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quinta-feira, 26 de maio de 2016

O Bem é a Meta



Em nosso ambiente doméstico, convivendo com os familiares, que são os nossos próximos mais próximos, devemos ter como orientação íntima a construção do Bem e da Paz.
Meditemos sobre essa mensagem, com a bela página de Joanna de Ângelis.

Surge a Era Nova.
 O sol da esperança desbasta as trevas da ignorância. 
 Pequenos grupos de servidores verdadeiros do Evangelho, no silêncio da renúncia, estão levantando os pilotis sobre os quais será erguida a Era Nova. 
 Sem alarde, em luta ingente, esses corações convidados constituem segurança para o mundo melhor de amanhã. 
 Não obstante o vendaval, as ameaças do desequilíbrio e o predomínio aparente das forças da violência, o bem, corno fluido de libertação, penetra todo o organismo terrestre preparando o mundo novo. 
 Não engrossam as fileiras dos desanimados, nem aplaudem a insensatez dos perversos ou apóiam a estultícia dos vitoriosos da ilusão. 
 Quem aprendeu a confiar em Jesus põe as suas raízes na verdade. São minoria, não, porém, grupo ao abandono. 
 Todos os grandes ideais da humanidade surgem em pequeninos núcleos, que se alargam em gerações após gerações. 
 O Cristianismo restaurado, por sua vez, é a doutrina do amanhã, no enfoque espírita, porque, enquanto a mensagem de Jesus teve de destruir as bases do paganismo para erguer o santuário do amor, o Espiritismo deve apenas erigir, sobre o Cristianismo, o templo luminoso da caridade. 
 Chamados para este ministério, não duvidam, alegrando-se por ter seus nomes inscritos, como diz o Evangelho, no livro do reino dos céus e serem conhecidos do Senhor. 
 *
 Nossa Casa tem ação. É hoje reduto festivo, santuário que alberga Espíritos mensageiros da luz, oficina onde se trabalha, escola de educação e hospital de recuperação de vidas. 
 Com outros Obreiros aqui temos estado, mantendo a chama da verdade acesa – como ocorria com os antigos faróis com a flama ardente, apontando a entrada dos portos e mais tarde dando notícias dos recifes e perigos do mar. 
 *
 Filhos da alma, nunca desistam de fazer o bem, face ao aparente triunfo do mal em desgoverno, em torno de suas vidas. 
 Passada a tempestade, a luz volta a fulgir. 
 A sombra é somente ausência da claridade. Não é real. 
 Só Deus é Vida; somente o Bem é meta. 

Franco, Divaldo Pereira. Da obra:  Momentos Enriquecedores.
 Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
 Salvador, BA: LEAL, 1994

 http://www.dij.febnet.org.br/familia/mensagem/o-bem-e-a-meta/

quinta-feira, 28 de abril de 2016

A INDIGNAÇÃO[1] E O EFEITO."acreditar-se melhor do que o outro nada mais é do que demonstração de orgulho, que dá origem à cólera. Esse sentimento de cólera, em relação ao irmão que praticou a injustiça, passa a orbitar nosso psiquismo, ocasião em que passamos a relatar para outros irmãos em Cristo o lamentável fato que deu origem à indignação. "



