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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Filhos


Nasce a criança, trazendo consigo o patrimônio moral que lhe
marca a individualidade antes do renascimento no plano físico; no
entanto, receberá os reflexos dos pais e dos mestres que lhe imprimirão
à nova chapa cerebral as imagens que, em muitas ocasiões,
lhe influenciarão a existência inteira.
Indiscutivelmente, a instrução espera-lhe o espírito em nova
fase, enriquecendo-lhe o caminho nesse ou naquele mister; contudo,
importa reconhecer que a palavra escrita, em confronto com a
palavra falada ou com o exemplo direto, revela poderes de repercussão
menos vivos, mormente quando torturada entre os preconceitos
da forma gramatical.
É que a voz e a ação prática jazem impregnadas do magnetismo
indutivo que se desprende da reflexão imediata, operando
significativas transformações para o bem ou para o mal, segundo
a natureza que lhes personaliza as manifestações.
As crianças confiadas na Terra ao nosso zelo são portadoras
de aparelhagem neurocerebral completamente nova em sua estrutura
orgânica, à feição de câmara fotográfica devidamente habilitada
a recolher impressões. A objetiva, que na máquina dessa
espécie é constituída por um sistema de lentes apropriadas, capazes
de colher imagens corretas sobre recursos sensíveis, é representada
na mente infantil por um espelho renovado em que se
conjugam visão e observação, atenção e meditação por lentes da
alma, absorvendo os reflexos das mentes que a rodeiam e fixandoos
em si própria, como elementos básicos de Conduta.
Os pequeninos acham-se, deste modo, à mercê dos moldes
espirituais dos que lhes tecem o berço ou que lhes asseguram a
escola, assim como a argila frágil e viva ante as idéias do oleiro.
Não podemos, pois, esquecer na Terra que nossos filhos, embora
carreando consigo a sedimentação das experiências passadas,
em estágios anteriores na gleba fisiológica, são companheiros que
nos retomam transitoriamente o convívio, quase sempre para se
reajustarem conosco, aos impositivos da Lei Divina, necessitados
quanto nós mesmos, de provas e ensinamentos, no que tange ao
trabalho da regeneração desejada.
Excetuados aqueles que transcendem os nossos marcos evolutivos,
à face da missão particular de que se investem na renovação
do ambiente comum, todos eles nos sofrem os reflexos, assimilando
impressões entranhadamente perduráveis que, às vezes, lhes
acompanham os passos desde a meninice até a morte do corpo
denso.
Tratá-los à conta de enfeites do coração será induzi-los a funestos
enganos, porquanto, em se tornando ineficientes para a luta
redentora, quando se lhes desenvolve o veículo orgânico facilmente
se ajustam ao reflexo dominante das inteligências aclimatadas
na sombra ou na rebeldia, gravitando para a influência do
pretérito que mais deveríamos evitar e temer.
É assim que toda criança, entregue à nossa guarda, é um vaso
vivo a arrecadar-nos as imagens da experiência diária, competindo-
nos, pois, o dever de traçar-lhe noções de justiça e trabalho,
fraternidade e ordem, habituando-a, desde cedo, à disciplina e ao
exercício do bem, com a força de nossas demonstrações, sem,
contudo, furtar-lhe o clima de otimismo e esperança. Acolhendoa,
com amor, cabe-nos recordar que o coração da infância é urna
preciosa a incorporar-nos os reflexos, troféu que nos retratará no
grande futuro, no qual passaremos todos igualmente a viver, na
função de herdeiros das nossas próprias obras.

