MÓDULO II - O CRISTIANISMO
• As epístolas que Paulo [...] não são tratados de teologia, mas respostas a situações
concretas. Verdadeiras cartas que se inspiram no formulário então em uso [...],
não são nem “cartas” meramente particulares, nem “epístolas” puramente
literárias, mas explanações que Paulo destina a leitores concretos e, para além
deles, a todos os fiéis de Cristo. Bíblia de Jerusalém. Item: Introdução às epístolas
de São Paulo, p.1956.
• Paulo iniciou o movimento das [...] cartas imortais, cuja essência espiritual
provinha da esfera do Cristo, através da contribuição [espiritual] amorosa de
Estêvão [...].Emmanuel: Paulo e Estevão. Segunda parte, cap. 7.
• Na epístola aos Romanos Paulo analisa as divergências existentes entre os
judeus e gentílicos convertidos ao Cristianismo. Representa, porém, [...] uma
das mais belas sínteses da doutrina paulina. Bíblia de Jerusalém. Item: Introdução
às epístolas de São Paulo, p.1959-1960.
• Nas duas epístolas aos coríntios Paulo faz uma reflexão do Cristo como sendo
a sabedoria de Deus. Bíblia de Jerusalém. Item: Introdução às epístolas de São
Paulo, p.1959.
• Na epístola aos gálatas, assim como na que foi dirigida aos romanos, Paulo
revela o Cristo como a justiça de Deus. Bíblia de Jerusalém. Item: Introdução
às epístolas de São Paulo, p.1959.
AS EPÍSTOLAS DE PAULO (1)
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
1. As epístolas de Paulo
Através de suas epístolas, Paulo transmitiu aos seus discípulos uma fervorosa
fé em Jesus Cristo e na sua ressurreição. As cartas ou epístolas de Paulo
são denominadas pastorais porque estão dirigidas a um destinatário específico.
Trata-se de instruções, conselhos, repreensões ou exortações do apóstolo aos
seus discípulos. As demais epístolas existentes no Evangelho (Pedro, João,
Judas Tadeu), ao contrário, são de caráter universal porque destinadas aos
cristãos, em geral.
Quem pretenda conhecer Paulo deve estudar as suas epístolas e os Atos dos
Apóstolos «[...] duas fontes independentes que se confirmam e se completam,
não obstante algumas divergências em pormenores.» 1
As epístolas e os Atos [dos Apóstolos] nos traçam também um retrato surpreendente
da personalidade do Apóstolo. Paulo é apaixonado, alma de fogo que se consagra sem
limites a um ideal. E esse ideal é essencialmente religioso. Para ele, Deus é tudo e ele o
serve com uma lealdade absoluta, primeiro perseguindo aqueles que ele tem na conta
de hereges (Gl 1:13; At 24: 5, 14), depois pregando o Cristo, após haver entendido por
revelação que só nele está a salvação. Esse zelo incondicional traduz-se pela abnegação
total ao serviço daquele que ama. Trabalhos, fadigas, sofrimentos, privações, perigos
de morte (1Cor 4:8-13; 2 Cor 4:8; 6:4-10; 11:23-27), nada lhe importa, contando que
cumpra a missão pela qual sente responsável (1Cor 9:16). [...] O ardor do seu coração
sensível se traduz bem nos sentimentos que demonstra por seus fiéis. 2
Há historiadores que enxergam aspectos místicos no caráter de Paulo,
outros o consideram, sob certas circunstâncias, exaltado e doentio.
SUBSÍDIOS
Nada é menos fundamentado. [...] Ele nada tem do imaginativo, se julgarmos pelas
imagens pouco numerosas e corriqueiras que emprega [...]. Paulo é, antes, cerebral. Nele
se une a um coração ardente inteligência lúcida, lógica, exigente, preocupada em expor
a fé segundo as necessidades dos ouvintes. [...] Paulo argumenta muitas vezes como
rabino, segundo métodos exegéticos que recebeu do seu meio e da sua educação (por
exemplo, Gl 3:16; 4:21-31). [...] Além disso, esse semita tem boa cultura grega, recebida
talvez desde a infância em Tarso, enriquecida por repetidos contatos com o mundo
greco-romano, e esta influência se reflete na sua maneira de pensar, bem como em sua
linguagem e no estilo. 3
É possível que Paulo tenha escrito muitas outras cartas, mas somente
catorze chegaram até nós. As epístolas paulinas são as seguintes, segundo a
ordem existente no Novo Testamento:
1. Romanos
2. Coríntios (primeira e segunda)
3. Gálatas
4. Efésios
5. Filipenses
6. Colossenses
7. Tessalonicenses (primeira e segunda)
8. Timóteo (primeira e segunda)
9. Tito
10. Filemon
11. Hebreus
As epístolas paulinas [...] não são tratados de teologia, mas respostas a situações
concretas. Verdadeiras cartas que se inspiram no formulário então em uso [...], não
são nem “cartas” meramente particulares, nem “epístolas” puramente literárias, mas
explanações que Paulo destina a leitores concretos e, para além deles, a todos os fiéis de
Cristo. Não se deve, pois, buscar aí exposição sistemática e completa do pensamento do
Apóstolo; sempre se deve supor, por detrás delas, a palavra viva, de que são o comentário
em pontos particulares.[...] Embora dirigidas em ocasiões e a auditórios diferentes,
descobre-se nelas uma mesma doutrina fundamental, centrada em torno de Cristo morto
e ressuscitado, mas que se adapta, se desenvolve e se enriquece no decurso desta vida
consagrada totalmente a todos. 4 (1 Cor 9:19-22).
Emmanuel esclarece como e por que Paulo teve a idéia de escrever as suas
cartas. Onde quer que o apóstolo estivesse sempre chegavam emissários das
igrejas por ele fundadas, portadores de assuntos urgentes, que solicitavam a
presença de Paulo, na localidade, para resolver conflitos ali existentes. Evidentemente,
ele não podia atender a todos, pois os deslocamentos, de uma cidade
para outra, eram demorados e nem sempre os dedicados discípulos, Silas e
Timóteo, estavam disponíveis para substituí-lo. Preocupado com a situação
e sem saber como atender às rogativas dos fiéis, Paulo orou fervorosamente a
Jesus, pedindo-lhe solução para o problema. 10 Após a prece, ouviu, sob inspiração,
Jesus dizer-lhe:
Não te atormentes com as necessidades de serviço. É natural que não possas assistir
pessoalmente a todos, ao mesmo tempo. Mas é possível a todos satisfazeres, simultaneamente,
pelos poderes do espírito. [...] Poderás resolver o problema escrevendo a todos os
irmãos em meu nome; os de boa vontade saberão compreender, porque o valor da tarefa
não está na presença pessoal do missionário, mas do conteúdo espiritual do seu verbo,
da sua exemplificação e da sua vida. Doravante, Estevão permanecerá mais conchegado
a ti, transmitindo-te meus pensamentos, e o trabalho de evangelização poderá ampliar se
em benefício dos sofrimentos e das necessidades do mundo. [...] Assim começou o
movimento dessas cartas imortais, cuja essência espiritual provinha da esfera do Cristo,
através da contribuição amorosa de Estevão — companheiro abnegado e fiel daquele que
se havia arvorado, na mocidade, em primeiro perseguidor do Cristianismo. 11
Há escritores que contestam a genuinidade de algumas epístolas de Paulo,
tendo como base razões teológicas, de estilo e literárias. É possível que algumas
epístolas, por exemplo, aos dirigidas aos efésios, aos colossenses e aos tessalonicenses,
tenham sido escritas por um discípulo que teria servido de secretário
ao apóstolo dos gentios. Entretanto, nada disso diminui o trabalho missionário
de Paulo nem ofusca a sua fenomenal missão. 7
2. Epístola aos romanos
Nessa epístola, encontramos os seguintes assuntos: a) desejo de Paulo
de viajar a Roma para encontrar com os membros desta a igreja cristã;
b) o homem justificado pela fé está a caminho da salvação;
c) combate a idolatria e vida dissoluta dos gentios e impenitência dos judeus.