Todos os que se encontram estagiando neste orbe, verdadeiro planeta de provas e expiação, onde a imperfeição é generalizada, já experimentamos esse sentimento que, conquanto seja natural no ser humano, traz perniciosas conseqüências quando manifestado de forma exacerbada e constante.
Tornou-se comum em nosso cotidiano nos defrontarmos com  noticiários e relatos de fatos que nos revoltam, tamanha a injustiça e o ardil com que pessoas inescrupulosas conseguem promover a maldade, praticando atos indignos.
Nesse momento, a maior parte das pessoas se esquecem de que, também, são espíritos devedores (por débitos assumidos em tempos passados) e, acreditando-se melhores do que o irmão que promoveu a injustiça, se desequilibram, permitindo que essa revolta, inicialmente natural, se eleve fazendo eclodir a ira intensa.
Aliás, acreditar-se melhor do que o outro nada mais é do que demonstração de orgulho, que dá origem à cólera.
Esse sentimento de cólera, em relação ao irmão que praticou a injustiça, passa a orbitar nosso psiquismo, ocasião em que passamos a relatar para outros irmãos em Cristo o lamentável fato que deu origem à indignação.
Dessa maneira, a revolta se agiganta dentro de nós e passamos a contaminar outros irmãos com o mesmo pensamento de revolta e indignação, fazendo com que o conflito psíquico permaneça em nós, além das pessoas com quem repartimos esse fato nocivo.
A partir daí, o efeito deletério provocado por essa raiva, a permitir que esse conflito psíquico passe para o corpo, faz emergir a doença no físico, como decorrência  da somatização.
E mais uma vez, o desavisado irmão passa a sofrer as conseqüências de seu próprio ato, pela incúria na manutenção da sua paz, como efeito da intensificação da indignação pelos atos praticados por outros irmãos.
De início, não podemos nos olvidar de que somos espíritos com superlativa imperfeição (ricos de vícios e defeitos e pobres de virtudes) que, por diversas encarnações, preferimos nos afastar das leis de justiça, amor e caridade, que emanam do Criador, não sendo outro, senão esse, o motivo de permanecermos, ainda, neste santo educandário, que é o planeta Terra.
É importante lembrar, também, de que qualquer desequilíbrio irá toldar nossa visão, obscurecendo nosso pensamento, o que, de igual forma, nos impedirá de agir com acerto.
Ensina-nos o Evangelho de Jesus Cristo que devemos ser indulgentes para com o próximo e severos para conosco, o que torna evidente que qualquer juízo que venhamos a lançar contra o autor da injustiça será equivocado, pois, desconhecemos tudo a respeito desse irmão.
A propósito, confira-se a orientação do Evangelho Segundo o Espiritismo, na mensagem de José, Espírito protetor. (Bordéus, 1863.), a saber:
Oh homens! Quando será que julgareis os vossos próprios corações, os vossos próprios pensamentos, os vossos próprios atos, sem vos ocupardes com o que fazem vossos irmãos? Quando só tereis olhares severos sobre vós mesmos? Sede, pois, severos para convosco, indulgentes para com os outros. Lembrai-vos daquele que julga em última instância, que vê os pensamentos íntimos de cada coração e que, por conseguinte, desculpa muitas vezes as faltas que censurais, ou condena o que relevais, porque conhece o móvel de todos os atos. Lembrai-vos de que vós, que clamais em altas vozes: anátema! tereis, quiçá, cometido faltas mais graves. Sede indulgentes, meus amigos, porquanto a indulgência atrai, acalma, ergue, ao passo que o rigor desanima, afasta e irrita. - José, Espírito protetor (Bordéus, 1863).
Pode-se argumentar que a injustiça é sempre injustiça, o que é certo. Porém, a indignação nasce justamente do severo julgamento que realizamos a respeito do autor dos fatos, esquecendo, mais uma vez, nossa imperfeição e nossas dívidas do pretérito.
Conquanto a indignação possa revelar uma atitude elevada da pessoa, diante de injustiças cometidas por outrem, o fato é que sempre nos arvoramos em juizes implacáveis desses irmãos que praticam atos deploráveis e que, nesta encarnação, deixamos de praticar.
Entretanto, quem poderá ser tão implacável assim, a ponto de esquecer que ainda está no planeta Terra, onde se situam espíritos endividados que aqui se encontram para o devido resgate das dívidas do pretérito tenebroso?
Pelas dores físicas e morais que suportamos, podemos ter uma pálida idéia de nossas dívidas do passado, ao passo que nada sabemos a respeito do autor das injustiças.
É oportuna, também, a conclusão do espírito HAMMED, através da psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto, em o livro RENOVANDO ATITUDES, editora Boa Nova, que diz:
“Julgar uma ação é diferente de julgar a criatura. Posso julgar e considerar a prostituição moralmente errada, mas não posso e não devo julgar a pessoa prostituída”. sic
O Iluminado espírito de HAMMED, no mencionado livro, nos traz a lição do Aposto dos Gentios, a saber:
Segundo Paulo de Tarso, “é indesculpável o homem, quem quer que seja, que se arvora em ser juiz. Porque julgando os outros, ele condena a si mesmo, pois praticará as mesmas coisas, atraindo-as para si, com seu julgamento”. sic[2]
Não se está aqui fazendo a apologia da inação diante das injustiças. O que é preciso entender é que a alteração emocional não permitirá a ninguém um juízo de valor equilibrado, prestando-se, apenas, à sua somatização. É necessário, pois, tentar aplicar a lição que Santo Agostinho, em o livro O LIVRO DOS ESPÍRITOS, na resposta à pergunta n. 919, nos oferta sobre o conhecimento de si mesmo como meio para se obter a reforma íntima, avaliando a cada dia nossos pensamentos, palavras e atos, pois, certamente, encontraremos muito o que mudar em nossa vida.
O iluminado espírito de Joana de Angelis, através da psicografia de Divaldo Pereira Franco, em o livro LEIS MORAIS DA VIDA, esclarece que: “Quando existe harmonia interior os ruídos de fora não ecoam pertubadoramente”. sic
No mesmo livro encontramos, também, a advertência seguinte: “Crês que mereces mais do que eles, os insensatos e perversos, que galopam sobre a fortuna e a glória, sem te dares conta de que as determinações divinas são sábias e jamais erram”.sic