Pensamento e Vida
Emmanuel-Chico Xavier

Saúde


A saúde é assim como a posição de uma residência que denuncia as condições do morador, ou de um instrumento que reproduz
em si o zelo ou a desídia das mãos que o manejam.
A falta cometida opera em nossa mente um estado de perturbação, ao qual não se reúnem simplesmente as forças desvairadas de nosso arrependimento, mas também as ondas de pesar e acusação da vítima e de quantos se lhe associam ao sentimento, instaurando
desarmonias de vastas proporções nos centros da alma, a percutirem sobre a nossa própria instrumentação.
Semelhante descontrole apresenta graus diferentes, provocando lesões funcionais diversas.
A cólera e o desespero, a crueldade e a intemperança criam zonas mórbidas de natureza particular no cosmo orgânico, impondo às células a distonia pela qual se anulam quase todos os recursos de defesa, abrindo-se leira fértil à cultura de micróbios patogênicos
nos órgãos menos habilitados à resistência.
É assim que, muitas vezes, a tuberculose e o câncer, a lepra e a ulceração aparecem como fenômenos secundários, residindo a causa primária no desequilíbrio dos reflexos da vida interior.
Todos os sintomas mentais depressivos influenciam as células em estado de mitose, estabelecendo fatores de desagregação.
Por outro lado, importa reconhecer que o relaxamento da nutrição constrange o corpo a pesados tributos de sofrimento.
Enquanto encarnados, é natural que as vidas infinitesimais que nos constituem o veículo de existência retratem as substâncias que ingerimos. Nesse trabalho de permuta constante adquirimosimensa quantidade de bactérias patogênicas que, em se instalando
comodamente no mundo celular, podem determinar moléstias infecciosas de variegados caracteres, compelindo-nos a recolher,
assim, de volta, os resultados de nossa imprevidência.
Mas não é somente aí, no domínio das causas visíveis, que se originam os processos patológicos multiformes.
Nossas emoções doentias mais profundas, quaisquer que sejam, geram estados enfermiços.
Os reflexos dos sentimentos menos dignos que alimentamos voltam-se sobre nós mesmos, depois de convertidos em ondas mentais, tumultuando o serviço das células nervosas que, instaladas na pele, nas vísceras, na medula e no tronco cerebral, desempenham as mais avançadas funções técnicas; acentue-se, ainda, que esses reflexos menos felizes, em se derramando sobre o córtex encefálico, produzem alucinações que podem variar da fobia oculta à loucura manifesta, pelas quais os reflexos daqueles companheiros encarnados ou desencarnados, que se nos conjugam ao modo de proceder e de ser, nos atingem com sugestões destruidoras, diretas ou indiretas, conduzindo-nos a deploráveis fenômenos de alienação mental, na obsessão comum, ainda mesmo quando no jogo das aparências possamos aparecer como pessoas espiritualmente sadias.
Não nos esqueçamos, assim, de que apenas o sentimento reto pode esboçar o reto pensamento, sem os quais a alma adoece pela carência de equilíbrio interior, imprimindo no aparelho somático os desvarios e as perturbações que lhe são conseqüentes.

Livro Pensamento e Vida
Emmanuel -Chico Xavier

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

DECÁLOGO ESPÍRITA

13/08/2012




1º - Trabalho e Silêncio.
Através do trabalho aliado ao silêncio não há dificuldade alguma que não possa ser superada, sem que se tenha, para tanto, necessidade de recorrer a outro expediente.
2º - Trabalho e Alegria.
O trabalho com alegria é o argumento mais eloquente com que, à frente de seus opositores, sem pronunciar palavra, o homem consegue defender as suas convicções mais íntimas.
3 º - Trabalho e Perdão.
Quem se dispõe a trabalhar, perdoando toda e qualquer incompreensão de que se faça alvo, não consente que a crítica, por mais contundente, lhe paralise as mãos no melhor a fazer.
4º - Trabalho e Prece.
Aquele que trabalha no clima da prece, de imediato, experimenta os benefícios da tarefa que realiza, dispensando outra aprovação que não seja a de sua própria consciência.
5º - Trabalho e Disciplina.
O trabalho com disciplina é garantia de absoluta superação dos obstáculos a serem vencidos, que, por maiores se façam, não resistem à ação de perseverança.
6º - Trabalho e Renúncia.
O trabalho de quem serve com base na renúncia a caprichos de ordem pessoal e a interesses subalternos, mesmo que constantemente instado a isto, não sente necessidade de dar satisfações a quem seja.
7º - Trabalho e Boa Vontade.
A Boa Vontade é o principal requisito de quem trabalha com a intenção de promover o bem dos semelhantes, sem que, inclusive do ponto de vista moral, venha a se sentir completamente apto para o que pretende realizar.
8º - Trabalho e Honestidade.
Sem honestidade, nenhum trabalho de natureza espiritual consegue prosperar, porque, em hipótese alguma, contará com o aval dos Planos Superiores que lhe garantem o êxito.
9º - Trabalho e Caridade.
De todos os trabalhos, o trabalho na caridade é aquele de que o homem mais necessita e que, em sua transformação íntima, ninguém poderá substituí-lo no suor que deve derramar.
10º - Trabalho e Trabalho.
Trabalhar e trabalhar, incansavelmente, sem se consentir o menor tempo ocioso, é o único recurso de vigilância com que o homem há de se sobrepor a influência das trevas e acender, dentro de si, a réstea de luz que se fará bendito clarão em seu caminho.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 13 de agosto de 2012.

É IMPRESSIONANTE!!!

