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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O PASSE


 
 E - Cap. XXVI - Item 7

O passe não é unicamente transfusão de energias anímicas. É o equilibrante ideal da mente, apoio eficaz de todos os tratamentos.
Desânimo e tristeza, tanto quanto insatisfação e revolta, são síndromes da alma, estabelecendo distonias e favorecendo moléstias do corpo.
Se há saúde, esses estados de espíritos patrocinam desastres orgânicos; na doença equivalem a fatores predisponentes da desencarnação prematura.
Mas não é só isso.
Em todo desequilíbrio mental, as forças negativas entram mais facilmente em ação instalando processos obsessivos de duração indeterminada.
Se usamos o antibiótico por substância destinada a frustrar o desenvolvimento de microorganismos no campo físico, por que não adotar o passe por agente capaz de impedir as alucinações depressivas, no campo da alma?
Se atendemos à assepsia, no que se refere ao corpo, por que descurar dessa mesma assepsia no que tange ao espírito?
A aplicação das forças curativas em magnetismo enquadra-se à efluvioterapia com a mesma importância do emprego providencial de emanações da eletricidade.
Espíritas e médiuns espíritas, cultivemos o passe, no veículo da oração, com o respeito quem se deve a um dos mais legítimos complementos da terapêutica usual.
Certamente os abusos da hipnose, responsáveis por leviandades lamentáveis e por truanices de salão, em nome da ciência, são perturbações novas no mundo, mas o passe, na dignidade da prece, foi sempre auxilio divino às necessidades humanas. Basta lembrar que o Evangelho apresenta Jesus, ao pé dos sofredores, impondo as mãos.
 
 
(De “Opinião Espírita”, de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz)

evangelho e educação

Emmanuel

Quando o mestre confiou ao mundo a divina mensagem da Boa Nova, a Terra, sem dúvida, não se achava desprovida de sólida cultura.
Na Grécia, as artes haviam atingido luminosa culminância e, em Roma, bibliotecas preciosas circulavam por toda parte, divulgando a política e a ciência, a filosofia e a religião.
Os escritores possuíam corpos de copistas especializados e professores eméritos conservavam tradições e ensinamentos, preservando o tesouro da inteligência.
Prosperava a instituição, em todos os lugares, mas a educação demorava-se em lamentável pobreza.
O cativeiro consagrado por lei era flagelo comum.
A mulher, aviltada em quase todas as regiões, recebia tratamento inferior ao que se dispensava aos cavalos.
Homens de consciência enobrecia, por infelicidade financeira ou por questiúnculas de raça, eram assinalados a ferro candente e submetidos à penosa servidão, anotados como animais.
Os pais podiam vender os filhos.
Era razoável cegar os vencidos e aproveita-los em serviços domésticos.
As crianças fracas eram, quase sempre, punidas com a morte.
Enfermos eram sentenciados ao abandono.
As mulheres infelizes podiam ser apedrejadas com o beneplácito da justiça.
Os mutilados deviam perecer nos campos de luta, categorizados à conta de carne inútil.
Qualquer tirano desfrutava o direito do reduzir os governados à extrema penúria, sem ser incomodado por ninguém.
Feras devoravam homens vivos nos espetáculos e divertimentos públicos, com aplauso geral.
Rara a festividade do povo que transcorria sem vasta efusão de sangue humano, como impositivo natural dos costumes.
Com Jesus, entretanto, começa uma era nova para o sentimento.
Condenado ao supremo sacrifício, sem reclamar, e rogando o perdão celeste para aqueles que o vergastavam a feriam, instila no ânimo dos seguidores novas disposições espirituais.
Iluminados pela Divina Influência, os discípulos do Mestre consagram-se ao serviço dos semelhantes.
Simão Pedro e os companheiros dedicam-se aos doentes e infortunados.
Instituem-se casas de socorro para os necessitados e escolas de evangelização para o espírito popular.
Pouco a pouco, altera-se a paisagem social, no curso dos séculos.
Dilacerados e atormentados, entregues ao supremo sacrifício nas demonstrações sanguinolentas dos tribunais e das praças públicas, ou trancafiados nas prisões, os aprendizes do Evangelho ensinam a compaixão e a solidariedade, a bondade e o amor, a fortaleza moral e a esperança.
Há grupos de servidores, que se devotam ao trabalho remunerado para a libertação de numerosos cativos.
Senhores da fortuna e da terra, tocados nas fibras mais íntimas, devolvem escravos ao mundo livre.
Doentes encontram remédio, mendigos acham teto, desesperados se reconfortam, órfãos são recebidos no lar.
Nova mentalidade surge na Terra.
O coração educado aparece, por abençoada luz, nas sombras da vida.
A gentileza e a afabilidade passam a reger o campo das boas maneiras e, sob a inspiração do Mestre Crucificado, homens de pátrias e raças diferentes aprenderam a encontrar-se com alegria, exclamando, felizes: _ “meu irmão”.
 
