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domingo, 16 de fevereiro de 2014
Aprendendo com a Natureza... e com homens especiais
Não desanimar
Não desanimar
Cabe-nos
não desanimar; prosseguir com o espírito voltado para o bem, de tal
forma, que as paixões primitivas cedam lugar às peregrinas virtudes
descendentes do amor.
Desesperada,
a criatura humana suplica misericórdia, e os céus generosos fazem
chover sobre a terra as messes de misericórdia e de encorajamento para a
vida.
Não
vos deixeis contaminar pelos desequilíbrios que grassam, pelo vírus do
horror, que leva a vida aos patamares mais sofridos. Erguei-vos em
pensamentos e em ação Àquele que nos prometeu estar conosco em qualquer
circunstância para que pudéssemos ter vida e vida em abundância.
Filhos
da alma, vossos guias espirituais adejam ao vosso lado como aves
sublimes de ternura, aguardando a oportunidade de manter convosco
intercâmbio iluminativo.
Não
vos permitais o luxo da negativa às suas inspirações gloriosas. Não
recalcitreis ante o espinho cravado nas carnes da alma de que
necessitais momentaneamente.
Desde
quando conhecestes Jesus, tendes o descer de demonstrar-lhe fidelidade e
amor, basta-vos abrir os sentimentos de fraternidade e de misericórdia
para com todos aqueles que sofrem, perdoando-vos os equívocos e
perdoando as agressões que vos chegam ameaçadoras.
Ninguém a sós, em nome desses espíritas, que comparecem a este evento há cinquenta e nove anos sucessivamente.
Nós
vos conclamamos à diretriz de segurança para uma existência de paz.
Amar! Sede vós aqueles que amam. Rejeitados, menosprezados e até
perseguidos, aureolai-vos no amor para que se exteriorizem os
sentimentos sublimes do Cordeiro de Deus e em breve possamos ver bebendo
no mesmo córrego, o lobo e o cordeiro, os bons e os ainda maus,
fascinados pela água pura do Evangelho libertador.
Ide em paz, meus filhos, retornai aos vossos lares e buscai a luz da verdade que dissipa a ignorância e que anula a treva.
Jesus
conta convosco na razão direta em que com Ele contamos. Abençoe-nos o
incomparável amigo Jesus e dê-nos a sua bênção de paz.
Com muito carinho, o servidor humílimo e paternal de sempre,
Bezerra.
Psicofonia de Divaldo Pereira Franco, na conferência de
encerramento da 59ª Semana Espírita de Vitória da Conquista, em 9.9.2012.
Em 24.1.2014.
Psicofonia de Divaldo Pereira Franco, na conferência de
encerramento da 59ª Semana Espírita de Vitória da Conquista, em 9.9.2012.
Em 24.1.2014.
Reflexões sobre a culpa
Reflexões sobre a culpa
A culpa é grave transtorno emocional de consciência que grassa velada ou claramente e aflige a sociedade contemporânea.
Insidiosa, pode ser considerada como planta parasita que se nutre da seiva do vegetal no qual se hospeda e termina por matá-lo.
Sob
outro aspecto, apresenta-se como negra ave agourenta que abre suas asas
sombrias e asfixia perversamente o indivíduo que a agasalha.
Quase
todos os reencarnados carregam no inconsciente alguma forma desse
conflito inditoso que se manifesta de variadas formas e trabalha em
favor do seu sofrimento moral e emocional.
Herança
macabra dos atos infelizes, procede dos comportamentos omissos ou
prejudiciais durante a presente existência ou as procedentes de outras
passadas.
Ninguém consegue evadir-se da sua penosa injunção, por decorrência do desrespeito aos Soberanos Códigos da Vida.
Sorrateiramente
explicita-se como complexo de inferioridade ou disfarça-se de
narcisismo e empurra aquele que lhe padece a compressão no rumo dos
pântanos da angústia declarada ou transformada em fuga da realidade.
