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domingo, 29 de julho de 2012

CAUSAS ESPIRITUAIS DAS DOENÇAS-Esxtraídas do livro Leis de Amor

CAUSAS ESPIRITUAIS  DAS DOENÇAS
Emmanuel
1-O que estrutura espiritualmente o corpo de carne?
 
-O corpo espiritual ou perispírito é o corpo básico, constituído de matéria sutil, sobre o qual se organiza o corpo de carne.
 
2-O erro de uma encarnação passada pode incluir na encarnação presente, predispondo o corpo físico às doenças? De que modo?
 
         -A grande maioria das doenças tem a sua causa profunda na estrutura semimaterial do corpo espiritual. Havendo o espírito agido erradamente, nesse ou naquele setor da experiÊncia evolutiva, vinca o corpo espiritual com desequilíbrios ou distonias, que o predispõem à instalação de determinadas enfermidades, conforme o órgão atingido.
 
3-Quais os dois aspectos da Justiça?
 
         -A Justiça na Terra pune simplesmente a crueldade manifesta, cujas conseqüências transitam nas áreas do interesse público, dilapidando a vida e induzindo à criminalidade; entretanto, esse é apenas o seu aspecto exterior, porque a Justiça é sempre manifestação constante da Lei Divina, nos processos da evolução e nas atividades da consciência.
 
4-Qual a relação existente entre doenças e a Justiça?
 
         -No curso das enfermidades, é imperioso venhamos a examinar a Justiça, funcionando com todo o seu poder regenerativo, para sanar os males que acalentamos.
 
5-O que faz o Espírito, antes de reencarnar-se visando à própria melhoria?
 
         -Antes da reencarnação, nós mesmos, em plenitude de responsabilidade, analisamos os pontos vulneráveis da própria alma, advogando em nosso próprio favor a concessão dos impedimentos físicos que, em tempo certo, nos imunizem, ante a possibilidade de reincidência nos erros em que estamos incursos.
 
6-Que pedem, para regenerar-se, os intelectuais que conspurcaram os tesouros da alma?
 
         -Artífices do pensamento, que malversamos os patrimônios do espírito, rogam empeços cerebrais, que se façam por algum tempo alavancas coercitivas, contra as nossas tendências ao desequilíbrio intelectual.
 
 
7-Que medidas de reabilitação rogam os artistas que corromperam a inteligência?
 
         -Artistas, que intoxicamos a sensibilidade alheia com os abusos da representação viciosa, imploramos moléstias ou mutilações, que nos incapacitem para a queda em novas culpas.
 
8-Que emendas solicitam os oradores e pessoas que influenciaram negativamente pela palavra?
 
         -Tarefeiros da palavra, que nos prevalecemos dela para caluniar ou para ferir, solicitamos as deficiências dos aparelhos vocais e auditivos, que nos garantam a segregação providencial.
 
9-Que providências retificadoras pedem para si próprios aqueles que abraçaram graves compromissos do sexo?
 
         -Criaturas dotadas de harmonia orgânica, que arremessamos os valores do sexo ao terreno das paixões aviltantes, enlouquecendo corações e fomentando tragédias, suplicamos as doenças e as inibições genésicas que em nos humilhando, servem por válvulas de contenção dos nossos impulsos inferiores.
 
10-Todas as enfermidades conhecidas foram solicitadas pelo Espírito do próprio enfermo, antes de renascer?
 
         -Nem sempre o Espírito requisita deliberadamente determinadas enfermidades de vez que, em muitas circunstâncias quais aqueles que se verificam no suicídio ou na delinqüência, caímos, de imediato, na desagregação ou na insanidade das próprias forças, lesando o corpo espiritual, o que nos constrange a renascer no berço físico, exibindo defeitos e moléstias congênitas, em aflitivos quadros expiatórios.
 
11-Quais são os casos mais comuns de doenças compulsórias, impostas pela Lei Divina?
 
         -Encontramos numerosos casos de doenças compulsórias, impostas pela Lei Divina, na maioria das criaturas que trazem as provações da idiotia ou da loucura, da cegueira ou da paralisia irreversíveis, ou ainda, nas crianças-problemas, cujos corpos, irremediavelmente frustrados, durante todo o curso da reencarnação, mostram-se na condição de celas regenerativas, para a internação compulsória daqueles que fizeram jus a semelhantes recursos drásticos da Lei. Justo acrescentar que todos esses companheiros, em transitórias, mas duras dificuldades, renascem na companhia daqueles mesmos amigos e familiares de outro tempo que, um dia, se cumpliciaram com eles na prática das ações reprováveis em que delinqüiram.
 
12-A mente invigilante pode instalar doenças no organismo? E o que pode provocar doenças de causas espirituais na vida diária?
 
         -A mente é mais poderosa para instalar doenças e desarmonias do que todas as bactérias e vírus conhecidos.
         Necessário, pois, considerar igualmente, que desequilíbrios e moléstias surgem também da imprudência e do desmazelo, da revolta e da preguiça. Pessoas que se embriagam a ponto de arruinar a saúde; que esquecem a higiene até se tornarem presas de parasitas destruidores; que se encolerizam pelas menores razões, destrambelhando os próprios nervos; os que passam, todas as horas em redes e leitos, poltronas e janelas, sem coragem de vencer a ociosidade e o desânimo pela movimentação do trabalho, prejudicando a função dos órgãos do corpo físico, em razão da própria imobilidade, são criaturas que geram doenças para si mesmas, nas atitudes de hoje mesmo, sem qualquer ligação com causas anteriores de existências passadas.
 
13-Qual a advertência de Jesus para que nos previnamos dos males do corpo e da alma?
 
         -Assinalando as causas distantes e próximas das doenças de agora, destacamos o motivo por que os ensinamentos da Doutrina Espírita nos fazem considerar, com mais senso de gravidade, a advertÊncia do Mestre: “Orai e vigiai, para não cairdes em tentação”.
 
 
Da Obra “Leis Do Amor” -  Espírito: Emmanuel –
Psicografias:  De Francisco Cândido Xavier Dos Capítulos Pares
E Waldo Vieira, Dos Capítulos Ímpares.
Digitado Por: Lúcia Aydir.
 

LEIS TRANSITÓRIAS

OBS:...Moisés havia estabelecido uma série de leis transitórias que
deveriam ter servido apenas para a sua época, legisladas com o objetivo de disciplinar
o povo embrutecido que ele havia libertado do Egito...
Jesus veio evoluir estas leis a luz do Amor.