Livro “Roteiro”, psicografado por Francisco Cândido Xavier)

O perispírito

Emmanuel

Como será o tecido sutil da espiritual roupagem que o homem envergará, sem o corpo de carne, além da morte?
Tão arrojada é a tentativa de transmitir informes sobre a questão aos companheiros encarnados, quão difícil se faria esclarecer à lagarta com respeito ao que será ela depois de vencer a inércia da crisálida.
Colado ao chão ou à folhagem, arrastando-se, pesadamente, o inseto não desconfia que transporta consigo os germes das próprias asas.
O perispírito é, ainda, corpo organização que, representando o molde fundamental da existência para o homem, subsiste, além do sepulcro, de conformidade com o seu peso específico.
Formado por substâncias químicas que transcendem a série estequiogenética conhecida até agora pela ciência terrena, é aparelhagem de matéria rarefeita, alterando-se, de acordo com o padrão vibratório do campo interno.
Organismo delicado, extremo poder plástico, modifica-se sob o comando do pensamento. É necessário, porém, acentuar que o poder apenas existe onde prevaleçam a agilidade e a habilitação que só a experiência consegue conferir.
Nas mentes primitivas, ignorantes e ociosas, semelhante vestidura se caracteriza pela feição pastosa, verdadeira continuação do corpo físico, ainda animalizado ou enfermiço.
O progresso mental é o grande doador de renovação ao equipamento do espírito em qualquer plano de evolução.
Note-se, contudo, que não nos reportamos aqui ao aperfeiçoamento interior.
O crescimento intelectual, com intensa capacidade de ação, pode pertencer a inteligências perversas.
Daí a razão de encontrarmos, em grande número, compactas falanges de entidades libertas dos laços fisiológicos, operando nos círculos da perturbação e da crueldade, com admiráveis recursos de modificação nos aspectos em que se exprimem.
Não adquiriram, ainda, a verticalidade do Amor que se eleva ao santuários divinos, na conquista da própria sublimação, mas já se iniciaram na horizontalidade da Ciência com que influenciam aqueles que, de algum modo, ainda lhes partilham a posição espiritual.
Os “anjos caídos” não passam de grandes gênios intelectualizados com estreita capacidade de sentir.
Apaixonados, guardam a faculdade de alterar a expressão que lhes é  própria, fascinando e vampirizando nos reinos inferiores da natureza.
Entretanto, nada foge à transformação e tudo se ajusta, dentro do Universo, para o geral aproveitamento da vida.
A ignorância dormente é acordada e aguilhoada pela ignorância desperta.
A bondade incipiente é estimulada pela bondade maior.
O perispírito, quanto à forma somática, obedece a leis de gravidade, no plano a que se afina.
Nossos impulsos, emoções, paixões e virtudes nele se expressam fielmente. Por isso mesmo, durante séculos e séculos no demoraremos nas esferas da luta carnal ou nas regiões que lhes são fronteiriças, purificando a nossa indumentária e embelezando-a, a fim de preparar, segundo o ensinamento de Jesus, a nossa veste nupcial para o banquete do serviço divino.
 
Livro “Roteiro”, psicografado por Francisco Cândido Xavier)

Evangelho e simpatia

Emmanuel

Do apostolado de Jesus, destaca-se a simpatia por alicerce da felicidade humana.
A violência não consta da sua técnica de conquistar.
Ainda hoje, vemos vasta fileira de lidadores do sacerdócio usando, em nome dEle, a imposição e a crueldade; todavia, o Mestre, invariavelmente, pautou os seus ensinamentos nas mais amplas normas de respeito aos seus contemporâneos.
Jamais faltou com o entendimento justo para com as pessoas e as situações.
Divino Semeador, sabia que não basta plantar os bons princípios e sim oferecer, antes de tudo, à semente favoráveis condições, necessários à germinação e ao crescimento.
Certo, em se tratando do interesse coletivo, Jesus não menoscaba a energia benéfica.
Exprobra o comercialismo desenfreado que humilha o Templo, quanto profliga os erros de sua época.
Entretanto, diante das criaturas dominadas pelo mal, enche-se de profunda compaixão e tolerância construtivas.
Aos enfermos não indaga quanto à causa das aflições que os vergastam, para irritá-los com reclamações.
Aos enfermos não indaga quando à causa das aflições que os vergastam, para irritá-los com reclamações.
Auxilia-os e cura-os.
Os apontamentos que dirige aos pecadores e transviados são recomendações doces e sutis.
Ao doente curado do Tanque de Betesda, explica despretensioso:
_ Vai e não reincidas no erro para que te não aconteça coisa pior.
À pobre mulher, apedrejada na praça pública, adverte, bondoso:
_ Vai e não peques mais.
Não indica o inferno às vitimas da sombra. Reergue-as, compassivo, e acende-lhes nova luz.
Compreende os problemas e as lutas de cada um.
Atrai as crianças a si, compadecidamente, infundindo nova confiança aos corações maternos.
Sabe que Pedro é frágil, mas não desespera e confia nele.
Contempla o torvo drama do espírito de Judas, no entanto, não o expulsa.
Reconhece que a maioria dos beneficiários não se revelam à altura das concessões que solicitam, contudo, não lhes nega assistência.
Preso, recompõe e orelha de Malco, o soldado.
À frente de Pilatos e da Ántipas, não pede providências suscetíveis de lançar a discórdia, ainda mesmo a título de preservação da justiça.
Longe de impacientar-se com a presença dos malfeitores que também sofreram a crucificação, inclina-se amistosamente para eles e busca entendê-los e encoraja-los.
Á turba que o rodeia com palavrões e cutiladas envia pensamentos de paz e votos de perdão.
E, ainda além da morte, não foge aos companheiros que fugiram. Materializa-se, diante deles, induzindo-os ao serviço da regeneração humana, com o incentivo de sua presença e de seu amor, até ao fim da luta.
Em todas as passagens do Evangelho, perante o coração humano, sentimos no Senhor o campeão da simpatia, ensinando como sanar o mal e construir o bem. E desde a Manjedoura, sob a sua divina inspiração, um novo caminho redentor se abre aos homens, no rumo da paz e da felicidade, com bases no auxílio mútuo e no espírito de serviço, na bondade e na confraternização.
 