20/08/2012



Confesso a vocês que tenho feito o máximo esforço para conter a indignação, mas, por vezes, certas pessoas abusam demais da nossa capacidade espiritual de permanecer em silêncio...
Eu não sei se vocês saberão do que estou falando, mas prometi a mim mesmo não falar além do que devo – confio na capacidade dos leitores deste blog de atinarem com o que pretendo dizer, e, mais do que dizer, denunciar.
De início, esclareço que o assunto nada tem a ver comigo, pois, com o Espiritismo, tenho aprendido a não ser advogado em causa própria. Tampouco, nada tem a ver com o amigo médium de que tenho me valido em meus arrazoados de além-túmulo, pois, para se defender, ele não necessita de mim...
A questão é a seguinte: tem gente que, na tentativa de se justificar em seus desmandos doutrinários – diria mesmo, desonestidades! –, está tentando fazer com que Chico Xavier a ele se nivele...
É isto mesmo o que você está lendo, com estes seus olhos que, um dia, a terra também há de comer com um apetite voraz!
É impressionante!!!
De repente, o nosso pobre Chico – homem de uma vida irretocável, em todos os aspectos! – foi quem errou ao dizer isto, ao escrever aquilo, tornando pública uma situação de lesa-Doutrina...
Com sutileza maquiavélica, estão tentando induzir as pessoas a crer que Chico também copiava, ou, se preferirem, plagiava! Ultrapassando todos os limites do bom senso e do respeito – tem gente que para falar ou escrever sobre Chico, precisava, antes, lavar a boca e as mãos com soda cáustica! –, disseram, recentemente, que a obra “Nosso Lar”, de André Luiz, é quase um plágio das obras de Swedenborg e de Vale Owen!!!
Vocês me desculpem os excessivos pontos de exclamação, mas, sinceramente, não tem como ser diferente...
Vejam o que, através deste médium, eu pude ler com estes meus olhos que a terra deste Outro Lado da Vida também há de comer, um dia: “Chico sempre teve comportamento irretocável nesse aspecto”! Como para bom entendedor um pingo é letra, coitado do Chico noutros aspectos, não é?! Não é o que você está entendendo, ou estou exagerando?!
Primeiro: negam que Chico tenha a sido a reencarnação de Allan Kardec...
Segundo: “Nosso Lar” não é a obra sui-generis que imaginamos... (Ora, senhores, vocês estão falando com quem conhece as obras de Swedenborg, Vale Owen e Stainton Moses no original! – obras, sem dúvida, interessantes, todavia, comparadas a “Nosso Lar”, é o Jardim da Infância diante da Universidade!).
Terceiro: o objetivo disto tudo é o de reduzir a Chico a um mediunzínho qualquer!!!
Vocês querem saber de uma coisa? Não fosse a Obra Mediúnica de Chico Xavier, com toda a nossa reverência a Kardec, a sua seria uma Obra de mais de 150 anos atrás! E dê pinotes quem quiser... Esta é a pura verdade!
Então, por favor, mais respeito com o nosso Chico, um homem extremamente bondoso, que, quando insistentemente solicitado a tanto, não hesitava em escrever um bilhete ou uma carta a quem estivesse precisando, sem que isto quisesse significar mais do que simplesmente isto: um gesto de fraternidade a um companheiro necessitado e, por vezes, quiçá, arrependido pelo passado, mas não pelo presente!...
- Meu filho – disse ele, ao explicar-se a um amigo –, eu não posso desencarnar deixando problemas para o Movimento Espírita!...

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 20 de agosto de 2012.