Normalmente
o eu consciente procura escamoteá-la, para evitar o enfrentamento
direto, que constitui o eficiente recurso de diluir-lhe a presença
punitiva até erradicá-la completamente...
De alguma forma expressa o cumprimento da Divina Justiça que alcança o infrator que se permitiu ludibriá-la.
Quando
se instala, faz-se mordaz, porque diminui o ser a ínfima condição,
torna-o inferior espiritualmente ou subestima-o, nivelando-o por baixo
na escala de valores morais.
Nessa fase, torna a sua vítima arredia ou prepotente, cínica ou cruel, complexada ou reacionária.
Quando
lhe faltam os instrumentos edificantes de caráter ético e moral,
transforma-se na sombra enfermiça que impede as realizações nobilitantes
e a aquisição dos valiosos tesouros que contribuem para o autoperdão e a
reabilitação.
Tem raízes no mal que se fez, mas igualmente no bem que se deixou de praticar.
Praticar o mal é um mau comportamento, porém, não executar o bem que está ao alcance de todos é um grande mal.
A
existência humana está desenhada para a conquista do progresso moral
tendo como foco a ser conseguido o estado de plenitude ou Reino dos Céus.
Qualquer
desvio da pauta comportamental estabelecida pelos Celestes Cânones, e o
Espírito, ao dar-se conta de que posterga a responsabilidade ou tenta
sepultá-la no inconsciente, constitui-lhe gravame no processo evolutivo
que exige correção.
Nada obstante, ocasião surge em que ressuma por necessidade de iluminação da consciência ultrajada e obscurecida pelo erro.
*
Ao
deparar-te com esse parasita que se te apresenta, assume
responsabilidade para logo providenciares a reparação e, por fim, a sua
remissão.
Quase
sempre o motivo gerador da culpa permanece ignorado na área da razão,
pois que se apresenta conflitiva na conduta, exceção quando se opera o
imediato despertamento que pode dar lugar ao choque pós-traumático
imobilizador.
O
Evangelho de Jesus, nas suas profundas considerações sobre a vida e sua
finalidade na Terra, receita providencialmente a psicoterapia a ser
utilizada, que deve ser iniciada mediante o esforço da autoconsciência,
isto é, pelo exame da causa desencadeadora.
Se
não se consegue identificá-la de imediato, é necessário que se utilizem
os instrumentos oferecidos pelo amor. a fim de dar-se conta que o
equivocar-se é normal no processo evolutivo, porém, manter-se no erro é
resultado da falta de discernimento, da imaturidade psicológica, da
presunção ou da soberba.
Identificada
a fragilidade pessoal, cabe seja produzida a reparação do delito
através dos serviços de engrandecimento interior, com imediata
modificação da conduta íntima sempre para melhor. do auxílio ao próximo e
da contribuição em favor da harmonia da Natureza que serve de mãe
generosa e, dessa forma, acalmando a ansiedade.
Apoia-te
na meditação e renova-te na prece, torna-te útil e sai da concha
calcária e escura do eu para o serviço geral em favor do progresso da
humanidade.
De imediato sentirás as bênçãos da remissão, isto é, da liberdade e da consciência de paz.
Nunca deixes de usar o amor em qualquer circunstância que se te apresente.
Melhor
será que peques por ajudar, do que ser omisso por conveniência pessoal,
covardia ou para estares bem no torpe comportamento social vigente.
A culpa é, também, o anjo bondoso que contribui poderosamente para o autoencontro.
A
viagem carnal é compromisso de legitimidade com a evolução espiritual
do ser, por cuja experiência a terna presença de Deus no íntimo se
expanda e domine-o durante toda a sua trajetória.
Enfrenta
as tuas culpas sem temores, não adies a oportunidade libertadora, nem
te justifiques por meio de sofismas egoísticos e lenitivos equivocados.
A consciência, por mais se encontre entorpecida pelo erro, sempre desperta para a realidade que é a luz condutora da paz.