Livro “Roteiro”, psicografado por Francisco Cândido Xavier)

REENCARNAÇÃO, FAMÍLIA E SEXO


Através de 22 emissoras de televisão, sob o comando a TV-TUPI de São Paulo, o programa Flávio Cavalcanti apresentou, ao vivo, uma entrevista com o querido médium Francisco Cândido Xavier, em 14 de julho de 1974, qual apresentamos agora, resumidamente.
Após ser apresentado a toda a platéia presente e aos telespectadores de todo o Brasil pelo animador do programa, Chico Xavier disse em determinado momento, em agradecimento:
“Eu peço licença para dizer que esta medalha, este troféu assim tão brilhante, pertence à Doutrina Espírita da qual temos sido, até agora, o último dos últimos servidores”.
(Chico referia-se à Medalha Cinquentão, a ele ofertada pelo programa).
Sob intensa expectativa, seguiram-se as perguntas.
104 – CONHECIMENTO ANTECIPADO DA MORTE
P – O senhor admite que Emmanuel irá, quando chegar o momento, informá-lo antecipadamente do dia e da hora de sua morte?
R – Creio que ele reconhece a minha condição de criatura humana, frágil ainda; se o nosso Benfeitor Espiritual observar-me em condições adequadas para receber a notícia se, alarme, ele o fará. Mas, compreendendo decerto me abençoará com a caridade so silêncio.
105 – RELIGIÃO E TRANSFUSÃO DE SANGUE
P – Por motivos religiosos, neste confronto entre o direito à vida e a convicção religiosas, no caso do menino filho de Testemunha de Jeová que não permitiram a transfusão de sangue que o salvaria, com quem o senhor ficaria?
R – Notamos que os pais da criança estão ou estariam agindo com muita honestidade perante a fé que abraçam. Acreditamos que a Providência Divina podendo manifestar-se através de circunstâncias e através de ocorrências diversas terá induzindo a um outro pai, no caso, o Exmo. Sr. Juiz de Menores, a providenciar os recursos para o tratamento necessário à criança doente. (Aplausos).
106 – OS ESPÍRITAS E O MEDO DA MORTE
P – O Espiritismo diz que a morte é o começo de uma nova vida. Por que, então, muitos espíritas têm medo de morrer, inclusive o senhor?
R – essa notícia a meu respeito naturalmente é divulgada através daquela história, com a descrição que fiz de um dos problemas nossos numa viagem aérea. è verdade que tive muito medo da partida súbita para outro gênero de vida, mas também tive medo de quebrar a coluna e ficar impossibilitado para o trabalho. è que, efetivamente, nunca houve na terra esse ou aquele curso de preparação para a morte. Sempre  encaramos a desencarnação como sendo uma prova sem remédios ou uma dor irreversível. Isso impõe sérias complicações ao assunto. Através de existências numerosas, entramos sempre no Além com muitas dificuldades, e inibições, recapitulando de óbito em óbito, essa espécie de terror.
(*) Transcrita do “Serviço Espírita de Informações” – SEI – Rio de Janeiro (RJ) 27 de julho de 1974, sob o título “Chico Xavier no Programa Flávio Cavalcanti”.
107 – PERÍODO DE SONO
P – P Senhor dorme muito?
R – Durmo atualmente na média de 4 horas diárias, incluindo no total das minhas pausas de repouso de meia hora para tratamento dos olhos.
108 – ALIMENTAÇÃO
P – Come bem?
R – Almoço regularmente, incluindo a carne em meu prato comum. aliás sou uma pessoa natural.
109 – ESTADO DE SAÚDE
P – O Senhor está doente?
R – Tenho andado com alguma hipotensão, mas, estou em tratamento médico melhorando sempre.
110 – ATENDIMENTO SEMANAL
P – Quantas pessoas o senhor atende por semana?
R – Na atualidade, tenho contato com o público, em duas noites por semana: sextas e sábados, na média de 500 pessoas semanalmente com a repetição em mais ou menos vinte por cem, de alguns contatos pessoais com amigos e conhecidos sempre muito estimáveis.
111- OPERAÇÃO PLÁSTICA. PERMISSÃO
P – Nós temos no júri um cirurgião plástico, famoso aqui em são Paulo, o Dr. Oswaldo. O senhor seria capaz de se permitir uma operação plástica?
R – Desde que a plástica fosse para regenerar o aspecto de minha apresentação, acho que seria um dever meu, para não assustar o público, em meu relacionamento habitual. (Aplausos e risos).
112 – MENSAGEM AOS QUE SOFREM
P – O senhor sabe quem quando anunciamos que iríamos entrevistá-lo, várias penitenciárias do Estado e de outros Estados pediram autorização para que os aparelhos ficassem ligados até mais tarde, porque os presidiários gostariam de ouvi-lo e vê-lo.
Assim aconteceu com muitos hospitais, inclusive, com a Santa Casa de Misericórdia e vários outros nosocômios.
Enfermos de toda sorte, mosteiros, casa de freiras, asilos... Em todos esses lugares o senhor está sendo visto e ouvido agora. Chegou-nos, igualmente a noticia de que, em quase uma dezena de detenções, os aparelhos se encontram ligados, e os detentos pedindo uma palavra de carinho e de amor.