Berço


Excetuando-se os planos organizados para as obras especiais, em que Espíritos missionários senhoreiam as reservas fisiológicas para a criação de reflexos da Vida Superior entre os homens, impelindo-os a maior ascensão, todo berço de agora retrata o ontem que passou.
O caminho que iniciamos em determinada existência é o prolongamento dos caminhos que percorremos naquelas que a precederam.
Esfalfa-se a investigação científica na Terra, estudando o continuísmo biológico.
Núcleos de cromossomos e veículos citoplásmicos, fatores de ambiente e genealogias familiares são chamados pelos geneticistas à equação dos problemas da origem e é natural que de suas indagações surjam resultados notáveis, quais sejam aqueles que tangem aos caracteres morfológicos e às surpresas da adaptação.
O escalpelo da observação humana, porém, não consegue, por agora, ultrapassar o recinto externo da constituição orgânica, detendo-se no exame da conformação e da estatura, da pigmentação e do grupo sangüíneo, alusivos à filiação corpórea, já que os meandros da hereditariedade psíquica são, por enquanto, quase que integralmente inacessíveis à sondagem da inteligência terrestre.
É que as células germinais, por sementes vivas, reproduzem
os nossos clichês da consciência no trabalho impalpável da formação de um corpo novo.
Na câmara uterina, o reflexo dominante de nossa individualidade impressiona a chapa fetal ou o conjunto de princípios germi nativos que nos forjam os alicerces do novo instrumento físico, selando-nos a destinação para as tarefas que somos chamados a executar no mundo, em certa quota de tempo.
Nisso não vai qualquer exaltação ao determinismo absoluto,
porque ninguém pode suprimir o livre-arbítrio, com o qual articulamos as causas de sofrimento ou reparação em nossos destinos, dentro do determinismo relativo em que marchamos para mais altas formas de emoção e pensamento, na conquista da liberdade suprema.
Pelo transe da morte física, regressamos à Vida Maior com a
soma de realizações que nem sempre são aquelas que devêramos efetuar. Em muitas circunstâncias, as imagens trazidas da permanência na carne são fantasmas temíveis, nascidos de nossas próprias culpas, exigindo reajuste e pagamento, a modelarem para os nossos sentidos o inferno torturante em que se nos revolvem as queixas e aflições.
Eis, porém, que a Justiça Fiel, por misericórdia, nos concede
o retorno para a bênção do reinício. Retomamos, assim, através do berço, o contato direto com os nossos credores e devedores para a liquidação dos débitos que contraímos, cujo balanço efetivo jaz devidamente contabilizado nas Leis Divinas.
É desta maneira que comumente renascemos na Terra, segundo as nossas dívidas ou conforme as nossas necessidades, assimilando para esse fim a essência genética daqueles que se nos afinam com o modo de proceder e de ser.
Os problemas da hereditariedade, em razão disso, descendem, de forma geral, dos reflexos mentais que nos sejam próprios.
Em verdade, por vezes, abnegados corações, cultivando a leira
do amor pelo sacrifício, trazem a si corações desditosos, guardando transitoriamente, nos braços, monstruosas aberrações que destoam do elevado nível em que já se instalaram; contudo, de vemos semelhantes exceções ao espírito de renúncia com que fazem emergir das regiões infernais velhos laços afetivos, distanciados
no tempo, usando o divino atributo da caridade.
De conformidade com a regra, porém, nosso berço no mundo é o reflexo de nossas necessidades, cabendo a cada um de nós, quando na reencarnação, honrá-lo com trabalho digno de restauração, melhoria ou engrandecimento, na certeza de que a ele fomos trazidos ou atraídos, segundo os problemas da regeneração ou da mordomia de que carecemos na recomposição de nosso destino, perante o futuro.

Livro: Pensamento e Vida- Chico Xavier/Emmanuel.

Associação


Se o homem pudesse contemplar com os próprios olhos as
correntes de pensamento, reconheceria, de pronto, que todos vivemos em regime de comunhão, segundo os princípios da afinidade.
A associação mora em todas as coisas, preside a todos os acontecimentos e comanda a existência de todos os seres.
Demócrito, o sábio grego que viveu na Terra muito antes do
Cristo, assevera que “os átomos, invisíveis ao olhar humano,
agrupam-se à feição dos pombos, à cata de comida, formando assim os corpos que conhecemos”.
Começamos agora a penetrar a essência do microcosmo e, de alguma sorte, podemos simbolizar, por enquanto, no átomo entregue à nossa perquirição, um sistema solar em miniatura, no qual o núcleo desempenha a função de centro vital e os elétrons a de planetas em movimento gravitativo.
No plano da Vida Maior, vemos os sóis carregando os mundos na imensidade, em virtude da interação eletromagnética das forças universais.
Assim também na vida comum, a alma entra em ressonância
com as correntes mentais em que respiram as almas que se lhe assemelham.
Assimilamos os pensamentos daqueles que pensam como
pensamos.
É que sentindo, mentalizando, falando ou agindo, sintonizamo- nos com as emoções e idéias de todas as pessoas, encarnadas ou desencarnadas, da nossa faixa de simpatia.
Estamos invariavelmente atraindo ou repelindo recursos mentais que se agregam aos nossos, fortificando-nos para o bem ou para o mal, segundo a direção que escolhemos.
Em qualquer providência e em qualquer opinião, somos sempre a soma de muitos.
Expressamos milhares de criaturas e milhares de criaturas nos expressam.
O desejo é a alavanca de nosso sentimento, gerando a energia que consumimos, segundo a nossa vontade.
Quando nos detemos nos defeitos e faltas dos outros, o espelho de nossa mente reflete-os, de imediato, como que absorvendo as imagens deprimentes de que se constituem, pondo-se nossa imaginação a digerir essa espécie de alimento, que mais tarde se incorpora aos tecidos sutis de nossa alma. Com o decurso do tempo, nossa alma, não raro, passa a exprimir, pelo seu veículo de manifestação, o que assimilara, fazendo-o seja pelo corpo carnal,
entre os homens, seja pelo corpo espiritual de que nos servimos, depois da morte.
É por esta razão que geralmente os censores do procedimento alheio acabam praticando as mesmas ações que condenam no próximo, porquanto, interessados em descer às minúcias do mal, absorvem-lhe inconscientemente as emanações, surpreendendose, um dia, dominados pelas forças que o representam.
Toda a brecha de sombra em nossa personalidade retrata a
sombra maior.
Qual o pequenino foco infeccioso que, abandonado a si mesmo, pode converter-se dentro de algumas horas no bolo pestífero de imensas proporções, a maledicência pode precipitar-nos no vício, tanto quanto a cólera sistemática nos arrasta, muita vez, aos labirintos da loucura ou às trevas do crime.
Pensando, conversando ou trabalhando, a força de nossas idéias,palavras e atos alcança, de momento, um potencial tantas vezes maior quantas sejam as pessoas encarnadas ou não que concordem conosco, potencial esse que tende a aumentar indefinidamente, impondo-nos, de retorno, as conseqüências de nossas próprias iniciativas.
Estejamos, assim, procurando incessantemente o bem, ajudando, aprendendo, servindo, desculpando e amando, porque, nessa atitude, refletiremos os cultivadores da luz, resolvendo, com segurança o nosso problema de companhia.

