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domingo, 30 de março de 2014

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 147


Capítulo II
III - Materialismo
147. Por que os anatomistas, os fisiologistas, e em geral os que se aprofundam nas Ciências Naturais, são geralmente levados ao materialismo?
— O fisiologista refere tudo ao que vê. Orgulho dos homens, que tudo crêem saber, não admitindo que alguma coisa possa ultrapassar o seu entendimento. Sua própria ciência os torna presunçosos. Pensam que a Natureza nada lhes pode ocultar.

Tradução Herculano Pires-Lake

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Comentário do Livro Filosofia Espírita volume 3 por Miramez:

45. DUALIDADE
0147/LE
Existem dois pólos que não se tocam, na visão humana que desconhece a vida do Espírito. Faltam ao moralismo sentidos que registram a existência do Espírito. O homem materialista vive e se preocupa somente com a vida
física. Mesmo que em sua mente surjam alguns pensamentos, como avisos de que a vida continua depois do túmulo, ele passa para o
esquecimento essas idéias, pelo medo ou orgulho, vaidade ou desinteresse, sem seconscientizar da sublime verdade de que ninguém morre, que a vida continua em todos os rumos da criação de Deus, A dualidade é norma da
segurança universal.
Para que a vida física se negamos a vida do Espírito? Concitamos os materialistas a se aprofundarem nas pesquisas, nos estudos espiritualistas, como que batendo às portas dasabedoria para que, ao serem abertas, encontrem umreino fabuloso de conhecimentos sobre asobrevivência da alma. “Conhece-te a ti mesmo”, recomenda um grande filósofo. Para
conhecermos a nós mesmos, necessário se faz aprofundarmo-nos em todas as ciências,principalmente na ciência da vida, naquilo que se encontra por detrás do visível. Os próprios sábios modernos já constataram que o que não se vê é o mais real.
Negar o que não se compreende é conduta dos néscios; estudar o que
não se sabe é dever dos Espíritos inteligentes. Os que amam a música e se entregam à conquista desta harmonia somente o fazem pelos processos onde a persistência e o estudo sério é a meta que não podem desconhecer.
Os homens que estudam o corpo humano, que desejam conquistar esse saber ondeestão tão visíveis os traços da inteligência suprema, deixam-se, quase sempre, ser tomadospelo orgulho e nada querem ver além da matéria. Quando descobrem algo que a humanidade desconhecia sobre as leis que governam a argamassa fisiológica, o orgulho os impede de reconhecer aí as mãos do Criador e a vaidade deixa de lado os sentimentos que falam da
paternidade que criou, de uma Sabedoria Suprema que
nos governa a todos. Desejam, por amor próprio, ficar somente nos efeitos, esquecendo a causa primária de todas as coisas. Mas,Deus, sendo todo bondade e amor, ainda assim os ajuda nos seus trabalhos que podem
auxiliar a humanidade e espera que, mais tarde, eles, os que dormem no que se refere aoEspírito, venham a acordar como tantos outros recon
hecendo o Sol da vida, a Central de luz que chamamos de Pai.
A existência de Deus e de todos os Espíritos criados por Ele se evidencia para quem a quer ver e sentir, em todos os fenômenos da naturez
a. Não pode existir a matéria sem o Espírito, nem o Espírito sem a matéria; a dualidade se completa para a glória da vida imortal.
De onde saiu o Espírito? Certamente que respondemos: de Deus.
De onde saiu a matéria? A resposta deve ser a mesma. Portanto, somos todos ir mãos, e desse princípio deve nascer o respeito e, nas mesmas linhas, o Amor. Certamente, somente o tempo pode abrir-nos os olhos,no sentido de conhecermos a verdade, aquela força que liberta todas as almas, fazendo-assentir no céu da consciência, a vida de Deus.


sábado, 9 de novembro de 2013

PIEDADE EM CASA

Emmanuel
 
Não aguardes as ocorrências da dor para desabotoares a flor da piedade no coração.
Sê afável com os teus, sê gentil em casa, sê generoso onde estiveres.
No lar, encontrarás múltiplas ocasiões, cada dia, para o cultivo da celeste virtude.
Tolera, com calma silenciosa, a cólera daqueles que vivem sob o teto que te agasalha.
Não pronuncies frases de acusação contra o parente que se ausentou por algumas horas.
Não te irrites contra o irmão enganado pela vaidade ou pelo orgulho que se transviou nos vastos despenhadeiros da ilusão.
Na tarefa de esposo, desculpa a franqueza ou a exasperação da companheira, nos dias cinzentos da incompreensão; e, no ministério da esposa, aprende a perdoar as faltas do companheiro e a esquecê-las, a fim de que ele se fortaleça no crescimento do bem.
Se és pai ou mãe, compadece-te de teus filhos, quando estejam dominados pela indisciplina ou pela cegueira; e, se és filho ou filha, ajuda aos pais, quando sofram nos excessos de rigorismo ou na intemperança mental.
Compreende o irmão que errou e ajuda-o para que não se faça pior, e capacita-te de que toda revolta nasce da ignorância para que tuas horas no lar e no mundo sejam forças de fraternidade e de auxilio.
Quando estiveres à beira da impaciência ou da ira, perdoa setenta vezes sete vezes e adota o silêncio por gênio guardião de tua própria paz.
Compadece-te sempre.
Se tudo é desespero e conturbação, onde te encontras, compadece-te ainda, ampara e espera, sem reclamar.
Guarda a piedade, entre as bênçãos do trabalho.
Habituemo-nos a ignorar todo mal, fazendo todo o bem ao nosso alcance.
A piedade do Senhor, nas grandes crises da vida, transformou-se em perdão com bondade e em ressurreição com serviço incessante pelo soerguimento do mundo inteiro.
 
Não te irrites contra o irmão enganado pela vaidade ou pelo orgulho que se transviou nos vastos despenhadeiros da ilusão.
Auxiliar é a honra que nos compete.
 
 Livro: ALVORADA DO REINO - Francisco Cândido Xavier - Emmanue

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

LEI DE CONSERVAÇÃO

02 - Lei de Conservação
Pergunta 711 -O uso dos bens da Terra é um direito de todos os homens? - "Esse direito é consequente da necessidade de viver. Deus não imporia um dever sem dar ao homem o meio de cumprí-lo."
Pergunta 715 - Como pode o homem conhecer o limite do necessário? - "Aquele que é ponderado o conhece por intuição. Muitos só chegam a conhecê-lo por experiência e à sua própria custa."
1 - O DINHEIRO
De fato, o dinheiro constitui pesada responsabilidade para o seu possuidor.
Não compra a felicidade e, muitas vezes, torna-se responsável por incontáveis desditas.
Apesar disso, a sua ausência quase sempre se transforma em fator de desequilíbrio e miséria com que se atormentam multidões em desvario.
O dinheiro, em si mesmo, não tem culpa: não é bom nem mau.
A aplicação que se lhe dá, torna-o agente do progresso social, do desenvolvimento técnico, do conforto físico e, às vezes, moral, ou causa de inomináveis desgraças.
Sua validade decorre do uso que lhe é destinado. Com ele se adquirem o pão, o leite, o medicamento, dignificando o homem pelo trabalho.
Sua correta aplicação impõe responsabilidade e discernimento, tornando-se fator decisivo na edificação dos alicerces das nações e estabilizando o intercâmbio salutar entre os povos.