R – Isso me surpreende muito porque nada fiz para merecer essas atenções, nem tenho possibilidade ou dotes quaisquer para corresponder a tanta grandeza de alma. Em razão disso peço permissão aos nossos irmãos presidiários e aos caros amigos telespectadores para contar um pequeno episódio ocorrido meses atrás: Conheci em Uberaba, uma criança de seis anos que, costumeiramente, acompanhava a própria mãezinha à cidade de Igarapava e a cidades outras de nossa vizinhança, a procura de trabalho. Esse menino que se locomovia com muita dificuldade chamava-se Pedro. Demorou-se, perto de nós cerca de dois meses, freqüentando a beneficência da Comunhão Espírita Cristã. Certa vez, perguntei-lhe: “Pedro, o que é que você quer ser quando for homem feito?” Ele respondeu: “Tio Chico, quando crescer eu quero ajudar Deus a pintar as flores!”
Aquilo me enterneceu muito e eu disse: “então, você vai ser um grande artista”.No dia seguinte ao nosso diálogo, um veiculo em disparada atropelou o menino. Fui vê-lo, no colo materno, entre a expectativa da morte que se aproximava e o enternecimento que o garoto me suscitava ao coração, e perguntei-lhe: “Pedro, o que é que você quer agora? O papagaio de papel ou o carro de brincar de que você gosta tanto?
Ele me disse: “Tio Chico, eu quero... eu quero ajudar Deus...” Meu Deus, se todos nós andássemos no trânsito respeitando os sinais; se amássemos mais profundamente os nossos semelhantes ao guiar as nossas máquinas... Refiro-me a este episódio porque todas as crianças são nossos filhos, em todos os níveis sociais. Os Espíritos Benfeitores explicam sempre que as crianças são esperanças de Deus, que vieram até nós ajudando a Deus, colorindo por isso mesmo, a nossa vida d felicidade e paz.
Com referência ao assunto, rogo licença para lembrar aos amigos que nos emprestam atenção e bondade que nós todos também certas vezes, desrespeitamos os sinais vermelhos da lei e conseqüentemente entramos em grandes dificuldades, embora ninguém atropele ninguém por querer.
Em várias ocasiões, achamo-nos sob clima psicológico difícil.
Nossos irmãos nos presídios, em escolas de tratamento espiritual, são, como nós, filhos de Deus.
Jesus, quando nos recomendou entregar os nossos julgamentos aos juízes, para que não venhamos a julgar erradamente uns aos outros, compreendia, decerto que geralmente temos, digo isso de mim – determinado grau de periculosidade e que, em virtude disso, precisamos de misericórdia de todos.
Todos estamos presos a circunstâncias, a provações, problemas e lutas.
Quem de nós não está encerrado em alguma estreiteza, dentro dos nossos próprios sonhos e idéias na própria vida humana?
Com todo o nosso coração desejamos aos nossos irmãos, nos presídios, paz e amor, muita alegria, esperança, e também muito respeito à justiça, porque a violência não ajuda ninguém. (Aplausos).
Flávio Cavalcanti – Agora, cada um do júri fará uma pergunta a Chico Xavier. Por favor, aqui está o maestro Erlon Chaves, que deseja conhecer o senhor há longo tempo.
113 – CONSOLO A UM AFLITO
Erlon chaves – Este momento é muito importante para mim, porque eu tinha guardado comigo a idéia de pedir uma palavra sua de muito carinho com meu pai, que está doente. Aliás, está muito menos doente do que estava há dias atrás. E, quando Flávio falo dos presidiários, eu me lembrei de um caso que está acontecendo no Brasil. Meu pai vai entender, o assunto que exponho, pois ele me conhece bem, como eu o conheço, enfim, porque eu não peço uma palavra para ele e sim para esse rapaz, ao qual vou me referir.
Por motivos óbvios, eu não vou declinar-lhe o nome, mas vou contar o caso. Há dois anos atrás, um rapaz de 19 anos, por uma loucura da mocidade, armado com um revólver ed brinquedo, cometeu um assalto, auferido Cr$ 28,00, apenas para gastar num fim de semana. Depois disso, a vida dele andou, a polícia não o encontrou, e hoje, com 21 anos de idade, ele é um homem recuperado. mas aconteceu que a Justiça também andou e no Código Penal, assalto é punido com um mínimo de 4 anos. Ele está para ser preso. Porém, está recuperado. E como vai ser difícil a vida dele, a partir daí! Tomara que ele esteja nos vendo agora e principalmente tomara que ele ouça a sua palavra, Chico, de paz e de confiança.
Chico Xavier – Maestro Chaves, esperamos que ele, o rapaz a que o senhor se reporta de consciência edificada, quando à solução do problema, se considere tranqüilo e se submeta à magnanimidade da Justiça, na certeza de que os senhores juízes farão um pronunciamento favorável à dignidade com que ele comparecerá à barra dos tribunais.
Confiamos na Justiça, porque a Justiça traduz em si os desígnios Divinos e creio que uma consciência tranqüila nada tem a temer.
114 – ESPAÇO E TEMPO NO MUNDO ESPIRITUAL
Flávio Cavalcanti – Vamos chamar agora, para fazer uma pergunta, a jornalista Anik Malvil da “Última Hora”, São Paulo.
Anik Malvil – Está sendo um grande prazer conhecer o senhor. Como explica que as pessoas recém-falecidas possam se orientar, se elas não tem os mesmos pontos de referência de espaço e tempo, do mundo físico?