Livro: Pensamento e Vida -Emmanuel/Chico Xavier

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Reforma Íntima



A reforma íntima!

Quanto puderes, posterga a prática do mal até o momento que possas vencer essa força doentia que te empurra para o abismo.

Provocado pela perversidade, que campeia a solta, age em silêncio, mediante a oração que te resguarda na tranqüilidade.

Espicaçado pelos desejos inferiores, que grassam, estimulados pela onde crescente do erotismo e da vulgaridade, gasta as tuas energias excedentes na atividade fraternal.

Empurrado para o campeonato da competição, na área da violência, estuga o passo e reflexiona, assumindo a postura da resistência passiva.

Desconsiderado nos anseios nobres do teu sentimento, cultiva a paciência e aguarda a bênção do tempo que tudo vence.

Acoimado pela injustiça ou sitiado pela calúnia, prossegue no compromisso abraçado, sem desânimo, confiando no valor do bem.

Aturdido pela compulsão do desforço cruel, considera o teu agressor como infeliz amigo que se compraz na perturbação.

Desestimulado no lar, e sensibilizado por outros afetos, renova a paisagem familiar e tenta salvar a construção moral doméstica abalada.

É muito fácil desistir do esforço nobre, comprazer-se por um momento, tornar-se igual aos demais, nas suas manifestações inferiores. Todavia, os estímulos e gozos de hoje, no campo das paixões desgovernadas, caracterizam-se pelo sabor dos temperos que se convertem em ácido e fel, a requeimarem por dentro, passados os primeiros momentos.

Ninguém foge aos desafios da vida, que são técnicas de avaliação moral para os candidatos à felicidade.

O homem revela sabedoria e prudência, no momento do exame, quando está convidado à demonstração das conquistas realizadas.

Parentes difíceis, amigos ingratos, companheiros inescrupulosos, co-idealistas insensíveis, conhecidos descuidados, não são acontecimentos fortuitos, no teu episódio reencarnacionista.

Cada um se movimenta, no mundo, no campo onde as possibilidades melhores estão colocadas para o seu crescimento. Nem sempre se recebe o que se merece. Antes, são propiciados os recursos para mais amplas e graves conquistas, que darão resultados mais valiosos.

Assim, aprende a controlar as tuas más inclinações e adia o teu momento infeliz.

Lograrás vencer a violência interior que te propele para o mal, se perseverares na luta.

Sempre que surja oportunidade, faze o bem, por mais insignificante que te pareça. Gera o momento de ser útil e aproveita-o.

Não aguardes pelas realizações retumbantes, nem te detenhas esperando as horas de glorificação.

Para quem está honestamente interessado na reforma íntima, cada instante lhe faculta conquistas que investe no futuro, lapidando-se e melhorando-se sem cansaço.

Toda ascensão exige esforço, adaptação e sacrifício.

Toda queda resulta em prejuízo, desencanto e recomeço.

Trabalha-te interiormente, vencendo limite e obstáculo, não considerando os terrenos vencidos, porém, fitando as paisagens ainda a percorrer.