Paulo se encontrava em Corinto, em vias de partir para Jerusalém, quando
escreveu a sua epístola aos romanos (no inverno de 55-56 d.C.) 5 Por essa
carta se percebe que Paulo não esteve presente, nem fundou a igreja cristã de
Roma, como já se pensou no passado. Na verdade, parece que ele tinha escassas
informações a respeito dessa comunidade.
As [...] raras alusões de sua epístola deixam apenas vislumbrar uma comunidade em
que os convertidos do judaísmo e do paganismo correm o perigo de se desentenderem.
Assim, para preparar sua chegada acha útil enviar por sua patrona Febe (Rm 16:1) uma
carta em que expõe sua solução do problema judaísmo-cristianismo, tal como acaba de
amadurecer devido à crise gálata. 5
Romanos «[...] oferece explanação continuada, em que algumas grandes
seções se concatenam harmoniosamente com o auxílio de temas que primeiro
anunciam e depois são retomados.» 5 Não existem dúvidas relacionadas à autenticidade
da epístola aos romanos. Apenas se tem perguntado se os capítulos
15 e 16 não teriam sido acrescentados posteriormente. Supõe-se que o capítulo
16, repleto de saudações, teria sido, originalmente, um bilhete que o apóstolo
enviou à igreja cristã de Éfeso. 5
O desenvolvimento das idéias sobre a fé é, nessa carta, mais elaborado
e mais completo do que em qualquer outra, escrita por Paulo. Neste sentido,
começa por afirmar que não se envergonha do Evangelho, porque ele é força
de Deus para a salvação de todos os que crêem, independentemente se é judeu
ou grego. “O justo viverá pela fé”, afirma. (Romanos, 1: 1617) Em seguida,
apresenta uma tese e ardorosa defesa sobre a salvação do homem pela fé. (Romanos,
capítulos 1 a 5)
Os membros da igreja cristã romana, formada de judeus e gentílicos convertidos
ao Cristianismo, se desentendiam continuamente. O motivo básico,
que produzia intranqüilidade a Paulo, era o culto, idolatria e costumes que os
romanos e demais gentios tinham dificuldades de abandonar: “E, como eles
se não importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a
um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convém; estando cheios
de toda iniqüidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja,
homicídio, contenda, engano, malignidade; sendo murmuradores, detratores,
aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de
males, desobedientes ao pai e à mãe; néscios, infiéis nos contratos, sem afeição
natural, irreconciliáveis, sem misericórdia. [...] E bem sabemos que o juízo de
Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem. E tu, ó homem, que
julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo
de Deus? (Rm 1:28-31; 2:2-3)
2.1 - Síntese dos principais ensinamentos da epístola aos romanos
• A Justiça de Deus
Para que ocorra a salvação, Paulo esclarece que todos os seres humanos
devem estar cientes de que, sendo julgados por Deus, devem agir de acordo
com os princípios da Sua justiça. (Rm 2: 1-16) Os homens que se afastaram de
Deus, ou que o desconhecem, que trazem o coração impenitente, que pecam
contra a Lei, serão submetidos à justiça divina “a qual recompensará cada um
segundo as suas obras.” (Rm 2:7). A justiça de Deus se fundamenta naquilo
que o homem faz ou deixa de fazer: “Porque todos os que sem lei pecaram sem
lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram pela lei serão julgados.
Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam
a lei hão de ser justificados.” (Rm 2:12-13) Os que têm conhecimento espiritual
e não o colocam em prática, serão julgados com mais rigor.
Eis que tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias
em Deus; e sabes a sua vontade, e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído
por lei; e confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas, instruidor
dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na
lei; tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que
não se deve furtar, furtas? Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras?
Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio? Tu, que te glorias na lei, desonras
a Deus pela transgressão da lei? Porque, como está escrito, o nome de
Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós. Porque a circuncisão é,
na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a
tua circuncisão se torna em incircuncisão. Se, pois, a incircuncisão guardar os
preceitos da lei, porventura, a incircuncisão não será reputada como circuncisão?
E a incircuncisão que por natureza o é, se cumpre a lei, não te julgará,
porventura, a ti, que pela letra e circuncisão és transgressor da lei? Porque não
é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente
na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão, a que é do coração,
no espírito, não na letra, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.
(Romanos, 2:17-29)
• A fé em Jesus como medida de salvação
Paulo reconhece que no atual estágio evolutivo da Humanidade, todos
somos pecadores, “como está escrito: não há um justo, nenhum sequer.” (Rm
3:10) Entretanto, analisa que podemos nos salvar pela fé em Jesus: “Mas, agora,
se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos
Profetas, isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre
todos os que crêem; porque não há diferença.” (Rm 3:21-22)
• A fé em Jesus e a paz com Deus
“Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor
Jesus Cristo; pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos
firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. E não somente
isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação
produz a paciência; e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança.”
(Rm 5: 1-4)
• O homem sem o Cristo vivem em pecado
“Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo
Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito. Porque a lei
do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.
Porquanto, o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne,
Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado
condenou o pecado na carne, para que a justiça da lei se cumprisse em nós,
que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque os que são
segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo
o Espírito, para as coisas do Espírito.Porque a inclinação da carne é morte;
mas a inclinação do Espírito é vida e paz. [...] E, se Cristo está em vós, o corpo,
na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da
justiça.” (Rm 8: 1-6; 10)
3. Epístolas aos conríntios
Paulo escreveu duas epístolas aos coríntios, destacando, em ambas, Jesus
como a sabedoria de Deus.
Corinto, capital da província de romana de Acaia, foi importante cidade
fundada pelos gregos. Situada no istmo que separa as duas cidades portuárias
de Lecaion, no golfo de Corinto, de Cencréia, no golfo Sarônico, foi centro de
grande trânsito de viajantes e imenso posto comercial da Antigüidade. As duas
epístolas aos coríntios compõem-se, provavelmente, de várias pequenas cartas
ou bilhetes escritos por Paulo à igreja cristã de Corinto, no início da quinta
década d.C. Por causa do seu conteúdo, e extensão, essas epístolas se situam
entre as mais importantes. 6
Revela preocupação com as idéias e os costumes gregos, amplamente
difundidos em Corinto. 6 Um dos problemas, era a imoralidade sexual, como
o incesto, mantida pelos convertidos ao Cristianismo. Outro problema era a
prática, herdada dos costumes romanos, de cobrir a cabeça quando se orava
ou profetizava, como sinal de culto e devoção. Uma terceira dificuldade era o
hábito que existia em certos cristãos de fazer refeições, na forma de banquetes,
no templo de algum deus. Por último, havia o uso e abuso dos poderes
mediúnicos. 6
Existia, pois, na igreja de Corinto, fortes disputas entre os cristãos: os de
origem judaica abominavam as práticas politeístas gentílicas, consideradas
bárbaras e imorais. Foi uma comunidade continuamente sacudida por escândalos,
mas que recebeu muita atenção e cuidados por parte do apóstolo dos
gentios.