Chico Xavier – Os amigos espirituais têm nos esclarecido que, quando nos adestramos suficientemente, através da religião ou da meditação, para a Vida espiritual, fazemos um curso instintivo de reaprendizado de nossos controles, quando às noções de espaço e tempo, verificando-se, no Além mais ou menos, aquilo que acontece com a nossa chegada à Terra, através da reencarnação, quando despendemos, às vezes, seis a oito anos para tomar conhecimento das noções de espaço e tempo no Plano Físico, ao atravessarmos o período da primeira infância.
115 – OS PLANOS ESPIRITUAIS
Flávio Cavalcanti – Por gentileza, com a palavra o cirurgião plástico, Dr. Oswaldo.
Dr. Oswaldo – Inicialmente, eu quero expressar minha profunda admiração e respeito pelo senhor, por tudo aquilo que tem feito. eis a minha pergunta: muito se tem ouvido falar, especialmente por parte dos estudiosos da matéria, que o mundo espiritual é dividido em muitos planos. Fala-se, inclusive, em subplanos. Existe, realmente, essa distinção de planos na Vida Espiritual?
Chico Xavier – O nosso Emmanuel costuma dizer sempre que podemos observar isto nos próprios agrupamentos sociais da Terra. Conquanto convivamos uns com os outros, cada qual de nós pertence a determinada faixa cultural, sentimental, racial, e através dessas faixas, vamos efetuando a nossa auto-educação.
Isso existe naturalmente no Mundo Maior, dizem os nossos Amigos, como existe aqui também.
116 – REENCARNAÇÃO, FAMÍLIA E SEXO
Flávio Cavalcanti – Com a palavra, Lucinha Kauffman.
Lucinha Kauffman – A minha pergunta é sobre reencarnação. Gostaria de saber se ela se limita ao nosso grupo, porque, pelo que dizem alguns espíritas, a gente tem a impressão de que a reencarnação se faz quase sempre no mesmo grupo familiar. E também quero saber se o homem reencarna sempre como homem e mulher como mulher.
Chico Xavier – De um modo geral, até que venhamos a conseguir um grau maior de evolução, permanecemos jungidos ao nosso grupo familiar.
Quanto à reencarnação, do ponto de vista fixação morfológica, isso pode variar. O sexo pode ser modificado, para efeito de provação regenerativa ou para o desempenho de tarefas específicas por parte da criatura que retorna a Terra.
117 – FENÔMENOS COM O CORPO
Flávio Cavalcanti – Agora, vamos à pergunta de Nair Belo.
Nair Belo – Também eu tenho um grande prazer em conhecê-lo. Vou fazer uma pergunta que eu, há muito tempo, tenho vontade de saber. Os espíritas fazem e os não espíritas também, alguns na base da brincadeira, as tentativas de ação mediúnica com o uso do copinho. O verdadeiro espírita sabe que a comunicação desse modo é uma forma primária, de intercâmbio, não é?
Eu gostaria de perguntar se além de primária também é perigosa, porque eu tive uma experiência e acho muito perigosa.
Gostaria que o senhor me esclarecesse e a todos que assim procedem por brincadeira.
Chico Xavier – os Benfeitores Espirituais nos dizem que devemos sempre separar mediunidade de Doutrina Espírita, porque esta última veio-nos para disciplinar os fenômenos. Assim através do copinho, ser-nos-á possível entrar em contato com os espíritos amigos, mas, por vezes ainda não educados ou não sublimados, isto é, com criaturas desencarnadas muito próximas da nossa faixa de evolução, de modo que, sem a Doutrina Espírita, qualquer fenomenologia, inclusive a do copo, é capaz de suscitar dissabores, pelas experiências.
Flávio Cavalcanti – Então, não se deve brincar?...
Chico Xavier – É interessante não brincar.
118 – RENASCIMENTO, MOMENTO DA LIGAÇÃO. PAIS. DEFEITOS FÍSICOS.
Flávio Cavalcanti – Paulo Roberto, por gentileza.
Paulo Roberto – Eu quero fazer duas perguntas, embora resumidas numa só. Gostaria de saber se o feto, isto é, se a criança nascitura recebe espírito no momento em que é concebida ou no momento que nasce, e qual é a relação entre o pai, a mãe e o feto, ou seja a relação espiritual entre eles, porque eu quero chegar àquela pergunta: por que nascem crianças defeituosas, crianças retardadas? Há alguma relação com os pais?
Chico Xavier – Sim, na maioria dos casos, por que os pais possuem vínculos cármicos com o espírito renascente.
Com freqüência, criaturas que foram compelidas à morte violenta por nossa causa, ou à morte lenta por determinadas atitudes nossas, em especial as que recorrem ao suicídio, para se libertarem da nossa crueldade mental na Terra, não se afastam mentalmente de nós. Mesmo quando ausentes em Outros Planos da Vida, continuam vinculados a nós outros, particularmente quando não sabem exercer a faculdade do perdão.
Essas criaturas habitualmente, reencarnam na condição de nossos próprios filhos. E a posição do espírito, diante da vida fetal, varia muito, segundo a evolução de cada reencarnante ou segundo a tarefa com que venham ao nosso mundo.
Há, também, vinculações de outro amor, possibilitando o renascimento da criatura necessitada de apoio em lares pertencentes a corações amigos que os recebem com extremada abnegação.
Fora disso, no campo normal da reencarnação, temos a considerar os casos em que o espírito, por mérito conquistados, tem o direito de escolher o corpo em que atuará sobre a Terra junto dos pais à cuja bondade e nobreza já se imanizam, quase sempre, desde muito tempo.