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LEIS TRANSITÓRIAS:
“Eu sou a luz que vim ao mundo,
para que todo aquele que crê em mim
não permaneça nas trevas.”
(João, 12:46)
Os antigos escribas e fariseus eram inimigos figadais dos inovadores, por isso,
quando Jesus Cristo veio trazer a sua mensagem, com o objetivo de revolucionar o
mundo, ele encontrou pela frente o ódio e a resistência desses homens.
Na realidade eles não podiam aceitar a revelação cristã, uma vez que ela vinha
deitar por terra todo um sistema fundamentado sobre a mentira e a hipocrisia.
Os judeus contemporâneos de Jesus Cristo viviam subjugados por uma série de
tradições inócuas, que os mentores religiosos do povo impingiam como sendo de
origem divina; por isso o Mestre deparou com tremendo obscurantismo, no qual
algumas leis legisladas por Moisés quase vinte séculos antes ainda desfrutavam de
plena validade.
Na realidade, Moisés havia estabelecido uma série de leis transitórias que
deveriam ter servido apenas para a sua época, legisladas com o objetivo de disciplinar
o povo embrutecido que ele havia libertado do Egito. Obviamente, com a evolução do
povo, aquelas leis deveriam ter sofrido um aprimoramento, cedendo lugar a uma
legislação mais compatível com o progresso registrado. Isso, entretanto, não ocorreu,
porque quase todas as leis emanadas daquele grande legislador levavam o nome de
Deus, e os seus sucessores hesitavam em alterar normas que tinham por intróito o
célebre “Deus ordenou” ou “Deus não terá por inocente aquele que não a observar”.
Como decorrência, quando Jesus Cristo veio à Terra, ainda se apedrejavam
mulheres adúlteras, sacrificavam-se animais e observavam-se com verdadeiro zelo
religioso várias ordenações já obsoletas e aberrantes, que representavam verdadeiros
empecilhos à evolução dos homens, acobertados por um sistema impregnado de
superstições e de fanatismo.
A observância das leis mosaicas era tão estrita que até homens esclarecidos,
como Paulo de Tarso, se achavam a elas subjugados, tendo este último consentido na
morte de homens idealistas e inovadores, como foi o caso de Estevão, o jovem cristão
que foi apedrejado sob o olhar zeloso e fanatizado do futuro apóstolo dos gentios.
Todos os ensinamentos legados pelos grandes reformadores da Humanidade
foram ministrados segundo a linguagem da época, levando-se em consideração os
costumes e o ambiente no qual foram proferidos.
Tomemos um exemplo propiciado pelo próprio Jesus Cristo: quando se referia
aos planos inferiores que os homens denominam inferno, ele tomava como referência
a Geena, um lugar existente nas adjacências de Jerusalém, onde se cremavam
cadáveres de animais e todo o detrito proveniente da cidade. Era um lugar terrível,
onde “os vermes jamais deixavam de corroer e o fogo de arder”. Era, portanto, um
perfeito simbolismo para o ensinamento que desejava propiciar sobre os “lugares
onde há choros e ranger de dentes, onde o fogo jamais se extingue e os vermes jamais
deixam de corroer.”
Com o decorrer dos tempos os homens deveriam passar a compreender que
tendo Deus por Pai e sendo ele a expressão máxima do amor e da bondade, jamais
poderia condenar qualquer de seus filhos sem possibilidades de remissão. Isso não
ocorreu, entretanto. Os homens agravaram mais a situação criando um lendário
inferno eterno com todo um exército de demônios, sempre disposto a atormentar as
criaturas de Deus.
É óbvio que, para falar dos planos espirituais inferiores, o Mestre não precisava
apelar para a figura da Geena, que passou a ser sinônimo de Hades e de Inferno;
entretanto, se ele tivesse empregado outra linguagem, talvez não fosse compreendido.
A evolução humana não comporta leis inflexíveis. Somente as leis emanadas
de Deus são eternas e imutáveis.
Moisés recebeu no Monte Sinai um conjunto de leis morais que são eternas e
que foram sintetizadas por Jesus Cristo numa só: “Amar a Deus sobre todas as coisas
e ao próximo como a si mesmo”.
No entanto, as leis estabelecidas por Moisés, de sua própria concepção,
deveriam ter uma duração relativa, deveriam sofrer alterações com o decorrer do
tempo, o que não aconteceu, tendo elas contribuído poderosamente para que o
próprio Jesus Cristo, ao pretender destruí-las, fosse condenado a levar pesado
madeiro até o Calvário, onde foi crucificado.

A TORRE DE SILOÉ- O Evangelho à luz do Espiritismo

OBS: Tema- Resgate. "Arrependimento..resgate através da reencarnação..."

A TORRE DE SILOÉ ( Extraído do Livro " Os Padrões Evangélicos-Paulo Alves de Godoy")
“E aqueles dezoito sobre os quais
caiu a Torre de Siloé e os matou, cuidais
que foram mais culpados do que todos
quantos homens habitam em
Jerusalém!”
(Lucas, 13:4)
Numa conversa com Jesus Cristo, alguns judeus discorreram sobre o fato de ter
Pilatos ordenado que o sangue de alguns adoradores de deuses fosse misturado com o
dos sacrifícios.
O Mestre, no entanto, disse-lhes: Cuidais vós que esses homens galileus foram
mais pecadores de que todos os galileus, pelo fato de terem padecido tais coisas? Ao
que logo acrescentou: Eu vos digo, antes, se vós não arrependerdes, todos de igual
modo perecereis.
E a fim de ilustrar mais as suas palavras, aditou ainda: E aqueles dezoito sobre
os quais caiu a Torre de Siloé e os matou, cuidais que foram mais culpados de que
todos quantos homens habitam em Jerusalém?
Sempre que sucede qualquer coisa de mal para determinada pessoa, costuma-se
dizer que a mão de Deus estava sobre ela, pelo fato de ser criminosa ou perversa.
Diante de um cataclisma ou um acidente, todos passam a lamentar que junto com os
maus também perecem homens bons, moralizados e dotados de virtudes.
Uma passagem evangélica narrada por Mateus (26:25), contribuiu para a
formação dessa crença: vendo que o Mestre ia ser preso, o apóstolo Pedro puxou da
espada e feriu a orelha do servo do sumo sacerdote. Diante desse gesto de violência,
o Senhor retrucou: Mete no seu lugar a tua espada, porque todos os que lançarem
mão da espada, à espada morrerão.
Essa assertiva de Jesus, no entanto, não pode ser tomada em seu sentido
absoluto, pois são incontáveis os criminosos que passaram pelo mundo, que
empregaram os mais abomináveis métodos de tortura ou de morte contra os seus
semelhantes, e não pereceram do mesmo modo, pelo menos naquela encarnação
terrena.
A lei das vidas sucessivas é a única que equaciona o problema e à luz das
reencarnações passamos a compreender que, mesmo os grandes missionários, se
incorreram no caminho do crime, devem também saldar seus débitos para com a
justiça divina, haja vista o caso de João Batista, que, ao ser decapitado, resgatou o
crime que havia cometido muitos séculos antes, quando, habitando o corpo do profeta
Elias, ordenou a decapitação de várias centenas de sacerdotes do deus Baal.
Afirma o livro dos “Atos dos Apóstolos” (28:4) que Paulo de Tarso, escapando
do naufrágio de um navio que o levava a Roma, chegou a uma ilha chamada Melita,
onde foi mordido por uma serpente. Os nativos logo disseram: Certamente este
homem é homicida, visto como, escapando do mar, a justiça divina não o deixou
viver. Quando viram que nada sucedeu ao apóstolo, passaram a alimentar a crença de
que ele era um deus, tal o conceito que tinham sobre o castigo que Deus reserva aos
criminosos.
Diante da catástrofe ocorrida com a Torre de Siloé, que havia caído sobre
dezoito homens, os judeus passaram a proclamar que as vítimas eram pecadores ou
criminosos. Jesus Cristo, no entanto, esclareceu: “Cuidais que eles foram mais
culpados do que todos quantos homens habitam Jerusalém?”
Pilatos havia ordenado o massacre de alguns galileus que faziam sacrifício de
animais a seus deuses. Os judeus também passaram a crer que esses homens eram
pecadores relapsos, por isso mereceram tal gênero de morte. O Mestre teve que
prestar o mesmo esclarecimento: “Cuidais que eles eram mais pecadores que os
demais?”
Entre os homens que alimentavam essa crença, estavam muitos daqueles que,
alguns dias mais tarde, diante do Pretório, pediriam a condenação de Jesus Cristo e a
libertação de Barrabás. Com a montanha de iniqüidade dentro dos corações, e com o
ódio brutal que alimentavam, é óbvio que eles nada ficavam a dever aos que foram
atingidos pela matança ordenada por Pilatos, ou que ficaram sob os escombros da
torre de Siloé. Eram também pecadores do mesmo porte, e é notório que muitos deles
não desencarnaram de morte violenta naquela vida, pois, se a justiça Divina fosse
submeter à morte desse gênero todos os chamados pecadores, não restaria ninguém
para sucumbir de morte natural.
Aqui cumpre ressaltar que o simples fato de se habitar este planeta de expiação
e de dor é indício seguro de imperfeição moral e espiritual.
Um grupo de anciãos de Israel não chegou a matar a pedradas a mulher
adúltera, porque houve a intervenção de Jesus com a célebre sentença: “aquele que
estiver sem pecado atire primeira pedra”. De modo algum aqueles homens eram m:
inocentes do que a mulher que pretendiam lapidar. Diante das palavras sábias e
ponderadas do Mestre, eles sentiram a montanha de pecados que dormitava em seus
corações e deliberaram abandonar a idéia de massacrar a pobre criatura.
“Se vós não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis”.
Arrependimento, nesse caso, equivale a resgate através, de reencarnações depuradoras e
expiatórias. Para o reajustamento da alma não basta o arrependimento, toma-se
necessária a expiação. O arrependimento, por si só, não é suficiente para isentar
criatura das conseqüências oriundas dos transviamentos ou dos crimes! É imperioso
que o indivíduo se redima através dos embates de vidas múltiplas do Espírito na
carne, como conseqüência inevitável da lei de causas e efeitos.
Não poderemos jamais julgar que apenas os que desencarnam vítimas de
acidentes ou submetidos a mortes violentas, sejam pecadores em débito perante a
Justiça Divina. Todos quantos padecem enfermidades incuráveis, cegos de nascem
crianças que nascem deformadas, aleijados de toda a sorte, surdos-mudos, mutilados
ou portadores de outras enfermidades agudas, e mesmo a maior parte daqueles que
nada sofrem na Terra, que gozam saúde e abastança, têm contas a serem ajustadas no
quadro da lei divina, através das vidas múltiplas muitos homens bons que perecem de
modo violento, vítimas de acidentes ou de catástofres, não são também inocentes, e
simplesmente passam por uma fase de reajustamento perante a justiça do Alto