*
Allan Kardec, o vaso escolhido para apresentar o Consolador a que Jesus se reportou, esclarece que ante a culpa existente, fazem-se necessários o arrependimento, a expiação e a reparação. (*)
Sabiamente
a proposta do eminente mestre lionês concorda com a compreensão do erro
e sua correspondente análise que dão lugar ao sofrimento, portanto, ao
arrependimento e à expiação para, em definitivo, conseguir-se a
reparação, mediante todo e qualquer contributo que dignifique e anule o
delito praticado.
Não se torna indispensável que a reparação ocorra em relação àquele que foi prejudicado em decorrência de inúmeros fatores.
O essencial é a tranquilidade da consciência ultrajada pela culpa ante a atividade reabilitadora.
Nunca
te permitas, desse modo, a permanência na culpa inscrita nos teus
painéis mentais e nas tuas emoções, cuja presença pode levar-te a
transtornos graves.
Ama e serve sempre sem outra qualquer preocupação, exceto o Bem.
Esse é o caminho do Gólgota, mas é também a véspera da gloriosa manhã da Ressurreição.
Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão
mediúnica da noite de 20 de janeiro de 2014, no Centro
Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.
Em 5.2.2014.
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão
mediúnica da noite de 20 de janeiro de 2014, no Centro
Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.
Em 5.2.2014.
De retorno – Amélia Rodrigues
De retorno – Amélia Rodrigues
Amorável Jesus:
Estamos de retorno.
Ontem,
nesse passado sempre presente, ouvimos-Te nas paisagens formosas da
gentil Galileia e fascinamo-nos com os Teus sublimes ensinamentos.
Tocados
sinceramente no coração, resolvemos seguir-Te à distância através dos
tempos, vivendo e cantando a Tua mensagem libertadora.
No
entanto, o mundo que enfrentamos não era semelhante às praias formosas e
calmas de Cafarnaum e deixamo-nos vencer pelas ondas encapeladas, pelo
tumulto das nossas paixões não apaziguadas, afogando-nos
lamentavelmente.
Durante
largo período em que procuramos retornar ao Teu rebanho de amor,
somente complicamos a conduta, cada vez afundando mais nas águas
revoltas do desespero íntimo.
Sentíamos
saudades de Ti e não conseguíamos decodificar corretamente. Por isso,
fugíamos de nós mesmos, buscando fora o que somente é possível encontrar
no interior dos sentimentos profundos.
Enquanto
nos ensinavas correr para o deserto, para acalmar a febre das paixões
primitivas, atirávamo-nos nas labaredas dos incêndios morais em gozos
alucinantes.
Largo tempo transcorreu desde aqueles dias inolvidáveis.
Mas Tu não desististe de nós e nos trouxeste às regiões calmantes do Teu coração.
Retornamos na condição do homem que foi assaltado na descida de Jerusalém para Jericó e socorrido pelo samaritano.
Com a alma em frangalhos, recebemos o bálsamo e o carinho da misericórdia do Céu em Teu nome e nos erguemos.
Agora
estamos de volta à Tua barca e ouvimos-Te outra vez cantando os hinos
de eterna beleza de que se enriquecem os nossos corações.
As
baladas das bem-aventuranças comovem-nos de maneira muito especial e os
Teus convites de afeto e alegria de viver e de servir, dão-nos
resistência para vencermos o mal interno e acompanhar-Te na áspera
subida e permanência na perversa e imensa Jerusalém da sociedade
contemporânea.
O
mundo estertora e desejamos acalmá-lo, iniciando a revolução da paz no
próprio coração e alongando-a pelas terras desérticas das vidas
estioladas mediante as chuvas de gentilezas e amizades, evocando-Te as
atitudes e repetindo-as.
Continuamos ouvindo o Teu poema de luz e de liberdade total, com a musicalidade sublime do amor que nos enriquece e plenifica.
Direciona o Teu olhar para nós e acolhe-nos novamente, sorrindo, como se estivesses a dizer:
- Sejam bem-vindos, filhos diletos de meu Pai!
...E acolhe-nos.
Amélia Rodrigues.
Página psicografada por Divaldo Pereira Franco, na manhã de 30 de
janeiro de 2014, em Jerusalém, Israel.