Por meio dele irrompem o vício e a corrupção, que arrojam criaturas levianas em fundos despenhadeiros de loucura e criminalidade.
Para consegui-lo, empenham-se os valores da inteligência, em esforços exaustivos, por meio dos quais são fomentados a indústria, o comércio, as realizações de alto porte, as ciências, as artes, os conhecimentos.
No submundo das paixões, simultaneamente, dele se utilizando, a astúcia e a indignidade favorecem os disparates da emoção, aliciando as ambições desregradas para o consórcio da anarquia com o prazer.
Por seu intermédio, uns são erguidos aos píncaros da paz, da glória humana, enquanto outros são arrojados às fumas pestilentas do pavor e da desagregação moral em que sucumbem.
Sua presença ou ausência é relevante para a quase totalidade dos homens terrenos.
Para o intercâmbio, no movimento das trocas de produtos e valores, o dinheiro desempenha papel preponderante.
Graças a ele, estabelecem-se acordos de paz e por sua posse explodem guerras calamitosas.
Usa-o sem escravizar-te.
Possui-o sem deixar-te por ele possuir. Domina-o antes que te domine.
Dirigi-o com elevação, a fim de que não sejas mal conduzido.
Mediante sua posse, faze-te pródigo, sem te tornares perdulário.
Cuida de não submeter tua vida, teus conceitos, tuas considerações e amizades ao talante do seu condicionamento.
Previdente, multiplica-o a benefício de todos, sem a avareza que alucina ou a ambição que tresvaria.
De como te servires do dinheiro, construirás o céu da alegria ou o inferno de mil tormentos para ti mesmo.
Se te escasseia nas mãos a moeda, não te suponhas vencido.
Ter ou deixar de ter, importa pouco, na economia moral da tua existência.
O importante será a posição que assumas em relação à posse.
Não te desesperes pela ausência do dinheiro. Como há aqueles que se fizeram servos do que têm, há-os, também, escravizados aos que gostariam de ter.
O dinheiro é meio, não meta.
Imprescindível colocar-te jubilosamente na situação que a vida te brindou, padronizando as diretrizes e os desejos pessoais dentro dos limites transitórios da experiência educativa por que passas, conseqüência natural do mau uso que fizeste do dinheiro que um dia possuíste.
Por outros recursos poderás ajudar o próximo e erigir a felicidade pessoal, conforme as luminosas lições com que o Evangelho te pode enriquecer a vida.
Essencial é viver bem e em paz com ou sem o dinheiro.
2 - DESPERDÍCIOS
Há muito desperdício no mundo, fomentando larga faixa de miséria entre os homens.
O que há abundante em tua mesa falta em muitos lares.
O excesso nas tuas mãos é escassez em inúmeras famílias.
O que te sobra e atiras fora, produz ausência em outros lugares.
O desperdício é fator expressivo de ruína na comunidade.
O homem, desejando fugir das realidades transcendentes da vida, afoga-se na fantasia, engendrando as "indústrias da inutilidade", abarrotando-se com os acúmulos, padecendo sob o peso constritor da irresponsabilidade, em que sucumbe por fim.
A vida é simples nas suas exigências quase ascéticas. Muitos cristãos distraídos, porém, ataviam-se, complicam os deveres, sobrecarregam-se do dispensável, desperdiçam valores, tempo e oportunidades edificantes para o próprio burilamento.

Desperdiçam palavras, amontoando-as em verbalismo inútil a fim de esconderem as verdades; desperdiçam tempo em repousos e férias demorados, que anestesiam os centros combativos de ação da alma encarnada;
-desperdiçam alimentos em banquetes, recepções, festas extravagantes com que disputam vaidades;
-desperdiçam medicamentos em prateleiras empoeiradas, aguardando, no lar, doenças que não chegarão, ou, em se apresentando, encontram-nos ultrapassados;
-desperdiçam trajes e agasalhos em armários fechados, que não voltarão a usar;
-desperdiçam moedas irrecuperáveis em jogos e abusos de todo gênero, sem qualquer recato ou zelo; desperdiçam a saúde nas volúpias do desejo e nas inquietações da posse com sofreguidão;
-desperdiçam a inteligência, a beleza, a cultura, a arte nos espetáculos do absurdo e da incoerência, a fim de fazerem a viagem da recuperação do que estragaram, em alucinada correria para lugar nenhum ...
Não se recupera a malbaratada oportunidade. Ninguém volta ao passado, na busca de refazê-lo, encaminhá-lo noutro rumo.
O desperdício alucina o extravagante e exaure o necessitado que se lhe faz vítima.
Há, sim, muito e incompreensível desperdício na Terra.
Reparte a tua fartura com a escassez do teu próximo.
Divide os teus recursos, tuas conquistas e vê-los-ás multiplicados em mil mãos que se erguerão louvando e abençoando as tuas, generosas.
Passarás pelo mundo queiras ou não. Os teus feitos ficarão aguardando o teu retorno.
Como semeares, assim colherás.
O que desperdiçares hoje, faltar-te-á amanhã, não o duvides.
Sê pródigo sem ser perdulário, generoso sem ser desperdiçador e o que conseguirás será crédito ou débito na contabilidade da tua vida perene.
3 - PRESENÇA DO EGOÍSMO
No fundo das desgraças humanas o egoísmo sempre aparece como causa essencial.
Urde a agressividade e inspira a fuga ao dever sob disfarces inescrupulosos com que passa ignorado.
Remanescente das paixões que predominam em a natureza animal, vige com vigor, logrando triunfos de mentira com que não consegue saciar a sede dos gozos nem organizar o bastião de segurança em que busca apoio para a sistemática autodefesa.
Examinemo-lo em algumas nuanças:
O mentiroso acredita que se exime à responsabilidade do cometimento que oculta e, não raro, avança no rumo da infâmia ou calúnia logo a oportunidade se lhe faça propícia.
O egoísmo é-lhe o nefando inspirador.
O perseguidor crê-se amparado pela necessidade do desforço justo ou que procura justificar, transformando-se em implacável algoz.
O egoísmo sustenta-o na empresa inditosa.