A PRUDÊNCIA- O Evangelho a luz do Espiritismo

A PRUDÊNCIA Extraído do Livro : Os Padrões Evangélicos -Paulo Alves de Godoy
“Eis que eu vos envio como
ovelhas para ó meio de lobos; sede,
portanto, prudentes como as serpentes e
símplices como as pombas.”
(Mateus. 10:16)

Não foram poucas as passagens evangélicas nas quais Jesus definiu a
necessidade de agirmos com prudência no trato das coisas de conseqüências
espirituais.
Na parábola das Dez Virgens, o Mestre deixou transparecer claramente a
necessidade de se ter prudência na solução dos problemas que surgem no decurso da
nossa vida terrena, tudo fazendo no sentido de acumularmos os dons imperecíveis do
Espírito, a fim de sairmos triunfantes das encarnações que nos são propiciadas pela
Justiça Divina. As virgens prudentes acumularam um acervo de boas obras que lhes
garantiram o acesso aos planos espirituais mais elevados, foram prudentes no decurso
da vida terrena e, como decorrência, lograram receber, no plano da vida, a
recompensa reservada aos que cumprem seus deveres na Terra.
Nos sublimes ensinamentos contidos nas entrelinhas dessa parábola, o Cristo
procurou demonstrar a necessidade imperiosa da vivência dos evangelhos, o que nos
propiciará meios de amealhar aquisições santificantes, imprescindíveis para a
conquista paulatina da sublimação espiritual.
Noutro trecho do Evangelho, Jesus Cristo assevera que o homem prudente
constrói sua casa sobre a rocha, e a impetuosiodade da borrasca nada pode contra ela,
que a tudo resiste.
Aqui também o Mestre prescreve a necessidade da prudência no processo de
consolidação da vida verdadeira. O objetivo primacial do ensinamento contido nessa
parábola é de fazer evidenciar a importância de embasarmos a nossa vida sobre o
fundamento sólido do amor e da moralidade, única forma de nos garantirmos contra
as adversidades e contra as investidas que sofremos de parte das entidades trevosas,
encarnadas e desencarnadas.
Se tivermos a sensatez de edificar a nossa vida sobre a rocha da fé, da
paciência, da integridade moral e do amor ao próximo, jamais deveremos temer os
vendavais das tribulações inerentes à vida humana.
Nas palavras que encimam esta divagação evangélica, o Messias prescreve a
necessidade inadiável de sermos mansos como os pombos, porém prudentes como as
serpentes. É óbvio que devemos ser mansos, resignados, tolerantes, entretanto
devemos fazer tudo isso com a mesma prudência com que age uma serpente. Não se
pode, sob a alegação de humildade e desprendimento, abdicar da nobreza que deve
aureolar as nossas almas, resvalando assim para o desequilíbrio e para a anulação dos
princípios que norteiam uma vida íntegra perante Deus.
“Os filhos do mundo são mais hábeis na sua geração de que os filhos da luz.”
No versículo 8 do capítulo 6 do Evangelho de Lucas, o Mestre nos conclama a
haurirmos o maior proveito possível do nosso aprendizado neste mundo. Os filhos do
mundo que tratam exclusivamente das coisas da Terra, muitas vezes sabem ser
prudentes, fazendo com que dos recursos materiais advenham benefícios de ordem
espiritual. Foi no tocante a essa necessidade que o Mestre preceituou: “Granjeai
amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas faltarem, vos recebam
eles nos tabernáculos eternos.” (Lucas, 16:9).
Os filhos da luz, aqueles que na Terra porfiam em cuidar somente das coisas do
Espírito, nem sempre sabem tirar o devido proveito dos “talentos” preciosos que
Deus, em sua Infinita Misericórdia, coloca ao alcance de suas mãos.
A prudência é, pois, um atributo relevante em nossa vida.
Devemos usá-la do melhor modo possível, pois, sem ela, dificilmente
poderemos equacionar os problemas agudos que fustigam as nossas almas e que se
nos deparam no decurso do nosso aprendizado terreno.
Se formos prudentes, não alimentaremos ódio, inveja, orgulho ou ciúme, contra
os nossos irmãos, jamais chafurdaremos nossas almas no lodaçal dos vícios, da
intemperança e do descalabro moral.
Agindo de modo prudente, nunca perderemos os frutos que devem advir de
uma vida pautada nas normas sadias prescritas pelos Evangelhos de Jesus.
As regras de prudência nos indicam que devemos viver os Evangelhos de
Jesus, manancial de vida eterna, que contribuirá de modo decisivo para impulsionar
as nossas almas para o Meigo Rabi.

MEDO DE AMAR

MEDO DE AMAR-Extraído do Livro: Amor, Imbatível Amor -Joana de Angelis/Divaldo
A insegurança emocional responde pelo medo de amar.
Como o amor constitui um grande desafio para o Self, o indivíduo enfermiço, de
conduta transtornada, inquieto, ambicioso, vítima do egotismo, evita amar, a
fim de não se desequipar dos instrumentos nos quais
oculta a debilidade afetiva, agredindo ou escamoteando-se em disfarces
variados.
O amor é mecanismo de libertação do ser, mediante o qual, todos os
revestimentos da aparência cedem lugar ao Si profundo, despido dos atavios
físicos e mentais, sob os quais o ego se esconde.
O medo de amar é muito maior do que parece no organismo social. As
criaturas, vitimadas pelas ambições imediatistas, negociam o prazer que
denominam como amor ou impõem-se ser amadas, como se tal conquista
fosse resultado de determinados condicionamentos ou exigências, que sempre
resultam em fracasso.
Toda vez que alguém exige ser amado, demonstra desconhecimento das
possibilidades que lhe dormem em latência e afirma os conflitos de que se vê
objeto. O amor, para tal indivíduo, não passa de um recurso para uso, para
satisfações imediatas, iniciando pela projeção da imagem que se destaca, não
percebendo que, aqueloutros que o louvam e o bajulam, demonstrando-lhe
afetividade são, também, inconscientes, que se utilizam da ocasião para darem
vazão às necessidades de afirmação da personalidade, ao que denominam de
um lugar ao Sol, no qual pretendem brilhar com a claridade alheia.
Vemo-los no desfile dos oportunistas e gozadores, dos bulhentos e
aproveitadores que sempre cercam as pessoas denominadas de sucesso, ao
lado das quais se encontram vazios de sentimento, não preenchendo os
espaços daqueles a quem pretendem agradar, igualmente sedentos de amor
real.
O amor está presente no relacionamento existente entre pais e filhos,
amigos e irmãos. Mas também se expressa no sentimento do prazer, imediato
ou que venha a acontecer mais tarde, em forma de bem-estar. Não se pode
dissociar o amor desse mecanismo do prazer mais elevado, mediato, aquele
que não atormenta nem exige, mas surge como resposta emergente do próprio
ato de amar. Quando o amor se instala no ser humano, de imediato uma
sensação de prazer se lhe apresenta natural, enriquecendo-o de vitalidade e de
alegria com as quais adquire resistência para a luta e para os grandes
desafios, aureolado de ternura e de paz.
O amor resulta da emoção, que pode ser definida
como uma reação intensa e breve do organismo a um lance inesperado, a qual
se acompanha dum estado afetivo de concentração penosa ou agradável, do
ponto de vista psicológico. Também pode ser definida como o movimento
emergente de um estado de excitamento de prazer ou dor.
Como conseqüência, o amor sempre se direciona àqueles que são
simpáticos entre si e com os quais se pode manter um relacionamento
agradável. Este conceito, porém, se restringe à exigência do amor que se
expressa pela emoção física, transformando-se em prazer sensual.
Sob outro aspecto, háo amor profundo, não necessariamente
correspondido, mas feito de respeito e de carinho pelo indivíduo, por uma obra
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de arte, por algo da Natureza, pelo ideal, pela conquista de alguma coisa
superior ou transcendente, para cujo logro se empenham todas as forças
disponíveis, em expectativa de um prazer remoto a alcançar.
As experiências positivas desenvolvem os sentimentos de afetividade e de
carinho, as desagradáveis propÕem uma postura de reserva ou que se faz
cautelosa, quando não se apresenta negativa.
No medo de amar, estão definidos os traumas de infância, cujos reflexos
se apresentam em relação às demais pessoas como projeções dos tormentos
sofridos naquele período. Também pode resultar de insatisfação pessoal, em
conflito de comportamento por imaturidade psicológica, ou reminiscência de sofrimentos,
ou nos seus usos indevidos em reencarnações transatas.
De alguma forma, no amor, há uma natural necessidade de aproximação
física, de contato e de contigüidade com a pessoa querida.
Quando se é carente, essa necessidade torna-se tormentosa, deixando de
expressar o amor real para tornar-se desejo de prazer imediato, consumidor.
Se for estabelecida uma dependência emocional, logo o amor se transforma e
torna-se um tipo de ansiedade que se confunde com o verdadeiro sentimento.
Eis porque, muitas vezes, quando alguém diz com aflição eu o amo, está
tentando dizer eu necessito de você, que são sentimentos muito diferentes.
O amor condicional, dependente, imana uma pessoa à outra, ao invés de
libertá-la.
Quando não existe essa liberdade, o significado do eu o amo, o transforma
na exigência de você me deve amar, impondo uma resposta de sentimento
inexistente no outro.
O medo de amar também tem origem no receio de não merecer ser
amado, o que constitui um complexo de inferioridade.
Todas as pessoas são carentes de amor e dele credoras, mesmo quando
não possuam recursos hábeis para consegui-lo. Mas sempre haverá alguém
que esteja disposto a expandir o seu sentimento de amor, sintonizando com
outros, também portadores de necessidades afetivas.
O medo, pois, de amar, pelo receio de manter um compromisso sério,
deve ser substituído pela busca da afetividade, que se inicia na amizade e
termina no amor pleno. Tal sentimento é agradável pela oportunidade de
expandir-se, ampliando os horizontes de quem deseja amigos e torna-se
companheiro, desenvolvendo a emoção do prazer pelo relacionamento
desinteressado, que se vai alterando até se transformar em amor legítimo.
Indispensável, portanto, superar o conflito do medo de amar, iniciando-se
no esforço de afeiçoar-se a outrem, não gerando dependência, nem impondo
condições.
Somente assim a vida adquire sentido psicológico e o sentimento de amor
domina o ser.

AMOR, IMBATÍVEL AMOR

Extraído do Livro: Amor, imbatível Amor.Joana de Angelis/Divaldo Franco

O amor é substância criadora e mantenedora do Universo, constituído por essência divina.
É um tesouro que, quanto mais se divide, mais se multiplica, e se enriquece à medida que se reparte.
Mais se agiganta, na razão que mais se doa. Fixa-se com mais poder, quanto mais se irradia.
Nunca perece, porque não se entibia nem se enfraquece, desde que sua força reside no ato mesmo de doar-se, de tornar-se vida.
Assim como o ar é indispensável para a existência orgânica, o amor é o oxigênio para a alma, sem o qual a mesma se enfraquece e perde o sentido de viver
É imbatível, porque sempre triunfa sobre todas as vicissitudes e ciladas.
Quando aparente — de caráter sensualista, que busca apenas o prazer
imediato — se debilita e se envenena, ou se entorpece, dando lugar à frustração.
Quando real, estruturado e maduro — que espera, estimula, renova —
não se satura, é sempre novo e ideal, harmônico, sem altibaixos emocionais.
Une as pessoas, porque reúne as almas, identifica-as no prazer geral da fraternidade, alimenta o corpo e dulcifica o eu profundo.
O prazer legítimo decorre do amor pleno, gerador da felicidade, enquanto o comum é devorador de energias e de formação angustiante.
O amor atravessa diferentes fases: o infantil, que tem caráter possessivo, o juvenil, que se expressa pela insegurança, o maduro, pacificador, que se entrega sem reservas e faz-se plenificador.
Há um período em que se expressa como compensação, na fase intermediária entre a insegurança e a plenificação, quando dá e recebe, procurando liberar-se da consciência de culpa.
O estado de prazer difere daquele de plenitude, em razão de o primeiro ser fugaz, enquanto o segundo é permanente, mesmo que sob a injunção de relativas aflições e problemas-desafios que podem e devem ser vencidos.
Somente o amor real consegue distingui-los e os pode unir quando se apresentem esporádicos.
A ambição, a posse, a inquietação geradora de insegurança — ciúme,
incerteza, ansiedade afetiva, cobrança de carinhos e atenções —, a necessidade de ser amado caracterizam o estágio do amor infantil, obsessivo,
dominador, que pensa exclusivamente em si antes que no ser amado.
A confiança, suave-doce e tranqüila, a alegria natural e sem alarde, a exteriorização do bem que se pode e se deve executar, a compaixão dinâmica,
a não-posse, não-dependência, não-exigência, são benesses do amor pleno, pacificador, imorredouro.
Mesmo que se modifiquem os quadros existenciais, que se alterem as
manifestações da afetividade do ser amado, o amor permanece libertador, confiante, indestrutível.
Nunca se impõe, porque é espontâneo como a própria vida e irradia-se mimetizando, contagiando de júbilos e de paz.
Expande-se como um perfume que impregna, agradável, suavemente, porque não é agressivo nem embriagador ou apaixonado...
O amor não se apega, não sofre a falta, mas frui sempre, porque vive no
íntimo do ser e não das gratificações que o amado oferece.
O amor deve ser sempre o ponto de partida de todas as aspirações e a etapa final de todos os anelos humanos.
O clímax do amor se encontra naquele sentimento que Jesus ofereceu à Humanidade e prossegue doando, na Sua condição de Amante não amado
.

AMOR E MATIZES



Livro: Garimpo de Amor. Joana de Angelis / Divaldo.


O amor é um tesouro
que mais se multiplica a medida que se reparte.Alcança-se a plenitude terrena quando se consegue amar.
Amar, sem qualquer condicionamento ou imposição, constitui a meta que todos
devem perseguir, a fim de atingir o triunfo existencial.O amor é um diamante que, para poder brilhar, necessita ser arrancado da ganga que o envolve no seu estágio primário.
Nasce do coração no rumo da vida, expandindo-se na razão direta em que conquista
espaço interno, sempre mais expressivo e irradiante.É realização do sentimento que se liberta do egoísmo, que se transmuda em compaixão, em solidariedade, em compreensão.Possuidor de emoções superiores, expressa o nível de evolução de cada ser, à medidaque se agiganta.
Quando alguém empreende a tarefa de ser aquele que ama, ocorre uma revolução significativa no seu psiquismo, e todo ele se transforma numa chama que ilumina sem consumir-se, numa tranquilidade que não se altera.
 Não poucas vezes, aquele que desperta para o amor experimenta frustração e
conflito, por não ser entendido ou esperar que os resultados do seu empenho sejam imediato se logo a plantação de ternura seja abençoada pelas flores perfumadas da recompensa.
Trata-se, essa reflexão incorreta, de algum remanescente ainda egoístico em torno de
equivocado conceito sobre o amor.
É muito gratificante acompanhar o desenvolvimento de qualquer empresa,
observando os resultados que apresenta, os frutos que produz, as gratificações que oferece. No entanto, não é essa a resposta do empreendimento afetivo.
Não estando as criaturas acostumadas ao amor, mas sim à convivência com as
utopias, os interesses mesquinhos e competitivos, quando o defrontam, afligem se,desconfiam,reagem negativamente, recusam-no.
É perfeitamente natural essa conduta, porque
de fluente do desconhecimento dos inexcedíveis benefícios do amor.Tudo quanto é inusitado inspira suspeição.
Porque alguém não se sente em condições
de amar, não acredita que outrem se encontre nesse patamar do sentimento elevado.O amor, porém, que insiste e persevera, termina por vencer quaisquer resistências, porque não se impõe, não gera perturbação, não toma, somente oferece.
O amor torna o ser compreensivo e dedicado, emulando-o a prosseguir na sementeira da bondade, do bem-estar próprio e geral.O amor é sempre mais enriquecedor para quem o cultiva e esparze-o do que para os demais.O amor apresenta-se em variados matizes, que são resultados das diversas facetas da mesma gema, refletindo a luz em tonalidades especiais, conforme o ângulo de suacaptação.
Expressa-se num misto de ternura e de companheirismo, de interesse pelo êxito do
outro e de compreensão das suas dificuldades, de alegria pelas suas conquistas e de compaixão pelos seus desaires, de generosidade que se doa e de cooperação que ajuda.
Mesmo quando não aceito, não se entristece nem descamba em reações psicológicas
de autopiedade, preservando-se do luxo de manter ressentimento, ou de propor o afastamentode quem o não recebe.
Pelo contrário, continua na sua tarefa missionária de enriquecer, às vezes
desaparecendo da presença para permanecer em vibrações de doçura e de paz,sustentando o opositor e diluindo-lhe as impressões perturbadoras.Deve ser enunciado ou pode manter-se em silêncio, a depender das circunstâncias,das ocorrências, dos fenómenos que se derivam dos relacionamentos.O importante é que se transforme em ação paciente e protetora, sem asfixiar nem dominar a quem quer que seja. Nunca desfalece, quando autêntico, embora haja momentos em que a sua luz bruxuleia um pouco, necessitando do combustível da oração que o fortalece, por vincular a criatura ao seu Criador, de Quem promana com o inefável recurso de plenitude.Quando os relacionamentos humanos experimentarem o estímulo do amor, os famigerados adversários da sociedade - guerras, calamidades, fome, violência, vícios- desaparecerão naturalmente, porque desnecessários entre os seres, em razão de os seus conflitos,agora atenuados, não mais buscarem esses mecanismos infelizes de sobrevivência,de exaltação do ego ou de dominação arbitrária do seu próximo.O amor tudo pode e tudo vence. Não se afadigando mediante a pressa, estende-se ao longo do tempo como hálito de vida que a mantém e brisa cariciosa que a beneficia.Onde se apresenta o amor, os espectros do ódio, do ciúme, da cizânia, da maledicência, da perversidade, da traição, do orgulho se diluem, cedendo-lhe o espaço para a fraternidade, a confiança irrestrita, a união, a estimulação, a bondade, a fidelidade,a simplicidade de coração.O amor é um tesouro que mais se multiplica, à medida que se reparte, jamais desaparecendo, porque a sua força reside na sua própria constituição, que é de origem divina. Nada obstante, o amor não conive, não se amolenta, não serve de capacho para facultar a ascensão dos fracos aos estágios superiores, nem se submete ante a exploração dos perversos e dos astutos.É alimento do Espírito e irradiação do magnetismo universal.
Enquanto se deseja ser amado, embora não amando, ser compreendido, apesar de não ser compreensivo, não se atinge a meta do desenvolvimento espiritual. Nesse ser,que assim age, permanece a infância psicológica que deseja auferir sem dar, desfrutar sem oferecer.
O amor compraz-se na reciprocidade, porém, não a torna indispensável, porque
existe com a finalidade exclusiva de tornar feliz aquele que o cultiva, enriquecendoaqueloutro a quem se dirige.Em razão disso, é rico de valores, multiplicando se incessantemente e oferecendo apoio, plenificação e paz a quem o oferta e a quem o recebe, mesmo quando ignorando-o, por indiferença ou desequilíbrio.Afinal, sendo de essência divina, nunca será demasiado repetir-se que o amor é a emanação da Vida, é a alma de Deus.

A VIOLÊNCIA NO CORPO E NA MENTE DO ADOLESCENTE

A VIOLÊNCIA NO CORPO E NA MENTE DO
ADOLESCENTE
A adolescência sempre foi considerada um período difícil no
desenvolvimento do ser humano, com mais desafios do que na infância,
criando embaraços para o próprio jovem como para os seus pais e todos
aqueles que com ele convivem.
Trezentos anos antes de Cristo, Aristóteles escrevera que os
adolescentes são impetuosos, irascíveis e tendem a se deixar levar por seus
impulsos, demonstrando uma certa irritabilidade em relação ao comportamento
juvenil. Por sua vez, Platão desaconselhava o uso de bebidas alcoólicas pelos
jovens antes dos dezoito anos, em razão da rápida excitabilidade dos mesmos,
e propunha: Não se despejar fogo sobre fogo.
Os conceitos sobre a adolescência sempre ganharam aceitação,
particularmente quando de natureza censória, intolerante.
No século 17, em sermão fúnebre, um clérigo afirmava que a juventude
era como um navio novo lançado ao oceano sem um leme, sem lastro, ou
piloto para dirigi-lo, como resultado de uma observação externa, sem
aprofundamento, de modo que se pudesse compreender as significativas
transformações que se operam no ser em formação, compelindo-o para as
atitudes anticonvencionais, período assinalado por mudanças estruturais.
Essas mudanças, que se operam na forma física, repercutem
significativamente na conduta psicológica, propondo diferentes
relacionamentos com os companheiros, experimentando novos modelos
educacionais, vivenciais, enquanto todo ele se encontra em maturação
biológica apressada, sem precedentes na sua história orgânica.
Nesse período, compreensivelmente, surgem os conflitos de identidade,
em tentativas internas de descobrir quem é e o que veio fazer aqui na Terra.
Logo depois surgem-lhe as indagações de como conduzir-se e qual a melhor
maneira de aproveitar o período promissor, sem o comprometimento do futuro.
Esse estado de mudanças pode ser breve, nas sociedades mais simples,
mais primitivas, ou prolongado, nas tecnologicamente mais desenvolvidas,
podendo dar-se de maneira abrupta, ou através de uma gradual transição das
experiências antes vivenciadas para as atuais desafiadoras. Em todas as
culturas, porém, apresenta-se com um caráter geral de identidade: alterações
físicas e funcionais da puberdade, assinalando-lhe o início inevitável.
Os hormônios, que desempenham um fundamental papel na
transformação orgânica e na constituição dos elementos secundários do sexo,
igualmente interferem na conduta psicológica, fazendo ressuscitar problemas
que se encontravam adormecidos no inconsciente profundo, na memória do
Espírito reencarnado. Isto porque, a reencarnação é oportunidade de
refazimento e de adestramento para desafios sempre maiores em relação ao
si, na conquista da imortalidade. Na adolescência, em razão das
transformações variadas, antigos vícios e virtudes ressumam como tendências
e manifestam-se, exigindo orientação e comando, a fim de serem evitados
novos e mais graves cometimentos morais perturbadores.
Localizada na base do cérebro, a hipófise tem importância especial na
proposta do desenvolvimento da puberdade. Os seus hormônios permanecem
inibidos até o momento que sucede um amadurecimento das células do
hipotálamo, que lhe enviam sinais específicos, a fim de que os libere. Tal
fenômeno ocorre em diferentes idades, nunca sendo no mesmo período em
todos os organismos.
Esses hormônios são portadores de uma carga muito forte de estímulos
sobre as demais glândulas endócrinas, particularmente a tireóide, a adrenal, os
testículos e os ovários, que passam a produzir e ativar os seus próprios,
responsáveis pelo crescimento e pelo sexo.
Surgem, então, os andyogênios, os estrogênios e as progestinas, estas
últimas responsáveis pela gravidez. No metabolismo geral, todos eles
interagem de forma que propiciem o desenvolvimento físico e fisiológico
simultâneos.
Nesse período de transformações orgânicas acentuadas, o adolescente,
não poucas vezes, sente-se estranho a si mesmo. As alterações
experimentadas são tão marcantes que ele perde o contacto com a sua própria
realidade, partindo então para o descobrimento de sua identidade de forma
estranha, inquieta, gerando distúrbios que se podem acentuar mais, caso não
encontre orientação adequada e imediata.
Em razão da dificuldade de identificação do si, o jovem tem necessidade
de ajustar-se à imagem do seu corpo, detendo-se nos aspectos físicos, sem
uma percepção correta da realidade, o que o conduz a conclusões
equivocadas, a respeito de ser amado ou não, atraente ou repulsivo, por falta
de uma capacidade real para a avaliação.
Nas meninas, o ciclo menstrual surge de uma forma desafiadora e quase
sempre causa surpresa, reação prejudicial, quando não estão preparadas, por
ignorarem que se trata de um ajustamento fisiológico, ao mesmo tempo
símbolo de maturidade sexual.
A desorientação pode deixar sinais negativos no seu comportamento,
particularmente sensações físicas dolorosas, rejeição e irritabilidade, na área
psicológica, após a menarca.
Outras seqüelas podem ocorrer na pré ou na pós-menstruação, exigindo
terapia própria.
Os rapazes, por sua vez, se não esclarecidos, podem ser surpreendidos
com os fenômenos sexuais espontâneos, como a ereção incontrolada e as
ejaculações desconhecidas.
Nessa fase eles vivem um espaço no qual tudo pode tomar
características de manifestação sexual: odor, som, linguagem, lembrança...
Não sabendo ainda como administrar essas manifestações espontâneas do
organismo, embaraçam-se e descontrolam-se com relativa facilidade.
Certamente, os jovens da atualidade se encontram muito mais informados
do que os outros das gerações passadas, não obstante esses conhecimentos
estejam muito distorcidos na mente juvenil, o que perturba aqueles de
formação tímida ou portadores de qualquer distúrbio ainda não definido.
A questão da maturação sexual nos jovens não tem período demarcado,
podendo ser precoce ou tardia, que resulta em estados de apreensão ou
desequilíbrio, insegurança ou audácia, a depender da personalidade, no caso,
do Espírito reencarnado com o patrimônio dos méritos e dívidas.
O amadurecimento psicológico faz-se, nessa ocasião, com maior rapidez
do que na infância. Há mudanças cognitivas muito fortes, que desempenham
um papel crítico para o jovem cuidar das demandas educacionais, sociais,
vocacionais, políticas, econômicas, sempre cada dia mais complexas.
As alterações nos relacionamentos, entre pais e filhos, propõem
necessidade de maior intercâmbio no lar, a fim de proporcionar um
desenvolvimento psicológico saudável, quanto intelectual, equilibrado.
Uma outra questão muito significativa do momento da adolescência é o
conflito entre o real e o possível, vivenciado pelo jovem em transição. Ao
constatar que o real deixa-lhe muito a desejar, porque se encontra num período
de enriquecimento psíquico, torna-se rebelde e transtorna-se, o que não deixa
de ser uma característica transitória do seu comportamento.
A harmonia que se deve estabelecer entre o físico e o psíquico, libertando
o adolescente da violência existente no seu mundo interior, será conseguida a
esforço de trabalho, de orientação, de vivências morais e espirituais, o que
demanda tempo e amadurecimento, compreensão e ajuda dos adultos, sem
imposições absurdas, geradoras de outras agressões.

Livro: Adolescência e Vida ditada por Joana de Angelis psicografada por Divaldo

sábado, 28 de julho de 2012

Amor, Sexualidade e Casamento


Amor, Sexualidade e Casamento

No Espiritismo o problema do amor implica a relação direta do homem com Deus. Criador e criatura se religam no desenvolvimento humano da lei de adoração. Quanto mais o homem desenvolve as suas potencialidades existenciais, o seu potencial ôntico, mais ele se aproxima de Deus, mais o sente e mais o compreende. Nunca houve nem poderia haver um rompimento total e definitivo entre Criador e criatura. No próprio dogma da queda a expulsão do homem da face de Deus é apenas temporária. Por isso o Espiritismo é Religião, mas não é igreja. A diferença entre Igreja e Religião é a mesma que existe entre alma e corpo. O homem perde o corpo na morte, mas não perde a alma. A Religião anunciada por Jesus não possui corpo, é alma pura, que sobrevive por si mesma. No diálogo com a Mulher Samaritana Jesus desprezou o Templo de Jerusalém e o Templo do Monte Gerasin, referindo-se apenas à Religião Livre do Futuro. Porque a relação religiosa é puramente espiritual. A Religião não depende de formalismos, sacramentos, instituições e órgãos. É subjetiva e se define como o Amor a Deus. Essa relação direta exclui naturalmente todas as formas de discriminação, pois seu objetivo é a unidade. Quando uma criatura se liga a Deus, liga-se ao mesmo tempo a todas as criaturas e a todo o Universo, integra-se na realidade absoluta. Tudo o mais são coisas humanas, pertence à diáspora, ou seja, ao tempo do exílio, em que o homem se afastou de Deus. Esta simplificação da Religião só ocorre na máxima complexidade, que é o mergulho do homem em sua essência, proveniente de Deus e que é o próprio Deus em nós. Exemplifiquemos humanamente esta questão. Conta-se que um sábio indiano mandou três filhos estudar na Inglaterra. Quando voltaram diplomados perguntou ao primeiro: “O que é Deus”? O rapaz fez uma longa e confusa digressão a respeito. O segundo vacilou em sua explicação e disse que precisava estudar mais o assunto. O terceiro calou-se e seus olhos se encheram de estranha névoa luminosa. O pai disse aos três; por ordem das perguntas: “Você, meu filho, procurou Deus nas teologias e não conseguiu achá-lo; você, meu segundo filho, está tateando no escuro como um cego; e você, meu filho, que não me respondeu, encontrou Deus e nele mergulhou de tal maneira que não pode traduzi-lo em palavras. Você não perdeu tempo com as coisas exteriores e por isso foi o único que realmente aprendeu o que é Deus.
A contradição máxima complexidade e máxima simplicidade não é contradição, mas fusão. A complexidade infinita das coisas e dos seres no Universo aturde o homem que busca Deus, mas ao encontrá-lo o homem percebe de pronto que toda a complexidade se funde na Existência Única de Deus. É como o marinheiro que navegou por muitos mares, surpreso com as variedades e as diferenciações formais de todos eles, mas ao terminar a sua navegação constata que todos os mares não são mais do que o Grande Mar.
A religião em Espírito e Verdade é esse Mar Total em que todos mares e todas as águas se reúnem numa coisa só.
Todas as religiões nasceram da mediunidade, que é o fundamento de todas as religiões, que por sua vez se fundem na Religião em essência que é a Religião do Espírito ou o Espiritismo. Nela não se precisa de coisas específicas, pois todas as coisas se fundem numa só – o Amor a Deus.
Um jovem e uma jovem se amam e o amor que os atrai é o Amor de Deus nas criaturas. A bênção do amor já os ligou e eles não necessitam de palavras, ritos ou sacramentos para se unirem, pois unidos já estão. Se não houver amor entre eles, não estão unidos e de nada valerá a união formal por meios sacramentais. É por isso que no Espiritismo não há sacramentos nem formalismo algum, pois tudo depende, em todas as circunstâncias, da essência única – e única verdadeira – que é o Amor.
Mas o Espiritismo reconhece a necessidade humana de disciplinação social, e por isso recomenda apenas casamento civil. Ainda por isso o Espiritismo reconhece a necessidade do divórcio, pois no plano ilusório da matéria as criaturas se confundem e misturam sexualidade e desejo com o Amor. Jesus, respondendo aos judeus por que motivo Moisés permitia o divórcio, disse-lhes: “Por causa da dureza dos corações, mas no princípio não foi assim.” Kardec explica que no princípio da humanidade o amor era espontâneo, livre de injunções estranhas, e então não era necessário o divórcio. O Espiritismo não faz casamentos nem divórcios, nem as anulações de casamento que a Igreja faz, pois esses problemas pertencem às leis humanas. Da mesma maneira o Espiritismo não faz batizados – pois o batismo é do espírito – nem recomenda defuntos ou distribui bênçãos, pois todas essas coisas não são feitas pelos homens e sim por Deus. Todos os sacramentos e formalismos são substituídos no Espiritismo pela prece, que serve em todas as ocasiões da vida e da morte, pois é um momento de ligação do homem com Deus, o diálogo com o Outro, como queria Kierkegaard. Toda intervenção humana interesseira e venal é substituída pela serena confiança nas bênçãos gratuitas do Céu. Nesse ato humano de louvor ou de súplica, desprovido de aparatos exteriores, a presença da Divindade é o cumprimento da promessa de Jesus, sem nenhuma evocação formal. A solidariedade espiritual se revela no esforço de transcendência vertical das criaturas, conscientes da lei da sublimação. Não há fórmulas orais nem gestos, nem signos ou mitos na tranqüila vibração das consciências na intimidade de todos e de cada um.
A prece espontânea brota das profundezas do ser com a naturalidade de uma flor que desabrocha. Não é um ato da vontade, mas um aflorar do espírito. Não é uma ficha arrancada do arquivo da memória, mas um impulso do coração. As raízes latinas: prex, precis, determinaram no tempo, através de séculos e milênios, a forma leve e suave da palavra portuguesa prece, que soa nos lábios como um bater secreto de asas minúsculas. Prefere-se prece à oração, porque a primeira condiz e se harmoniza com o ato interior e invisível com que a alma se lança na transcendência. Há um mistério sutil nessa escolha intuitiva desse par de sílabas poéticas que repercutem nos corações como o perpassar de uma brisa entre pétalas. Não tentamos fazer poesia nem divagar, mas descobrir através de imagens e palavras, o imponderável do instante da prece.
Os que não se contentam com esse sopro do espírito, esse pneuma grego, esse frêmito inaudível, captado mais pela alma do que pelos ouvidos, preferindo orações extensas e grandíloquas, estão ainda imantados aos formalismos sacramentais. Nada revela mais claramente a natureza intimista da religião espiritual do que essa preferência espírita pela prece. Livrar a criatura do peso da matéria, para que ela possa elevar-se a Deus no silêncio de si mesmo é a finalidade da prece.
Do problema da prece temos de passar à questão sexual, o que não seria recomendável ainda há pouco tempo. O tabu sexual fechava todas as passagens a atrevimentos dessa espécie. As marcas da era fálica haviam aterrorizado o Cristianismo Primitivo, que teve de lutar tenazmente contra a depravação romana e do paganismo em geral. As epístolas de Paulo nos mostram o desespero do Apóstolo ante o comportamento animal dos conversos em certas igrejas, particularmente na de Corinto. Isso impediu o Apóstolo, já assustado com a corrupção grega e romana no próprio Judaísmo, a tomar uma atitude radical no tocante ao sexo. O falso conceito judeu da pureza (mais racial e religioso do que moral), provocava os seus brios de antigo Doutor da Lei contra o perigo da época. Das reações de Paulo e do puritanismo hipócrita dos fariseus teria de nascer uma era antifálica e anti-sensual, voltada para o extremo oposto da castidade forçada e do celibato sacrificial. Foi tão violenta essa reação que nem mesmo os exemplos de mentalidade aberta do Cristo puderam atenuá-la. Não somente o sexo, como instrumento de perdição, mas a própria sexualidade foram condenadas sumariamente. Por pouco a prática judaica da circuncisão, que alguns apóstolos mais afoitos, como Pedro, exigiam dos conversos pagãos, não se transformou na castração árabe dos haréns. É significativo o fato de Paulo, depois da circuncisão que praticou recusar-se a continuar circuncidado e até mesmo a batizar com água.
Houve também, como teria de haver, reações contrárias a essa posição extremada, com liberalidades também extremadas, que mais tarde resultariam no episódio dos Libertinos do Século XX, católicos e protestantes rejeitados pelas idéias renascentistas, precursores da fase atual de libertinagem que abalaram o mundo. A pornografia assustadora de hoje, que fomenta a indústria das perversões sexuais em revistas, jornais, cartazes, cinema e televisão, é por sua vez um novo eclodir da sensualidade sem freios, desvirtuando o sentido natural da sexualidade. São esses os balanços de um barco de loucos atirado à fúria de tempestades marítimas, à semelhança do Barco dos Mortos de Traven. A contra-reação da moral vitoriana inglesa nada mais fez do que preparar a sua própria explosão, na fase atual do homossexualismo europeu desenfreado, que parece vingar a prisão de Oscar Wild em Reading.
A sexualidade afrontada encontrou em Marcuse o seu defensor filosófico, mas em termos exagerados. Desde o século passado o Espiritismo colocou nos fundamentos de toda a realidade terrena a questão do princípio vital, elemento mantedor de toda a vida planetária. A sexualidade, que não é o sexo, mas a potência sexual geradora e mantenedora de vida, é a carga de energia vital do planeta, distribuída nos indivíduos de todas as espécies. Na era fálica essa força era cultuada mas não havia libertinagem nem pornografia nesse culto, pois não se considerava o sexo como pecado, mas como instrumento sagrado de reprodução da espécie. Na Suméria os casais se uniam nos altares dos templos, na presença de sacerdotes que os abençoavam para a fecundação. Esse senso da dignidade do sexo perdeu-se nas civilizações teocráticas, esmagado sob as condenações do gozo, que impediam a alma de alcançar a salvação. Marcuse tem razão ao defender a teoria das civilizações suicidas, que condenam o sexo e a ele se entregam na exclusiva busca do prazer, desenvolvendo a indústria aviltante do gozo sexual, que reduz o sexo a instrumento de loucura e perversão. A colocação espírita desse problema é clara e precisa como vemos no capítulo sobre a Lei de Reprodução, de O Livro dos Espíritos:
“As leis e costumes humanos que objetivam ou têm por efeito obstar a reprodução são contrários à lei natural?: Tudo o que entrava a marcha da Natureza é contrário à lei geral”.
Todas as espécies devem reproduzir-se, mesmo as que parecem daninhas. O equilíbrio mesológico se faz segundo as leis biomesológicas de cada área específica: o campo, o cerrado, a floresta, as águas, as cidades e assim por diante. Há espécies daninhas que são sobrevivências de formas em extinção ou mutação, para adaptações a condições novas que estão surgindo. Como Kardec adverte: o homem, que só vê um canto do quadro geral da Natureza, não pode julgar o todo e se confunde em suas apreciações da harmonia natural. No tocante à população humana do planeta, que hoje preocupa os homens e os governos, o Espiritismo sustenta a tese do equilíbrio natural, governado pelas leis naturais. Afirma que a Terra está longe de possuir a população a ela destinada e que o homem não tem capacidade para impedir a progressão populacional. O recente Congresso Demográfico Mundial da ONU, provou isso. Depois de vários dias de debates e defesa de teses absurdas, o Secretário Geral da ONU advertiu os congressistas de que, durante as discussões, milhões de crianças haviam nascido em todo o mundo. Era impossível deter o aumento populacional através das medidas propostas, algumas delas ridículas, como a de um cientista inglês que propunha medidas para reduzir o tamanho atual dos homens, reduzindo-os a homúnculos, para se conseguir mais espaço e diminuir as necessidades de alimentos. Por outro lado, vários cientistas colocaram o problema da chamada explosão demográfica e falta de alimentos em termos de crescimento local dos grandes centros urbanos e falta de controle da produção alimentícia, com esbanjamento de grandes produções por falta de transportes, ganância exagerada de lucros e transportes excessivamente caros de regiões produtoras distantes para as zonas consumidoras. Resta ainda considerar que todo crescimento populacional não é permanente, seguindo uma curva estatística de ascensão que depois decai, ajusta-se em linha regular ou entra em declínio. Tudo isso confirma a posição espírita. Escapa ao homem o controle biomesológico em todo o conjunto de áreas populacionais animais e humanas, de maneira que as intervenções humanas só servem para provocar desequilíbrios perigosos.
Passando desse problema para o de abstenção sexual e o de casamento e celibato, vamos novamente verificar o acerto do Espiritismo em sua posição firmada desde meados do século passado. O casamento representa uma conquista na evolução social, disciplinando as relações humanas com vistas à organização da família na estrutura mais ampla da sociedade. Se a maioria dos casamentos na Terra apresenta dificuldades e desajustes, isso decorre das condições inferiores do nosso mundo. O casal é uma unidade biológica que se forma por atração afetiva recíproca desenvolvida em vidas sucessivas ao longo da temporalidade, que é a larga e profunda esteira dos tempos sucessivos. A afetividade que o liga no presente é positiva, mas está geralmente carregada de cargas negativas, provenientes de situações não resolvidas, de compromissos e dívidas morais recíprocas. Formada a unidade, ela funciona como um dínamo-psiquismo que atrai as entidades comprometidas com o par nas existências anteriores. O par sozinho enleia-se nos sonhos de felicidade dos anseios de amor. Mas as interferências dos comparsas causa disritmias e atritos na harmonia do dínamo, muitas vezes desde o namoro e o noivado, prenunciando tempestades magnéticas. São os filhos que buscam a reencarnação e os parentes do par e outros compromissados que chegam, cobradores de dívidas afetivas e de compromissos rompidos. Não é Deus que determina essas situações embaraçosas, mas os próprios envolvidos em complôs remotos e o próprio par, motivo de ações negativas anteriores que, segundo a lei de ação e reação, formam o karma do grupo, ou seja, o conjunto de insolvências passadas, agora postas em resgate comum. (A palavra karma, de origem sânscrita, vem de arcaicas religiões indianas reencarnacionistas, mas é empregada no meio espírita por seu sentido prático e preciso). Se o casal se recusa a ter filhos os compromissados reagem com vibrações mentais e psíquicas negativas, quebrando a harmonia do dínamo e provocando distúrbios biopsíquicos no casal e até mesmo ocasionando a interferência de reencarnados compromissados com o par. São essas as causas da maioria das situações difíceis resultantes de casamentos felizes. Os casos de abortos provocados no passado constituem pesados compromissos a resgatar, e os casos de abortos recentes (sem necessidade clínica real), acumulam-se aos anteriores ou passam para débitos futuros. É por isso que os sentimentos de amor e respeito ao próximo constituem elementos defensivos da felicidade futura de todos nós. A partir deste quadro podemos compreender com mais clareza as situações dolorosas em que se precipitam muitos casamentos felizes, e que as religiões explicam assustadoramente como castigos divinos ou influências diabólicas. Todas essas ocorrências dependem exclusivamente de nossas relações humanas no passado e no presente. A consciência humana dispõe, em todos nós, dos recursos preventivos dessas situações. Nossa falta leviana de atenção às exigências e advertências da consciência respondem pelas situações negativas que criamos por nós mesmos, contra os nossos interesses evolutivos.