Em 11.2.2014
Página psicografada por Divaldo Pereira Franco, na manhã de 30 de
janeiro de 2014, em Jerusalém, Israel.
Em 11.2.2014
Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 142
Comentários de Miramez:
http://www.olivrodosespiritoscomentado.com/fev3q142c.html
Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 140
http://www.olivrodosespiritoscomentado.com/fev3q140c.html
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
Tiago, 1: 3 a 5
Tiago, 1: 3 a 5
…pois sabeis que a vossa fé, bem
provada, leva à paciência; mas é preciso que a paciência produza uma
obra perfeita, a fim de serdes perfeitos e íntegros sem nenhuma
deficiência.
Este versículo traça o projeto de evolução desejado.
Àquele tempo ele falava para judeus convertidos ao Cristo. Ninguém mais
do que o povo judeu sabia o valor das provações. Este foi um povo que
sofreu; e os que tiveram a compreensão de Jesus como sendo o Messias que
libertava pela transformação moral, foram os que aproveitaram as
provações na edificação de sua fé. Assim, a expressão pois sabeis…, é bastante coerente no texto.
Nós temos aprendido isto também à custa de muitas dores. O Evangelho traz para nós a possibilidade de participar deste sabeis, minorando os nossos sofrimentos. Cabe a cada um de nós “não recalcitrar contra os aguilhões”.
Como dissemos, este versículo traz para nós o projeto de evolução
desejado. É que o Alto quer para nós a vitória espiritual, assim, nos
envia Espíritos, que como Tiago, pela instrução encurta-nos o caminho
evolutivo adiantando-nos o progresso.
A vossa fé, bem provada, leva à paciência; a fé já foi dito, é força que nasce com a própria alma, certeza instintiva na Sabedoria de Deus…1
Podemos dizer que a fé é a lembrança da presença de Deus em nós. Ela
existe em todas as criaturas, porém, é desperta através da evolução, e
cada um a tem num determinado grau de acordo com suas conquistas
individuais.
Do mesmo modo que o aluno matriculado em uma escola precisa se
exercitar para fixar a lição, precisa da prova para sua promoção, o
Espírito, que é um aluno da escola da vida, precisa exercitar a sua fé
para fazê-la crescer e esta precisa ser provada, e bem provada, para
projetar o Espírito em níveis mais elevados. Portanto, a fé bem provada
produz a paciência, que é conquista daqueles que já se elevaram a um
patamar de maior espiritualidade.
A paciência, que é a ciência da paz, ou ciência da pá (significando
instrumento de trabalho), já dissemos, é conquista do Espírito e é uma
conquista imprescindível para a evolução.
A vida vinculada a mundos materiais é um instrumento didático para
trazer ao Ser criado por Deus a verdadeira educação, que nada mais é do
que o despertamento de possibilidades espirituais nele existentes.
Contudo é preciso compreender que este processo é lento, é como o
cultivo de uma determinada semente. Ela é lançada ao solo e só após um
processo que demanda tempo e perseverante trabalho transforma-se em
fruto útil para alimentação do homem. O Educador é como o lavrador, e do
mesmo modo que para este a paciência é uma necessidade, também é para
aquele. E não esqueçamos, todos somos educadores, de outros Espíritos, e
principalmente de nós mesmos. Como consequência precisaremos sempre
deste valioso recurso: paciência; portanto, alegremo-nos ao sermos submetidos às múltiplas provações.
Todavia o apóstolo vai mais além, só ter paciência não basta, é preciso que ela produza uma obra perfeita. É que a paciência ainda é um meio, não o fim. Há grandes Espíritos que ainda não despertaram para o bem que
são já pacientes, e que também usam este recurso para atingirem os seus
fins. Toda virtude tem de ter produtividade no campo do bem, se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!2 Ensinou Jesus.