O sensualista perverte o próximo, desrespeitando a honestidade das vítimas que lhe caem nas armadilhas.
O egoísmo absorvente emula-o ao desar contínuo. O avaro amealha com sofreguidão, cobrando à sociedade um tributo absurdo, devorando os bens alheios e permitindo-se devorar pela sandice.
O egoísmo faz-se-lhe a força que o propele na infeliz tarefa.
O assaltante de qualquer denominação apropria-se indebitamente, utilizando-se, subrepticiamente, da astúcia, da temeridade, do cinismo, da loucura.
O egoísmo domina-o feroz.
O misantropo arroga-se direitos na infelicidade que se impõe e exerce enérgico domínio em torno dos próprios passos com que não amaina a melancolia em que se compraz.
O egoísmo concita-o à lamentável situação.
O vício de qualquer tipo, exercendo dominação sobre o homem, sem facultar a outrem qualquer ensancha de prazer.
Crê-se merecedor de tudo e a si mesmo se concede somente direitos e permissividades.
Morbo pestilencial, no entanto, consome aquele que o agasalha e vitaliza.
Destrói em volta, sem embargo aniquila-se.
O conhecimento da vida espiritual constitui o antídoto eficaz a tão violento quão generalizado mal: o egoísmo.
Descarta-te de excessos e, disposto a vencê-lo, distribui o que te seja também necessário.
Não é uma conclamação à imprevidência, tampouco apoio à avareza.
Imprescindível combater por todos os modos possíveis esse adversário que se assenhoreia da alma e lhe estrangula as possibilidades de libertação.
Ama e espraia-te.
Desculpa e cresce na fraternidade. Serve e desdobra a esperança.
Ora e dilata os valores da iluminação espiritual, clarificando mentes e corações no propósito excelente de vencer em definitivo esse verdugo que tem sido a matriz de todos os males que pesam na economia moral, social e espiritual da Humanidade.
4 - AMOR-PRÓPRIO
É dos mais perigosos inimigos do homem. Ardilosamente oculta as intenções de que se nutre e exterioriza falsas argumentações com que se impõe, malévolo.
Ataca no momento azado, após realizar hábeis manobras, persistentes e vigorosas.
Consegue ocultar os objetivos reais que o açulam e enfileira-se com destaque entre os mais graves destruidores da harmonia íntima da criatura.
Intoxica quem o conduz e desfere dardos venenosos com segurança, produzindo vítimas que tombam, inermes, sob seus certeiros aguilhões.
Impiedoso, compraz-se quando esmaga e afivela à face a máscara de falsa compaixão com que dissimula os sorrisos da vitória nefasta.
Desvela-se sob artifícios e consegue desviar a atenção da sua tarefa lúgubre.
A queda do próximo alegra-o; a desdita de alguém emula-o; o descoroçoamento do lutador fascina-o; a derrota do adversário diverte-o ...
Este venal servidor da desdita chama-se amor-próprio.
Fere-se com facilidade e melindra-se sob pretextos imaginosos e fúteis.
Arregimenta o desculpismo para si mesmo e a fiscalização severa para os outros.
Por artimanhas domina os sentimentos e perturba o discernimento de quem lhe dá guarida.
Filho dileto do orgulho, é irmão gêmeo do egoísmo e célula cancerígena responsável por muitos reveses na vida das criaturas.
Combate-o com todas as forças.
Não lhe dês guarida nem convivas com as suas astúcias.
O amor a si mesmo recomendado por Jesus não objetiva os triunfos imediatos nem as situações acomodatícias.
Ajuda o Espírito a emergir das torpezas e a libertar-se das contingências transitórias, mediante a autodoação, a renúncia, a abnegação e o amor ao próximo.
Vidas que se podiam glorificar pelas oportunidades ditosas que fruem, malogram quando o amor-próprio as dirige.
Construções superiores do bem soçobram quando o amor-próprio as sitia.
Grupamentos humanos de relevância se desagregam quando o amor-próprio semeia o separatismo .
... E as guerras - conseqüência dos pequeninos conflitos que se travam nos grupos familiares - decorrem do amor-próprio doentio de governos arbitrários e enlouquecidos que tripudiam sobre os direitos humanos, e, transformados em abutres, logo sucumbem sobre os escombros dos vencidos em que se refestam ...
Jesus caluniado, agredido, desrespeitado, abandonado e crucificado, lecionando o amor fraternal - antítese do amor-próprio - e atestando a suprema força de que se encontrava investido, ofertou-nos, sábio, a mensagem-advertência salvadora contra esse inimigo que habita em nós e deve ser combatido sem tréguas: o amor-próprio.
5 - RENOVAÇÃO
A poda propicia a renovação da planta.
A drenagem faculta a modificação do campo. A decantação aprimora a qualidade do líquido.
O cautério enseja a laqueação de vasos e a destruição dos tecidos contaminados.
A modificação dos hábitos viciosos fomenta o entusiasmo que liberta do comodismo pernicioso e da atividade perturbadora.
Imperioso o esforço para a renovação que gera bênção e é matriz de prodigiosas conquistas.
Renovar idéias - haurindo no manancial inesgotável do Evangelho a inspiração superior.
Renovar palestras - mediante o exercício salutar do pensamento comedido e nobre.
Renovar atividades - colocando o "sal" da alegria e a gota de amor em cada tarefa a ser realizada.
Renovar objetivos - pelo estudo contínuo das metas e meios para a libertação espiritual, tendo em vista a decisão irrevogável de triunfar sobre as imposições afligentes que conspiram no mundo contra a paz verdadeira do Espírito.
Renovar é processo fecundo de produzir. Não apenas renovar para variar, antes reativar os valores que jazem vencidos pela rotina pertinaz, ou redescobrir os ideais que, a pouco e pouco, são consumidos pelo marasmo, vencidos pela modorra, desarticulados pelas contingências da mecânica realizadora.
A renovação interior - poda moral - desse modo, exige disciplina e sacrifício para lograr o êxito que se pretende colimar.
Diante da questão desagradável, que já consegues resolver, renova a paciência e tenta uma vez mais.
Ante a pessoa irritante que já conseguiu fazer-se antipática, renova conceitos e insiste na fraternidade um pouco mais.
Em face do antagonista gratuito que logra desagradar-te, renova o esforço de vencer-te e sê gentil ainda mais.
Perante o sofrimento que parece destruir-te, renova-te pela oração e confia mais.
O discípulo do Evangelho, que desdenha o milagre da renovação, pode ser comparado ao trabalhador que menospreza a esperança - tornando-se vítima fácil para o fracasso.
Jesus, o Sublime Exemplo, ensinando a perene urgência da renovação dos propósitos superiores, cercou-se de pessoas difíceis de ser amadas, compreendidas, ajudadas, não desperdiçando situações nem circunstâncias negativas, armadilhas e astúcias em momentos de aflitivas conjunturas, propiciando-nos, assim, a demonstração do valor do ideal e da vivência do bem, conseguindo todos renovar e tudo modificar, em razão dos objetivos elevados do Seu ministério entre os homens.
Sem reclamar contra o pecado, renovou os pecadores. Sem invectivar a astúcia, renovou as vítimas da perturbação bem urdida.
Sem reagir contra os que O perseguiam em caráter contumaz, renovou todos os que se facultavam à Sua palavra.
Toda a mensagem que nos legou, mediante palavras ou ações, constitui um poema e um hino de bênçãos à renovação do homem, do mundo e da Humanidade.
6 - HEROÍSMO DA RESIGNAÇÃO
O imediatismo dos interesses apaixonados confunde-a com demência ou a tem em conta de deficiência de forças para poder investir violentamente contra as circunstâncias.
Não falta quem se rebele contra os seus necessários impositivos.
Tacham-na de cobardia moral.
Crêem-na ultrapassada, nos dias voluptuosos do tecnicismo moderno.
Todavia, a resignação é bênção lenificadora, quando a vida responde em dor e sombra, infortúnio e dificuldade aos apelos do homem.
Alternativa redentora, que somente os bravos se conseguem impor, reforça os valores espirituais para as lutas mais ingentes da inteligência e do sentimento.
Não deflui de uma atitude de medo, porquanto isso seria injustificado ante as Leis Superiores, mas resulta de morigerada e lúcida reflexão que favorece o perfeito entendimento das imposições evolutivas.