Certos musicistas, por exemplo, ao reencarnarem, poderão merecer um sistema auditivo magnificante organizado com o qual se lhe facilite o discernimento dos sons.
Noutros aspectos isso ocorre com todos aqueles obreiros da cultura e do progresso, habilitados a influenciar milhares de pessoas.
Esses já conquistaram o poder de selecionar os recursos de que farão o uso preciso na existência Terrestre.
Quanto ao mais, a pergunta 344 e a respectiva resposta, contidas em “O Livros dos Espíritos” esclarece a questão da união da alma e do corpo, afirmando que essa união se dá na concepção e se completa no nascimento.
119 – REENCARNAÇÃO EM VEGETAIS
Flávio Cavalcanti – Por gentileza, Márcia de Windsor.
Mas, antes, o telespectador Antônio, aqui de São Paulo, pergunta se o senhor acredita que os vegetais sofram um processo de reencarnação? É possível um ser humano voltar reencarnado num vegetal?
Chico Xavier – Não, isso nós não podemos admitir porque seria um retrocesso. Ocorre que a evolução dos vegetais se verifica num plano ainda inabordável, especialmente para minha capacidade de compreensão. Mesmo que os espíritos quisessem me esclarecer sobre isso, eu não teria cérebro para registrar os esclarecimentos em todas as nuances desejáveis.
120 – PERDA DE SERES QUERIDOS
Flávio Cavalcanti – Márcia de Windsor, a sua pergunta.
Márcia de Windsor – Eu faço apenas uma pergunta, servindo de portadora da mesma. Uma senhora perdeu um filho há um ano e durante esse ano inteiro essa senhora tem chorado, tem penado dores incríveis, numa inconformação absoluta por essa perda. Ela, muito aflita, me pede que lhe pergunte se essas lágrimas, se toda essa dor, esse sofrimento podem prejudicar, de algum modo o seu filho.
Chico Xavier – Em outros casos semelhantes, temos recebido o esclarecimento de que essa dor, essa dor entranhada na alma inconformada daqueles que ficam, prejudica muito e às vezes, de maneira intensa, aos corações amados que nos precedem na Vida Espiritual. Seria tão bom que essa mãe generosa pudesse entregar o filhinho a Deus, de quem ela recebeu esse mesmo filho, a fim de protegê-lo e orientá-lo nesse mundo! E estamos certos de que ela procurando reencontrá-lo entre tantas outras crianças que ai estão necessitadas, rapazes mesmo que precisam de benfeitores paternais e maternais, essa abençoada mãezinha estará extinguindo a dor dela no caminho desse filho, que deve, naturalmente, se afligir.
Peçamos a deus para que ela tenha bastante serenidade e que, na condição de mãe, na grandeza maternal de todas as mães, ela possa continuar auxiliando e abençoando o filho que partiu no rumo da Vida Maior.
121 – MENSAGEM
Flávio Cavalcanti – Muito obrigado. Agora o senhor não há de estranhar as folhas nem o lápis, porque sei que só mesmo o senhor poderá resolver, tomada a resolução, porque o senhor me falou do meio ambiente, me disse das necessidades psíquicas, psicológicas...Eu gostaria de pedir ao senhor, que é amigo do Erlon e amigo de todos nós, que se possível for, psicografe uma mensagem para os doentes, os detentos, para a Penitenciária do Estado da Guanabara, para os estimados Velhinhos da Casa de são Luiz, da minha querida Dra. Rute Ferreira de Almeida, enfim, para todas as pessoas que sofrem.
Chico Xavier – Podemos ouvir um pouco de música?
Flávio Cavalcanti – Perfeitamente. Atenção por favor, ele precisa de música e de silêncio no ambiente.
(Há uma longa pausa, enquanto Chico psicografa, concentrado, várias folhas de papel enquanto se fazem ouvir os sons arpejados de um prelúdio.)
Flávio Cavalcanti – A mensagem já está pronta e o espírito pediu que o próprio médium leia a mensagem já que não deve caber a outra pessoa essa missão.
Nesse ponto da entrevista, Chico Xavier se levanta e faz em voz alta, a leitura da página psicografada:
SEMPRE AMOR
Se a provação te alcança,
Contempla a Natureza, alma querida e boa,
E encontrarás, na Terra, em toda parte,
O lar de luz que nos aperfeiçoa.
Dores? Dizes que as dores lembram trevas
Compelindo-te o sonho a persistir de rastros...
Fita o império da noite desvendando
A floresta dos astros.
Renúncia? Há quem afirme que a renúncia
É carga improdutiva para o amor...
Olha o brilhante arrebatado à pedra,
Esbanjando esplendor.
Sofrimento? Assevera a rebeldia
Que todo sofrimento é processo infecundo,
Mas a fonte filtrada entre os punhais da rocha
Acrescenta o conforto e a beleza do mundo.
Crises? Lembra o fragor da tempestade...
O campo grita ao furação violento...
Depois, o chão se alimpa e o Sol espalha
Mais Ouro e mais Azul no firmamento.
Sacrifício? Medita sobre o tronco
A tombar sem apoio a que se arrime...
Depois, fez-se violino entre mãos hábeis
Interpretando a música sublime.
Morte? Se crês que a morte é o fim de tudo,
Qual abismo escavado abismo agressores,
Fita a semente nua a renascer do solo
Para ser planta nova e esmaltar-se de flores...
Escuta, alma querida! A vida é sempre amor
Do mais nobre caminho aos mais plebeus
E a presença da dor, em qualquer parte,
É uma bênção de Deus.
Maria Dolores
Livro: “A Terra e o Semeador” – Psicografia de Francisco C. Xavier – Espírito Emmanuel    