Portanto, busquemos produzir uma obra perfeita, não com preciosismo ou
perfeccionismo, mas em tudo que fizermos, fazer bem feito, este tem que
ser o diferencial do cristão verdadeiro, e acima de tudo que a obra mais
importante que fazemos, que é a nossa própria iluminação, seja esta
também uma obra de perfeição. Este é o recado do final do versículo:
…a fim de serdes perfeitos e íntegros sem nenhuma deficiência.
Mensagem semelhante nos deixou Jesus no “Cantar do Monte”:
Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus.3
Ninguém pode no estágio atual de nossa evolução exigir de si mesmo a
perfeição, porém podemos exigir aperfeiçoamento, ser a cada dia melhor.
No mais a lição do Mestre é de grande sabedoria; ao nos instruir a ser perfeito como o vosso Pai, Jesus
se referia ao entendimento de cada um a respeito do Pai, portanto, é
cada um ser perfeito dentro de suas possibilidades, só que sem
comodismo. À medida que formos evoluindo, compreendendo melhor a
natureza divina, que nos façamos também melhor, sempre perfeitos, íntegros, conforme a perfeição de nosso Pai.
Tiago nos propõe uma melhoria continuada. Compreendamos as nossas
provações (que muitas vezes são tribulações), trabalhando a nossa fé,
assim geraremos a paciência que nos faz perseverar na construção do
homem de bem, a obra perfeita que o Criador espera que um dia sejamos, sem nenhuma deficiência.
Se alguém dentre vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a concede generosamente a todos, sem recriminações…
O autor desta carta sabia que mesmo entre os irmãos de fé muitos não
tinham esta compreensão superior. Esta primeira frase deste versículo
talvez seja um chamamento de atenção para estes.
Sabedoria aqui não significa capacidade intelectual, há muitos
sábios no mundo que são verdadeiros mendigos na espiritualidade. Aliás,
já neste tempo Paulo afirmara:
Onde está o sábio?
Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura,
não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?4
Portanto, sabedoria significa amadurecimento espiritual, ter ciência de algo invisível aos olhos.
A literatura judaica anterior ao Novo Testamento já dizia:
Pois é IHVH quem dá a sabedoria; de sua boca procedem o conhecimento e o entendimento.5
E Salomão com toda a sua sensibilidade escreve sobre a sabedoria:
Ao me dar conta de
que somente a ganharia, se Deus me concedesse – e já era um sinal de
entendimento saber a origem desta graça -, dirigi-me ao Senhor e rezei,
dizendo de todo o coração:
Deus dos pais,
Senhor de misericórdia, que tudo criaste com tua palavra e com tua
sabedoria formaste o homem para dominar as criaturas que fizeste,
governar o mundo com justiça e santidade e exercer o julgamento com
retidão de vida, dá-me a sabedoria contigo entronizada e não me excluas
do número de teus filhos.6
Portanto era uma crença dos sábios judeus que a sabedoria autêntica era
dada somente por Deus, significando assim algo espiritual, além do
domínio da matéria. Por isso é que Tiago escreve: peça-a a Deus, que a concede generosamente a todos…
Generosamente significando sem condicionantes, a todos os que quiserem, simplesmente se ajustando aos Seus Sábios desígnios.
Porém, aqui cabe uma questão: Como Deus dá a sabedoria? Não somos nós quem a conquistamos?
Sim, somos nós quem a conquistamos, porém, só se tivermos a humildade
de saber que ela vem de Deus através das oportunidades de vida, das
experiências que promovem o amadurecimento, experiências estas que podem
significar tribulações para despertar em nós os valores do espírito.
São as vidas sucessivas, a reencarnação promovendo a oportunidade de
reajuste e a glória de melhor servir.
Assim, se tivermos falta de sabedoria, peçamos a Deus como fez Salomão, e Ele dará, nos informa o filho de Alfeu, generosamente.
Ainda vai mais além o apóstolo, Deus a concede, sem recriminações.
A teologia cristã após ter se tornado religião oficial impôs às nossas
mentes a questão do pecado, da culpa, e consequentemente do castigo.
