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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Fobia social

Fobia social
Pressionado pelas constrições de vária ordem, exceção feita aos
fenômenos patológicos, na área da personalidade, o indivíduo tímido,
desistindo de reagir, assume comportamentos fóbicos.
Neuroses e psicoses se lhe manifestam, atormentando-o e gerando-lhe um
clima de pesadelo onde quer que se encontre.
A liberdade, que lhe é de fundamental importância para a vida, perde o seu
significado externo, face às prisões sem paredes que são erguidas, nelas
encarcerando-se.
Da melancolia profunda ele passa à ansiedade, com alternâncias de
insatisfação e tentativas de autodestruição, e da desconfiança sistemática
tomba, por falta de resistências morais, diante dos insucessos banais da
existência. Nem mesmo o êxito nos negócios, na vida social e familiar,
consegue minimizar-lhe o desequilíbrio que, muitas vezes, aumenta, em razão
dejá não lhe sendo necessário fazer maiores esforços para conseguir,
considera-se sem finalidade que justifique prosseguir.
Os estados fóbicos desgastam-lhe os nervos e conduzem-no às depressões
profundas. São vários estes fenômenos no comportamento humano.
Surge, porém, no momento, um que se generaliza, a pouco e pouco, o
denominado como fobia social, graças ao qual, o indivíduo começa a detestar o
convívio com as demais pessoas, retraindo-se, isolando-se.
A princípio, apresenta-se como forma de mal-estar, depois, como
insegurança, quando o homem é conduzido a enfrentar um grupo social ou o
público que lhe aguarda apresença, a palavra.
O grau de ansiedade foge-lhe ao controle, estabelecendo conflitos
psicológicos perturbadores.
A ansiedade comedida é fenômeno perfeitamente natural, resultante da
expectativa ante o inusitado, face ao trabalho a ser desenvolvido, diante da
ação que deve ser aplicada como investimento de conquista, sem que isto
provoque desarmonia interior com reflexos físicos negativos.
Quando, então, se revela, desencadeada por problemas de somenos
importância, produzindo taquicardias, sudorese álgida, tremores contínuos,
estão ultrapassados os limites do equilíbrio, tornando-se patológica.
A fobia social impede uma leitura em voz alta, uma assinatura diante de
alguém que acompanhe o gesto, segurar um talher para uma refeição, pegar
um vaso com líquido sem o entornar... O paciente, nesses casos, tem a
impressão de que está sob severa observação e análise dos outros, passando
a detestar as presenças estranhas até os familiares e amigos mais íntimos.
Em algumas circunstâncias, quando o processo se encontra em instalação,
a concentração e o esforço para superar o impedimento auxiliam-no,
facultando-o somente relaxar-se e adquirir naturalidade após constatar que
ninguém o observa, perdendo, assim, o prazer do diálogo, face à tensão
gerada pelo problema.
A tendência natural do portador de fobia social é fugir, ocultar-se
malbaratando o dom da existência, vitimado pela ansiedade e pelo medo.
O homem é o único animal ético existente.
Para adquirir a condição de uma consciência ética é convidado a desafios
contínuos, graças aos quais discerne o bem do mal, o belo do feio, o lógico do
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absurdo, imprimindo-se um comportamento que corresponda ao seu grau de
compreensão existencial.
Aprofundando-se no exame dos valores, distingue-os. passando a viver
conforme os padrões que estabelece como indispensáveis às metas que
persegue, porqüanto pretende constituir-lhe a felicidade.
A fim de lograr o domínio desses legítimos valores, aplica outra das suas
características essenciais, que é o de ser um animal biossocial.
A vida de relação com os demais indivíduos é-lhe essencial ao progresso
ético.
Isolado, asselvaja-se ou entrega-se a uma submissão indiferente,
perniciosa.
As imposições do relacionamento social exterior, sem profundidade
emocional, respondem por esta explosão fóbica, face à ausência de segurança
afetiva entre os indivíduos e à competição que grassa, desenfreada, fazendo
que se veja sempre, no atual amigo, o potencial usurpador da sua função, o
possível inimigo de amanhã.
Tal desconfiança arma as pessoas de suspeição, levando-as a uma conduta
artificial, mediante a qual se devem apresentar como bem estruturadas
emocionalmente, superiores às vicissitudes, capazes de enfrentar riscos,
indiferentes às agressões do meio, porque seguras das suas reservas de forças
morais.
Gerando instabilidade entre o que demonstram e aquilo que são realmente,
surge o pavor de serem vencidas, deixadas à margem, desconsideradas. O
mecanismo de fuga da luta sem quartel apresenta-se-lhes como alternativa
saudável, por poupar-lhes esforços que lhes parecem inúteis, desde que não
se sentem inclinadas a usar dos mesmos métodos de que se crêem vítimas.
Simultaneamente, as atividades trepidantes e as festas ruidosas mais
afastam os amigos, que dizem não dispor de tempo para o intercâmbio
fraternal, a assistência cordial, receosos, por sua vez, de igualmente
tombarem, vitimados pelo mesmo mal que os ronda, implacável.
Nestas circunstâncias, mentes desencarnadas, deprimentes, se associam
aos pacientes, complicando-lhes o quadro e empurrando-os para as psicoses
profundas, irreversíveis.
A desumanização do homem, que se submete aos caprichos do momento
dourado das ilusões, conspira contra ele próprio e o seu próximo, tornando esta
a geração do medo, a sociedade sem destino.

O Homem Integral
Divaldo/Joana de Angelis

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