O conhecimento dos fatores causais dos sofrimentos premia o homem com a tranqüila responsabilidade que assume, em relação aos gravames que os motivaram.
Quiçá a resignação exija mais dinâmica da coragem para submeter-se, do que requereria a reação rebelada da violência.
Entrementes, a atitude resignada não significa parasitismo nem desinteresse pela luta. Ao contrário, enseja fecundo labor ativo de reconstrução interior, fixação de propósitos salutares em programa eficaz de enobrecimento.
Ceder, agora, a fim de conseguir mais tarde. Aguardar o momento oportuno, de modo a favorecer-se com melhores resultados
Reagir pela paciência e mediante a confiança imbatível em Deus, apesar do quanto conspire, aparentemente contra.
Crer sem desfalecimento, embora as aparências aziagas.
Porfiar no serviço edificante sem engendrar técnicas da astúcia permissiva, quando tudo se apresenta em oposição.
Manter-se na alegria, não obstante sofrendo ou incompreendido, abandonado ou vencido, expressa os triunfos da resignação no homem consciente dos objetivos reais da existência na Terra.
O metal em altas temperaturas funde-se. O rio caudaloso na planície espalha-se.
A semente no solo adubado transforma-se.
O cristão ativo na construção do testemunho resigna-se.
A própria reencarnação é um ato de submissão, quanto a desencarnação, desde que ocorrem independentemente da vontade do aprendiz que se deve resignar às exigências superiores da evolução.
Resignação, por conseguinte, é conquista da não violência do Espírito que supera paixões e impulsos vis, a fim de edificar-se e triunfar sobre si mesmo e, em conseqüência, sobre os fatores negativos que lhe obstaculam o avanço libertador.
Joanna de Ângelis

sábado, 6 de julho de 2013

A Cólera

UM ESPÍRITO PROTETOR
Bordeaux, 1863

            9 – O orgulho vos leva a vos julgardes mais do que sois, a não aceitar uma comparação que vos possa rebaixar, e a vos considerardes, ao contrário, de tal maneira acima de vossos irmãos, seja na finura de espírito, seja no tocante à posição social, seja ainda em relação às vantagens pessoais, que o menor paralelo vos irrita e vos fere. E o que acontece, então? Entregai-vos à cólera.
            Procurai a origem desses acessos de demência passageira, que vos assemelham aos brutos, fazendo-vos perder o sangue frio e a razão: procurai-a, e encontrareis quase sempre por base o orgulho ferido. Não é acaso o orgulho ferido por uma contradita, que vos faz repelir as observações justas e rejeitar, encolerizados, os mais sábios conselhos? Até mesmo a impaciência, causada pelas contrariedades, em geral pueris, decorre da importância atribuída à personalidade, perante a qual julgais que todos devem curvar-se.
            No seu frenesi, o homem colérico se volta contra tudo, à própria natureza bruta, aos objetos inanimados, que espedaça, por não o obedecerem. Ah!, se nesses momentos ele pudesse ver-se a sangue frio, teria horror de si mesmo ou se reconheceria ridículo! Que julgue por isso a impressão que deve causar aos outros. Ao menos pelo respeito a si mesmo, deveria esforçar-se, pois, para vencer essa tendência que o torna digno de piedade.
            Se pudesse pensar que a cólera nada resolve,que lhe altera a saúde, compromete a sua própria vida, veria que é ele mesmo a sua primeira vítima. Mas ainda há outra consideração que o deveria deter: o pensamento de que torna infelizes todos os que o cercam. Se tiver coração, não sentirá remorsos por fazer sofrer as criaturas que mais ama? E que mágoa mortal não sentiria se, num acesso de arrebatamento, cometesse um ato de que teria de recriminar-se por toda a vida!
            Em suma: a cólera não exclui certas qualidades do coração, mas impede que se faça muito bem, e pode levar a fazer-se muito mal. Isso deve ser suficiente para incitar os esforços por dominá-la. O espírita, aliás, é incitado por outro motivo: o de que ela é contrária à caridade e à humildade cristãs.       
*
HAHNEMANN
Paris, 1863
                                             
            10 – Segundo a idéia muito falsa de que não se pode reformar a própria natureza, o homem se julga dispensado de fazer esforços para se corrigir dos defeitos em que se compraz voluntariamente, ou que para isso exigiriam muita perseverança. É assim, por exemplo, que o homem inclinado à cólera se desculpa quase sempre com o seu temperamento. Em vez de se considerar culpado, atribui a falta ao seu organismo, acusando assim a Deus pelos seus próprios defeitos. É ainda uma conseqüência do orgulho, que se encontra mesclado a todas as suas imperfeições.
            Não há dúvida que existem temperamentos que se prestam melhor aos atos de violência, como existem músculos mais flexíveis, que melhor se prestam a exercícios físicos. Não penseis, porém, que seja essa a causa fundamental da cólera, e acreditai que um Espírito pacífico, mesmo num corpo bilioso, será sempre pacífico, enquanto um Espírito violento, num corpo linfático, não seria mais dócil. Nesse caso, a violência apenas tomaria outro caráter. Não dispondo de um organismo apropriado à sua manifestação, a cólera seria concentrada, enquanto no caso contrário seria expansiva.
            O corpo não dá impulsos de cólera a quem não os tem, como não dá outros vícios. Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito. Sem isso, onde estariam o mérito e a responsabilidade? O homem que é deformado não pode tornar-se direito, porque o Espírito nada tem com isso, mas pode modificar o que se relaciona com o Espírito, quando dispõe de uma vontade firme. A experiência não vos prova, espíritas, até onde pode ir o poder da vontade, pelas transformações verdadeiramente miraculosas que se operam aos vossos olhos? Dizei, pois, que o homem só permanece vicioso porque o quer, mas que aquele que deseja corrigir-se sempre o pode fazer. De outra maneira, a lei do progresso não existiria para o homem.

Fonte: O Evangelho Segundo O Espiritismo. Cap. 9 Bem Aventurados Os Mansos e Pacíficos itens 9 e 10
Allan Kardec- Tradutor: João Herculano Pires

sexta-feira, 8 de março de 2013

OBSESSORES TERRÍVEIS

04/03/2013


OBSESSORES TERRÍVEIS

Antes de lançares sobre os desencarnados a culpa pelos males e aflições que, tantas vezes, padeces na existência carnal, medita na ação dos obsessores terríveis que, em ti mesmo, acalentas, sequer cogitando de sua perniciosa influência.
Tais entidades espirituais, embora sejam tão invisíveis quanto às outras que afirmas te rondarem os passos, costumam ser mais presentes em tua existência que os pobres desencarnados que, indebitamente, rotulas de perturbadores, quando, na maioria das vezes, não passam de criaturas necessitadas de tuas preces.
De maneira sucinta, listaremos abaixo tais agentes das trevas que, habitualmente, se fazem mais presentes em teu dia a dia, sem que tomes qualquer providência para deles te libertar.
Ódio – sob a sua ação funesta és capaz de tomar atitudes altamente comprometedoras de tua paz e felicidade.
Inveja – a sua força pode ser tão avassaladora sobre ti que, debaixo de sua sugestão hipnótica, corres o risco de deixar de viver a tua própria vida para viver a vida dos outros.
Ciúme – no campo do relacionamento humano, já se perdeu a conta do número de vítimas feitas por esse espírito que tem o estranho poder de anular o discernimento de quem por ele é possuído.
Egoísmo – exige exclusividade e, igualmente, não se sabe quantos por ele vivem em regime de completa subjugação moral, a ponto de anular quase todas as possibilidades de crescimento espiritual da criatura a que se enlaça.
Desânimo – atuando com sutileza, suscita infindáveis questionamentos a respeito do que vale ou deixa de valer a pena, em matéria de esforço, e, não raro, se transfigura em depressão e descrença.
Revolta – a dor que esta entidade costuma provocar na alma em que se aloja é tão grande, que, infelizmente, só poderá ser desalojada com o auxílio de uma dor maior ainda.
Ociosidade – aparentemente inofensivo, porém, autêntico lobo em pele de ovelha, este obsessor é o que mais bem sabe se disfarçar e, assim, enganar aqueles que se comprazem em sua companhia.
Ambição – dos agentes das trevas, este, talvez, seja o mais inconsequente de todos, porque, em verdade, enquanto não leva a sua vítima para o túmulo não lhe concede trégua.
Muitos outros obsessores deste naipe, em falanges inumeráveis, óbvio, poderiam ser aqui ainda listados: orgulho, desfaçatez, sensualidade, cupidez, mentira, maledicência, leviandade...
Não obstante, crendo ter cumprido com o papel de denunciá-los, vamos parando por aqui, não sem antes afirmar que estes quadros de obsessão, para os quais quase ninguém cogita de tratamento espiritual sério, através, principalmente, da desobsessão no trabalho da Caridade, são os responsáveis por 90% dos desastres cuja culpa os homens encarnados acham muito mais fácil atribuir aos infelizes desencarnados que, também, tombaram sob o seu talante.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 4 de março de 2013.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