A tua reforma íntima te concederá a paz por que anelas e a felicidade que desejas.






Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco. Da obra Vigilância

sábado, 18 de agosto de 2012

Responsabilidade



 •  Postado por Redação


A Doutrina Espírita admite no homem o livre-arbítrio em toda a sua plenitude e, se lhe diz que, praticando o mal, ele cede a uma sugestão estranha e má, em nada lhe diminui a responsabilidade, pois lhe reconhece o poder de resistir, o que evidentemente lhe é muito mais fácil do que lutar contra a sua própria natureza.
Assim, de acordo com a Doutrina Espírita, não há arrastamento irresistível: o homem pode sempre cerrar ouvidos à voz oculta que lhe fala no íntimo, induzindo-o ao mal, como pode cerrá-los à voz material daquele que lhe fale ostensivamente.
Pode-o pela ação da sua vontade, pedindo a Deus a força necessária e reclamando, para tal fim, a assistência dos bons Espíritos. (L.E. 872)1
Sobre o tema em tela, seguem algumas contribuições de Cairbar Schutel, constantes do livro Fundamentos da Reforma Íntima (Casa Editora O Clarim):
Responsabilidade é inerente ao encarnado, visto que todo ser humano, em especial a partir dos dezesseis anos, quando possui completo livre-arbítrio, deve responder perante Deus pelo que faz e, consequentemente, pelo que causa (654).
Pode-se dizer: cada reação vivida pelo encarnado é fruto de sua anterior ação. Ele é responsável pelos atos que comete e pelas consequências que sofre. Sob outro aspecto, quando pratica um mal grave, além de estar dando início a uma ação, tem a obrigação de reparação. Logo, quando recebe a reação, vê-se a responsabilidade do encarnado somente sob o aspecto casual. Quando pratica a ação negativa, vê-se a sua responsabilidade sob o aspecto dúplice: causal e reparatório. (658)
A responsabilidade tem ainda a sua análise voltada para o campo deontológico, visto que todo encarnado tem deveres morais e possui, portanto, a responsabilidade de executá-los. (659)
Irresponsabilidade, no contexto da reforma íntima, não existe. Todos os encarnados são responsáveis pelos seus atos, cabendo à Superioridade Divina avaliar o grau de responsabilidade e suas consequências. (660)
São os encarnados levados diariamente a agir com diligência nos seus atos a fim de que não se tornem responsáveis por consequências negativas, que haverão de reparar no futuro. (668)
Portanto, é cabível ressaltar que toda ação contrária ao bem é uma decorrência da falta de conhecimento suficiente ou da inexata compreensão da moral cristã. Ninguém, em sã consciência, seria descuidado nos seus deveres morais e cristãos se tivesse pleno entendimento da teoria e dos ensinamentos contidos no Evangelho de Jesus. (669)
Núcleo fundamental de desenvolvimento do ser humano, a família convive com responsabilidades e desacertos de seus membros no seu cotidiano. (675)
Ser diligente no seio familiar é também cuidar do assunto com a devida atenção e não descurar da educação dos filhos nesse mesmo contexto, dando-lhes norteamentos indispensáveis à sua formação. (680)
Surge, após o advento da progênie, a responsabilidade pela sua boa educação. Devem os pais conduzir os filhos pela senda cristã, acima de tudo, dando-lhes toda a informação possível para que se tornem seres humanos melhores do que efetivamente o são. (684)
Filhos espelham-se geralmente em seus pais. (687)
Apesar de possuírem bagagem espiritual secular própria, com defeitos e virtudes individuais, os infantes carecem de orientação para aprimorarem os seus âmagos, tornando-se seres mais apurados na trilha cristã. Essa a responsabilidade dos pais. (688)
Aos médiuns, de um modo geral, um alerta: possuem responsabilidades inarredáveis pelas comunicações que proporcionam e pela sinceridade ou manipulação com que agem sobre elas. (695)
Ser médium acarreta, ainda, a responsabilidade de educar a mediunidade. (698

1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos.