O [...] ex-doutor da Lei procurou enriquecer a igreja de Corinto de todas as experiências
que trazia da instituição antioquense. Os cristãos da cidade viviam num oceano de júbilos
indefiníveis. A igreja possuía seu departamento de assistência aos que necessitavam de
pão, de vestuário, de remedios. Venerandas velhinhas revezavam-se na tarefa santa de
atender os mais desfavorecidos. Diariamente, à noite, havia reuniões para comentar a
passagem da vida do Cristo; em seguida à pregação central e ao movimento das manifestações
de cada um, todos entravam em silêncio, a fim de ponderar o que recebiam
do Céu através do profetismo. Os não habituados ao dom das profecias possuíam faculdades
curadoras, que eram aproveitadas a favor dos enfermos, em uma sala próxima.
O mediunismo evangelizado, dos tempos modernos, é o mesmo profetismo das igrejas
apostólicas. 12
A igreja cristã de Corinto, à época de Paulo, foi muito protegida pela
presença de certos romanos ricos, como Tito Justo. «Os israelitas pobres
encontravam na igreja um lar generoso, onde Deus se manifestava em demonstrações
de bondade, ao contrário das sinagogas, em cujo recinto, [...]
encontravam apenas a rispidez de preceitos tirânicos, nos lábios de sacerdotes
sem piedade.» 13
3.1 - Síntese dos principais ensinamentos da primeira epístola aos
coríntios
• Necessidade da concórdia e união no Cristo
Paulo suplica aos cristãos “Eu rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso
Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa e que não haja entre
vós dissensões; antes, sejais unidos, em um mesmo sentido e em um mesmo
parecer. [...] Porque Cristo enviou-me não para batizar, mas para evangelizar;
não em sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo se não faça vã. Porque
a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos,
é o poder de Deus. [...]Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam
sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os
judeus e loucura para os gregos. Mas, para os que são chamados, tanto judeus
como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.” (1
Cor 1: 10-11;17-18; 22-24)
• A missão dos pregadores
“Pois quem é Paulo e quem é Apolo, senão ministros pelos quais crestes,
e conforme o que o Senhor deu a cada um? Eu plantei, Apolo regou; mas Deus
deu o crescimento. Pelo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega,
mas Deus, que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um; mas
cada um receberá o seu galardão, segundo o seu trabalho. Porque nós somos
cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus. Segundo a
graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento,
e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque
ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus
Cristo.” (1Cor 3:5-11)
• Necessidade de vida moral reta
“Geralmente, se ouve que há entre vós fornicação e fornicação tal, qual nem
ainda entre os gentios, como é haver quem abuse da mulher de seu pai. Estais
inchados e nem ao menos vos entristecestes, por não ter sido dentre vós tirado
quem cometeu tal ação. [...] Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que
sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa
páscoa, foi sacrificado por nós. Pelo que façamos festa, não com o fermento
velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os asmos da
sinceridade e da verdade. Já por carta vos tenho escrito que não vos associeis
com os que se prostituem.” (1Cor 5:1-2; 7-9)
“Ora, quanto às coisas que me escrevestes, bom seria que o homem não
tocasse em mulher; mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria
mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido. O marido pague à mulher a
devida benevolência, e da mesma sorte a mulher, ao marido. [...] Digo, porém,
aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu. Mas, se não
podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se. (1 Cor
7:1-3; 8-9)
• O cristão não é idólatra, nem faz sacrifícios aos ídolos
“Ora, no tocante às coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que todos
temos ciência. A ciência incha, mas o amor edifica. E, se alguém cuida saber
alguma coisa, ainda não sabe como convém saber. Mas, se alguém ama a Deus,
esse é conhecido dele. Assim que, quanto ao comer das coisas sacrificadas aos
ídolos, sabemos que o ídolo nada é no mundo e que não há outro Deus, senão
um só. Porque, ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no
céu quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores), todavia, para
nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só
Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele. [...] Portanto,
meus amados, fugi da idolatria”. (1 Cor 8: 1-6; 10:14)
• Os dons do espírito ou carismas
“Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes. Vós
bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados.
Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de
Deus diz: Jesus é anátema! E ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão
pelo Espírito Santo. Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E
há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de
operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação
do Espírito é dada a cada um para o que for útil. Porque a um, pelo Espírito,
é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da
ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito,
os dons de curar;e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a
outro, o de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro,
a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas
coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.” (1Cor 12: 1-11)
• A necessidade da caridade
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse
caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que
tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e
ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não
tivesse caridade, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para
sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado,
e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria. A caridade é sofredora, é
benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não trata com leviandade, não
se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não
se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade nunca falha; mas,
havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo
ciência, desaparecerá; porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos.
Mas, quando vier o que é perfeito, então, o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria
como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de
menino. Porque, agora, vemos por espelho em enigma; mas, então, veremos
face a face; agora, conheço em parte, mas, então, conhecerei como também sou
conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três;
mas a maior destas é a caridade.” (1Cor 13: 1-13)
3.2 - Síntese dos principais ensinamentos da segunda epístola aos
coríntios
• O caráter do ministério cristão
“E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo e, por meio de
nós, manifesta em todo lugar o cheiro do seu conhecimento. Porque para Deus
somos o bom cheiro de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Para
estes, certamente, cheiro de morte para morte; mas, para aqueles, cheiro de
vida para vida. E, para essas coisas, quem é idôneo? Porque nós não somos,
como muitos, falsificadores da palavra de Deus; antes, falamos de Cristo com
sinceridade, como de Deus na presença de Deus. [...] E é por Cristo que temos
tal confiança em Deus; não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma
coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual nos
fez também capazes de ser ministros dum Novo Testamento, não da letra,
mas do Espírito; porque a letra mata, e o Espírito vivifica.[...] Como não será
de maior glória o ministério do Espírito? [...] Ora, o Senhor é Espírito; e onde
está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.” (2 Cor 2:14-17; 3: 4-6, 8 e 17 )
• As tribulações decorrentes da divulgação do Cristianismo
“Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita,
não desfalecemos; antes, rejeitamos as coisas que, por vergonha, se ocultam,
não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos
recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela
manifestação da verdade. [...] Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a
Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos, por amor de Jesus.
Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu
em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus,
na face de Jesus Cristo. Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para
que a excelência do poder seja de Deus e não de nós. Em tudo somos atribulados,
mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos,
mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; trazendo sempre por
toda parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de
Jesus se manifeste também em nossos corpos. E assim nós, que vivemos, estamos
sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se
manifeste também em nossa carne mortal.” (2Cor 4:1-2, 5-11)
• Necessidade do bom ânimo; deter nas coisas espirituais
“Por isso, não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se
corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e
momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente,
não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque
as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas. [...]Porque
sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de
Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E, por isso,
também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu;
se, todavia, estando vestidos, não formos achados nus. Porque também nós,
os que estamos neste tabernáculo, gememos carregados, não porque queremos
ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida. Ora,
quem para isso mesmo nos preparou foi Deus, o qual nos deu também o penhor
do Espírito.Pelo que estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto
estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor. (2 Cor 4:16-18; 5: 1-6)
• Cuidados com os falsos profetas
“Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia,
assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se
apartem da simplicidade que há em Cristo. Porque, se alguém for pregar-vos
outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não
recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, com razão o sofrereis. Porque
penso que em nada fui inferior aos mais excelentes apóstolos. E, se sou rude na
palavra, não o sou, contudo, na ciência; mas já em tudo nos temos feito conhecer
totalmente entre vós. Pequei, porventura, humilhando-me a mim mesmo, para
que vós fôsseis exaltados, porque de graça vos anunciei o evangelho de Deus?[...]