CONSTRUIR O REINO DE DEUS EM NOSSOS CORAÇÕES


O reino de Deus não vem com visível aparência (Lucas 17:.20): precisamos construí-lo pacientemente em nossos corações. O reino de Deus não é subjetivo, ou pertencente a um mundo estranho. Ele foi implantado na Terra, e está crescendo entre os homens e as nações de boa vontade.
Aditou Jesus que o reino de Deus será subtraído ao povo que se tornar infiel e dado a um outro que apresentar melhores condições de assimilação.
A razão primária do preparo do povo de Israel para a gloriosa missão que lhe estava reservada, residia no fato de ser a única comunidade monoteísta da época - o único povo que esposava a crença num Deus uno e indivisível -, tornando-se, como decorrência, a nação que apresenta, as melhores condições para receber em seu seio o Messias prometido.
Por essa razão fundamental, o povo judeu foi alvo de intensa preparação por parte de entidades espirituais, sob a égide do Espírito Jeová, sendo desta forma propiciado para o advento sucessivo de numerosos profetas e missionários, precursores da vinda de Jesus Cristo.
Não houve, entretanto, a ressonância devida: muitos profetas foram apedrejados e mortos e o Messias foi crucificado. Cumpriu-se, assim, o vaticínio de Jesus contido em Mateus (23:37-39) "Jerusalém, que matas os profetase apedrejamos que te são enviados. Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintainhos debaixo das asas, e não o quiseste! Eis que a vossa casa vai ficar-vos deserta. Pois eu vos digo que desde agora já não me vereis mais, até que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor".
As hostes romanas de Tito invadiram a famosa cidade, no ano 69, destruindo-a e forçando o povo israelita a se dispersar pelo mundo, perdendo a sua própria pátria. A sua terra foi dada a um povo diferente.
O reino de Deus, entretanto, tem sido dado e retirado de outros povos. Muitas nações tiveram em suas mãos a viabilidade de disseminar o conhecimento desse reino, porém assoberbadas pela glória terrena, pelo orgulho e pela vaidade, pouco ou nada fizeram a fim de corresponder à expectativa do Alto .
A Espanha dos reis católicos, em cujos domínios jamais se deixava de ver o sol, experimentou glória e opulência. Poderia ter sido consolidado no mundo um reino de paz e solidariedade, no entanto, ofuscou-se com o fausto e com o orgulho. Muitos emissários do Alto foram devorados pelas suas fogueiras inquisitoriais e perseguidos pela sanha intolerante daqueles que tinham em suas mãos o cetro do poder. O reino de Deus não encontrou terreno adequado. A velha nação entrou numa fase de decadência e de expiação.
A França napoleônica, cujos domínios se estenderam a boa parcela do mundo, não soube levar a paz e a concórdia às nações conquistadas .. A vaidade e a presunção passaram a nortear os rumos dos seus governantes. A possibilidade de amoldar-se às normas evangélicas simbolizadas no reino de Deus não encontrou guarida.
O Reino de Deus se fundamenta na primazia dos ensinamentos do Evangelho. A sua lei básica é o Amor; a sua bandeira é a Justiça: o seu escudo é a Verdade; o seu símbolo é a Paz. Seu objetivo é irmanar o gênero humano de modo a haver "um só rebanho sob a égide de um só pastor". Não é um reino que se impõe, mas que expõe: que não quer vencer, mas convencer; que quer ação em vez de adoração: que pretende transformar os homens em lídimos herdeiros de um Pai soberanamente justo e bom. Suas guerras são apenas intelectuais feitas contra o egoísmo, o orgulho, a vaidade, a inveja, o ódio, o ciúme e outras formas de defeitos e ócios.
O reino de Deus pode ser subtraído das comunidades religiosas, quando elas se divorciam dos ditames evangélicos; quando se distanciam das massas sofredoras; quando se encastelam no orgulho e na vaidade: quando passam somente a cogitar das riquezas temporais, esquecidas do tesouro que o Mestre recomendou ser acumulado nos céus.
O reino de Deus é, também, tirado, temporariamente, de seio das famílias quando os seus componentes não vivem nas pautas da moral da compreensão, do amor recíproco, preferindo antes viverem chafurdados nos vícios e na intemperança, esquecidos da reforma interior.
O reino de Deus é tirado, provisoriamente, do coração do homem, quando este se torna avaro, assassino, perdulário, dissoluto: quando vive mergulhado nos vicíos terrenos; quando malbarata os seus deveres fundamentais no recesso do lar, aniquilando seus próprios valores morais e anulando os benefícios de mais uma vida terrena. Muitos homens de Israel se arroganm ao título de Filhos do Reino, por se considerarem mais puros que todos os outros homens, no entanto, o Mestre preceituou, enfático: "Os filhos do Reino serão lançados nas trevas exteriores, em que haverá choro e ranger de dentes" Mateus 8:12).
Somente através dos processos expiatórios as nações redimem-se, predispondo-se a novas experiências de adaptação ao reino de Deus. Somente pelos processos reencarnatórios as famílias e o homem podem fazer jus a novas experiências no tocante à reimplantação daquele reino em seus corações. Somente por intermédio da reforma de base, da derrocada dos dogmas, da adaptação aos postulados evangélicos, cingindo-se às práticas do amor e do apego à verdade, as religiões poderão atrair a si, novamente, o reino de Deus.
Paulo Alves Godoy
Os quatro Sermões

domingo, 30 de dezembro de 2012

A SIMPLICIDADE DE ESPÍRITO:"Jesus, abençoando as crianças e acariciando-as, mostrou que mais vale ser ignorante e simples, do que presumir de sábio sem simplicidade..."


"Traziam-lhe também as crianças para que as tocasse; e os discípulos, vendo isto, repreendiam aos que as traziam. Mas Jesus, chamando-as para junto de si, disse: Deixai vir os meninos, e não os impeçais; pois dos tais é o Reino de Deus. Em verdade vos digo: Aquele que não receber o Reino de Deus como um menino, de maneira alguma entrará nele." (Lucas, XVIII, 15-17)

"Então lhe traziam alguns meninos para que os tocasse; e os discípulos repreenderam aos que os trouxeram. Mas Jesus, vendo isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim os meninos, não os impeçais; porque dos tais é o Reino de Deus. Em verdade vos digo: Aquele que não receber o Reino de Deus como um menino, de modo algum entrará nele. E abraçando os meninos, os abençoava, pondo as mãos sobre eles." (Marcos, X, 13-16)

Deus criou os Espíritos simples e ignorantes e lhes concedeu os meios de progresso e perfeição. É preciso que haja ignorância para que haja aperfeiçoamento, de cujo trabalho vem o mérito de cada um; e o aperfeiçoamento não se faz sem simplicidade. Os Espíritos simples são por isso bem-aventurados.

As bem-aventuranças são as remunerações da simplicidade. Os vaidosos, os arrogantes, não podem ter simplicidade, sendo por isso condenados por suas idéias preconcebidas.

