe fez ver que o conhecimento dessa verdade lhe fora
dado por uma revelação vinda do Pai que está nos céus.
De fato, como podia Pedro saber, para o afirmar com tanta segurança e
firmeza, que Jesus era o Enviado de Deus, se tal coisa lhe não houvera sido
revelada? E de que modo pudera ter tido essa revelação, a não ser por uma
inspiração mediúnica? Ë claro que, na ocasião, ele foi apenas o instrumento
que serviu para a revelação de uma verdade, ou de um médium falante.
Logo, podemos e devemos concluir não só que Pedro era médium, como
que já então se davam essas revelações a que a Doutrina Espírita chama
mediúnicas.
Efetivamente, dotado de uma organização física bastante maleável para se
prestar a todas as influências mediúnicas, Espírito intelectualmente mais
adiantado do que os dos outros apóstolos, Pedro era, dentre estes, o que
possuía em maior extensão e poder os dons da mediunidade. Era, pois, o que
mais se prestava a servir de pedra fundamental para a construção da Igreja do
Cristo: “E eu te digo que és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”.
Quer isto dizer que sobre a mediunidade é que assenta essa Igreja, que
assim repousa em alicerce inabalável, porqüanto a faculdade que aquele
apóstolo possuía havia de espalhar-se, como realmente aconteceu e está
acontecendo, mais do que nunca, nos tempos atuais, sem que o menor dano
lhe possam causar os ódios sectaristas, nem os interesses de qualquer
natureza: “contra ela não prevalecerão as portas do inferno”.
Assim sendo, é claro que todos os verdadeiros espíritas e, sobretudo, os
médiuns sinceros e humildes servirão para aquela construção, trazendo-lhe
cada um a sua pedra.
E, de tal modo, eles poderão, como Pedro, espalhando de mais em mais,
em torno de si, a luz que forem recebendo, ligar também e desligar na Terra,
certos de que o Senhor ligará e desligará no céu.
Não quer isso dizer, está visto, que o homem, quem quer que ele seja,
tenha o poder de absolver ou condenar, proferindo sentenças das quais não
haja apelação, nem mesmo para Deus. Quer unicamente significar que, conservando
a integridade da alma e a pureza do coração, obtendo, em
conseqüência e cada vez mais, as luzes que trazem os bons Espíritos, se
tornarão também cada vez mais aptos a julgar das coisas da Terra e das
coisas do céu, a dirigir pelo bom caminho os outros homens, a distinguir com
segurança os que se desviam e os que marcham fiéis e a poder fazer-lhes
sentir isso, sem perigo de erro.
E não se argumente tampouco com as palavras de Jesus declarando Pedro
a pedra fundamental da sua Igreja, para sustentar-se a infalibilidade do papa,
chamado o sucessor daquele apóstolo e o vigário exclusivo do Cristo na Terra.
Aquelas palavras foram especialmente dirigidas a Pedro que, Espírito
adiantado e devotado e, além disso, excelente instrumento mediúnico,
conforme já dissemos, dispunha, por ser da vontade de Jesus e graças aos
Espíritos superiores que o assistiam, de uma perspicácia, que não podemos
avaliar com exatidão. Sua visão penetrante descia ao fundo das consciências,
sondava os mais íntimos pensamentos e constante era a sua comunicação
com os emissários divinos. Ora, achando-se em tais condições, ao seu alcance
estava ligar e desligar na Terra (o que também se pode traduzir por admitir ou
não na Igreja do Cristo que, em sua origem, era simples reunião de fiéis, os
que se propunham a ingressar nela), visto que não fazia mais do que
pronunciar, em voz humana, os decretos que espiriticamente lhe eram
transmitidos.
Digam-nos, porém: quantos Pedros já se contaram entre os que se hão
instituído seus sucessores?
Se os dons, as virtudes e os demais predicados por que Pedro se distinguia
entre os discípulos não eram inerentes à sua individualidade, mas ao encargo
que o Mestre lhe conferiu de pastorear o pequeno rebanho que formava a
primitiva Igreja Cristã, nem só nenhuma razão haveria para que fosse ele o
escolhido e não outro, nem com os que se disseram seus sucessores se teriam
dado os fatos que a história dos Papas e dos Concílios registra, fatos que mais
ou menos continuam a reproduzir-se e que explicam o desprestígio da Igreja de
Roma, que tende a desaparecer. Não vêem os homens do Silabo, dos dogmas
impostos pelo terror das fogueiras e dos martírios que, numa época como a
atual, em que a razão se emancipa de todas as tutelas, já não é possível a
imposição da fé cega?