Mas o que eu faço o farei para cortar ocasião aos que buscam ocasião, a fim de
que, naquilo em que se gloriam, sejam achados assim como nós. Porque tais
falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de
Cristo. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de
luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da
justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras.” (2 Cor 11: 3-7, 12-15)
A epístola aos romanos é uma maravilhosa apologia à fé, defendida por
Paulo, que afirma que o justo viverá pela fé.
Não poucos aprendizes interpretaram erradamente a assertiva. Supuseram que viver pela
fé seria executar rigorosamente as cerimônias exteriores dos cultos religiosos. Freqüentar
os templos, harmonizar-se com os sacerdotes, respeitar a simbologia sectária, indicariam
a presença do homem justo. Mas nem sempre vemos o bom ritualista aliado ao bom
homem. E, antes de tudo, é necessário ser criatura de Deus, em todas as circunstâncias
da existência. Paulo de Tarso queria dizer que o justo será sempre fiel, viverá de modo
invariável, na verdadeira fidelidade ao Pai que está nos céus. Os dias são ridentes e tranqüilos?
tenhamos boa memória e não desdenhemos a moderação. São escuros e tristes?
Confiemos em Deus, sem cuja permissão a tempestade não desabaria. Veio o abandono
do mundo? O Pai jamais nos abandona. Chegaram as enfermidades, os desenganos, a
ingratidão e a morte? Eles são todos bons amigos, por trazerem até nós a oportunidade de
sermos justos, de vivermos pela fé, segundo as disposições sagradas do Cristianismo. 8
As epístolas aos coríntios reflete o compromisso de Paulo de sempre
confiar e esperar no Cristo, como também nos aconselha Emmanuel.
É natural confiar no Cristo e aguardar nEle, mas que dizer da angústia da alma atormentada
no círculo de cuidados terrestres, esperando egoisticamente que Jesus lhe venha
satisfazer os caprichos imediatos? [...] É imprescindível, portanto, esperar em Cristo com
a noção real da eternidade. A filosofia do imediatismo, na Terra, transforma os homens
em crianças. Não vos prendais à idade do corpo físico, às circunstâncias e condições
transitórias. Indagai da própria consciência se permaneceis com Jesus. E aguardai o
futuro, amando e realizando com o bem, convicto de que a esperança legítima não é
repouso e, sim, confiança no trabalho incessante. 9
Referências:
1. BÍBLIA DE JERUSALÉM. Nova edição, revista e ampliada. São Paulo:
Paulus, 2002. Item: Introdução às epístolas de São Paulo, p. 1954.
2. ______. p. 1954-1955.
3. ______. p. 1955-1956.
4. ______. p. 1956.
5. ______. p. 1959.
6. DICIONÁRIO DA BÍBLIA. Vol. 1: As pessoas e os lugares. Organizado por
Bruce M. Metzger, Michael D. Coogan. Traduzido por Maria Luiza X. de
A. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2002, Item: Corinto, p. 44.
7. ______. Item: Paulo. Epístolas, p. 248.
8. XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, verdade e vida. 27. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2006. Cap. 23 (Viver pela fé), p. 61-62.
9. ______. Cap. 123 (Esperar em Cristo), p. 261-262.
10. ______. Paulo e Estêvão: episódios históricos do Cristianismo primitivo. Pelo
Espírito Emmanuel. 43. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Segunda parte, cap.
7 (As epístolas), p. 525-528.
11. ______. p. 529-530.
12. ______. p.531.
13. ______. p. 531.
Caros amigos leitores , gostaríamos, na medida do possível ,contar com a interação de todos ,através de comentários , tornando se seguidores deste blog divulgando para seus conhecidos ,para que assim possamos estudar e aprendermos juntos , solidários e fraternos. Inscrevam-se no blog!
sábado, 15 de junho de 2013
quinta-feira, 13 de junho de 2013
S. O. S. ( Silêncio-Oração-Serviço)
S. O. S.
André Luiz
A existência terrestre
é comparada ao firmamento que nem sempre surge perfeitamente anilado.
Dias sobrevêm nos
quais as nuvens da prova se entrechocam de improviso, estabelecendo o
aguaceiro das lágrimas.
Raios de angústia
varrem o céu da esperança..
Granizos de sofrimento
apedrejam os sonhos...
Rajadas de calúnia
açoitam a alma...
Enxurrada carreando
maledicência invade o caminho anunciando subversão...
Multiplicam-se os
problemas, traçando os testes do destino em que se nos verificará o
aproveitamento dos valores que o mundo nos oferece.
Entretanto, a
facilitação de cada problema solicita três atitudes essencialmente
distintas, tendendo ao mesmo fim.
Silêncio diante do
caos.
Oração à frente do
desafio.
Serviço perante o mal.
Se a tentação aparece
entenebrecendo a estrada, recorramos à oração.
Se a ofensa nos
injuria, refugiemos no serviço.
Toda perturbação pode
ser limitada pelo silêncio até que se lhe extinga o núcleo de sombra.
Toda impropriedade
mental desaparece se lhe antepomos a luz da oração.
Todo desequilíbrio
engenhado pelas forças das trevas é suscetível de se regenerar pela energia
benéfica do serviço.
O trânsito da vida
possui também sinalização peculiar.
Silêncio - previne
contra o perigo.
Oração - prepara a
passagem livre.
Serviço - garante a
marcha correta.
Em qualquer obstáculo,
valer-se desse trio de paz, discernimento e realização é assegurar a própria
felicidade.
S.O.S. é hoje o sinal
de todas as nações para configurar as súplicas de socorro e, na esfera de
todas as criaturas existe outro S.O.S., irmanando silêncio, oração e
serviço, como sendo a síntese de todas as respostas.
(Do livro "Sol na Alma", F.C.X., CEC)
CASA DE EURÍPEDES NO MUNDO MAIOR
CASA DE EURÍPEDES NO MUNDO MAIOR
Quando o sr. Edem recebeu em
Uberaba, pelo lápis mediúnico de Chico Xavier, a 16 de junho de 1984,
afetuosa carta de sua progenitora, D. Noêmia Natal Borges, prima de
Eurípedes Barsanulfo, não esperava que, juntamente com notícias mais ligadas
ao seu reduto familiar, ela trouxesse amplo noticiário da grande família
“euripidiana” já domiciliada no Plano Espiritual.
De fato, além dos
consangüíneos, existe imensa família de corações, encarnada e desencarnada,
gravitando em torno do missionário sacramentano que se doou à Humanidade,
num apostolado de amor dos mais expressivos. Pois, em suas múltiplas
funções: de destacado homem público, como jornalista e vereador; de emérito
professor, com inovações pedagógicas avançadas para a época, aplicadas no
Colégio Allan Kardec, que ele fundou em 1907; e de dedicadíssimo espírita,
atuante em várias áreas, como orador, doutrinador e especialmente médium,
dotado de várias faculdades, destacadamente a de cura
¾
ele soube exemplificar a fé viva, o trabalho perseverante e a caridade sem
limitações.
E bem sabemos, suas
atividades no Mais Além continuam, invariáveis, desde a sua desencarnação,
em 1918.