Jesus usou as crianças como símbolo, ou antes, como personificação da simplicidade; elas são, quando em sua inocência,
a representação da simplicidade de espírito. Sabem que não sabem, e se esforçam para saber, perguntando, inquirindo aqui e ali. Não têm opinião preconcebida, nem se arrogam títulos de mestres e doutores; costumam respeitar as convicções, e, quando estas lhes parecem disparatadas, indagam os motivos e procuram tirar deduções, as que lhes pareçam justas.

A simplicidade de espírito é uma das grandes prerrogativas, indispensável à aquisição do Reino de Deus. Por que os escribas, os fariseus, os doutores da Lei, os religiosos de então repeliram a Doutrina de Jesus, chegando a ponto de pedir a morte do Filho de Deus?
Porque, sem nenhuma simplicidade de espírito, vaidosos dos seus conhecimentos, orgulhosos do seu saber, não percebiam a ignorância em que se achavam das coisas divinas e se julgavam possuidores de toda a verdade.

Jesus, abençoando as crianças e acariciando-as, mostrou que mais vale ser ignorante e simples, do que presumir de sábio sem simplicidade.
E assim como um "odre velho" não pode suportar um "vinho novo", por estar impregnado do velho licor, também é preciso que o homem se torne simples, isto é, ponha de lado as crenças avoengas que recebeu por herança, para analisar, sem preconceito, o Cristianismo que a ninguém veio impor os seus preceitos, mas apresentar-se a todos como a única Doutrina capaz de nos dar a perfeição, se a estudarmos e a compreendermos em espírito e verdade.

Nas passagens acima, de Lucas e Marcos, Jesus faz também uma ligeira alusão à reencarnação, como um dos meios de nos desembaraçarmos das idéias preconcebidas desde a infância, e nos tornarmos aptos para a boa recepção da Verdade, consubstanciada nos princípios redentores do Cristianismo.

De modo que "aquele que não receber o Reino de Deus como um menino, de maneira alguma entrará nele". Aquele que não receber o Reino de Deus com simplicidade, humildade e boa vontade de se aproximar de Deus, não entrará nele.
Cairbar Schutel

Livro: O Espírito do Cristianismo

sábado, 29 de dezembro de 2012

MAIOR QUE SALOMÃO. . .


“E eis aqui está quem é maior do que Salomão.”
(Lucas, 11:31)
Nínive era uma cidade cuja população vivia subvertida pela imoralidade e desregramentos de toda a sorte.
Um Espírito do Senhor apresentou-se ao médium Jonas e ordenou-lhe que fosse lançar uma advertência à sua população. Jonas obedeceu, e, visando a cidade, conclamou os seus habitantes a interromperem a prática daqueles atos escândalos, sugerindo que todos elevassem rogativas a Deus, suplicando-lhe que poupasse Nínive de uma eventual destruição.
Dizia então o médium: “Quem sabe se Deus mudará os seus desígnios e desistirá de destruir a cidade”.
O povo de Nínive aceitou a admoestação de Jonas e se penitenciou, segundo os
costumes da época, vestindo-se com sacos e assentando-se na cinza, prometendo não
mais reincidirem no erro.
Em face dessa atitude da população, Deus poupou a cidade, uma vez que ele está sempre pronto a dar novas oportunidades a seus filhos.
O médium Jonas, vendo que a cidade não fora destruída, ficou ressentido.
Segundo o seu modo de pensar passaria aos olhos da população de Nínive como
autêntico falso profeta. Essa situação levou-o a lastimar-se amargamente de ter assumido aquela incumbência.
Retirando-se, edificou uma cabana e abrigou-se nela, na expectativa de uma
reconsideração dos Céus. Pensava ele que, devido ao seu modo de pensar e ao seu
protesto, Deus voltaria atrás em seus propósitos e destruiria a cidade, dando
autenticidade às suas palavras e evitando que passasse aos olhos dos ninivitas como
embusteiro e mentiroso.
Os Espíritos do Senhor, diante desse mesquinho capricho de Jonas, resolveram propiciar-lhe um edificante ensinamento: fizeram brotar perto da cabana de Jonas uma aboboreira, a qual, crescendo, cobriu-a, produzindo agradável sombra.
Esse fato causou grande satisfação a Jonas, o qual passou a nutrir afeição pela
planta. Entretanto, logo surgiu um bichinho que cortou a aboboreira perto da raiz e ela secou-se.
Logo surgiu um sol causticamente que fez com que Jonas desmaiasse. O profeta insurgiu-se contra os Céus, protestando contra aquele ato de fazer secar a planta que o resguardava do sol.
Nisso os Espíritos do Senhor lhe ponderaram: “Tiveste compaixão da aboboreira, que surgiu sem lhe dar qualquer trabalho e para cuja efêmera vida nada fizeste. E acha razoável que Deus não tenha compaixão da grande cidade de Nínive, cuja população soma cento e vinte mil almas, sem contar os animais, e cujos
habitantes não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua esquerda?”
O ponto alto desta passagem do Velho Testamento foi o fato de ter o povo de Nínive aceitado a advertência de Jonas e se encaminhado para a reforma, a ponto de evitar a destruição da cidade. Aproveitou Jesus essa ocorrência a fim de pôr em confronto a maleabilidade do povo de Nínive e o endurecimento do povo de Israel.
Os israelitas esperavam um Messias, entretanto o queriam nos moldes vaticinados por Moisés — “Um profeta igual a mim”. Um Cristo guerreiro e conquistador igual a Moisés e a Davi. Um Cristo que levasse a dor e a destruição a todos os povos que não comungassem com os ideais monopolistas dos escribas e
fariseus.
Quando surgiu um Cristo dócil, meigo, amoroso, fraternal, combatendo a
guerra e o ódio, os israelitas o repeliram. Passaram a exigir comprovações! Queriam
sinais. Aquele não era o Messias que eles aguardavam.
Mas o Mestre não quis dar-lhes outros sinais senão os que estava dando. Por isso exclamou: “Maligna é esta geração, ela pede um sinal; e não lhe será dado outro sinal, senão o sinal do profeta Jonas”.
O endurecimento do povo de Israel foi posto em confronto com o do povo de Nínive. Os ninivitas aceitaram Jonas e ali estava quem era maior do que Jonas.
O coração empedernido do povo de Israel repeliu o Cristo e o levou ao Calvário, apesar de ter dado ele a mais patente demonstração da sua autoridade, a despeito de enquadrar-se perfeitamente nos vaticínios de todos os antigos profetas e de estar produzindo fatos espantosos de curas de todos os matizes, de pleno
conhecimento de toda a cidade de Jerusalém.
O Mestre, por si só, era um sinal. Preenchia tudo aquilo que dele estava escrito.
Expulsava maus Espíritos, curava cegos, limpava leprosos e fazia levantar os paralíticos, e, além disso, discorria sobre a excelência do Reino de Deus. Nem assim conseguiu abalar o preconceito e o falso zelo religioso dos escribas, dos fariseus e do sumo sacerdote.
Na atualidade os homens ainda persistem na recalcitrância, não aceitando os sinais propiciados pelos Evangelhos, continuando a aguardar o advento de um Cristo moldado segundo os figurinos das velhas teologias: um Cristo intolerante, unilateral e eivado de imperfeições.
O Consolador prometido, novo sinal dos Céus, já está entre nós, personificado no Espiritismo, e com a missão primária de restabelecer todos os ensinamentos de
Jesus Cristo em seus devidos lugares.
A mensagem do Espírito de Verdade está em pleno processo de implantação na Terra e assim como “o Espírito sopra onde quer e nós não sabemos de onde vem e nem para onde vai”, segundo o dizer judicioso de Jesus a Nicodemos, essa mensagem fará com que a Humanidade descortine novos horizontes, fato novo que fará com que ele se liberte do jugo do fanatismo, dos dogmas e dos formalismos da letra que mata.
E, assim como: “a rainha de Sabá veio dos confins da Terra para apreciar a sabedoria de Salomão”, e a população de Nínive ouviu a advertência do profeta
Jonas, torna-se imperioso que demos guarida aos ensinamentos de Jesus, que é muito
maior do que Jonas e que Salomão.
Não aconteça que “os homens de Nínive” se levantem para também julgar esta
geração, pela sua inépcia e falta de assimilação dos preceitos evangélicos, contidos as
verdades reveladas há quase vinte séculos.

Os padrões Evangélicos
Paulo Alves de Godoy

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Centros Mal – Orientados

Infelizmente, algumas casas espíritas prestam um desserviço à Doutrina dão-nos a impressão de que foram construídas apenas para atender a vaidade dos médiuns que as edificaram.
Não somos contrários aos diretores reconhecidamente bem intencionados e idealistas que permanecem por longo tempo nos cargos que ocupam. A causa espírita necessita dos que não abram mão de seus deveres para com ela. Excesso de liberalidade doutrinária é tão prejudicial à casa espírita quanto aos regimes ditatoriais impostos por alguns diretores, que anseiam por se perpetuar nos postos de direção.
Por vezes, a renovação da diretoria é de vital importância para que a casa espírita se renove em suas atividades, com a descentralização do poder. No entanto precisamos reconhecer que, por outro lado, muitos novos diretores costumam ser um desastre, pois, consentindo que o cargo lhes suba à cabeça, tomam atitudes arbitrárias e passam a ser elementos desagregadores.
Não se admite em um núcleo espírita, a luta pelo poder. Jesus nos advertiu quanto aos perigos de uma casa dividida, afirmando que ela não seria capaz de se manter de pé.
Nos centros espíritas de boa formação doutrinária, prevalece o espírito de equipe; ninguém trabalha com o desejo de aparecer, de reter as chaves da instituição no bolso, de modo que certas portas não sejam abertas sem a sua presença... Não se tecem comentários desairosos sobre os companheiros, como se, o que se pretendesse, fosse desestabilizá-los nas tarefas que permanecem sob a sua responsabilidade.
Os dirigentes de uma instituição espírita necessitam ter pulso firme, transparência nas decisões, fraternidade no trato para com todos, submetendo-se sempre à orientação da Doutrina. Pontos de vista estritamente pessoais não devem ter espaços no Movimento.
Centros espíritas mal orientados passam para a comunidade uma imagem deturpada do Espiritismo. A divulgação da Doutrina começa pela fachada de uma casa espírita. Até o seu ambiente físico carece ser acolhedor, iluminado. Construções suntuosas muitas vezes espiritualmente estão vazias. Os centros espíritas devem ter a preocupação de ser a continuidade da Casa dos Apóstolos, em Jerusalém amparo aos desvalidos e luz para os que vagueiam nas sombras, sempre, em nome do Senhor, de portas descerradas à necessidade de quem quer que seja.
Num templo espírita é indispensável à divisão de tarefas; muitos núcleos permanecem de portas fechadas na maioria dos dias da semana, porque os seus dirigentes não sabem promover os companheiros... O ciúme e o apego injustificável de muitos dirigentes acabam por deixar ocioso o espaço de uma casa espírita, quase a semana inteira. Não vale a justificativa de que os seareiros sejam poucos... Cuide-se das atividades doutrinárias de base a evangelização e a mocidade e não se terá o problema de escassez de braços para o trabalho doutrinário.
Nos centros mal orientados, nos quais o campo de serviço é restrito, os Espíritos Superiores não têm muito que fazer. Quanto mais numerosas, diversificadas e sérias as atividades de uma casa espírita, maior a tutela da Espiritualidade e maior a equipe dos desencarnados que com ela se dispõem a colaborar.
Os dirigentes, médiuns responderão pela sua omissão e arbitrariedade à frente de um núcleo espírita.

Livro: Conversando com os Médiuns.
Espírito: Odilon Fernandes.
Médium: Carlos A. Baccelli.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

No Trato com os Outros


"A origem do mal reside no egoísmo e
no orgulho; os abusos de toda espécie cessarão quando os homens se regerem pela lei da caridade."
Allan Kardec (E.S.E. Cap.XVI ltem X).

Conserve a paciência com aqueles que não aplicam a solicitude no trato com você. Recorde que a enfermidade pode estar a minar-lhes o organismo.
Quando alguém admoestá-lo, mesmo injustamente, silencie e desculpe. Deixe, que a vida se encarregará de colocar os pretensiosos em seus devidos lugares.
Se a intriga dificultar-lhe os bons propósitos, não lhe confira a honra de sua revolta. Quase sempre o intrigante é colhido nas malhas da rede que tece.
Procure entender a explicação deficiente que o amigo lhe dá. Ele não dispõe de melhores recursos de expressão.
Quando convidado a opinar em assunto que desconhece, afirme sua ignorância sobre o caso. Melhor é apresentar-se com simplicidade do que informar erradamente.
Se o interlocutor, magoado com a força de seu argumento, deixa bruscamente o tema da palestra, cale e desculpe-se. É provável que ele não se encontre preparado para a lógica das argumentações seguras.
Insista no auxílio, mesmo que este seja feito com o silêncio de sua intenção superior. O recalcitrante é infeliz pela própria organização nervosa que lhe aciona a vida.
Quando constrangido a arbitrar entre discutidores, a melhor posição é a humildade. Cada antagonista conta com a certeza da vitória para a opinião que defende. Passado o calor do debate, exponha com naturalidade seu pensamento.
Se a informação solicitada demorar em ser atendida, guarde calma e repita o pedido. Talvez seu interpelado seja surdo.
Há comezinhos incidentes no trato com os homens que, evitados, realizam a paz em todos os corações.
Cultive a confiança, na serenidade, e caminhará com segurança, no trato com os outros.


Autor: Marco Prisco
Psicografia de Divaldo Franco. Da obra: Glossário Espírita-Critsão

terça-feira, 13 de novembro de 2012

INIMIGO REAL


Emmanuel
  
Geralmente, todos os nossos adversários, no fundo, são nossos instrutores.
-0-
À maneira do martelo que, tangendo a pedra, acaba aperfeiçoando-lhe a beleza, aquele que se coloca em oposição à nossa maneira de crer, sentir ou pensar, freqüentemente é fator de estímulo à elevação de nossos dotes pessoais.
-0-
O invejoso, invariavelmente, ensina-nos a prudência, o despeitado nos induz ao aprimoramento próprio.
O caluniador nos auxilia a marchar no caminho reto e o perseguidor gratuito nos auxilia a perseverar no bem.
-0-
 Assim, então, se um inimigo poderoso devemos identificar junto de nós, na estrada do mundo - inimigo que nos arma as piores ciladas e nos constrange a cair nas mais escuras armadilhas do remorso e da dor - esse é o nosso próprio Eu, adversário terrível de nossa verdadeira felicidade, sempre imantado à concha de sombras em que se refugia, sob as paredes da indiferença.
-0-
Combatamos a nós mesmos cada dia, em nome do bem que abraçamos.
-0-
Não vale afirmar sem exemplo, nem sonhar sem trabalho.
-0-
Adquirir conhecimentos superiores para adorá-los com o incenso de nosso personalismo é transformar a vida em êxtase delituoso, quando a Terra nos pede rendimento de esforço para a obra do Bem Infinito.
-0-
 Guerreemos o inimigo que se oculta, armado de astúcias mil na fortaleza de nossa animalidade multissecular, dando caça às suas manifestações de inferioridade, com os dissolventes da compreensão, do trabalho, da bondade e do amor e asfixiando-lhe o ignominioso comando, que tantas vezes nos tem arrojado aos despenhadeiros do crime das reparações dolorosas, ouçamos, nas torres de nossa alma, a voz do Cristo, o único mentor capaz de conduzir-nos à bênção íntima da imperecível libertação.