Jornal O Clarim -Agosto 2012

A urgência e a importância da Educação Espírita da Infância •



 •  Postado por Martha Rios Guimarães


Em 2006, ao aceitar o convite para dirigir o Departamento de Educação Espírita da Infância, pela União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, possuía uma visão abrangente das necessidades do setor, isso porque já participava ativamente de ações de troca de experiências com trabalhadores dessa área. Mesmo assim entendia ser essencial obter informações que atestassem minha visão do setor ou, se necessário, a corrigisse. Em outras palavras, busquei elementos concretos para planejar a forma de atuação do departamento, com vistas a auxiliar da melhor forma possível outros Educadores. Assim sendo, minha primeira ação foi a realização de uma pesquisa estadual que, entre outros assuntos, levantou as principais dificuldades dos Educadores Espíritas da Infância (a pesquisa foi realizada entre 2006 e 2007, porém, desde então vem sendo atualizada através dos participantes dos cursos de Formação de Educadores Espíritas da Infância e Juventude).
O primeiro item destacado pelos trabalhadores da área de infância espírita foi o fato de se sentirem despreparados (28%) para cumprir a função de levar a mensagem espírita aos mais novos. Dessa dificuldade, ainda segundo apontamento dos pesquisados, nascem pelo menos mais duas: a primeira é a falta de interesse dos Educandos e a segunda, a difícil tarefa de elaborar aulas sem uso de material já pronto. O segundo obstáculo mais citado é a falta de trabalhadores (23%), seguido de: estrutura física inadequada (16%), falta de público infantil (12%), desinteresse dos pais (11%) e falta de apoio dos Dirigentes (8%). Com 1% cada foram listados por último o acúmulo de tarefas do Educador e a desvalorização do trabalho.
Ao analisarmos esses dados percebemos que a atividade de Educação Espírita Infantojuvenil está longe de ter seu merecido espaço dentro da maioria das Casas Espíritas que, muitas vezes, se contentam com atividades de recreação – onde crianças são entretidas enquanto os adultos assistem sossegados às suas reuniões, essas sim, pensadas e realizadas com os cuidados necessários. Da mesma forma, percebe-se que nem sempre a escolha do trabalhador para esse setor passa pelo mesmo cuidadoso processo de escolha dispensado a outros segmentos da instituição, como se a única característica deste tarefeiro fosse relacionar-se bem com os pequenos. Essa, claro, uma qualidade essencial, mas não mais importante do que o conhecimento da Doutrina Espírita, base de todo trabalho de Educação Espírita Infantojuvenil, que deve ser criteriosamente planejado e executado pela equipe de Educadores.
A falta de trabalhadores não é exclusividade deste campo de atuação, entretanto, nota-se que muitos Dirigentes não se empenham com a mesma intensidade quando a equipe está desfalcada. Para efeito de comparação basta que pensemos o que faria um Dirigente espírita cuja instituição atravessasse um período de escassez de médiuns, por exemplo. Provavelmente, toda a Diretoria seria convocada para, juntos, buscarem soluções urgentes para o grave problema (no que, como Dirigente, concordo plenamente), contudo, muitas vezes quando isso ocorre na equipe de Educadores Espíritas, fecha-se o setor até que espontaneamente apareçam trabalhadores. O mesmo ocorre com a falta de público infantil, situação que exige esforços para atrair pessoas dessa faixa etária.
Espaços inadequados representam outra grande dificuldade, nem sempre encarada com a devida preocupação. Também nesse quesito os adultos saem ganhando, uma vez que, normalmente, os melhores espaços são destinados a esse público. E o mais interessante é que os menores têm maior necessidade de ambientes especificamente pensados para eles, não apenas por uma questão de segurança, mas porque o meio físico interfere no rendimento, na capacidade de compreensão e na interação entre o grupo.
Também os pais, principais responsáveis pela Educação dos filhos, nem sempre percebem o quão importante é colocar a criança (desde a tenra idade) em contato com a base doutrinária, uma vez que os ensinamentos espíritas abrem uma nova forma de pensar e agir e quanto antes penetrarem na alma do ser reencarnado, maiores benefícios oferecerão. Desta forma, muitos acabam – sem perceber, provavelmente – passando aos seus rebentos a ideia de que Centro Espírita é local para ir quando estamos com problemas - quando na verdade deve ser um local de frequência constante, local de fazer e interagir com amigos, local de aprendizado! A falta de apoio dos Dirigentes se evidencia ainda no acompanhamento ao trabalho executado na área aqui enfocada. De acordo com a pesquisa, ainda são raras as instituições cuja Diretoria estimula a equipe do setor a se preparar para a importante (e estratégica) tarefa, que busca materiais para fornecer aos tarefeiros, que conhecem a forma de trabalho, enfim.
Outro ponto interessante é a preocupação com turmas lotadas (essa, infelizmente, uma preocupação que se estende a todas as atividades das sociedades espíritas, podendo ocasionar sérios problemas doutrinários – mas esse é assunto para um outro artigo), como se quantidade e qualidade andassem sempre de mãos dadas.
Pode parecer que este texto tem o objetivo único de criticar as Casas Espíritas, mas não é essa a intenção. Apenas exponho esses pontos para que possamos refletir sobre a necessidade urgente (não apressada, como diria Bezerra de Menezes) de olhar (e agir) para este trabalho tão fundamental.
Toda tarefa na seara espírita (e fora dela) tem obstáculos, mas se acreditamos em sua importância devemos superá-los com dedicação e responsabilidade. Culpar os Dirigentes pela falta de apoio ou recusar a tarefa por não ter o reconhecimento que julgamos merecer não é a postura adequada para mudarmos o quadro aqui retratado. Muitos são os benefícios que a Educação Espírita oferece aos Educandos, à família, à Casa Espírita e até à sociedade, mas para que ela atinja os resultados esperados há que se unir esforços entre todos os envolvidos no processo educacional (Educadores, Educandos, pais e Dirigentes). Começar a refletir sobre os obstáculos e buscar forma de superá-los já é um bom começo, porém!