Além do mais, não podemos olvidar da lição do Mestre Divino que disse: “Vós julgais segundo a carne, e eu a ninguém julgo”.sic
Portanto, diante dos lamentáveis fatos que assistimos diariamente, devemos alterar a maneira de ver e observar, de modo a evitar um julgamento equivocado que  produzirá desequilíbrios, afastando-nos da paz interior.
Que Jesus Cristo, nosso amado e Divino Mestre, nos felicite a todos com a Sua infinita PAZ.
César Luiz de Almeida
Grupo Espírita Fraternidade


[1]   1   Sentimento de cólera ou de desprezo experimentado diante de indignidade, injustiça, afronta; repulsa, revolta
 2   Derivação: por extensão de sentido.ira intensa; ódio, raiva

Fonte:  http://www.netluz.org/textos/msg/msg24.htm

Esterótipos


Naquele bar, um espelho mágico, destinado a testes femininos.
A mulher que mentisse diante dele sumiria, como num passe de mágica – “poof”!
Se falasse a verdade, seria premiada com a realização de um desejo.
Bela ruiva disse, a mirar-se:
– Pensando, cheguei a conclusão de que sou a mulher mais linda do mundo.
“Poof”!
Atraente morena, contemplando sua imagem, afirmou:
– Penso que sou a mulher mais sexy do mundo.
“Poof!”
Veio uma loira, muito bonita…
– Andei pensando…
“Poof!”

***
Pois é, leitor amigo, estamos diante de um estereótipo, ou lugar-comum, envolvendo uma idéia equivocada:
As loiras não estão acostumadas a pensar.
Atribui-se a Arthur Schopenhauer (1788-1860), filósofo alemão, um estereótipo mais contundente.
A mulher é esse ser de cabelos cumpridos e idéias curtas.
Maldade do filósofo.
Nem todas têm cabelos cumpridos…
Perdoe-me, prezada leitora.
Espero não perder sua amizade, por não perder a oportunidade da pilhéria.

***
Mudemos o enfoque.
Nota-se arraigada tendência em alguns religiosos:
Enxergam, invariavelmente, influências demoníacas, em pessoas com problemas psicológicos e fisiológicos.
É o diabo! – afirmam, convictos, como se fossem dotados de infalível radar para detectar a presença do tinhoso.
Trata-se de um estereótipo da pior espécie, infundado, inspirado na ignorância e no preconceito.
Na ânsia de atrair a atenção da multidão, promovem verdadeiros espetáculos, em rituais de exorcismo.
Não raro, esse “diabo” que pretendem exorcizar é um “pobre diabo”, um sofredor recém-desencarnado, sem a mínima noção do que lhe aconteceu.
Aproxima-se de familiares como um náufrago a pedir socorro e acaba por perturbá-los, imprimindo neles algo de suas angústias.
Precisa de ajuda, de orientação, de um tratamento carinhoso. Imagino sua perplexidade, diante de um exorcista a situá-lo como o tinhoso.
Para Espíritos de atilada inteligência, perfeitamente conscientes do que fazem e que nisso se comprazem, a prática exorcista é inócua. Desperta-lhes o riso.
Podem, eventualmente, afastar-se para satisfazer o ego dos exorcistas e baixar a guarda das vítimas, mas logo voltam ao ataque, com mais força.
Jesus evoca esse problema, quando situa o Espírito perturbador como alguém que deixa uma casa (a mente do obsidiado); depois, volta com sete companheiros, e o estado da vítima fica muito pior.

***
Nessa história de influências espirituais é preciso evitar estereótipos dessa natureza, partindo da idéia mais compatível com a lógica e o bom senso.
Os Espíritos são as almas dos mortos.
O mundo espiritual é uma projeção do mundo físico.
Aqui ficam aqueles que, libertando-se dos liames da matéria, permanecem presos aos interesses humanos.
Não raro aproximam-se dos encarnados para pedir socorro ou induzir ao erro, sempre de conformidade com suas próprias tendências.
Isso não deve nos assustar, nem nos ensejará problemas.
Basta orientar nossa existência por princípios de bondade e integridade, cultivando o estudo e o discernimento em relação ao assunto..
Teremos, então, condições para ajudar Espíritos perturbados ou perturbadores, sem sermos perturbados por eles.
Livro Para Rir e Refletir
 http://www.richardsimonetti.com.br/artigos/exibir/64

sábado, 21 de novembro de 2015

REALIDADE E SUPOSIÇÃO . "Em vista disso, compadeçamo-nos dos outros para que os outros se compadeçam de nós."


Emmanuel
 
Quando te sintas em dificuldade no relacionamento com os outros, observa que, muitas vezes, esses mesmos outros suportam problemas e percalços muito maiores do que os nossos.
Semelhante exercício te renovará os pensamentos e a compaixão te surgirá no íntimo, obstando-te a queda em pessimismo e revolta.
Se possuísses um engenho capaz de radiografar os sentimentos alheios, reconhecerias, de pronto, o contraste entre a suposição e a realidade.
Aquele chefe, supostamente arbitrário, guarda consigo a mente esfogueada de inquietações pelo próprio serviço de que recebes os recursos que se te fazem necessários à vida.
Provavelmente o amigo que não te notou a presença carrega as próprias idéias e emoções concentradas num filhinho doente.
A senhora que tantos julgavam excessivamente enfeitada, assim se preparou diversos dias a fim de solicitar emprego a determinadas autoridades para o esposo recém demitido da organização em que trabalhava.
O rapaz que passou, conduzindo o carro em alta velocidade, é portador de um cérebro enfermiço.
O artista que se negou a colaborar contigo na realização das boas obras em que te empenhas, estará sob o peso terrível da estafa.
A ninguém julguemos precipitadamente.
Procuremos o melhor de cada situação e de cada criatura, de modo a seguirmos para diante com o melhor a fazer, esquecendo o desnecessário.
Em muitos lances de marcha na direção de Deus erramos, a fim de aprender com segurança, ou caímos, de modo a levantar-nos para conquistar o equilíbrio seguro.
Ninguém segue sem o apoio de alguém nos caminhos da vida.
Em vista disso, compadeçamo-nos dos outros para que os outros se compadeçam de nós.
Emmanuel - Livro: O Essencial - Psic. Chico Xavier

Fonte: http://www.robertomacedo.com/autoajuda/chicoxavier/Chico_Xavier/O%20ESSENCIAL/REALIDADE.htm

sábado, 14 de novembro de 2015

OBREIROS DA VIDA

Enquanto soam as melodias da esperança, cantando a música do trabalho nos ouvidos da vida, porfia na fidelidade ao dever.
Enquanto a Terra se reverdece e uma primavera brota do caos das dissipações generalizadas, prenunciando o largo dia do Senhor, prossegue em atividade.
Enquanto as perspectivas sombrias do desastre e da guerra campeiam, curva-te ante as leis de seleção que realizam o Ministério Divino, a fim de modificar a estrutura do Orbe na sua inevitável transformação para Mundo Regenerador. E não obstante a ingente tarefa a que és convocado, sê daqueles que adquirem dignidade no culto da reallzação nobre produzindo em profundidade e com a perfeição possível.
Armado como te encontras, com os sublimes instrumentos do discernimento e da razão, sobre a estrutura de fatos inamovíveis, sê dos que edificam o santuário da paz universal sôbre os pilotis da renúncia, vencendo as ambições desmedidas e as vaidades Injustificáveis.
Não te importes saber donde vieste, não te convém examinar o que és; interessa-te em observar o que produzes e o que deixas de produzir.
Se os teus celeiros de luz se encontram abarrotados pelos grãos da Misericórdia ou com o feno inútil que os transformou em depósito de treva e de dissensões a responsabilidade é tua.
Se até ontem padronizaste o comportamento pelo equívoco, não te é lícito doravante repetir enganos e insistir em engodos. Vives na Terra o instante definitivo da grande batalha e Jesus necessita de alguns estóicos servidores que a Ele se entreguem totalmente, para o combate final.
*
Estão espalhadas em vários pontos do Planeta as fortalezas da esperança onde se resguardam os lidadores do amanhã.
Convém ressaltar que o Senhor nos reuniu a todos, não pelo império caprichoso do acaso, nem pela ingestão mirabolante do descuido, ou pela contingência precária das nossas manifestações gregárias alucinadas, mas por uma pré-determinação de Sua sabedoria, que nos convocou, devedores e credores reunidos, cobradores inveterados e calcetas para a regularização dos débitos pesados a fim de nos reajustarmos à lei sublime do Amor, longe das subalternidades das paixões. Não permitamos, assim, que medrem sentimentos inferiores na nossa gleba de luz, não deixemos que o descuido de uns ou a invigilância de outros nos supreendam no pôsto do nosso combate, transcorridas tantas lutas, assinaladas pelas ações nobres, após tantos anos de perseverança no dever, depois de tantas esperanças que fomos obrigados a adiar e tantas ilusões que asfixiamos na realidade da vida.
Não disseminemos os grãos da desídia nem deixemos que a semente nefária da emotividade subalterna desenvolva em nosso lar, em nossa família ampliada, os gérmens virulentos das manifestações amesquinhantes, capazes de nos enfermarem o organismo ciclópico da alma, tombando-nos adiante e deixando-nos na retaguarda.
Todos nós, nós todos, somos peças importantes quão valiosas das determinações divinas neste momento azado e estamos sob vigilância rigorosa da fatuidade e da idiossincrasia, sofrendo a pressão das fôrças baixas da animalidade, que pretendem conspirar contra o espírito do Cristo, que vive dentro de nós, em tôrno de nós, conduzindo-nos a todos.
É necessário não negligenciar atitude, não ceder ao mal e orar, orar sempre.
Não há porquê recearmos, sejam quais forem as conjunturas, mesmo as aparentemente adversas que nos sitiem, pois não temos sequer um motivo falso para sob êle nos albergarmos justificando a ausência da excelsa misericórdia Divina que nos protege, que nos ampara, aquiescendo nas negociatas da usurpação e do êrro, da frivolidade e do conúbio com a insensatez. Não estamos diante de uma gleba cuidada por "meninos espirituais".
Assim sendo, melhor seria que nos alijássemos espontâneamente do dever, a que nos constituamos pedra de tropêço na Obra do Cristo, neste momento de decisão.
Impõe-se examinar as suas disposições para adquirires maioridade espiritual nas tuas decisões imortalistas, diante das tarefas assumidas com o Senhor, na pauta do teu progresso espiritual, com a visão colocada no futuro dilatado.
*
Esforça-te, vencendo o adversário oculto que reside na plataforma do eu enfêrmo, e, combatendo-o aguerridamnente com as armas superiores do amor e da perseverança, não recalcitres mais, não te permitas a negligência da ociosidade, nem o sonho utópico do prazer chão que obscurece os painéis da alma e entorpece as aspirações para vôos mais altos.
Como as "más palavras, corrompem os costumes", os pensamentos frívolos intoxicam o espírito.
Um dia, o sublime Espírito do Cristo desceu à Terra para fundar um Reino e atirou os alicerces da sua construção na alma humana dando início à edificação de um País como jamais alguém houvera sonhado - O Reino dEle está em todos nós, pedras angulares que nos tornamos, do edifício da esperança, para a futura humanidade feliz.
Enquanto raia nova aurora para o homem melhor, levanta-te obreiro da Vida para o trabalho sublime do Reino de Deus que já está na Terra e no qual te encontras engajado desde ontem para o breve término, quando o Senhor tomará das tuas e das nossas mãos alçando-nos, pelas asas da prece, à plenitude vitoriosa do espírito vencedor da matéria e da morte.
*
"Pois digno é o trabalhador do seu salário". Lucas: capítulo 10º, versículo 7.
*
"Á cada um a sua missão, a cada um o seu trabalho. Não constrói a formiga o edifício de sua república e imperceptíveis animálculos não elevam continentes? Começou a nova cruzada. Apóstolos da paz universal, que não de uma guerra, modernos São Bernardos, olhai e marchai para a frente: a lei dos mundos é a do progresso". Fénelon (Poitiers, 1861.). Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo 1º — Item 10, parágrafo 3.
FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 4.

sábado, 1 de novembro de 2014

O Espírita e o Mundo Atual

O Espírita e o Mundo Atual

A Terra está passando por um período crítico de crescimento. Nosso pequenino mundo, fechado em concepções mesquinhas e acanhados limites, amadurece para o infinito. Suas fronteiras se abrem em todas as direções.
Estamos às vésperas de uma Nova Terra e um Novo Céu, segundo as expressões do Apocalipse. O Espiritismo veio para ajudar a Terra nessa transição.
Procuremos, pois, compreender a nossa responsabilidade de espíritas, em todos os setores da vida contemporânea. Não somos espíritas por acaso, nem porque precisamos do auxílio dos Espíritos para a solução dos nossos problemas terrenos. Somos espíritas porque assumimos na vida espiritual graves responsabilidades para esta hora do mundo. Ajudemo-nos a nós
mesmos, ampliando a nossa compreensão do sentido e da natureza do Espiritismo, de sua importante missão na Terra. E ajudemos o Espiritismo a cumpri-la.
O mundo atual está cheio de problemas e conflitos. O crescimento da população, o desenvolvimento econômico, o progresso cientifico, o aprimoramento técnico, e a profunda modificação das concepções da vida e do homem, colocam-nos diante de uma situação de assustadora instabilidade.
As velhas religiões sentem-se abaladas até o mais fundo dos seus alicerces. Ameaçam ruir, ao impacto do avanço cientifico e da propagação do ceticismo. Descrentes dos velhos dogmas, os homens se voltam para a febre dos instintos, numa inútil tentativa de regressar à irresponsabilidade animal.
O espírita não escapa a essa explosão do instinto. Mas o Espiritismo não é uma velha religião nem uma concepção superada. É uma doutrina nova, que apareceu precisamente para alicerçar o futuro. Suas bases não são dogmáticas, mas cientificas, experimentais. Sua estrutura não é teológica, mas filosófica, apoiada na lógica mais rigorosa. Sua finalidade religiosa não se define pelas promessas e as ameaças da Teologia, mas pela consciência da liberdade humana e da responsabilidade espiritual de cada indivíduo, sujeita ao controle natural da lei de causa e efeito. O espírita não tem o direito de tremer e apavorar-se, nem de fugir aos seus deveres e entregar-se aos instintos. Seu dever é um só: lutar pela implantação do Reino de Deus na Terra.
Mas como lutar? Este livrinho procurou indicar, aos espíritas, várias maneiras de proceder nas circunstâncias da vida e em face dos múltiplos problemas da hora presente. Não se trata de oferecer um manual, com regras uniformes e rígidas, mas de apresentar o esboço de um roteiro, com base na experiência pessoal dos autores e na inspiração dos Espíritos que os auxiliaram a escrever estas páginas. A luta do espírita é incessante. As suas frentes de batalha começam no seu próprio íntimo e vão até os extremos limites do mundo exterior. Mas o espírita não está só, pois conta com o auxílio constante dos Espíritos do Senhor, que presidem à propagação e ao desenvolvimento do Espiritismo na Terra.
A maioria dos espíritas chegaram ao Espiritismo tangidos pela dor, pelo sofrimento físico ou moral, pela angústia de problemas e situações insolúveis. Mas, uma vez integrados na Doutrina, não podem e não devem continuar com as preocupações pessoais que motivaram a sua transformação conceptual. O Espiritismo lhes abriu a mente para uma compreensão inteiramente nova da realidade. É necessário que todos os espíritas procurem alimentar cada vez mais essa nova compreensão da vida e do mundo, através do estudo e da meditação. É necessário também que aprendam a usar a poderosa arma da prece, tão desmoralizada pelo automatismo habitual a que as religiões formalistas a relegaram.  A prece é a mais poderosa arma de que o espírita dispõe, como ensinou Kardec, como o proclamou Léon Denis e como o acentuou Miguel Vives. A prece verdadeira, brotada do íntimo, como a fonte límpida brota das entranhas da terra, é de um poder não calculado pelo homem. O espírita deve utilizar-se constantemente da prece. Ela lhe acalmará o coração inquieto e aclarará os caminhos do mundo. A própria ciência materialista está hoje provando o poder do pensamento e a sua capacidade de transmissão ao infinito. O pensamento empregado na prece leva ainda a carga emotiva dos mais puros e profundos sentimentos. O espírita já não pode duvidar do poder da prece, pregado pelo Espiritismo. Quando alguns "mestres" ocultistas ou espíritas desavisados chamarem a prece de muleta, o espírita convicto deve lembrar que o Cristo também a usava e também a ensinou.
Abençoada muleta é essa, que o próprio Mestre dos Mestres não jogou à margem do caminho, em sua luminosa passagem pela Terra!
O espírita sabe que a morte não existe, que a dor não é uma vingança dos deuses ou um castigo de Deus, mas uma força de equilíbrio e uma lei de educação, como explicou Léon Denis. Sabe que a vida terrena é apenas um período de provas e expiações, em que o espírito imortal se aprimora, com vistas à vida verdadeira, que é a espiritual. Os problemas angustiantes do mundo atual não podem perturbá-lo. Ele está amparado, não numa fortaleza perecível, mas na segurança dinâmica da compreensão, do apercebimento constante da realidade viva que o rodeia e de que ele mesmo é parte integrante. As mudanças incessantes das coisas, que nos revelam a instabilidade do mundo, já não podem assustar o espírita, que conhece a
lei de evolução. Como pode ele inquietar-se ou angustiar-se, diante do mundo atual?
O Espiritismo lhe ensina e demonstra que este mundo em que agora nos encontramos, longe de nos ameaçar com morte e destruição, acena-nos com ressurreição e vida nova. O espírita tem de enfrentar o mundo atual com a confiança que o Espiritismo lhe dá, essa confiança racional em Deus e nas suas leis admiráveis, que regem as constelações atômicas no seio da matéria e as constelações astrais no seio do infinito. O espírita não teme, porque conhece o processo da vida, em seus múltiplos aspectos, e sabe que o mal é um fenômeno relativo, que caracteriza os mundos inferiores. Sobre a sua cabeça rodam diariamente os mundos superiores, que o esperam na distância e que os próprios materialistas hoje procuram atingir com os seus foguetes e as suas sondas espaciais. Não são, portanto, mundos utópicos, ilusórios, mas realidades concretas do Universo visível.
Confiante em Deus, inteligência suprema do Universo e causa primária de todas as coisas, - poder supremo e indefinível, a que as religiões dogmáticas deram a aparência errônea da própria criatura humana, - o espírita não tem o que temer, desde que procure seguir os princípios sublimes da sua Doutrina. Deus é amor, escreveu o apóstolo João. Deus é a fonte do Bem e da Beleza, como afirmava Platão. Deus é aquela necessidade lógica a que se referia Descartes, que não podemos tirar do Universo sem que o Universo se desfaça. O espírita sabe que não tem apenas crenças, pois possui conhecimentos. E quem conhece não teme, pois só o desconhecido nos apavora.
O mundo atual é o campo de batalha do espírita. Mas é também a sua oficina, aquela oficina em que ele forja um mundo novo. Dia a dia ele deve bater a bigorna do futuro. A cada dia que passa, um pouco do trabalho estará feito. O espírita é o construtor do seu próprio futuro do mundo. Se o espírita recuar, se temer, se vacilar, pode comprometer a grande obra. Nada lhe deve perturbar o trabalho, na turbulenta mas promissora oficina do mundo atual. Em resumo:
O espírita é o consciente construtor de uma nova forma de vida humana na Terra e de vida espiritual no Espaço; sua responsabilidade é proporcional ao seu conhecimento da realidade, que a Nova Revelação lhe deu; seu dever
de enfrentar as dificuldades atuais, e transformá-las em novas oportunidades de progresso, não pode ser esquecido um momento sequer; espíritas, cumpramos o nosso dever!