(De “Indulgência”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O Tormento do Egoismo



Desde o momento da fissão do Self com o ego, que o eixo do equilíbrio ficou fragmentado.

O esforço de crescimento intelecto-moral do ser humano deve ser o logro da perfeita identificação desses dois arquétipos com a sua consequente fusão harmônica proporcionadora do equilíbrio emocional.

Infelizmente, porém, remanescendo os instintos agressivos em predomínio na psique humana, o ego assume a diretriz do comportamento, trazendo sempre à tona os conflitos de insegurança, de insatisfação, de morbidez, que são decorrência dos períodos ancestrais percorridos antes do surgimento das emoções superiores.

Em razão dessa governança perturbadora o ego está sempre vigilante e dominador, em luta contínua para manter-se, dominado pelo medo de perder a posição de que desfruta.

Disfarçando-se com habilidade, torna-se agressivo, porque é receoso, exibe as qualidades que não possui, exatamente para superar o complexo de inferioridade para voos mais altos no conhecimento e na emoção, atribuindo-se direitos e privilégios que teme lhe sejam retirados, pouco, no entanto, preocupando-se com os deveres que lhe dizem respeito.

É o ego que se cerca de presunção e de avareza, de ciúme e de desfaçatez, de suspeitas constantes e de censuras aos outros, de forma que não se torne conhecido, permanecendo na obscuridade dos seus propósitos enfermiços.

Pode manifestar-se gentil com certa autenticidade, ocultando, porém, interesses mesquinhos, quais os de autopromoção e de exibicionismo, reagindo sempre quando não recebendo a resposta a que aspira nas suas artimanhas. Faz-se, então, adversário soez e persistente de todos aqueles que lhe não concedem o valor que se atribui, podendo tornar-se violento e insano.

Identificado, logo se permite exteriorizar todas as mazelas que lhe são peculiares, tecendo redes de intrigas, fomentando a maledicência, pugnando pela divisão dos grupos, quando então mais fácil se lhe torna o domínio.

O egoísmo é virose perigosa que ataca a sociedade contemporânea, qual ocorreu em todas as épocas da história da humanidade.

Combatido pela ética e pela moral, tem sido motivo de cuidados especiais por todas as doutrinas religiosas, especialmente pelo Cristianismo, que nele encontra um perverso adversário da solidariedade, do amor e da lídima caridade.

O Espiritismo, na sua condição de restaurador do pensamento de Jesus, tem, no egoísmo, a condição de bafio pestilencial, que necessita de terapia preventiva muito bem elaborada e tratamento persistente depois que se encontra instalado.

Não ceder-se espaço ao egoísmo, sob qualquer forma em que se manifeste, deve ser a atitude do cristão sincero, do espírita consciente das suas responsabilidades.

Evitar agasalhá-lo em qualquer dos seus disfarces, é uma forma segura de precatar-se da sua vigorosa constrição.

Não foram poucos os missionários do bem que se permitiram tombar nas artimanhas nefastas do egoísmo, conforme hoje sucede em todos os segmentos da sociedade.

O altruísmo, que lhe é oposto, constitui-lhe estímulo vigoroso para a união do eixo psicológico fragmentado, fazendo que o bem e o mal encontrem a emoção comum do amor que lhes é a meta a conquistar.

Das nascentes do ser brotam as emoções, a princípio violentas, como resultado das experiências afligentes, tornando-se, a pouco e pouco, equilibradas e propiciadoras de felicidade.

Na razão direta em que o Espírito desabrocha a consciência e a perfeita lucidez em torno dos objetivos essenciais da sua existência na Terra, o egoísmo vai-se diluindo e cedendo lugar à solidariedade, por facultar a vivência das emoções mais elevadas, aquelas que santificam o ser no exercício da lídima caridade.

Passa a reconhecer o seu real valor de aprendiz da vida, facultando-se a solidariedade de que necessita, a fim de mais amplamente penetrar nas razões profundas do existir.

Não se jacta, nem se subestima, permanecendo identificado com a realidade que o cerca e procurando alcançar os patamares mais nobres da evolução.

A humildade surge-lhe naturalmente enquanto compreende a grandeza da vida e o seu papel de cooperador na obra magnífica da Criação.

A alegria de viver adorna-o, dando-lhe um suave encantamento em tudo quanto faz e sente, porque se reconhece membro efetivo do conjunto universal.

Enquanto se atormenta nas sensações do medo, da incerteza e das suspeitas, a prepotência alucina-o, porém, quando percebe que a sua segurança encontra-se no ser e não no poder, nos valores internos e não nas aquisições de fora, passa automaticamente para os comportamentos pacíficos e pacificadores.

Colocando-se a serviço do Bem, é dúctil à verdade e ao dever, não elegendo postos nem lugares de destaque, mas dispondo-se a trabalhar em qualquer setor em que seja colocado, aí dando mostras da felicidade de produzir.

Jesus, na carpintaria de Seu pai, aprendeu o ofício modesto e o exerceu, quando era possuidor do conhecimento universal.

Podendo expressar a Sua mensagem com o verbo profundo e complexo que decifrasse os enigmas do universo, optou pela singeleza e poesia da linguagem do povo modesto, compondo poemas insuperáveis com os grãos de mostarda, peixes e pães, semeadura e sega, redes e moedas, ovelhas e azeite, ultrapassando todos os pensadores do passado e mesmo do futuro.

Ninguém falou com a destreza e magia com que Ele narrou as maravilhas do Seu reino, estimulou os alquebrados a levantar-se e prosseguir, amparou os tíbios e os fortaleceu, recuperou os perdidos e mortos, dando-lhes significados existenciais.

Enfrentou o farisaísmo com sabedoria, mas sem presunção, embaraçou os jactanciosos não os humilhando, e pairou acima do biótipo comum pela grandeza de que era portador, não em decorrência de homenagens e honrarias mentirosas.

Recebeu com naturalidade o carinho e o destaque merecido, através das lágrimas de uma mulher recuperada do processo obsessivo e destacou que, naquele gesto, ela o embalsamava por antecipação...

A honraria foi maior para aquela que lhe beijou e ungiu com perfume os pés do que Ele próprio...

...E, no entanto, é o Rei Solar!

Recorda-te que a pérola pálida e preciosa é uma defesa do organismo da ostra à agressividade do grão de areia no seu organismo. Silenciosa e continuamente, o animálculo envolve o invasor na exsudação da sua mucosa ferida e abençoa-o com deslumbrante beleza.

A humildade realiza o mesmo, quando o egoísmo tenta espezinhá-la, submetê-la e destruí-la.

Examina as nascentes da alma e extirpa o egoísmo no seu nascedouro, trabalhando sem cansaço pela tua ascensão na obra de amor que tens pela frente, mantendo-te altruísta e solidário em tudo.

Com esse poder defluente do esforço de ser melhor, alcançarás a emoção afetuosa da alegria de autossuperação das tendências infelizes, logrando as bênçãos da verdadeira fraternidade.


Divaldo Franco/Joana de Angelis