Não, as coisas vão mudar. Passado o tempo das fogueiras e dos
apavorantes anátemas, despojado o Chefe da Igreja do poder temporal, que
mal e indevidamente exercia, porque o Mestre disse: Regnum meum non est in
hoc mundo (106), o prestígio, o poder, o reinado daquele que queira ser ou
haja de ser sucessor de Pedro somente poderão demonstrar-se pela caridade,
pela humildade, pelo desinteresse, pela mansidão e abnegação, que foram as
armas com que o Manso Cordeiro de Deus apeou potentados e derrocou
tronos de déspotas, a todos se sobrepondo pela exemplificação daquelas
virtudes sublimes. Mesmo, porém, que um homem aparecesse revestido de
tais virtudes, ainda assim não poderia, só por isso, considerar-se sucessor de
274
Pedro, que não mostrou apenas possuí-las, mas se distinguiu entre os demais
discípulos, muito embora estes também fossem exemplificadores dos
ensinamentos de Jesus.
Não, Pedro não teve, nem tem sucessor na Terra. Quem pudera ou pode
haver sucedido a esse altíssimo Espírito, que preside ao progredir da fé, ao
desenvolvimento da inteligência, ao cumprimento das promessas de Jesus?
Ele continuou e continua no desempenho da sua missão espiritual, depois de
haver desempenhado a sua missão humana. Desempenhando esta última, deu
princípio, com o concurso dos outros apóstolos e dos discípulos que se lhe
associaram, à edificação da Igreja do Cristo e, desempenhando a sua missão
espiritual, prossegue na execução desta obra e a concluirá.
E as portas do inferno não prevalecerão contra ela, porque, sendo a Igreja
do Cristo o conjunto dos filhos do Senhor, não será atingido pelo sofrimento e
pela expiação aquele que, tendo sabido manter a integridade do coração e da
alma, se esforçou por cumprir, segundo a lei divina, todas as suas obrigações,
todos os seus deveres, para com Deus e para com os homens.
Pedro foi um discípulo enérgico, devotado, fiel até à morte. Quem quer que
construa sobre tal base não terá que temer as portas do inferno.
Dar-te-ei as chaves do reino dos céus, isto é: o conhecimento exato dos
meios de chegar à perfeição moral.
Essas chaves a Igreja de Roma desprezou e deixou se perdessem. De
modo algum, portanto, pode o seu chefe considerar-se sucessor do grande
apóstolo. Detenha-se ela no caminho errado por onde funestamente
enveredou, volte ao verdadeiro caminho e continue a percorrê-lo do ponto até
onde chegaram Pedro e os apóstolos, os discípulos e seus primeiros
imitadores, que achará a Igreja do Cristo cuja edificação eles começaram e que
o Espírito da Verdade vem, progressivamente, ampliar e concluir.
Compreenda ela o sentido verdadeiro das palavras que Jesus dirigiu a
Pedro e aos Apóstolos, sentido que espiriticamente é hoje revelado pelos
enviados do Mestre Divino, e, então, como os verdadeiros espíritas, também
trabalhará, inspirada pelo Espírito da Verdade, na edificação da Igreja do
Cristo. Só então poderá, realmente, ligar e desligar — o que, bem entendido,
não quer dizer absolver ou condenar seus irmãos — mas tornar-se, pela
integridade do coração e da alma, pela obtenção das luzes dos bons Espíritos,
atraindo-os por aquela integridade, cada vez mais apta a julgar das coisas da
Terra e das coisas do céu, a dirigir os homens pelo bom caminho, que é o dos
mandamentos que Jesus declarou encerrarem toda a lei e os profetas, e a distinguir
com exatidão os que se desviam e os que marcham fiéis pela senda que
Ele traçou.
(105) JOÃO, 1º, 42; 6º, 69. — 1ª Epístola à João, 4º, 15. — Atos, 8º, 37. —
Hebreus, 1º, 2, 5. — Efésios, 2º, 8. — 1ª Epístola aos Coríntios, 2º, 10. —
Gálatas, 1º, 16. — Apocalipse, 21º, 14. — Isaías, 51º, 16.
(106) Ao nosso ver, a privação do poder temporal, se foi, individualmente,
um mal, ou uma perda sensível para o Sumo Pontífice, não o foi para a
Igreja de que é ele o chefe, visto que redundou no desaparecimento do
que melhor provava não ser essa Igreja a do Cristo. Não sendo deste
mundo o reino do Filho de Deus, sua não podia ser a Igreja cujo reinado
era todo deste mundo. O ter sido despojado daquele poder, valeu, pois.
para a Igreja Romana por uma como galvanização. Graças a isso é queainda
pôde ostentar a aparência de prestígio de que gozou nestes últimos
tempos. Obtendo, como recentemente obteve, em 1929, que lhe
restituíssem o poder temporal é que ela decretou a sua própria e
definitiva condenação, volvendo a oferecer ao mundo, quando no
Espiritismo ressurge o verdadeiro Cristianismo, a demonstração iniludível
de que nela não está o espírito da Doutrina Cristã, de que ela é a antítese
da Igreja Universal do Cristo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário