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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Conhecendo o Livro Céu e o Inferno."Criminosos Arrependidos"
O Espírito de Castelnaudary
Rumores e outras estranhas e várias manifestações ocorridas numa casinha perto de Castelnaudary, faziam-na crer habitada por fantasmas, mal-assombrada, etc. Assim foi dita casa exorcizada em 1848, aliás sem resultado. O proprietário Sr. D., pretendendo habitá- la, faleceu repentinamente alguns anos depois; e seu filho, animado do mesmo desejo, ao penetrar-lhe um dos compartimentos, recebeu de mão desconhecida vigorosa bofetada e, como estivesse só, não teve a menor dúvida de uma origem oculta, razão esta que o levou a abandonar a casa definitivamente. No lugar corria uma versão segundo a qual um grande crime fora cometido ali.
O Espírito que dera a bofetada foi evocado na Sociedade de Paris, em 1859, e manifestou-se por sinais de tamanha violência, que foram improfícuos todos os esforços para acalmá-lo. Interrogado S. Luís a respeito do assunto, respondeu: "É um Espírito da pior espécie, verdadeiro monstro; fizemo-lo comparecer, mas não obstante tudo quanto lhe dissemos não foi possível obrigá-lo a escrever. Ele possui o seu livre-arbítrio, do qual o infeliz tem feito triste uso".
P. Este Espírito é passível de melhora?
R. Por que não? Pois não o são todos, este como os outros?
É possível entretanto que haja nisso dificuldades, porém a permuta do bem pelo mal acabará por sensibilizá-lo. Orai em primeiro lugar e, se o evocardes daqui a um mês, vereis a transformação operada.
Novamente evocado mais tarde, o Espírito mostrou-se mais brando e, pouco a pouco, submisso e arrependido. Explicações posteriores, ministradas não só por ele como por outros Espíritos, deram em resultado ficarmos sabendo que, em 1608, habitando aquela casa, assassinara um irmão por motivos de terrível ciúme, degolando-o durante o sono. Alguns anos decorridos, também assassinara a esposa.
Criminosos Arrependidos (continuação)
O seu falecimento ocorreu em 1659, na idade de 80 anos, sem que houvesse respondido por estes crimes, que pouca atenção despertaram naquela época de balbúrdias. Depois da morte, jamais cessara de praticar o mal, provocando vários acidentes, ocorridos naquela casa.
Um médium vidente que assistiu à primeira evocação o viu no momento em que pretendiam forçá-lo a escrever, quando sacudiu violentamente o braço do médium. De medonha catadura, trajava uma camisa ensangüentada, tendo na mão um punhal.
1. P. (A S. Luís) — Tende a bondade de nos descrever o gênero de suplício deste Espírito.
R. É atroz, porque está condenado a habitar a casa em que cometeu o crime, sem poder fixar o pensamento noutra coisa a não ser no crime, tendo-o sempre ante os olhos e acreditando na eternidade dessa tortura. Está como no momento do próprio crime, porque qualquer outra recordação lhe foi retirada e interdita toda comunicação com qualquer outro Espírito. Sobre a Terra, só pode permanecer naquela casa, e no Espaço só lhe restam solidão e trevas.
2. Haveria um meio de o desalojar dessa casa? Qual seria esse meio?
R. Quando alguém quer ficar livre de obsessões de semelhantes Espíritos, o meio é fácil — orar por eles. Contudo é precisamente isso que se deixa de fazer muitas vezes: prefere-se intimidá-los com exorcismos que, aliás, muito os divertem.
3. Insinuando às pessoas interessadas essa idéia de orar por ele, fazendo-o também nós, conseguiríamos desalojá-lo?
R. Sim, mas reparai que eu disse para orar e não para mandar orar.
4. Estando em tal situação há dois séculos, apreciará ele todo esse tempo como se fora encarnado, isto é, o tempo parecer-lhe-á tanto ou menos longo do que quando na Terra?
R. Mais longo; o sono não existe para ele.
5. Disseram-nos que o tempo não existe para os Espíritos e que um século, para eles, não passa de um instante na eternidade. Dar-se-á efetivamente esse fato para com todos os Espíritos?
R. Não, por certo, porquanto isso só se dá com os Espíritos que têm atingido elevadíssimo grau de adiantamento; para os inferiores, porém, o tempo é freqüentemente moroso, sobretudo quando sofrem.
6. Donde vinha esse Espírito antes da sua encarnação?
R. Tivera uma existência entre tribos das mais ferozes e selvagens e, precedentemente, em planeta inferior à Terra.
7. Severamente punido agora por esse crime, se-lo-ia igualmente pelos que porventura tivesse cometido, como é de supor, quando vivendo entre selvagens?
R. Sim, porém não tanto, uma vez que, por ser mais ignorante, menos alcançava a extensão do delito.
8. O estado em que se vê esse Espírito é o dos seres vulgarmente designados por danados?
R. Não, em absoluto, pois há condições ainda mais horrorosas. Os sofrimentos estão longe de ser os mesmos para todos, variando conforme seja o culpado mais ou menos acessível ao arrependimento. Para este, aquela casa é o seu inferno, outros trazem esse infer no em si mesmos, pelas paixões que os atormentam sem que possam saciá-las.
9. Não obstante a sua inferioridade, este Espírito é sensível aos efeitos da prece, o que também temos verificado com Espíritos da mesma forma perversos e da mais ínfima natureza; entretanto, Espíritos há que, esclarecidos, de inteligência mais desenvolvida, demonstram completa ausência de bons sentimentos e zombam de tudo o que há de mais sagrado; a nada se comovendo e até não dando tréguas ao seu cinismo...
R. A prece só aproveita ao Espírito que se arrepende; para aqueles que, cheios de orgulho, se revoltam contra Deus e que persistem no erro, exagerando-o mesmo, tal como procedem os infelizes; para eles a prece nada adianta nem adiantará senão quando tênue vislumbre de arrependimento começar a germinar-lhes na consciência. A ineficácia da prece também é para eles um castigo. Enfim, ela só alivia os não totalmente endurecidos.
10. Vendo-se um Espírito insensível à ação da prece, será motivo para que se deixe de orar por ele?
R. Não, porquanto, cedo ou tarde, a prece poderá triunfar do seu endurecimento e sugerir-lhe benéficos pensamentos. O mesmo acontece com determinados doentes nos quais a ação medicamentosa só se torna sensível depois de muito tempo, e vice-versa. Compenetrando-nos bem de que todos os Espíritos são capazes de progresso, e que nenhum é fatal e eternamente condenado, fácil nos será compreender a eficácia da prece em quaisquer circunstâncias. Por mais ineficaz que ela possa parecer-nos à primeira vista, a verdade é que contém germes em si mesma, bastante benéficos, para bem predisporem o Espírito, quando o não afetem imediatamente. Erro seria, pois, desanimarmos por não colher dela imediato resultado.
11. Quando esse Espírito for reencarnar, qual será a sua categoria?
R. Depende dele e do arrependimento que então tiver. Muitos colóquios com esse Espírito deram em resultado notável transformação do seu moral.
Eis aqui algumas das respostas dele.
12. (Ao Espírito). Por que não pudestes escrever da primeira vez que vos evocamos?
R. Porque não queria.
P. Mas por que?
R. Ignorância e embrutecimento.
13. Agora podeis deixar, quando vos apraz, a casa de Castelnaudary?
R. Permitem-me isso, porque aproveito os vossos conselhos.
P. Sentis algum alívio?
R. Começo a ter esperança.
14. Se nos fosse possível ver-vos, qual a vossa aparência?
R. Ver-me-íeis com a camisa, mas sem o punhal.
P. Por que não mais com o punhal? Que sumiço lhe destes?
R. Amaldiçoando-o, Deus arrebatou-me das vistas.
15. Se o filho do Sr. D. (o da bofetada) tornasse àquela casa, que lhe faríeis?
R. Nada, porque estou arrependido.
P. E se ele pretendesse ainda desafiar-vos?
R. Não me façais essa pergunta! Eu não me dominaria, isso está acima das minhas forças, pois sou um miserável.
16. Vislumbrais um termo aos vossos padecimentos?
R. Oh! Ainda não. É já muito o saber, graças à vossa intercessão, que esses padecimentos não serão eternos.
17. Tende a bondade de nos descrever a vossa situação antes de vos havermos evocado pela primeira vez. Não é preciso acrescentarmos que este pedido tem por fim sabermos como ser-vos úteis e não a simples e fútil curiosidade.
R. Disse-vos já que nada mais compreendia além do meu crime e que não podia abandonar a casa em que o cometi, a não ser para vagar no Espaço, solitário e desconhecido; disso não poderia eu dar-vos uma idéia, porque nunca pude compreender o que se passava. Desde que me alçava ao Espaço, era tudo negrume e vácuo ou, antes, não sei mesmo o que era...
Hoje o meu remorso é muito maior e no entanto não sou constrangido a permanecer naquela casa fatal, sendo-me permitido vagar na Terra e orientar-me pela observação de quanto aí vejo; compreendo melhor, assim, a enormidade dos meus crimes e, se menos sofro por um lado, por outro aumentam as torturas do remorso... Mas... ainda bem que tenho esperança.
18. Se tivésseis de reencarnar, que existência preferiríeis?
R. Não tenho meditado suficientemente acerca disso.
19. Durante o vosso longo insulamento — quase podemos dizer cativeiro — experimentastes algum remorso?
R. Nenhum e por isso sofri tão longamente. Somente quando o senti, foi que ele provocou, sem que disso me apercebesse, as circunstâncias determinantes da vossa evocação ao meu Espírito, para início da libertação. Obrigado, pois, a vós que de mim vos apiedastes e me esclarecestes.
Realmente temos visto avaros sofrerem à vista do ouro, que para eles não passava de verdadeira quimera; orgulhosos, atormentados pelo ciúme das honrarias prestadas a outros e não a eles; homens que dominavam na Terra, humilhados pela potência invisível, constrangidos à obediência, em presença de subordinados, que não mais lhes faziam curvaturas; ateus atônitos pela dúvida em face da imensidade, no mais absoluto insulamento, sem um ser que os esclarecesse.
No mundo dos Espíritos há recompensas para todas as virtudes, mas há também penalidades para todas as faltas; destas, aquelas que escaparam às leis dos homens são infalivelmente alcançadas pelas leis de Deus. Devemos ainda notar que as mesmas faltas, conquanto cometidas em circunstâncias idênticas, são diversamente punidas, conforme o grau de adiantamento do Espírito delinqüente.
Aos Espíritos mais atrasados, de natureza mais grosseira, como aquele de que acabamos de nos ocupar, são infligidos castigos de algum modo mais materiais que morais, ao passo que o contrário se dá para com aqueles cuja inteligência e sensibilidade estejam mais desenvolvidas. Aos primeiros impõe-se o castigo adequado à rudeza do seu discernimento, para compreenderem o erro e dele se libertarem. Assim é que a vergonha, por exemplo, causando pouca ou nenhuma impressão para estes, torna-se para aqueles intolerável.
No divino código penal, a sabedoria, a bondade, a providência de Deus para com as suas criaturas revelam-se até nas mínimas particularidades, sendo tudo proporcionado e disposto com admirável solicitude para facilitar ao culpado os meios de reabilitação. As mínimas aspirações são consideradas e recolhidas.
Pelos dogmas das penas eternas, ao contrário, são no inferno confundidos os grandes e pequenos criminosos, os culpados de momento e os reincidentes contumazes, os endurecidos e os arrependidos. Além disso, nenhuma tábua de salvação lhes é oferecida; a falta momentânea pode acarretar uma condenação eterna e, o que mais é, qualquer benefício que porventura hajam feito de nada lhes valerá. De que lado, pois, estará a verdadeira justiça, a verdadeira bondade?
Esta evocação nada tem de fortuita e como deveria aproveitar a esse infeliz, visto que ele já começava a compreender a enormidade do seu crime, os Espíritos guias julgaram oportuno esse socorro eficaz e facilitaram-lhe as circunstâncias propícias. É este um fato que temos visto reproduzir-se freqüentemente. Perguntar-se-á o que seria desse Espírito se não fosse evocado, o que será de todos os sofredores que o não podem ser, bem como daqueles em quem ninguém pensa... Poderíamos redarguir que os meios de que Deus dispõe para salvar as criaturas são inumeráveis, sendo a evocação um dentre esses meios, porém, não único certamente. Deus não deixa ninguém esquecido, além de que nos Espíritos suscetíveis de arrependimento, as preces coletivas devem exercer alguma influência.
O destino dos Espíritos sofredores não poderia ser por Deus subordinado à boa vontade e aos conhecimentos humanos.
Desde que os homens puderam estabelecer relações regulares com o mundo invisível, uma das primeiras conseqüências do Espiritismo foi o ensino dos serviços que por meio dessas relações podem prestar aos seus irmãos desencarnados.
Deus patenteia por esse modo a solidariedade existente entre todos os seres do Universo, ao mesmo tempo que dá a lei da natureza por base ao princípio da fraternidade. Deus demonstra-nos a feição verdadeira, útil e séria das evocações, até então desviadas da sua finalidade providencial pela ignorância e pela superstição.
Nunca faltaram socorros aos sofredores em qualquer época e, se evocações lhes proporcionam uma nova via de salvação, aproveitam ainda mais, talvez, aos encarnados, por lhes proporcionar novos meios de fazer o benefício e instruir-se ao mesmo tempo acerca das condições da vida futura.
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Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 39
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Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 38
“Para me servir de uma expressão corrente, direi: pela sua Vontade.
Nada caracteriza melhor essa vontade onipotente do que estas belas
palavras da Gênese - “Deus disse: Faça-se a luz e a luz foi feita.”
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Comentários de Miramez
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Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 37
O texto colocado entre aspas, em seguida às perguntas,
é a resposta que os Espíritos deram. Para destacar as notas e explicações
aditadas pelo autor, quando haja possibilidade de serem confundidas com o
texto da resposta, empregou-se um outro tipo menor. Quando formam
capítulos inteiros, sem ser possível a confusão, o mesmo tipo usado para
as perguntas e respostas foi o empregado.
Aprendendo com o livro dos Espíritos questão 35
O texto colocado entre aspas, em seguida às perguntas,
é a resposta que os Espíritos deram. Para destacar as notas e explicações
aditadas pelo autor, quando haja possibilidade de serem confundidas com o
texto da resposta, empregou-se um outro tipo menor. Quando formam
capítulos inteiros, sem ser possível a confusão, o mesmo tipo usado para
as perguntas e respostas foi o empregado.
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NÃO ESTÁS LONGE DO REINO DE DEUS
"E
Jesus, vendo que havia respondido sabiamente, disse-lhe: Não estás
longe do Reino de Deus." (Marcos, 12:34)
Após
ter tido uma disputa com alguns saduceus sobre a ressurreição,
aproximou-se de Jesus um escriba e lhe fez a seguinte pergunta: "Qual é
o primeiro de todos os mandamentos?'
O Mestre, então, lhe respondeu: o primeiro de todos os mandamentos é: "Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor."
"Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças: este é o primeiro mandamento.
E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior que estes."
O escriba, tomando a palavra, lhe disse: "Muito bem, Mestre, e como verdade disseste que há um só Deus, que não há outros, além dele. E amá-lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças, e amar o próximo com a si mesmo é mais do que todos os holocaustos, todos os sacrifícios."
E Jesus, vendo que ele havia respondido sabiamente, disse-lhe: "Não estás longe do Reino de Deus."
O evangelista Mateus, discorrendo sobre o mesmo ensinamento (22:34-40), afirma que o Mestre corroborou, ainda mais, enfaticamente, o ensino supra, quando asseverou: "Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas." O que implica em afirmar que todas as leis estabelecidas anteriormente e todas as prescrições emanadas dos antigos profetas giravam em torno destes dois mandamentos principais: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo."
A Humanidade já foi presenteada com três Revelações básicas: a primeira personificada em Moisés, que se constituiu no princípio sobre o qual se assentaria, mais tarde, a segunda. A segunda, trazida por Jesus Cristo, consagrou toda a parte divina e moral da primeira, derrogando tudo o que tinha caráter transitório, que á havia sido superado no tempo e no espaço, evidenciando, em síntese, que nenhuma instituição religiosa poderia prevalecer, se não estivesse alicerçada sobre as leis do amor.
O Mestre, então, lhe respondeu: o primeiro de todos os mandamentos é: "Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor."
"Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças: este é o primeiro mandamento.
E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior que estes."
O escriba, tomando a palavra, lhe disse: "Muito bem, Mestre, e como verdade disseste que há um só Deus, que não há outros, além dele. E amá-lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças, e amar o próximo com a si mesmo é mais do que todos os holocaustos, todos os sacrifícios."
E Jesus, vendo que ele havia respondido sabiamente, disse-lhe: "Não estás longe do Reino de Deus."
O evangelista Mateus, discorrendo sobre o mesmo ensinamento (22:34-40), afirma que o Mestre corroborou, ainda mais, enfaticamente, o ensino supra, quando asseverou: "Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas." O que implica em afirmar que todas as leis estabelecidas anteriormente e todas as prescrições emanadas dos antigos profetas giravam em torno destes dois mandamentos principais: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo."
A Humanidade já foi presenteada com três Revelações básicas: a primeira personificada em Moisés, que se constituiu no princípio sobre o qual se assentaria, mais tarde, a segunda. A segunda, trazida por Jesus Cristo, consagrou toda a parte divina e moral da primeira, derrogando tudo o que tinha caráter transitório, que á havia sido superado no tempo e no espaço, evidenciando, em síntese, que nenhuma instituição religiosa poderia prevalecer, se não estivesse alicerçada sobre as leis do amor.
A terceira, cumprida com o advento da Doutrina Espírita, consubstancia
todos os ensinamentos de Jesus, em cuja base granítica se assentou, com
o objetivo de conduzir a Humanidade a seus nobilitantes objetivos, através
do aprimoramento moral, da reforma intima e da assimilação e vivência
dos postulados evangélicos, que gravitam em torno da aplicação
das leis do amor, sem nenhuma limitação.
"Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo", eis a súmula de tudo o que constitui a preocupação máxima dos antigos profetas, que Jesus Cristo deixou bem caracterizada nas páginas dos Evangelhos, sendo, atualmente, uma das normas fundamentais incorporadas à Doutrina Espírita.
O escriba em apreço, conflitando com o modo de pensar da maioria dos doutores da lei de sua época, foi bastante categórico: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo vale mais que todos os holocaustos, todos os sacrifícios."
Aqui é conveniente analisar estas últimas palavras: "vale mais que todos os holocaustos, todos os sacrifícios". E evidente que o escriba não se referia ao sacrifício praticado, com desprendimento, em favor do próximo, o qual é altamente meritório aos olhos de Deus. Ele se referia aos sanguinolentos sacrifícios de animais e mesmo de criaturas humanas, como eram comumente praticados naquela época, e em tempos ainda mais remotos.
Jesus, vendo nele um homem de mente arejada, livre dos entraves, dos preconceitos e da observância de vãs tradições, sentenciou-lhe: "Não estás longe do Reino de Deus."
A Doutrina Espírita consagra o princípio de que os atos exteriores, nos quais os corações não tomam parte, são nulos em si mesmos, que somente o ato bom e generoso, praticado com desprendimento e fundamentado na caridade em sua mais sublime expressão, pode aureolar uma religião e fazer com que ela realmente oriente os seus prosélitos, na senda verdadeira da auto-reforma, assimilando as normas sadias da prática do amor e, desta forma, se encaminhando para Deus.
Qual o método mais eficiente para se aquilatar, quando se está perto ou longe do Reino de Deus? Tudo indica que o simples fato de portar um rótulo religioso não é o bastante. Crer em Deus, ou depositar fé em seu poder, também não é indicação segura de se estar aproximando dele.
Se uma pessoa praticar a caridade com desprendimento e desinteresse, amando o seu próximo como a si mesma, perdoando aos seus inimigos, fazendo tudo isso espontaneamente, como um impulso íntimo partido do fundo de seu coração, poderá ter a certeza de que se está aproximando cada vez mais do Criador.
Ao tempo de Moisés, o povo acreditava que determinada observância de formalidades religiosas mantinha aplacada a "fúria" de Jeová. Quando Jesus esteve entre nós, ainda se defrontou com resquícios dessas crenças, e os homens ainda mantinham apego a numerosas tradições inócuas, muito pouco fazendo em favor do seu aprimoramento moral e espiritual.
O Espiritismo recomenda que não se deve dar nenhum apreço aos meros formalismos exteriores, que sempre se constituíram no apanágio daqueles que preferem uma religião fácil, capaz de conduzi-los ao Céu com o dispêndio de pouco esforço e sem os pesados encargos oriundos de uma vida bem vivida, duma vivência nos moldes balizados nos Evangelhos de Jesus Cristo, cumprindo assim, com fidelidade a vontade de Deus.
"Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo", eis a súmula de tudo o que constitui a preocupação máxima dos antigos profetas, que Jesus Cristo deixou bem caracterizada nas páginas dos Evangelhos, sendo, atualmente, uma das normas fundamentais incorporadas à Doutrina Espírita.
O escriba em apreço, conflitando com o modo de pensar da maioria dos doutores da lei de sua época, foi bastante categórico: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo vale mais que todos os holocaustos, todos os sacrifícios."
Aqui é conveniente analisar estas últimas palavras: "vale mais que todos os holocaustos, todos os sacrifícios". E evidente que o escriba não se referia ao sacrifício praticado, com desprendimento, em favor do próximo, o qual é altamente meritório aos olhos de Deus. Ele se referia aos sanguinolentos sacrifícios de animais e mesmo de criaturas humanas, como eram comumente praticados naquela época, e em tempos ainda mais remotos.
Jesus, vendo nele um homem de mente arejada, livre dos entraves, dos preconceitos e da observância de vãs tradições, sentenciou-lhe: "Não estás longe do Reino de Deus."
A Doutrina Espírita consagra o princípio de que os atos exteriores, nos quais os corações não tomam parte, são nulos em si mesmos, que somente o ato bom e generoso, praticado com desprendimento e fundamentado na caridade em sua mais sublime expressão, pode aureolar uma religião e fazer com que ela realmente oriente os seus prosélitos, na senda verdadeira da auto-reforma, assimilando as normas sadias da prática do amor e, desta forma, se encaminhando para Deus.
Qual o método mais eficiente para se aquilatar, quando se está perto ou longe do Reino de Deus? Tudo indica que o simples fato de portar um rótulo religioso não é o bastante. Crer em Deus, ou depositar fé em seu poder, também não é indicação segura de se estar aproximando dele.
Se uma pessoa praticar a caridade com desprendimento e desinteresse, amando o seu próximo como a si mesma, perdoando aos seus inimigos, fazendo tudo isso espontaneamente, como um impulso íntimo partido do fundo de seu coração, poderá ter a certeza de que se está aproximando cada vez mais do Criador.
Ao tempo de Moisés, o povo acreditava que determinada observância de formalidades religiosas mantinha aplacada a "fúria" de Jeová. Quando Jesus esteve entre nós, ainda se defrontou com resquícios dessas crenças, e os homens ainda mantinham apego a numerosas tradições inócuas, muito pouco fazendo em favor do seu aprimoramento moral e espiritual.
O Espiritismo recomenda que não se deve dar nenhum apreço aos meros formalismos exteriores, que sempre se constituíram no apanágio daqueles que preferem uma religião fácil, capaz de conduzi-los ao Céu com o dispêndio de pouco esforço e sem os pesados encargos oriundos de uma vida bem vivida, duma vivência nos moldes balizados nos Evangelhos de Jesus Cristo, cumprindo assim, com fidelidade a vontade de Deus.
Paulo
A. Godoy
Casos Controvertidos do Evangelho
Casos Controvertidos do Evangelho
TERIA O CHAMADO 'BOM LADRÃO' ido PARA O PARAÍSO?
"E
disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino,
E disse-lhe Jesus: "Em verdade te digo, que hoje estarás comigo no Paraíso."
- (Lucas, 23:42-43)
E disse-lhe Jesus: "Em verdade te digo, que hoje estarás comigo no Paraíso."
- (Lucas, 23:42-43)
Teria
o Espírito imperfeito do chamado Bom Ladrão ido para Paraíso,
juntamente com o excelso Espírito de Jesus Cristo? Ele apenas proferiu
algumas ligeiras palavras de simpatia, e será que isso teria sido o bastante
para ele adentrar as alcandoradas regiões celestiais, da mesma maneira
como o fez Jesus Cristo?
A Doutrina Espírita nos ensina que apenas os Espíritos puros, que já atingiram elevado índice de perfeição, terão acesso a essas elevadas regiões.
Entretanto, houve uma promessa emanada de Jesus: Hoje estarás comigo no Paraíso". É evidente que o Mestre, pendurado no madeiro infamante, não poderia jamais formular uma promessa em vão. Por isso, como ocorre com numerosos ensinamentos de Jesus, cumpre se deduza dessa passagem evangélica o sentido alegórico que ela encerra, interpretando-a, não pela "letra que mata", mas pelo "Espírito que vivifica".
Viver no Paraíso ou nas regiões umbralinas é simplesmente um estado consciencial. Um indivíduo que vive em constante estado de revolta, que pratica toda a sorte de maldades, que menospreza os mais comezinhos princípios da bondade e do amor, que espanca esposa e filhos, que se embriaga ou se chafurda nos vícios, que alimenta ódio contra os seus semelhantes, vive com a sua consciência num estado verdadeiramente infernal.
A Doutrina Espírita nos ensina que apenas os Espíritos puros, que já atingiram elevado índice de perfeição, terão acesso a essas elevadas regiões.
Entretanto, houve uma promessa emanada de Jesus: Hoje estarás comigo no Paraíso". É evidente que o Mestre, pendurado no madeiro infamante, não poderia jamais formular uma promessa em vão. Por isso, como ocorre com numerosos ensinamentos de Jesus, cumpre se deduza dessa passagem evangélica o sentido alegórico que ela encerra, interpretando-a, não pela "letra que mata", mas pelo "Espírito que vivifica".
Viver no Paraíso ou nas regiões umbralinas é simplesmente um estado consciencial. Um indivíduo que vive em constante estado de revolta, que pratica toda a sorte de maldades, que menospreza os mais comezinhos princípios da bondade e do amor, que espanca esposa e filhos, que se embriaga ou se chafurda nos vícios, que alimenta ódio contra os seus semelhantes, vive com a sua consciência num estado verdadeiramente infernal.
Não
desfruta da paz de Espírito e está em constante estado de revolta
interior, blasfemando contra tudo e contra todos. Por outro lado, um homem que
pratica o bem sem mistura do mal, que sente o coração inundado
dos sentimentos de amor ao próximo, que se rege pelas normas da brandura,
da tolerância, da fraternidade, que vive em paz com os seus familiares,
que abomina os vícios, os desregramentos, vive num estado conciencial
de paz, de serenidade.
Com fundamento nesses dois parâmetros, pode-se afirmar que a criatura humana, mesmo aqui na Terra, pode viver no chamado Inferno ou no Paraíso.
O chamado Bom Ladrão, evidentemente, dado o gênero de vida que levava, prejudicandoo seu próximo, apropriando-se dos bens alheios e semeando a maldade e talvez até a morte, bem revelava o estado de inferioridade de seu Espírito. No entanto, condenado pela justiça dos homens a morrer na cruz, evidencia que os crimes por ele praticados eram de acentuada gravidade.
Com fundamento nesses dois parâmetros, pode-se afirmar que a criatura humana, mesmo aqui na Terra, pode viver no chamado Inferno ou no Paraíso.
O chamado Bom Ladrão, evidentemente, dado o gênero de vida que levava, prejudicandoo seu próximo, apropriando-se dos bens alheios e semeando a maldade e talvez até a morte, bem revelava o estado de inferioridade de seu Espírito. No entanto, condenado pela justiça dos homens a morrer na cruz, evidencia que os crimes por ele praticados eram de acentuada gravidade.
Todavia,
suspenso no madeiro, sentiu, repentinamente, um sentimento de remorso, ao ver
Jesus, um inocente, um expoente do amor, morrer de maneira tão infamante.
Ele se condoeu; sentiu no âmago do seu coração que havia
apenas praticado o mal, que não havia; amuado o seu próximo. Ao
ouvir os impropérios que o outro ladrão, crucificado, dirigia
a Jesus, exclamou: "E nós, na verdade, com justiça fomos
condenados e estamos recebendo o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum
mal fez."
E, dirigindo-se ao Mestre, disse: "Senhor, lembra-te de mim, quando entrares
no teu Reino", merecendo a promessa de Jesus: "Hoje mesmo estarás
comigo no Paraíso". Espírito elevado
que é, Jesus que assolava aquele seu irmão menor, viu o seu arrependimento,
e, como o remorso é a porta da redenção espiritual, sentenciou:
"Hoje estarás comigo no Paraíso."
E' evidente que o Espírito do chamado Bom Ladrão não o acompanhou, mas passou a sentir um novo estado de Espírito; passou a desfrutar de serenidade, sentiu toda a extensão dos seus desvios e, interiormente, sentiu a necessidade do reajuste, de resgatar todo o mal que havia semeado.
Com isso, em novas reencarnações, que forçosamente deveria ter no futuro, viveria num estágio melhor, experimentaria em seu coração os benefícios da paz, da serenidade e do amor, esforçando-se por redimir-se dos delitos do pretérito; passaria a conceber que na Justiça Divina não existe a promoção pela graça, ou pelo milagre, na senda evolutiva, mas Deus, em sua infinita misericórdia, lhe daria novas oportunidades, a fim de se enquadrar no rol dos homens sensatos, ponderados, que vivem num estado de paz interior e de uma relativa felicidade.
Com isso, estaria ele desfrutando de um "Paraíso" consciencial, quando comparado com o estado verdadeiramente infernal em que viveu na existência que havia culminado com a sua crucificação.
O Mestre não falhou em sua promessa, pois o enquadrou numa senda diferente, que o conduziria melhor na caminhada rumo a Deus, diminuindo, paulatinamente, a distância que o separava do Criador; abreviaria o tempo necessário para, realmente, adentrar as regiões elevadas dos Planos Divinos, região comumente chamada de "Paraíso".
E' evidente que o Espírito do chamado Bom Ladrão não o acompanhou, mas passou a sentir um novo estado de Espírito; passou a desfrutar de serenidade, sentiu toda a extensão dos seus desvios e, interiormente, sentiu a necessidade do reajuste, de resgatar todo o mal que havia semeado.
Com isso, em novas reencarnações, que forçosamente deveria ter no futuro, viveria num estágio melhor, experimentaria em seu coração os benefícios da paz, da serenidade e do amor, esforçando-se por redimir-se dos delitos do pretérito; passaria a conceber que na Justiça Divina não existe a promoção pela graça, ou pelo milagre, na senda evolutiva, mas Deus, em sua infinita misericórdia, lhe daria novas oportunidades, a fim de se enquadrar no rol dos homens sensatos, ponderados, que vivem num estado de paz interior e de uma relativa felicidade.
Com isso, estaria ele desfrutando de um "Paraíso" consciencial, quando comparado com o estado verdadeiramente infernal em que viveu na existência que havia culminado com a sua crucificação.
O Mestre não falhou em sua promessa, pois o enquadrou numa senda diferente, que o conduziria melhor na caminhada rumo a Deus, diminuindo, paulatinamente, a distância que o separava do Criador; abreviaria o tempo necessário para, realmente, adentrar as regiões elevadas dos Planos Divinos, região comumente chamada de "Paraíso".
Paulo
A. Godoy
Casos Controvertidos do Evangelho
Casos Controvertidos do Evangelho
O JUÍZO FINAL
"Então
aparecerá nos Céus o sinal do Filho do homem." (Mateus, 24:30)
Segundo
o modo de ver das teologias, existiriam duas espécies de juízo:
um chamado parcial, que ocorreria logo após a desencarnação
do Espírito, e outro chamado final, que teria lugar em determinada época,
quando aprouvesse a Deus, separando os bons dos maus.
O
simbolismo desses Juízos é tomado excessivamente ao pé
da letra, pois, segundo esse modo de pensar o julgamento final, com a conseqüente
separação dos bons e maus, simbolizados nos Evangelhos por ovelhas
e bodes, ocorreria como um fato retumbante, como uma autêntica ressurreição
de todas as criaturas que já viveram na Terra, as quais seriam julgadas
de forma definitiva, selando-se seu destino para toda a eternidade: bem-aventurança
para os bons e as tormentas eternas para os maus.
Segundo
a concepção dessas religiões, Jesus voltaria ao nosso planeta
com todo o seu poder e glória, precedendo a esse miraculoso julgamento
coletivo, remetendo para o Céu, de forma definitiva os que foram bons,
e para o inferno, também de forma definitiva, os que foram maus.
O
Juízo Final encerra um sentido alegórico que sempre reclamou uma
elucidação que viesse arrancar-lhe o véu do miraculoso
e do fantástico. Ao Espiritismo está reservado o papel de dar-lhe
a explicação lógica, racional, eqüitativa com a justiça
divina, situando assim as coisas em seus devidos lugares.
Através
da definição da Doutrina Espírita, o chamado Juízo
Final deixou de ser tremendo espantalho, para adquirir um sentido prático
e positivo, perfeitamente compatível com a justiça do Criador
de todas as coisas.
Os
Espíritos nos ensinam que o gênero humano, com o desenrolar
das vidas sucessivas do Espírito na carne, atingirá uma determinada
perfeição no que diz respeito à evolução
moral e espiritual. Nessa época, o número dos bons deverá
ter ultrapassado o número dos maus e, consoante o que está explícito
nas páginas dos Evangelhos, os dias da grande tribulação
serão abreviados pelo amor de muitos, a Terra que atualmente é
um planeta de expiação e de dor, converter-se-á na Nova
Jerusalém prometida, onde haverá mais felicidade, nenos sofrimento
e a fraternidade passará a presidir ao procedimento dos homens. Cumprir-se-á
então a narrativa do Apocalipse: E Deus limpará de seus olhos
toda lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem
clamor; nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas.
Chegando
esse tempo, é indubitável que muitos Espíritos recalcitrantes
ainda permanecerão encastelados nas muralhas do ódio e da maldade,
preferindo viver nas trevas. Estes não terão mais a oportunidade
de reencarnar na Terra, entre os que perseveraram até o fim. Consumar-se-á
então a separação entre os bodes e as ovelhas, os bons
voltarão a renascer na Terra, com o objetivo de atingir uma meta de perfeição
mais sublimada, ao passo que os maus não regressarão mais a este
nosso mundo, passando a habitar planetas situados em condições
de inferioridade em relação ao nosso e onde, segundo o sábio
dizer evangélico, haverá choro e ranger de dentes.
Ensinam
os Espíritos Benfeitores que a alma jamais regride em seu progresso e,
se não evolui, permanece estacionária. Deste modo, se um Espírito
cuja evolução já permitiu que ele viesse a reencarnar em
nosso planeta, jamais voltará para um planeta inferior; entretanto, quando
da reforma espiritual do nosso mundo, isso sucederá pelo amor de muitos,
pois, não é lógico que muitas almas boas continuem a sofrer
indefinidamente por causa da obstinação de alguns em viverem mergulhados
na maldade e no erro.
Um
escritor oriental escreveu que indagado quando seria o juizo finl, Deus respondeu:
pergunta aos homens.
Na
realidade, os homens são os artífices do próprio destino
e unicamente deles depende o menor ou maior lapso de tempo para o advento daqueles
dias mais felizes, prometidos pelo Cristo, quando uma nova era raiará
para a Humanidade.
O
Juízo Final, destituído das peias do miraculoso e do fantástico,
representa a elevação da Humanidade a um estágio mais elevado
de progresso e não a destruição física deste mundo
e a condenação ou salvação sumária das almas
que nele habitam ou habitaram.
O
Mestre ensinou que somente através do conhecimento da verdade o homem
será livre; por isso, o Espiritismo foi revelado à Terra com a
finalidade precípua de abolir todas essas crenças e crendices
absurdas, pois, jamais poderemos conceber um Deus que pudesse consagrar essas
teorias obsoletas e unilaterais de penas eternas, de condenações
irremissíveis e da existência de um príncipe dos demônios
eternamente disputando o domínio das almas.
Já
se eclipsou no tempo a crença na existência do Deus do bem e do
Deus do mal. O que existe é apenas o Deus de infinita bondade e amor,
que faz o sol brilhar para justos e injustos, e a chuva cair para bons e maus.
Lembremo-nos
do judicioso dizer do profeta: Deus não quer a morte do ímpio,
mas que ele se redima e viva. Pois, mesmo aqueles que irão para planetas
inferiores, não perderão jamais os benefícios de novas
oportunidades concedidas por Deus, uma vez que ele é Pai de justiça
e amor, e dispensa a todos os seus filhos o mesmo desvelo e os mesmos sentimentos
de paternidade.
Paulo
A. Godoy
Livro: O Evangelho Pede Licença
Livro: O Evangelho Pede Licença
NAZARENOS, SANTOS E CRENTES
"E
aconteceu que passando Pedro por toda parte, veio também aos santos que
habitavam em Lida." (Atos, 9:32)
Os
adeptos de Jesus Cristo foram denominados cristãos, pela primeira vez,
na cidade de Antióquia. Antes disso eles eram chamados Nazarenos, Santos,
Crentes, Discípulos ou Irmãos.
Por
isso vemos reiteradamente o vocábulo tanto no livro dos Atos dos Apóstolos,
sem que isso outorgasse ao seu portador, ou à pessoa a quem a narrativa
se referisse, a característica de santidade. Em algumas citações
o nome é extensivo a toda a comunidade daqueles que comungavam as idéias
cristãs.
Quando
um Espírito apareceu aos olhos de Ananias, ordenando-lhe que procurasse
Paulo de Tarso, a fim de que este fosse orientado sobre as idéias trazidas
pelo Cristo, o velho ancião retrucou:
Senhor,
a muitos ouvi acerca deste homem, quantos males tem feito aos teus "santos"
em Jerusalém !
Logo
a seguir no capítulo 9, do mesmo livro, no episódio da chamada
ressurreição de Tabita, deparamos com a descrição:
E ele, dando-lhe a mão, a levantou, e, chamando os "santos"
e as viúvas, apresentou-lhe viva.
Desta
forma o vocábulo santo tinha então um sentido bem diverso daquele
empregado atualmente, quando é usado para qualificar as almas que tenham
atingido um elevado grau de perfeição, ou então a quem
as Igrejas terrenas julgarem conveniente concedê-la.
No
Espiritismo essa palavra não é usada com essa acepção.
Os Espíritos de ordem elevada são denominados Espíritos
Superiores ou Espíritos Puros, constituindo tarefa verdadeiramente difícil
classificar quem realmente tenha sido santo, ou possa desfrutar dessa denominação
após ter desempenhado uma missão na Terra.
Ao
ser chamado Bom Mestre, Jesus Cristo retrucou a quem assim o denominava: Por
que me chamais bom? Somente Deus é bom. Entretanto, podemos afirmar que
Jesus Cristo é um santo na verdadeira acepção do termo.
Dentre
aqueles que são atualmente denominados santos, poderíamos incluir
um Francisco de Assis, um Vicente de Paulo e muitos outros cujos nomes omitimos
ou permaneceram no anonimato, mas, jamais seria lícito catalogar como
tais todos aqueles que receberem esse adjetivo meramente por vontade de homens,
ou por deliberação de igrejas, ainda mais sabendo-se que muitos
dentre aqueles que assim eram ou são denominados, estavam e estão
muito longe de merecer um qualificativo dessa amplitude, circunstância
essa agravada pelo fato de ter ocorrido muito recentemente uma verdadeira depuração
procedida pelas igrejas, cassando o título de santo a muiitos personagens,
reais ou supostos, que vinham desfrutando dessa prerrogativa há muitos
séculos.
Em
O Evangelho Segundo o Espiritismo, observamos que muitas comunicações
espirituais são assinadas com os nomes de São Luís ou Santo
Agostinho. No entanto, o próprio Allan Kardec dá uma explicação
sobre esse fato, escrevendo na Revue Spirite:
"A
canonização não implica a santidade, no sentido absoluto,
mas simplesmente um certo grau de perfeição. Para alguns a qualificação
de santo tornou-se uma espécie de título banal, fazendo parte
integrante do nome, para distinguir dos seus homônimos, ou se lhes dá
por hábito. Santo Agostinho, São Luís, São Tomás
podem, pois, antepor o vocábulo santo à sua assinatura, sem que
o façam por um sentimento de orgulho que estaria tanto mais deslocado
em Espíritos Superiores que, melhor que outros, nenhum caso fazem das
distinções conferidas pelos homens. Seria o mesmo que os títulos
nobiliárquicos ou as patentes militares."
A
Doutrina Espírita repele a idéia da criação de seres
bons catalogados como anjos, ou maus que são denominados demônios
ou diabos. Deus cria todos os Espíritos em estado de simplicidade e ignorância,
e cabe-lhes a tarefa de, no desenvolvimento das vidas sucessivas, neste ou noutros
planetas, se transformarem paulatinamente em Espíritos bons. Um Espírito
pode permanecer mergulhado no estado de inferioridade por muitos séculos,
entretanto, o ferrete da evolução fará com que ele se reencontre
e procure enveredar pelo caminho do bem, saindo do estado de rebeldia, de recalcitrância,
quando então é chamado demônio, para penetrar o roteiro
do bem, de fraternidade e do amor, que mais tarde lhe outorgará qualidades
boas e santificantes, que possam identificá-lo como anjo, segundo o modo
de entender dos homens.
Paulo
A. Godoy
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