De retorno – Amélia Rodrigues
Amorável Jesus:
Estamos de retorno.
Ontem,
nesse passado sempre presente, ouvimos-Te nas paisagens formosas da
gentil Galileia e fascinamo-nos com os Teus sublimes ensinamentos.
Tocados
sinceramente no coração, resolvemos seguir-Te à distância através dos
tempos, vivendo e cantando a Tua mensagem libertadora.
No
entanto, o mundo que enfrentamos não era semelhante às praias formosas e
calmas de Cafarnaum e deixamo-nos vencer pelas ondas encapeladas, pelo
tumulto das nossas paixões não apaziguadas, afogando-nos
lamentavelmente.
Durante
largo período em que procuramos retornar ao Teu rebanho de amor,
somente complicamos a conduta, cada vez afundando mais nas águas
revoltas do desespero íntimo.
Sentíamos
saudades de Ti e não conseguíamos decodificar corretamente. Por isso,
fugíamos de nós mesmos, buscando fora o que somente é possível encontrar
no interior dos sentimentos profundos.
Enquanto
nos ensinavas correr para o deserto, para acalmar a febre das paixões
primitivas, atirávamo-nos nas labaredas dos incêndios morais em gozos
alucinantes.
Largo tempo transcorreu desde aqueles dias inolvidáveis.
Mas Tu não desististe de nós e nos trouxeste às regiões calmantes do Teu coração.
Retornamos na condição do homem que foi assaltado na descida de Jerusalém para Jericó e socorrido pelo samaritano.
Com a alma em frangalhos, recebemos o bálsamo e o carinho da misericórdia do Céu em Teu nome e nos erguemos.
Agora
estamos de volta à Tua barca e ouvimos-Te outra vez cantando os hinos
de eterna beleza de que se enriquecem os nossos corações.
As
baladas das bem-aventuranças comovem-nos de maneira muito especial e os
Teus convites de afeto e alegria de viver e de servir, dão-nos
resistência para vencermos o mal interno e acompanhar-Te na áspera
subida e permanência na perversa e imensa Jerusalém da sociedade
contemporânea.
O
mundo estertora e desejamos acalmá-lo, iniciando a revolução da paz no
próprio coração e alongando-a pelas terras desérticas das vidas
estioladas mediante as chuvas de gentilezas e amizades, evocando-Te as
atitudes e repetindo-as.
Continuamos ouvindo o Teu poema de luz e de liberdade total, com a musicalidade sublime do amor que nos enriquece e plenifica.
Direciona o Teu olhar para nós e acolhe-nos novamente, sorrindo, como se estivesses a dizer:
- Sejam bem-vindos, filhos diletos de meu Pai!
...E acolhe-nos.
Amélia Rodrigues.
Página psicografada por Divaldo Pereira Franco, na manhã de 30 de
janeiro de 2014, em Jerusalém, Israel.
Em 11.2.2014
Página psicografada por Divaldo Pereira Franco, na manhã de 30 de
janeiro de 2014, em Jerusalém, Israel.
Em 11.2.2014
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