Não é de estranhar,
portanto, que a “Casa de Eurípedes”, localizada no Mundo Maior, conforme
descrição da mensagem que transcreveremos a seguir, seja uma imensa
instituição, “de extensão difícil de ser mostrada com frases terrestres”,
refletindo, naturalmente, a extensão de recursos espirituais que irradiam
desse tão querido servidor de cristo:
Meu querido Edem,
Deus nos abençoe.
Agradeço a sua bondade
filial, tendo a obtenção de notícias minhas.
Continuo melhorando, com
calma e fé viva em Deus. A morte ou a separação do corpo pesado, quando se
tem a consciência tranqüila é semelhante ao entardecer, sem nuvens.
Sabia, de antemão, que
não precisava temer visões terrificantes e nem dificuldades sem recursos
para transpô-las. A prece foi para mim uma luz e uma bênção.
De certo, o coração
materno parecia rebentado pelas saudades, que começavam a invadir as minhas
forcas. Ainda assim, as saudades não conseguiram destruir a minha paz e
consegui dormir no grande sono, agradecendo a Deus sem lamentações a vida
simples de mãe que eu tivera.
Os filhos eram a minha
riqueza, o tesouro íntimo que eu transportaria comigo para a existência
nova. Os braços vigorosos de parentes e amigos me sustentaram, para que o
magnetismo do corpo inerme não me influenciasse com apelos inúteis e pude
repousar realmente, procurando embora identificar aqueles rostos amigos que
me sorriam.
Notei instintivamente que
não me cabia esforçar-me em demasia e deixei-me conduzir pelas afeições
queridas que me acolhiam com tanto amor. Creio que se não fosse a bênção do
sono reparador de que me vi beneficiada, não teria forças para me afastar da
família que morava e continua morando em meu coração.
Gastei alguns dias,
segundo imagino, para acordar, de todo, com bastante lucidez e fui informada
de que estava admitida à Casa de Eurípedes, onde cada coração dispõe de
espaço suficiente para aprender e renovar-se. Ali reencontrei a querida vovó
Meca, o pai Manoel, a Eulice, a Mariquinhas, o Homilton, e quanta gente, meu
Deus, que me lembrava o tempo em que perguntava pelos desencarnados queridos
sem resposta.
Não sei como descrever a
moradia de nosso querido Eurípedes, porque numa extensão difícil de ser
mostrada com frases terrestres, ali se dividem o Lar, a Escola, o Hospital,
o Recinto da Oração e os Parlatórios para diálogos entre os residentes e os
visitantes à procura de orientações, incluindo os amigos ainda encarnados
que chegam até nós em transitório desdobramento para receberem instruções
que conseguem guardar de memória, quando despertam no mundo, como intuições
e lembranças que muitos consideram fantasia.
Ali, numa união fraterna
em que se entrelaçam os nossos melhores sentimentos, estavam Amália
Ferreira, Maria da Cruz, Maria Duarte, Sinhazinha Cunha, e outras muitas
companheiras de ideal e trabalho, cuja companhia nos facilita o aprendizado
do amor verdadeiro.
Dentre os mais novos
companheiros recém-chegados, destaco a Corina, em preparativos para novas
atividades na benemerência do ensino; o Ismael, do Alcides, comprazendo-se
em acompanhar a mãezinha e a esposa, os filhos e descendentes com o amor que
lhe conhecemos; o Jerônimo, sempre atraído para as boas obras de Palmelo; a
Edalides, ainda presa a São Carlos: e muitos outros amigos do bem que,
unidos, nos inspiram a felicidade de crer no amor fraterno e no trabalho sem
qualquer idéia de recompensa.
Como observa, estou a me
renovar, porquanto, não mais confinada ao círculo doméstico, posso retornar
aos meus ideais de natureza superior, na procura de conhecimentos novos.
Isso não me faz esquecida do afeto e do carinho familiar. A nossa querida
Sílvia Regina e os netos Fabiano, Fabíola e Edem Junior, para eu referir
unicamente ao seu lado, estão em meu íntimo como sempre.
Meu filho, continue
acreditando na eficácia do bem e não admita o mal em suas cogitações de
homem correto.
Não devo alongar-me. Por
isso mesmo, por seu intermédio, deixo a todos os que nos fazem familiares e
amigos as minhas muitas lembranças, pedindo ao seu carinho receber o carinho
imenso da sua mamãe
Noêmia.
Noêmia Natal Borges.
Identificações
1-
Edem
¾
Edem Araújo Borges, farmacêutico, residente na Praça Comendador Quintino,
31, em Uberaba, Minas.
2-
Vovó Meca
¾
Meca era o apelido familiar de Jerônima Pereira de Almeida (Sacramento, MG,
11/10/1859 – 29/1/1952), mãe de Eurípedes Barsanulfo. Na verdade, tia de
Noêmia, mas nos últimos tempos de sua vida física era chamada por quase
todos, carinhosamente, de vovó Meda.
3-
Pai
Manoel
¾
Trata-se, provavelmente, do Dr. Manoel Soares, grande colaborador do Grupo
Espírita Esperança e Caridade, de Sacramento, como médium receitista e
psicofônico. Sete meses após sua desencarnação ocorrida em Sacramento, a
19/11/1937, enviou bela carta ao seu filho Labieno, pelo médium Xavier, em
Pedro Leopoldo, MG, a qual integra o livro enxugando Lágrimas
(F.C.Xavier, Espíritos Diversos, Elias Barbosa, IDE,Cap.9.)
4-
Eulice
¾
Eulice Dillan, irmã de Eurípedes, desencarnada em 1928.
5-
Mariquinhas
¾
irmã de Eurípedes, desencarnada em 1971.
6-
Homilton
¾
Jornalista, poeta, professor e orador, Homilton Wilson foi um dos mais
destacados irmãos de Eurípedes. Espírita dinâmico, muito colaborou com o
Grupo Espírita Esperança e Caridade e com o Colégio Allan Kardec, do qual
foi diretor e professor. Desencarnou no Rio de Janeiro, em 1971.
7-
Amália
Ferreira
¾
Amália Ferreira de Mello (Sacramento, MG, 1888-1963) foi devotada secretária
de Barsanulfo por muitos anos e co-fundadora do Lar de Eurípedes. É um dos
autores espirituais do livro Reencontros (F.C.Xavier, Espíritos
Diversos, H.M.C. Arantes, IDE, Cap. 13 e 14).
8-
Maria da
Cruz
¾
Dedicada seareira, foi pioneira da Campanha do Quilo em Sacramento e
co-fundadora do Lar de Eurípedes. Desencarnada em 1965. biografada no
Anuário Espírita 1975, p.109.
9-
Maria
Duarte
¾
Mais conhecida por D. Cota, foi contemporânea de Barsanulfo.
10-
Sinhazinha Cunha
¾
Eurídice Cunha, mais conhecida por Sinhazinha, irmã de Eurípedes,
desencarnada em 1963.
11-
Corina
¾
Professora, jornalista e escritora, Corina Novelino (1912-1980) sempre
revelou grandes virtudes que caracterizam um espírito missionário.
Co-fundadora e diretora do Lar de Eurípedes, também dirigiu, por longos
anos, o Colégio Allan Kardec, de Sacramento. Em 1957, psicografou o livro
Escuta, Meu filho, de Aura Celeste, e, em 1978, terminou o seu grande
trabalho de pesquisa: Eurípedes
¾
o Homem e a Missão
(Ed. IDE), obra fartamente documentada e ilustrada. Foi biografada no
Anuário Espírita 1981 e em Grandes Vultos do Espiritismo (Paulo
A. Godoy, FEESP, S.Paulo, SP).
12-
Ismael,
do Alcides
¾
Ismael Vilela, filho do casal Elith Irani Vilela (irmã de Barsanulfo) e
Alcides Vilela.