OBSESSÕES EM MASSA


“A NOVA ERA”, presente à concorrida tarde de Autógrafos de Chico Xavier em dois deste mês, em Sacramento (MG), teve a feliz oportunidade de abraçar efusivamente esse grande amigo, e ouvir suas sempre maravilhosas lições.
122 – O CARÁTER DOS DISCURSOS
PERGUNTA -  Inúmeros confrades que presenciaram seus últimos discursos notaram que o irmão, nessas ocasiões, vivia como que uma nova didática do discurso, sem a costumeira eloqüência e isolamento do orador. O que nos diz a isto?
R – Posso dizer que fui colhido de improviso a essa tarefa de contato mais intenso com o público. Esses títulos de cidadania, compreendemos muito bem, não têm sido dados a mim, que não os mereço; eles naturalmente são dádivas de legislativos generosos à nossa Doutrina Espírita, e eu não passo de um poste obscuro para a colocação do aviso de que a Doutrina Espírita foi premiada com essas considerações públicas. Tenho recebido essa tarefa nesta condição: na condição de mero instrumento. Posso adiantar que nas ocasiões desses discursos, desde a primeira vez que me vi em contato mais intensivo com a nossa gente, reunida em maior número, eu me senti numa espécie de transe que no momento eu não posso definir com muita clareza. Desde os programas últimos de televisão, sinto que o espírito de Emmanuel me ocupa a vida mental e física, dando margem a que eu esteja presente para assumir a responsabilidade, e induzindo-me a falar muitas vezes na primeira pessoa, naturalmente para não alarmar àqueles que ainda não têm contato com a mediunidade. Mas, francamente, nesses discursos eu sou médium; muitas vezes pergunto aos amigos o que é que eu falei, porque eu não tenho consciência exata disso.
 
123- RESPEITO A OUTROS MOVIMENTOS ESPIRITUALISTAS
PERGUNTA -  Muitos confrades observam também que pouco, ou quase nada, falam os irmãos espirituais sobre a situação da Doutrina face ao Ocultismo e doutrinas correlatas, como o Esoterismo, a Teosofia, o Rosacrucianismo, etc. A imprensa mundial, ultimamente, revela o extraordinário aumento do interesse público por esses movimentos. Quanto a isto, o que poderia dizer sobre a posição do espiritismo atual?
RESPOSTA -  Acreditamos, com as instruções dos Bons Espíritos, que a posição da Doutrina Espírita é uma posição definida. Estamos diante do Evangelho Redivivo, porque o Espiritismo traz de novo as lições de Jesus, interpretadas com sinceridade e verdade. Respeitamos, nós todos, quaisquer faixas de conhecimento humano relacionadas com o Ocultismo, com o Espiritualismo em geral. Todas as escolas de esoterismo, de conhecimentos chamados secretos, são dignas do nosso maior acatamento. Mas, se estamos na escola da Doutrina Espírita, com trabalho gigantesco a realizar, de nossa parte cremos que seja nosso dever respeitar todos os movimentos espiritualistas, sem desconsiderá-los de modo algum, mas cumprir a nossa tarefa do Evangelho de Jesus tanto quanto eles, os movimentos espiritualistas, estão cumprindo, com fidelidade e grandeza, os compromissos deles diante das doutrinas orientais.
 
124 – COMO PROGRIDE O HOMEM
PERGUNTA -  O homem somente progride por esforço próprio ou também por uma contingência da vida?
RESPOSTA -  Progride através desses dois impulsos. Apenas devemos considerar que, pelas contingências da vida, ele terá um progresso comparado ao da pedra rolante do rio; com o tempo, uma pedra deixará suas arestas no rio natural, enquanto que com os instrumentos chamados ao aperfeiçoamento da pedra, o enriquecimento dessa mesma pedra preciosa se faz muito mais direto. Por esforço próprio, podemos realizar em alguns anos aquilo que, pelas contingências, podemos gastar milênios. Mas, pelo esforço próprio, o esforço de dentro para fora é o esforço do burilamento pessoal, através da autocrítica, do auto-exame. Agora, com o tempo, é de fora para dentro: gastaremos séculos e séculos, e mais séculos.
 
125 – OBSESSÕES EM MASSA
PERGUNTA -  Que poderia dizer das obsessões em massa que se verificam no mundo, atualmente?
RESPOSTA -  Um assunto dos mais palpitantes, e que nos obriga a trabalhar intensivamente pela difusão dos princípios espírita-cristãos, porque consideramos cada reunião espírita na base do Evangelho, como reunião dedicada ao trabalho de desobsessão. Em nossas casas espíritas, em nossos contatos públicos, nós estamos também trabalhando em desobsessão intensiva, isto é, desobsessão em massa, já que estamos observando muitos problemas da obsessão igualmente em massa.
 
( * ) Transcrita do jornal “A Nova Era”, Franca, SP, 15 de dezembro de 1972, sob o título “Uma entrevista com Chico Xavier”.
 
Livro: “A Terra e o Semeador” – Psicografia de Francisco C. Xavier – Espírito Emmanuel 

ANSEIOS DA MOCIDADE ESPÍRITA

A
 
61 – CURSO PRÉ-MOCIDADE
 
P – Como o Senhor vê o Curso Pré-Mocidade?
R – Nós reconhecemos pessoalmente a nossa incompetência para interferir nos assuntos de educação, mas, como espírita militante, nós vemos no Curso Pré-Mocidade uma iniciativa das mais edificantes, porque o Curso encontra os nossos companheiros reencarnados entre a infância e a juventude num período em que nós acreditamos seja mais proveitosa a aplicação de normas educativas capazes de auxiliar a criatura durante a sua encarnação na Terra. Concordamos que o Pré-Mocidade é um empreendimento dos mais dignos e que merece a atenção de todas as instituições do Espiritismo Cristão, principalmente.
 
