Reflexões sobre a culpa
A culpa é grave transtorno emocional de consciência que grassa velada ou claramente e aflige a sociedade contemporânea.
Insidiosa, pode ser considerada como planta parasita que se nutre da seiva do vegetal no qual se hospeda e termina por matá-lo.
Sob
outro aspecto, apresenta-se como negra ave agourenta que abre suas asas
sombrias e asfixia perversamente o indivíduo que a agasalha.
Quase
todos os reencarnados carregam no inconsciente alguma forma desse
conflito inditoso que se manifesta de variadas formas e trabalha em
favor do seu sofrimento moral e emocional.
Herança
macabra dos atos infelizes, procede dos comportamentos omissos ou
prejudiciais durante a presente existência ou as procedentes de outras
passadas.
Ninguém consegue evadir-se da sua penosa injunção, por decorrência do desrespeito aos Soberanos Códigos da Vida.
Sorrateiramente
explicita-se como complexo de inferioridade ou disfarça-se de
narcisismo e empurra aquele que lhe padece a compressão no rumo dos
pântanos da angústia declarada ou transformada em fuga da realidade.
Normalmente
o eu consciente procura escamoteá-la, para evitar o enfrentamento
direto, que constitui o eficiente recurso de diluir-lhe a presença
punitiva até erradicá-la completamente...
De alguma forma expressa o cumprimento da Divina Justiça que alcança o infrator que se permitiu ludibriá-la.
Quando
se instala, faz-se mordaz, porque diminui o ser a ínfima condição,
torna-o inferior espiritualmente ou subestima-o, nivelando-o por baixo
na escala de valores morais.
Nessa fase, torna a sua vítima arredia ou prepotente, cínica ou cruel, complexada ou reacionária.
Quando
lhe faltam os instrumentos edificantes de caráter ético e moral,
transforma-se na sombra enfermiça que impede as realizações nobilitantes
e a aquisição dos valiosos tesouros que contribuem para o autoperdão e a
reabilitação.
Tem raízes no mal que se fez, mas igualmente no bem que se deixou de praticar.
Praticar o mal é um mau comportamento, porém, não executar o bem que está ao alcance de todos é um grande mal.
A
existência humana está desenhada para a conquista do progresso moral
tendo como foco a ser conseguido o estado de plenitude ou Reino dos Céus.
Qualquer
desvio da pauta comportamental estabelecida pelos Celestes Cânones, e o
Espírito, ao dar-se conta de que posterga a responsabilidade ou tenta
sepultá-la no inconsciente, constitui-lhe gravame no processo evolutivo
que exige correção.
Nada obstante, ocasião surge em que ressuma por necessidade de iluminação da consciência ultrajada e obscurecida pelo erro.
*
Ao
deparar-te com esse parasita que se te apresenta, assume
responsabilidade para logo providenciares a reparação e, por fim, a sua
remissão.
Quase
sempre o motivo gerador da culpa permanece ignorado na área da razão,
pois que se apresenta conflitiva na conduta, exceção quando se opera o
imediato despertamento que pode dar lugar ao choque pós-traumático
imobilizador.
O
Evangelho de Jesus, nas suas profundas considerações sobre a vida e sua
finalidade na Terra, receita providencialmente a psicoterapia a ser
utilizada, que deve ser iniciada mediante o esforço da autoconsciência,
isto é, pelo exame da causa desencadeadora.
Se
não se consegue identificá-la de imediato, é necessário que se utilizem
os instrumentos oferecidos pelo amor. a fim de dar-se conta que o
equivocar-se é normal no processo evolutivo, porém, manter-se no erro é
resultado da falta de discernimento, da imaturidade psicológica, da
presunção ou da soberba.
Identificada
a fragilidade pessoal, cabe seja produzida a reparação do delito
através dos serviços de engrandecimento interior, com imediata
modificação da conduta íntima sempre para melhor. do auxílio ao próximo e
da contribuição em favor da harmonia da Natureza que serve de mãe
generosa e, dessa forma, acalmando a ansiedade.
Apoia-te
na meditação e renova-te na prece, torna-te útil e sai da concha
calcária e escura do eu para o serviço geral em favor do progresso da
humanidade.
De imediato sentirás as bênçãos da remissão, isto é, da liberdade e da consciência de paz.
Nunca deixes de usar o amor em qualquer circunstância que se te apresente.
Melhor
será que peques por ajudar, do que ser omisso por conveniência pessoal,
covardia ou para estares bem no torpe comportamento social vigente.
A culpa é, também, o anjo bondoso que contribui poderosamente para o autoencontro.
A
viagem carnal é compromisso de legitimidade com a evolução espiritual
do ser, por cuja experiência a terna presença de Deus no íntimo se
expanda e domine-o durante toda a sua trajetória.
Enfrenta
as tuas culpas sem temores, não adies a oportunidade libertadora, nem
te justifiques por meio de sofismas egoísticos e lenitivos equivocados.
A consciência, por mais se encontre entorpecida pelo erro, sempre desperta para a realidade que é a luz condutora da paz.
*
Allan Kardec, o vaso escolhido para apresentar o Consolador a que Jesus se reportou, esclarece que ante a culpa existente, fazem-se necessários o arrependimento, a expiação e a reparação. (*)
Sabiamente
a proposta do eminente mestre lionês concorda com a compreensão do erro
e sua correspondente análise que dão lugar ao sofrimento, portanto, ao
arrependimento e à expiação para, em definitivo, conseguir-se a
reparação, mediante todo e qualquer contributo que dignifique e anule o
delito praticado.
Não se torna indispensável que a reparação ocorra em relação àquele que foi prejudicado em decorrência de inúmeros fatores.
O essencial é a tranquilidade da consciência ultrajada pela culpa ante a atividade reabilitadora.
Nunca
te permitas, desse modo, a permanência na culpa inscrita nos teus
painéis mentais e nas tuas emoções, cuja presença pode levar-te a
transtornos graves.
Ama e serve sempre sem outra qualquer preocupação, exceto o Bem.
Esse é o caminho do Gólgota, mas é também a véspera da gloriosa manhã da Ressurreição.
Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão
mediúnica da noite de 20 de janeiro de 2014, no Centro
Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.
Em 5.2.2014.
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão
mediúnica da noite de 20 de janeiro de 2014, no Centro
Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.
Em 5.2.2014.
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