13-
Jerônimo
¾
Jerônimo Cândido Gomide, mais conhecido por Jerônimo Candinho (1888-1981),
foi aluno e discípulo de Eurípedes. Fundou em Goiás, a cidade espírita de
Palmelo, que concentra suas atividades em torno de várias obras
assistenciais e culturais, especialmente os trabalhos de cura do Centro
Espírita Luz da Verdade (Anuário Espírita 1983, p. 189.)
14-
Edalides,
ainda presa a São Carlos
¾
Edalides Milan de Rezende, virtuosa irmã de Barsanulfo, desencarnou em São
Carlos, SP, a 03/3/1984, três meses antes do recebimento dessa carta. (Anuário
Espírita 1985, p. 143.)
15-
Silvia
Regina
¾
Esposa de Edem Araújo Borges. Fabiano, Fabíola e Edem Junior são os filhos
do casal.
16-
Noêmia
Natal Borges
¾
(03-11-1907/18-9-1982). Filha de Olímpio Cassimiro de Araújo (irmão de
Hermógenes Ernesto de Araújo, “Vô Mogico”, progenitor de Barsanulfo) e
Cassimira Maria de Jesus. Desencarnada, aos 74 anos, deixou viúvo Manoel
Borges de Oliveira. Seu filho Edem prestou-nos o seguinte depoimento, em
carta de 21/6/86: “No momento em que recebi a carta mediúnica de Mamãe
Noêmia, me senti bastante sensibilizado. Ela foi uma pessoa muito
compreensiva, conformada e humilde, dedicando toda sua existência ao
próximo, principalmente aos familiares, fazendo jus ao lugar que ocupa na
Espiritualidade. Dentro dos recursos de que era possuidora, sempre se
dedicou profundamente ao Espiritismo.”
Livro
“Vozes da Outra Margem” - Psicografia Francisco C. Xavier - Espíritos
Diversos
DIANTE DAS PROVAÇÕES
Emmanuel
Diante das provas e
tribulações do dia-a-dia, se pausarmos, vez em vez, por alguns instantes,
para a necessária reflexão...
E se no curso de
nossas reflexões, ponderarmos nas bênçãos que temos recebido; nas
vantagens que usufruímos perante os companheiros em dificuldades maiores
que as nossas na retaguarda;
na importância da
indulgência;
nos resultados
contraproducentes da irritação;
no caráter
destrutivo de quaisquer manifestações de rebeldia ou azedume;
nas lições que nos
será possível obter dos obstáculos dignamente suportados;
nos donativos da
calma e bondade que os outros esperam de nós, a fim de garantirem a
segurança que lhes é própria;
no significado das
nossas atitudes de generosidade e entendimento;
nos lucros de ordem
geral que nos será lícito auferir da tolerância;
e nos testemunhos de
prudência e compreensão que todos podemos oferecer, colaborando com os
Mensageiros do Cristo de Deus, na sustentação do bem e da paz, do bom
ânimo e da alegria de todos aqueles que nos cercam na experiência comum,
decerto que saberíamos colocar a esperança e o trabalho, acima de todas as
desilusões e de todos os insucessos, sem nos afastar da paciência hora
alguma.
AVERSÕES (...)"Na maioria das circunstâncias, todavia, persistem no caminho daqueles que lhes dilapidaram a vida profunda, transformando-se em perseguidores magoados ou vingativos, jungidos mentalmente aos antigos ofensores, e finalmente reconduzidos, pelos princípios cármicos, ao renascimento junto deles, a fim de sanarem, no clima da convivência, os complexos de crueldade que ainda se lhes destilem do ser."(...)
AVERSÕES
Emmanuel
Os que encarnam numa
família, sobretudo como parentes próximos são, as mais das vezes,
Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam
por uma afeição recíproca na vida terrena.
Mas, também pode
acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos,
afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem
na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação.
Não são os da
consangüinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da
comunhão de idéias, os quais prendem os Espíritos, antes, durante e depois
de suas encarnações.
Do item 8, do Cap. XIV, de "O Evangelho
Segundo o Espiritismo".
Somos defrontados,
em todos os departamentos da família humana, pelas ocorrências da aversão
inata.
Pais e filhos,
irmãos e parentes outros, não raro, se repelem, desde os primeiros
contactos.
Claramente
verificáveis os fenômenos da hostilidade, entre adultos e crianças,
trazidos pelo imperativo do berço à intimidade do dia-a-dia.
Pais existem
nutrindo antipatia pelos próprios rebentos, desde que esses rebentos lhes
surgem no lar, e existem filhos que se inimizam com os próprios pais, tão
logo senhoreiam o campo mental, nos labores da encarnação.
Arraigado no
labirinto de existências menos felizes, decerto que o problema das reações
negativas, culpas, remorsos, inibições, vinganças e tantos outros está
presente no quadro familiar, em que o ódio acumulado em estâncias do
pretérito se exterioriza, por meio de manifestações catalogáveis na
patologia da mente.
Nessa base de
raciocínio, determinada criança terá sofrido essa ou aquela humilhação da
parte dos pais ou tutores e se desenvolveu abafando propósitos de desforço,
com o que intoxicou a si mesma, no curso do tempo, e certos pais haverão
sentido inesperada animosidade por esse ou aquele filho recém-nato,
alimentando ciúme contra ele, embora sufocando tal sentimento, com
benéficas atitudes de convenção.
Não muito raro, os
cadastros policiais registam infanticídios em que pais ou mães aniquilam o
corpo daqueles mesmos Espíritos aos quais favoreceram com a encarnação na
Terra.
Indubitavelmente, o
tratamento psicológico, visando à cura mental e à sublimação da
personalidade, é o caminho ideal para semelhantes pacientes; urge
entender, porém, que médicos e analistas humanitários conseguirão efetuar
prodígios de compreensão e de amor, liberando enfermos dessa espécie; no
entanto, o estudo da reencarnação é igualmente chamado a funcionar, nos
alicerces da obra de salvamento.
Quantos milhares de
existências terminam anualmente, no mundo, pelos golpes da criminalidade?
Claro está que as vítimas não foram arrebatadas para céus ou infernos
teológicos.
Se compenetradas,
quanto às leis de amor e perdão que dissipam as algemas do ódio,
promovem-se a trabalho digno na Espiritualidade, às vezes até mesmo em
auxílio aos próprios algozes.
Na maioria das
circunstâncias, todavia, persistem no caminho daqueles que lhes
dilapidaram a vida profunda, transformando-se em perseguidores magoados ou
vingativos, jungidos mentalmente aos antigos ofensores, e finalmente
reconduzidos, pelos princípios cármicos, ao renascimento junto deles, a
fim de sanarem, no clima da convivência, os complexos de crueldade que
ainda se lhes destilem do ser.
Quando isso
aconteça, o apostolado de reajuste há-de iniciar-se nos pais, porquanto,
despertos para a lógica e para o entendimento, são convocados pela
sabedoria da vida ao apaziguamento e à renovação.
Observemos, no
entanto, que em semelhantes domínios da alma o apoio da fé religiosa se
erguerá em socorro e terapêutica.
É indispensável amar
e desculpar, compreender e servir, tantas vezes quantas se façam
necessárias, de modo a que sofrimento e dissensão desapareçam e a fim de
que, nas bases da compreensão e da bondade de hoje, as crianças de hoje se
levantem na condição de Espíritos reajustados, perante as Leis do
Universo, garantindo aos adultos, nas trilhas das reencarnações
porvindouras, a redenção de seus próprios destinos.