Assim, apesar de Jesus ter nos mostrado um Pai que é Amor e
Misericórdia, insistimos no nosso entendimento de um Deus que pune, que
condena, que recrimina. Esta não era a idéia daqueles que estiveram
próximos de Jesus.
A Doutrina Espírita ao ampliar nossa compreensão de Deus nos mostra que
Ele nem perdoa nem condena, Deus simplesmente dá a oportunidade de
reconstruirmos o que foi destruído. Assim, tudo nos provê generosamente, concedendo-nos a oportunidade de nos fazermos sábios, sem recriminações. Apenas,
por ampliar a nossa consciência, pois a evolução é o despertamento
desta, nos faz mais responsáveis à medida que nos entendemos como
partícipes da criação imortal.
1 Pensamento e Vida, cap. 6
2 Mateus, 6: 23
3 Mateus, 5: 48
4 1 Coríntios, 1: 20
5 Provérbios, 2: 6
6 Sabedoria, 8: 21 e 9: 1 a 4
SUPORTANDO COM PACIÊNCIA A PROVAÇÃO
Tiago, 1: 12
Bem
aventurado o homem que suporta com paciência a provação! Porque, uma
vez provado, receberá a coroa da vida, que o Senhor prometeu aos que o
amam.
Bem Aventurado é sinônimo de feliz. E conforme já dissemos em outro momento:
…a
felicidade promovida pelo Cristo, não é a felicidade que conhecemos,
fugaz, momentânea, porque embasada em valores temporários. A felicidade a
que se refere o Evangelho é definitiva, porque é conquistada pelos
valores do Espírito.1
O homem; não está nominado porque é qualquer um que proceder conforme a orientação do evangelista.
O verbo suportar
diz respeito ao resistir às provações. Por si só não há grandes virtudes
em suportar, pois mostra que ainda estamos vinculados à faixa da
justiça, só suportamos porque não há outro modo, suportamos como
consequência de uma ação menos feliz anterior, e que é impositivo da Lei
sofrer as consequências.
Normalmente aquele que
suporta, que tolera, ainda acha que o outro está errado, que ele está
certo, portanto ele suporta o outro achando-se superior.
A virtude conforme a narrativa do apóstolo está em suportar com paciência,
pois aí há uma ação construtiva no bem, há um ensinamento velado que é
transmitido a todos mostrando a faixa espiritual que vibra aquele que
pratica esta ação pacificadora, pois suportar com paciência é o mesmo
que compreender seja a própria provação ou as pessoas por meio das quais
ela vem.
Compreender é no mínimo
enxergar o outro, saber de suas necessidades, saber qual a sua
capacidade e agir com proveito em favor do crescimento tanto do outro
quanto de si mesmo. E compreender a provação é saber avaliar a sua
necessidade e desativar os pontos que geram sofrimento contribuindo
assim para a manutenção da harmonia.
Provação; no grego é peirasmos, uma palavra que pode ser traduzida tanto por provação quanto por tentação.
Em português há diferenças. Provação é o ato ou efeito de provar; prova, teste. É uma situação aflitiva ou de sofrimento que põe à prova a força moral. Tentação é o impulso para a prática de alguma coisa censurável ou não recomendável; desejo veemente ou violento2.
Dentro do contexto deste
versículo achamos melhor a tradução da Bíblia de Jerusalém que usa
provação ao invés de tentação como usa Almeida. É que aqui o autor da
epístola fala em suportar com paciência; denota um sofrimento que
põe à prova a força moral da criatura. A tentação às vezes cumpre o
mesmo papel, por à prova a força moral da criatura, porém no caso da
tentação há uma ressonância na intimidade da criatura com o objeto de
tentação, no caso da provação o elemento que prova pode simplesmente ser
uma situação exterior. O Exemplo clássico desta colocação está na
passagem em que Jesus é colocado no deserto para ser posto à prova pelo
Adversário (Mateus, 4: 1 a 11; Marcos, 1: 12 e 13; Lucas, 4: 1 a 13).
