“Saiu o semeador para semear a sua
semente. E quando semeava, uma parte caiu á beira do caminho; foi
pisada, e as aves do Céu a comeram. Outra caiu sobre a pedra; e tendo
crescido, secou, porque não havia umidade. Outra caiu no meio de
espinhos; e com ela cresceram os espinhos, e sufocaram-na. E outra caiu
na boa terra, e, tendo crescido, deu fruto a cento por um. Dizendo isto
clamou: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. (...)”
(Mateus, XIII, 1-9-Lucas, VIII, 4-15.)
“Saiu o semeador para semear a sua
semente. E quando semeava, uma parte caiu á beira do caminho; foi
pisada, e as aves do Céu a comeram...”
Uma semente que não cresce e não cria raízes é aquela que é plantada
superficialmente, podemos trazer esta experiência para o nosso dia a
dia, nas relações pessoais, profissionais e até mesmo religiosa, as
quais encaramos superficialmente.
Nós em muitos momentos da vida somos rígidos, “solos” duros, áridos,
impedindo assim que as boas sementes germinem. Enquanto não permitirmos
que a semente adentre o nosso ser, ela não vai germinar e
conseqüentemente não vai criar raízes, às vezes não permitimos isso por
estarmos em uma condição “confortável”, ou seja, acomodado.
E na maioria das vezes, ouvimos os ensinamentos, mas jamais achamos que
eles servem para nós, sempre os projetamos para outras pessoas, e nunca
para nós.
“Receando ser ele mesmo, tornasse pessoa espelho, a refletir as
conveniências dos outros, ou, homem-parede, a reagir contra todas às
vibrações que lhe são dirigidas antes de as examinar”
(Joanna de Angelis-Homem Integral)
“Outra caiu sobre a pedra; e tendo crescido, secou, porque não havia umidade...”
“Como o próprio Jesus disse, este solo é aquele que recebeu rápida e alegremente a Sua palavra, mas não tem raiz em si mesmo.”
Somos nós, eufóricos quando movidos somente pela impulsividade, não nos
aprofundamos em nossas raízes, ou seja, partimos para nossas empreitadas
na vida, mas sem buscarmos o devido preparo para termos “sucesso” em
nossas buscas.
Assim também é na luta pelo nosso melhoramento espiritual, se deixarmos a
semente do Evangelho criar raízes profundas dentro de nós, nosso
crescimento será mais significativo, uma arvore não pode crescer
exuberantemente em sua verticalidade, se não possuir fortes e profundas
raízes que a sustentarão.
Esta semente representa aquelas pessoas que não possuem raízes em si mesmas.
Quantas iniciam cursos de estudos da Doutrina Espírita, que certamente
nos ajudam muito a criarmos melhores condições para nossa existência,e
de hora para outra simplesmente desaparecem, usando trabalho
profissional e outros, para justificar sua ausência, outras freqüentam
reuniões com belas palestras e com profundas mensagens, e acham tudo
muito lindo, mas não deixam esses momentos se aprofundarem dentro de si,
em boas reflexões, e acaba tudo passando, alguns partem para os
trabalhos necessários dentro da Casa Espírita, iniciam grandes projetos,
mas no primeiro obstáculo, desiste de tudo.
Esta é a segunda semente, houve todos as lições, tem acesso a tudo de
bom, mas existe nelas uma grande falta de enraizamento e de
aprofundamento, deixando que todas as suas atividades sejam plenamente
superficiais.
“O ser humano possui profundidade que deve ser penetrada, superando a superficialidade no dia a dia”
(Joanna de Angelis)
“Outra caiu no meio de espinhos; e com ela cresceram os espinhos, e sufocaram-na...”
Os espinhos são as nossas sombras, que ficam escondidas e crescem e
quando desejamos partir para uma renovação moral, pois as boas raízes
começam a crescer, as nossas melhores qualidades e as maiores virtudes
são contaminadas por estes espinhos, por estas sombras.
“Toda vez que a pessoa tenta a conscientização intima, o encontro com o
“eu” profundo, a busca interior, as sensações predominantes nas
paisagens físicas, perturbam-lhe a decisão, impedindo a experiência”
(Joanna de Angelis)
Se já nos conhecemos um pouco, e sabemos das sombras que trazemos dentro
de nós, também sabemos de nossas boas conquistas, então devemos iniciar
já uma batalha para que estas sombras não se sobreponham as nossas
qualidades, impedindo o nosso crescimento.
Precisamos então trabalhar mais as nossas sombras, buscar as raízes, nos
aprofundarmos, deixar o orgulho de lado e passarmos, com esse mergulho
em nós mesmos, nos aceitar mais e procurar disseminar estes espinhos de
dentro de nós. Como nos orienta a Benfeitora Joanna de Angelis, buscar o
nosso “self” e nos conhecermos profundamente.
“A aquisição da consciência é um
processo lento e profundo, porque se encontra em germe no próprio “ser”,
como a pérola preciosa na concha escura no molúsculo...”
(Joanna de Angelis)
Nada acontece de hora para outra, mas é preciso fazer nossa parte para
que consigamos transformar nossas feridas em pérolas, é preciso deixar
que todos os ensinamentos nos penetrem verdadeiramente para que ao
absorvermos, possamos partir para a vivencia no dia a dia, fazendo com
que os espinhos caiam e deixem os frutos bons das boas sementes
crescerem e se multiplicarem.
E outra caiu na boa terra, e, tendo crescido, deu fruto a cento por um.
“Nesse homem atribulado dos nossos dias, a Divindade deposita confiança
em favor de uma renovação para um mundo melhor e uma sociedade mais
feliz, buscar os valores que lhes dormem soterrados no íntimo é a razão
de sua existência corporal no momento, encontrar-se com a vida,
enfrentá-la e triunfar eis o seu fanal.”
(Joanna de Angelis)
“Quantos de vós aqui presentes darão
frutos? Quantos de vós que estão aqui vão permitir que tudo que vocês
escutaram e escutam se enraízem, transformem vocês e sigam a adiante se
transformando nessa árvore que dará frutos e que vão gerar novas e boas
sementes?
(Bezerra de Menezes)
Fonte:Blog: Estudos Espiritas