Fonte: Jornal O Clarim -Agosto 2012

Tem base bíblica o Espiritismo, e é dogmático o outro cristianismo

Crônicas e Artigos
Ano 6 - N° 274 - 19 de Agosto de 2012
JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte, MG (Brasil)
      
 


Pouco se fala da diferença entre os dois cristianismos: o bíblico e o dogmático. Mas até guerras eles já causaram.
Há dogmas que unem os cristãos. Mas há os que os dividem como os dogmas da Transubstanciação e da infalibilidade papal.
Os adeptos do cristianismo espírita procuram não ser apenas alunos do excelso Mestre, ou seja, aqueles que só estudam o seu evangelho, mas esforçam-se também para serem seus discípulos, pois eles têm como princípio religioso e moral a vivência de fato do evangelho. Realmente, o Espiritismo segue apenas a Bíblia, superando nisso a Igreja Católica e demais igrejas cristãs. E a doutrina dos Espíritos não aceita os dogmas, que foram imaginados e instituídos pelos teólogos com base em interpretações abusivas simbólicas e literais da Bíblia, e isso quando eles não são frontalmente contrários a ela. Por isso, o Espiritismo é a religião cristã mais combatida por católicos, protestantes e evangélicos.
E há mais um fator que agrava esses ataques. Os líderes religiosos espíritas são voluntários no seu trabalho de divulgação do evangelho. Assim, enquanto os outros líderes religiosos cristãos vivem da sua religião, os líderes cristãos espíritas vivem para a sua religião. Jesus disse que não podemos servir a Deus e a mamom (deus da riqueza). E, exatamente por ser o Espiritismo assim diferente, é que o caluniam de macumbaria, feitiçaria, doentes mentais, superstição, charlatanice, contato com os demônios (na interpretação ainda errada de muitos cristãos) etc. Mas como as pessoas, em sua maioria, não estão mais acreditando nessas mentiras e calúnias, muitos líderes religiosos não espíritas estão apelando agora para outra tática, gritando para os quatro cantos do mundo que o Espiritismo não é cristão, porque não aceita os dogmas, entre eles, o polêmico e politeísta, que quer sustentar que Jesus é outro Deus, dogma esse decretado no tumultuado Concílio Ecumênico de Niceia (325). É um direito que os teólogos ainda tentem sustentar esse dogma, mas também que eles não estranhem que o cristianismo tradicional está, lamentavelmente, em decadência, e que o Islamismo está avançando na Europa, continente que sempre foi um terreno fértil para a difusão e crescimento do Cristianismo.
O Espiritismo não segue a Bíblia às cegas, pois Deus nos deu a inteligência para ser usada. A Bíblia contém a palavra de Deus ou dos Espíritos, anjos de Deus trabalhando no seu projeto. (Hebreus 1:14).  E é errado afirmar que a Bíblia é literalmente a palavra de Deus. Esse erro decorre do fato de os teólogos do passado pensarem que todo Espírito manifestante na Bíblia fosse o do próprio Deus, quando isso nunca aconteceu.
E eis um exemplo de que até satanás é confundido com o Espírito do próprio Deus. O Senhor incita Davi a fazer o censo dos israelitas. (2 Samuel 24:1). Mas, em outra parte bíblica, é satanás que incita Davi a fazer esse censo. (1 Crônicas 21:1). Também se diz no episódio da sarça ardente (Êxodo 3:7) que foi Deus que falou com Moisés. Mas Paulo, Atos (7:30), afirma que foi um anjo, isto é, um Espírito.
O Espiritismo, realmente, segue a Bíblia, mas com uma interpretação raciocinada, como é raciocinada também a sua fé!