Alguns tradutores informam que Jesus teria sido “tentado” pelo
Adversário, o que nós achamos mais correto dizer que Jesus foi provado
pelo Adversário, pois em Jesus não há a menor chance de haver tentação
por se tratar de um Espírito Puro, que segundo os Espíritos informam a
Kardec, não sofre nenhuma influência da matéria, pois tem superioridade
intelectual e moral absoluta.3
Porque, uma vez provado,
continua Tiago, querendo dizer, tendo passado no teste com sucesso,
tento mostrado que superou a dificuldade, o que significa o fim de um
ciclo em relação àquela necessidade, receberá a coroa da vida. David Stern4
traduz: “receberá como sua coroa a Vida…”. Acho mais bonita esta
tradução sendo esta vida a Vida Abundante prometida por Jesus, porém
esta só acontecerá em nós no fim de um ciclo maior de vitória sobre as
imperfeições. A carta escrita por Tiago nos fala deste momento também,
mas atende-nos em cada vitória que alcançamos sobre a menor das
provações.
A coroa é o símbolo do
coroamento, é o emblema da vitória, e aqui ela significa a vitória sobre
a provação que nada mais é do que o ato de vencer a imperfeição que fez
necessária a prova. Como é coroamento é o fechamento de ciclo; para
cada vitória sobre cada imperfeição a vida nos autoriza uma coroa, e
quando atingirmos a vitória final sobre nossas imperfeições, o que
chamamos de redenção, e que a Bíblia comumente chama de salvação,
receberemos como coroa a Vida Abundante, Vida esta que foi o motivo da
vinda até nós de Jesus, o Cristo de Deus.
…eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância.5
Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.6
…que o Senhor prometeu aos que o amam; A
Vulgata neste verso substitui Senhor por Deus, o que leva alguns
analistas a entender que o Senhor aqui é Deus. Não sabemos definir aqui o
que pensava o autor da carta. Esta dificuldade acontece principalmente
porque a teologia tradicional confundiu Jesus com Deus, no fundo os dois
são segundo esta a mesma pessoa.
A expressão coroa da vida
só acontece no Novo Testamento, aqui em Tiago e no Apocalipse (2: 10).
Pedro também fala sobre o mesmo tema (1 Pedro, 5: 4) como coroa da
glória, Paulo (1 Coríntios, 9: 25) em coroa incorruptível, em todos
estes textos, mesmo em Paulo que não é tão explícito, a promessa se
refere a Jesus. A promessa só remonta Deus se interpretarmos colocações
da Bíblia hebraica como a “árvore da vida” e a “terra prometida” como
sendo sinônimos desta coroa da vida.
Para nós o mais importante
não é saber se é Deus ou Jesus que promete, até porque o próprio Cristo
disse que não trazia nada Dele, mais do Pai que O enviou. Ou seja,
Jesus é o “Procurador” oficial de Deus no planeta Terra sendo assim, em
última instância a Promessa é de Deus.
O que conta aqui é como alcançá-la, e isto fica claro: aos que o amam.
Amar a Deus é o primeiro mandamento e o Deuteronômio nos ensina que é amar com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua força.7; isto
é tão complexo que para analisar todo este mandamento foi escrito o
livro mais famoso da humanidade: a Bíblia, pois em verdade esta gira
toda em torno deste mitzvah dado a Moisés.
Jesus com a Sua pedagogia superior nos ensinou que amar a Deus é amar ao próximo, e amar como Ele Jesus nos amou.
Está é a síntese que nos
instrumentaliza para a conquista desta coroa citada por vários enviados
do Senhor e que Paulo com toda segurança afirmou ser a maior de todas as
virtudes, o amor, que dinamizado é caridade.
1 O Sermão do Monte, cap. 1
2 Para estes conceitos me vali do dicionário Houaiss.
3 O Livro dos Espíritos, questão 112.
4 Novo Testamento Judaico, pág. 241
5 João, 10: 10
6 Apocalipse, 2: 10
7 Deuteronômio, 6: 5
FONTE: http://espiritismoeevangelho.blogspot.com.br/
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