Psicografia : Francisco
Cândido Xavier Livro : Vida e Sexo
HOMOSSEXUALIDADE
Homossexualidade
Emmanuel
Pergunta - Quando errante, que prefere o Espírito: encarnar no corpo de um
homem, ou no de uma mulher? Resposta: - Isso pouco lhe importa.
O que o guia na escolha são as provas por que haja de passar.
Item n° 202, de "O Livro dos Espíritos".
A homossexualidade,
também hoje chamada transexualidade, em alguns círculos de ciência,
definindo-se, no conjunto de suas características, por tendência da
criatura para a comunhão afetiva com uma outra criatura do mesmo sexo, não
encontra explicação fundamental nos estudos psicológicos que tratam do
assunto em bases materialistas, mas é perfeitamente compreensível, à luz
da reencarnação.
Observada a
ocorrência, mais com os preconceitos da sociedade, constituída na Terra
pela maioria heterossexual, do que com as verdades simples da vida, essa
mesma ocorrência vai crescendo de intensidade e de extensão, com o próprio
desenvolvimento da Humanidade, e o mundo vê, na atualidade, em todos os
países, extensas comunidades de irmãos em experiência dessa espécie,
somando milhões de homens e mulheres, solicitando atenção e respeito, em
pé de igualdade ao respeito e à atenção devidos às criaturas
heterossexuais.
A coletividade
humana aprenderá, gradativamente, a compreender que os conceitos de
normalidade e de anormalidade deixam a desejar quando se trate
simplesmente de sinais morfológicos, para se erguerem como agentes mais
elevados de definição da dignidade humana, de vez que a individualidade,
em si, exalta a vida comunitária pelo próprio comportamento na sustentação
do bem de todos ou a deprime pelo mal que causa com a parte que assume no
jogo da delinqüência.
A vida espiritual
pura e simples se rege por afinidades eletivas essenciais; no entanto,
através de milênios e milênios, o Espírito passa por fileira imensa de
reencarnações, ora em posição de feminilidade, ora em condições de
masculinidade, o que sedimenta o fenômeno da bissexualidade, mais ou menos
pronunciado, em quase todas as criaturas.
O homem e a mulher
serão, desse modo, de maneira respectiva, acentuadamente masculino ou
acentuadamente feminina, sem especificação psicológica absoluta.
A face disso, a
individualidade em trânsito, da experiência feminina para a masculina ou
vice versa, ao envergar o casulo físico, demonstrará fatalmente os traços
da feminilidade em que terá estagiado por muitos séculos, em que pese ao
corpo de formação masculina que o segregue, verificando-se análogo
processo com referência à mulher nas mesmas circunstâncias.
Obviamente
compreensível, em vista do exposto, que o Espírito no renascimento, entre
os homens, pode tomar um corpo feminino ou masculino, não apenas
atendendo-se ao imperativo de encargos particulares em determinado setor
de ação, como também no que concerne a obrigações regenerativas.
O homem que abusou
das faculdades genésicas, arruinando a existência de outras pessoas com a
destruição de uniões construtivas e lares diversos, em muitos casos é
induzido a buscar nova posição, no renascimento físico, em corpo
morfologicamente feminino, aprendendo, em regime de prisão, a reajustar os
próprios sentimentos, e a mulher que agiu de igual modo é impulsionada à
reencarnação em corpo morfologicamente masculino, com idênticos fins.
E, ainda, em muitos
outros casos, Espíritos cultos e sensíveis, aspirando a realizar tarefas
específicas na elevação de agrupamentos humanos e, conseqüentemente, na
elevação de si próprios, rogam dos Instrutores da Vida Maior que os
assistem a própria internação no campo físico, em vestimenta carnal oposta
à estrutura psicológica pela qual transitoriamente se definem.
Escolhem com isso
viver temporariamente ocultos na armadura carnal, com o que se garantem
contra arrastamentos irreversíveis, no mundo afetivo, de maneira a
perseverarem, sem maiores dificuldades, nos objetivos que abraçam.
Observadas as
tendências homossexuais dos companheiros reencarnados nessa faixa de prova
ou de experiência, é forçoso se lhes dê o amparo educativo adequado, tanto
quanto se administra instrução à maioria heterossexual.
E para que isso se
verifique em linhas de justiça e compreensão, caminha o mundo de hoje para
mais alto entendimento dos problemas do amor e do sexo, porquanto, à
frente da vida eterna, os erros e acertos dos irmãos de qualquer
procedência, nos domínios do sexo e do amor, são analisados pelo mesmo
elevado gabarito de Justiça e Misericórdia.
Isso porque todos os
assuntos nessa área da evolução e da vida se especificam na intimidade da
consciência de cada um.
Psicografia : Francisco
Cândido Xavier Livro : Vida e Sexo
sábado, 8 de junho de 2013
QUEIXAS DE INSEGURANÇA
QUEIXAS DE
INSEGURANÇA
Francisco Cândido Xavier
A nossa reunião se formava, em grande parte, de amigos
procedentes de outros campos de idéias, apenas simpatizantes, em maioria,
da Doutrina Espírita. E quase todos a se queixarem de insegurança. Muitos
apresentavam problemas de desarmonia doméstica, desajustes psicológicos,
temores e angústias. Alguns traziam familiares recentemente saídos de
sanatórios e outros se mostravam em profundo desânimo, com a perda, por
desencarnação, de pessoas amadas.
O Evangelho Segundo o Espiritismo ofereceu-nos o item 13 do
seu capítulo V. E depois dos comentários habituais sobre a leitura, nosso
caro Emmanuel escreveu a página "Dispositivos de Segurança".
DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA
Emmanuel
Procuras segurança e paz.
Preservando, porém, o próprio equilíbrio, não deixes de
auxiliar-te, proporcionando aos outros auxílio que podes doar de ti mesmo.
Nunca te admitas em tamanho cansaço que não possas
trabalhar, um tanto mais, em benefício daqueles que te compartilham a
vida.
Irradia compreensão e serenidade, nobres palavras e
notícias edificantes.
Onde te sintas com o direito de reclamar, ao invés disso,
busca extinguir os obstáculos existentes, para que os problemas e
conflitos se façam diminuídos ou superados.
Se algo deves esclarecer em determinada situação nebulosa,
aguarda o momento justo, em que te expliques sem o fogo da discussão.
Nas áreas de atrito, nas quais te envolvas, quanto se te
faça possível, transfigura-te na escora da harmonização, imunizando a ti
mesmo e aos demais contra discórdia e ressentimento.
Coloca vida e alegria nas menores manifestações, seja num
simples sorriso ou num aperto de mão.
Cultiva o hábito de servir sempre, fazendo o melhor na
faixa de experiência em que te vejas.
E mesmo que a desencarnação de um ente amado te ensombre o
mundo íntimo, quanto puderes, converte a saudade em oração de esperança
porque a dor não apenas te desgasta o coração, mas espanca igualmente a
criatura querida, conduzida a outras dimensões.
Aflição habitualmente se define por excesso de carga inútil
– nos mecanismos de nossas resistências, determinando o curto-circuito em
nossas melhores forças.
O equilíbrio geral é a soma do esforço conjugado de quantos
lhe desfrutam as vantagens e os benefícios.