Autor: J. Herculano Pires
Livro: Curso Dinâmico do Espiritismo

ALERGIA E OBSESSÃO

Nota do Blog:
Somos responsáveis por todos as nossas ações e pensamentos. Os nossos atos contrários as leis Divinas repercutem em nosso perispírito e consequentemente no corpo físico. Quando Jesus disse que iríamos pagar ceitil por ceitil  queria dizer também que nada escapa da lei.
O pensamento de ódio nos causa gastrite  nervosa, a inveja nos tira noites de sono são alguns exemplos de inúmeros que sofremos pelo pensamento fixo que chamamos de obsessão.
A edificação de valores morais  ensinado por Jesus, é a única porta que nos trará harmonia.

Negy

ALERGIA  E  OBSESSÃO

 Dias da Cruz
A noite de 15 de julho de 1954 trouxe-nos a alegria do primeiro contato com o Espírito do Dr. Francisco de Menezes Dias da Cruz, distinto medido e denodado batalhador do Espiritismo, que foi Presidente da Federação Espírita Brasileira, no período de 1889 a 1895, desencarnado em 1937.
Tomando as faculdades psicofônicas do médium, pronunciou a palestra aqui transcrita, que consideramos precioso estudo em torno da obsessão.
Subordinando o assunto ao tema “alegria e obsessão”, elucida-nos sobre a maneira pela qual facilitamos a influenciação das entidades infelizes ou inferiores em nosso campo físico, desde as mais simples perturbações epidérmicas aos casos dolorosos de avassalamento psíquico. 
Quem se consagra aos trabalhos de socorro espiritual há de convir, por certo, em que a obsessão é um processo alérgico, interessando o equilíbrio da mente.
Sabemos que a palavra “alergia” foi criada, neste século, pelo médico vienense Von Pirquet, significando a reação modificada nas ocorrências da hipersensibilidade humana.
Semelhante alteração pode ser provocada no campo orgânico pelos agentes mais diversos, quais sejam os alimentos, a poeira doméstica, os polens das plantas, os parasitos da pele, do intestino e do ar, tanto quanto as bactérias que se multiplicam em núcleos infecciosos.
As drogas largamente usadas, quando em associação com fatores protéicos, podem suscitar igualmente a constituição de alérgenos alarmantes.
Como vemos, os elementos dessa ordem são exógenos ou endógenos, isto é, procedem do meio externo ou interno, em nos reportando ao mundo complexo do organismo.
A medicina moderna, analisando a engrenagem do fenômeno, admite que a ação do anticorpo sobre o antígeno, na intimidade da célula, liberta uma substância semelhante à histamina, vulgarmente chamada substância “H”, que agindo sobre os vasos capilares, sobre as fibras e sobre o sangue, atua desastrosamente, ocasionando variados desequilíbrios, a se expressarem, de modo particular, na dermatite atípica, na dermatite de contato, na coriza espasmódica, na asma, no edema, na urticária, na enxaqueca e na alergia sérica, digestiva, nervosa ou cardiovascular.
Evitando, porém, qualquer preciosismo da técnica científica e relegando à medicina habitual o dever de assegurar os processos imunológicos da integridade física, recordemos que as radiações mentais, que podemos classificar por agentes “R”, na maioria das vezes se apresentam, na base de formação da substância “H”, desempenhando importante papel em quase todas as perturbações neuropsíquicas e usando o cérebro como órgão de choque.
Todos os nossos pensamentos definidos por vibrações, palavras ou atos, arrojam de nós raios específicos.
Assim sendo, é indispensável curar de nossas próprias atitudes, na autodefesa e no amparo aos semelhantes, porquanto a cólera e a irritação, a leviandade e a maledicência, a crueldade e a calúnia, a irreflexão e a crueldade, a tristeza e o desânimo, produzem elevada porcentagem de agentes “R”, de natureza destrutiva, em nós e em torno de nós, exógenos e endógenos, suscetíveis de fixar-nos, por tempo indeterminado, em deplorável labirinto da desarmonia mental.
Em muitas ocasiões, nossa conduta pode ser a nossa enfermidade, tanto quanto o nosso comportamento pode representar a nossa restauração e a nossa cura.
Para sanar a obsessão nos outros ou em nós mesmos, é preciso cogitar dos agentes “R” que estamos emitindo.
O pensamento é força que determina, estabelece, transforma, edifica, destrói e reconstrói.
Nele, ao influxo divino, reside a gênese de toda a Criação.
Respeitemos, assim, a dieta do Evangelho, procurando erguer um santuário de princípios morais respeitáveis para as nossas manifestações de cada dia.
E, garantindo-nos contra a alergia e a obsessão de qualquer procedência, atendamos ao sábio conselho de Paulo, o grande convertido, quando adverte aos cristãos da Igreja de Filipos:
- “Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é nobre, tudo o que é puro, tudo o que é santo, seja, em cada hora da vida, a luz dos vossos pensamentos.”
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(1) O comunicante refere-se ao Espírito Meimei. – Nota do organizador

Francisco Cândido Xavier. Da obra: Instruções Psicofônicas.  Espíritos Diversos