 
62 – PROGRAMA PARA OS JOVENS
 
P – Sendo a fase da adolescência de transição, o que o Senhor julga mais importante para ser dar aos jovens neste Curso?
R – Creio que a nossa obrigação ministrar conhecimentos práticos em torno da vida prática, idéias tão sólidas quanto possíveis, quanto à realidade da vida em si. Precisamos acordar não só a juventude como também a madureza para as questões da autenticidade. Devemos se nós mesmos com a aceitação até mesmo de nossas próprias imperfeições, para que venhamos a conhecer-nos por dentro, melhorando o nosso padrão d vida íntima, com a reforma que a Doutrina Espírita nos aconselha e com o aproveitamento máximo de nosso tempo de reencarnação.
 
 
63 – ESTUDO EM GRUPO
 
P – O estudo em grupo é hoje um método muito divulgado. Este método é vantajoso para o adolescente?
R – Tanto para os jovens como para os adultos o estudo em grupo é o mais eficiente até porque nós não podemos esquecer que na base do Cristianismo, o próprio Jesus desistiu de agir sozinho, procurando agir em grupo. Ele reconheceu a sua missão divina, constituiu um grupo de doze companheiros para debater os assuntos relativos à doutrina salvadora do Cristianismo, que o Espiritismo hoje restaura, procurando imprimir naquelas mentes, vamos dizer, todo o programa que ainda hoje é programa para nossa vida, depois de quase vinte séculos. Programa d vivência que nós estamos tentando conhecer e tanto quanto possível aplicar na Doutrina Espírita, no campo de nossas lides e lutas cotidianas.
 
 
64 – MOTIVAÇÃO DE AULAS DOUTRINÁRIAS
 
P – De que podemos fazer o adolescente interessar-se realmente pelas aulas de Doutrina? Que motivação usaríamos?
R – Creio que um entendimento entre os professores para que eles possam estudar o problema do relacionamento entre eles e os alunos é uma iniciativa que nós não podemos desprezar, porque aprendemos com os nossos benfeitores espirituais que cada espírito é um mundo por si, que Deus não dá cópias; cada um de nós é uma criação independente, de modo que precisamos estudar a natureza, as tendências, os problemas, as dificuldades, as facilidades de cada um de nossos companheiros que levam
o nome de nossos aprendizes, para que venhamos a beneficiá-los com a nossa influência,
 
 
(*) Entrevista realizada por Sônia Barbante Santos, publicada pelo jornal “A Flama Espírita”, de Uberaba, MG, em 25 de dezembro de 1971, sob o título “entrevista com Chico Xavier sobre o Pré-Mocidade”.
os ensinamentos de que sejamos portadores. Mas embora sejamos apaixonados pelas estórias que usam apólogos e símbolos, nós acreditamos que estamos faceando agora num período de progresso da Humanidade em que devemos usar a verdade tento quanto possível, mas a verdade que não fira, a verdade que não destrua, porque se o professor é autentico, descobre autenticidade em seu aluno; encontra a chave para penetrar na mente e no coração do aluno, de modo a auxiliá-lo.
Então o problema do relacionamento é problema vital em toda escola. Devemos estudar, observar bem para que nós venhamos a clima capaz de interessar os nossos irmãos adolescentes no estudo da verdade. Entretanto, somos também de parecer que cada Centro Espírita é um educandário em que os adultos também estão na mesma posição.
Nós precisamos descobrir quais as motivações para que os adultos se interessem pela Doutrina Espírita. Não somente receber os benefícios, como sejam os benefícios da prece, do passe, do amparo espiritual, do auxílio magnético, mas a luta da criatura em si para o conhecimento dela própria, à luz da verdade. São assuntos da atualidade que nós precisamos estudar, estudar para penetrá-los devidamente.  
 
P – Para despertar então no adolescente o amor à Doutrina, o caminho seria este?
R – Cremos que sim: o amor à Doutrina com demonstração da vida prática.
 
 
65 – DEBATES E RESPEITO
 
p – Quer dizer que o senhor acha que devem constar do programa do Curso – Pré-Mocidade, além da parte Doutrinária, aulas práticas?
R – Se houvesse possibilidade, aulas expressando contatos humanos entre os professores e alunos, palestras, conversações em grupo, em que cada um pudesse expor suas idéias, mas em provocar de nenhum modo em ninguém, nem o espanto, nem o ridículo, quando estas idéias destoassem das idéias chamadas normais entre as pessoas. O aluno poderia se exteriorizar como ele é, o professor aceitá-lo como ele é, ajudá-lo como ele é, para que ele possa produzir melhor a vida dele. Nós estamos atravessando numa época em que toda imposição espiritual significa violência, e o espírito humano recusa a violência. Nós estamos diante de uma revolução no mundo, uma revolução pacífica contra a violência entre as pessoas humanas. Então precisamos de senso de humanidade no trato com os outros e este trato uns com os outros. A base deste trato chama-se respeito. Se não respeitamos as idéias do aluno, ele não nos respeita. De modo que precisamos estabelecer esta linha de definição.
 
 
66 – DURAÇÃO DE AULA
 
P – Qual seria a duração de maior rendimento doutrinário para uma aula do Pré-Mocidade?
R – Máximo ed quarenta (40) minutos para não cansar; meia hora no mínimo. Vou explicar não tenho experiência no magistério espiritual, sou médium e mau médium.
 
Livro: “A Terra e o Semeador” – Psicografia de Francisco C. Xavier – Espírito Emmanuel