Doemos a cooperação que os outros esperam de nós, na
garantia do sistema de segurança e paz, em que se nos levantam os
alicerces da felicidade comum e guardemos a certeza de que a nossa omissão
será sempre um ponto de ruptura em nós mesmos, agravando as nossas
próprias inquietações.
.
Livro: Caminhos de Volta - Psicografia: Francisco C. Xavier - Espíritos
diversos
PODANDO IRRITAÇÕES
PODANDO IRRITAÇÕES
Emmanuel
Se ainda trazes,
porventura, o hábito de encolerizar-te e se já consegues reconhecer-lhe os
prejuízos, podes
claramente erradicá-la, atendendo à própria renovação.
Inicia as atividades
diárias, pensando em Deus e agradecendo as tuas possibilidades de fazer o
bem.
Medita,
raciocinadamente, ante o clima de conhecimento superior que já possuis, na
certeza
de que te encontras
na ocasião de expressar o melhor de ti mesmo.
Pensa nos
companheiros até agora capazes de induzir-te ao azedume, por irmãos nossos
com qualidades, por enquanto, imperfeitas tanto quanto as nossas.
Se algum traço de
amargura se te fixa no coração relativamente ao comportamento infeliz
de alguém, através
de ações que consideres lesivas aos teus ensinamentos, desculpa a esse
alguém, procurando esquecer-lhe a falta naturalmente impensada.
Pondera que se os
outros erram, também nós erramos, bastas vezes, na condição de espíritos,
ainda ligados às múltiplas faixas da evolução terrestre.
Não te aceites por
infalível, a fim de entenderes com indulgência aqueles que, acaso,
te falharem à
confiança.
Reflete na
intimidade do coração que ninguém consegue algo realizar sem o concurso de
alguém, para que aproveites os valores maduros dos colaboradores que a
Divina Providência te confiou, sem estragar-lhes os valores ainda verdes.
Abstém-te de
lastimar fracassos e dificuldades que já passaram e entrega-te à
reconstrução da
própria paz, em bases de serviço e discernimento.
Não nos esqueçamos
de que, nas mais complicadas circunstâncias, a vida nos requisita a
prática do bem e
que, por isso mesmo, qualquer ocasião, para cada um de nós, é tempo de
compreender e
abençoar, auxiliar e servir.
CALMA -
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER (EMMANUEL)
TAREFEIROS DA DOUTRINA(...)"“Guiar-se pela misericórdia e não pela crítica” está se referindo à crítica negativa que nasce do orgulho e não à crítica positiva que brota espontânea e necessária do julgamento imparcial e fraterno, objetivando corrigir e portanto ajudar. ...
TAREFEIROS DA DOUTRINA
Francisco Cândido Xavier
Em nossa reunião eram, muitas as considerações em torno dos
companheiras encarregados da divulgação do Espiritismo. As opiniões eram
as mais diversas, quando as tarefas foram iniciadas.
O Evangelho Segundo o Espiritismo nos ofereceu o item 5 do
capítulo XX, sobre os tarefeiros da nossa Doutrina de amor e luz. E o
nosso caro Emmanuel, como sempre sucede, comentou o apontamento em estudo
na página Legendas do Obreiro da Verdade.
LEGENDAS DO OBREIRO DA VERDADE
Emmanuel
Compreender que as necessidades e as esperanças dos outros
são fundamentalmente iguais às nossas.
Auxiliar sem exigir que o beneficiado nos tome as idéias.
Reconhecer que a Divina Providencia possui estradas
inúmeras para socorrer as criaturas e iluminá-las.
Aprender a tolerar com paciência as pequenas humilhações, a
fim de prestar os grandes testemunhos de sacrifício pessoal que a Causa da
Verdade lhe reclamará possivelmente algum dia.
Esquecer-se pela obra que realiza.
Guiar-se pela misericórdia e não pela critica.
Abençoar sem reprovar.
Construir ou reconstruir, sem ofender ou condenar.
Trabalhar sempre sem o propósito de ser ou parecer o maior
ou o melhor ante os demais.
Cultivar ilimitadamente a cooperação e a caridade.
Coibir-se de irritação e de azedume.
Agir sem criar problemas.
Observar que sem a disciplina individual no campo do bem, a
prática do bem se faz impossível.
Respeitar a personalidade dos companheiros.
Encontrar ocasião para atender à benção da prece.
Deter-se nas qualidades nobres e olvidar as prováveis
deficiências do próximo.
Valorizar o esforço alheio. Nunca perder tempo.
Apagar inimizades ou discórdias através da desculpa
fraterna e do serviço constante que devemos uns aos outros.
Criar oportunidades de trabalho para si, ajudando aos
outros no sentido de descobrirem as oportunidades de trabalho que lhe
digam respeito à capacidade e às possibilidades de realização, conservando
em tudo a certeza inalterável de que toda pessoa é importante na
edificação do Reino de Deus.
TODOS SÃO IMPORTANTES
Irmão Saulo
Somos iguais perante a seara, porque somos todos iguais
perante o Senhor da Seara. Deus não faz acepção de pessoas, nem de
posições e muito menos de instituições. O item 5 do capítulo XX de O
Evangelho Segundo o Espiritismo estabelece esta condição essencial:
“Felizes os que tiverem trabalhado o campo do Senhor com desinteresse e
movidos apenas pela caridade”. Emmanuel conclui a sua mensagem lembrando
“que toda pessoa é importante na edificação do Reino de Deus”.
Querer que não haja discordâncias entre os que trabalham na
divulgação e na sustentação da Doutrina seria acalentar quimeras. Cada
consciência humana, como ensina Hubert, é um ponto na correnteza da
duração. Cada um de nós está colocado num ângulo determinado do eterno
fluir da realidade. Cada qual, portanto, tem a sua maneira própria de ver
as coisas.
O Espiritismo nos ensina que nos completamos uns aos outros
pelas nossas diferenças. Mas se diferimos nos acessórios, concordamos
sempre no essencial. Por isso mesmo a caridade – que é o amor em ação –
deve eliminar as arestas do nosso personalismo, ensinando-nos que todos
somos importantes na busca e na conquista da verdade.
Claro que não devemos concordar com tudo e tudo aprovar em
silêncio, pois a tolerância de acomodação equivale a cumplicidade com o
erro. A crítica maldosa e orgulhosa, que condena tudo o que é feito pelos
outros, é a negação da caridade. Mas ai de nós se suprimirmos a crítica do
meio espírita! Porque é ela, quando sensata e sincera, a prática da
vigilância que Jesus ensinou e Paulo exemplificou. Como utilizar o “crivo
da razão”, de que nos fala Kardec, se abdicarmos do direito de pensar que
mais do que um direito é um supremo dever do espírito?
Quando Emmanuel diz: “Guiar-se pela misericórdia e não pela
crítica” está se referindo à crítica negativa que nasce do orgulho e não à
crítica positiva que brota espontânea e necessária do julgamento imparcial
e fraterno, objetivando corrigir e portanto ajudar. O lema “Valorizar o
esforço alheio” não implica a valorização dos erros e dos enganos do
próximo, mas o reconhecimento dos esforços feitos por todos a favor da
causa comum. Todos precisamos de misericórdia, mas a misericórdia, como
Deus nos mostra em sua lei de ação e reação, não é a aprovação de erros e
ilusões – e sim a correção e o esclarecimento.
Do livro "Astronautas do Além", de Francisco Cândido Xavier
e J.Herculano Pires - Espíritos diversos
Do livro "Astronautas do Além", de Francisco Cândido Xavier
e J.Herculano Pires - Espíritos diversos
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