Herculano Pires

A Grande Educadora



Autor: Léon Denis

Chama-se Dor.



Revela-se na desventura do amante, na desolação da orfandade, na angústia da miséria, no alquebramento da saúde, no esquife do ser querido que se foi deixando atrás de si a lágrima e o luto, no opróbrio da desonra, na humilhação do cárcere, no aviltamento dos prostíbulos, na tragédia dos cadafalsos, na insatisfação dos ideais, na tortura das impossibilidades – no acervo das desilusões contra que se confunde e se decepciona o coração da Humanidade.



Não obstante, a Dor é a grande amiga a zelar pela espécie humana, junto dela exercendo missão elevada e santa.



Estendendo sobre as criaturas suas asas, úmidas sempre do orvalho regenerador das lágrimas, a Dor corrige, educa, aperfeiçoa, exalta, redime e glorifica o sentimento humano a cada vibração que lhe extrai através do sofrimento.



O diamante escravizado em sua ganga sofre inimagináveis dilacerações sob o buril do lapidário até poder ostentar toda a real pureza do grande valor que encerra. Assim também será a nossa alma, que precisará provar o amargor das desventuras para se recobrir dos esplendores das virtudes imortais cujos germens o Sempiterno lhe decalcou no ser desde os longínquos dias do seu princípio!



A alma humana é o diamante raro que a Natureza – Deus – criou para, por si mesmo, aperfeiçoar-se no desdobrar dos milênios, até atingir a plenitude do inimaginável valor que representa, como imagem e semelhança dAquele mesmo Foco que a concebeu. Mas o diamante – Homem – acha-se envolvido das brutezas das paixões inferiores. É um diamante bruto! Chega o dia, porém, em que os germes da imortalidade, nele decalcados, se revolucionam nos refolhos da sua consciência, nele palpitando, então, as ânsias por aquela perfeição que o aguarda, num destino glorificador: - Foi criado para as belezas do Espírito e vê-se bruto o inferior! Destinado a fulgir nos mostruários de esferas redimidas, reconhece-se imperfeito e tardo nas sombras da matéria! Sonha com a sublimização das alegrias em pátrias divinais, onde suas ânsias pelo ideal serão plenamente saciadas, mas se confessa verme, porquanto não aprendeu ainda sequer a dominar os instintos primitivos!



Então o diamante – Homem – inicia, por sua vontade própria, a trajetória indispensável do aperfeiçoamento dos valores que consigo traz em estado ignorado, e entra a sacudir de si a crosta das paixões que o entravam e entenebrecem.



E essa marcha para o Melhor, essa trajetória para o Alto denomina-se Evolução!



A luta, então, apresenta-se rude! É dolorosa, e lenta, e fatigante, e terrível! Dele requer todas as reservas de energias morais, físicas e mentais. Dilacera-lhe o coração, tortura-lhe a alma, e o martirológico, quase sempre, segue com ele, rondando-lhe os passos!



Mas seu destino é imortal, e ele prossegue!



E prosseguindo, vence!...



Então, já não é o bruto de antanho...



O diamante tornou-se jóia preciosa e refulge agora, pleno de méritos e satisfações eternas, nos grandes mostruários da Espiritualidade – esferas de luz que bordam o infinito do Eterno Artista, que é Deus!



A Dor, pois, é para o Espírito humano o que o Sol é para as trevas da noite tempestuosa: - Ressurreição! Porque, se este aclara os horizontes da Terra, levantando com seu brilho majestoso o esplendor da Natureza, aquela desenvolve em nosso ego os magnificentes dons que nele jaziam ignorados: - fecunda a inteligência, depurando o sentimento sob as lições da experiência, educando o caráter, dignificando, elevando, num progredir constante, todo o ser daquele em quem se faz vibrar, tal como o Sol, que vivifica e benfaz as regiões em que se mostra.



A Dor é o Sol da Alma...



A criatura que ainda não sofreu convenientemente carrega em si como que a aridez que desola os pólos glaciais e, como estes, é inacessível às elevadas manifestações do Bem, isto é, às qualidades redentoras que a Dor produz. Nada possuirá para oferecer aos que se lhe aproximam pelos caminhos da existência senão a indiferença que em seu ser se alastra, pois que é na desventura que se aprende a comungar com o Bem, e não pode saber senti-lo quem não teve ainda as fibras da alma tangidas pela inspiração da Dor!



O orgulho e o egoísmo, cancerosas chagas que corrompem as belas tendências do Espírito para os surtos evolutivos que o levarão a redimir-se; as vaidades perturbadoras do senso, as ambições desmedidas, funestas, que não raro arrastam o homem a irremediáveis, precipitosas situações; as torpes paixões que tudo arrebatam e tudo ferem e tudo esmagam na sua voragem avassaladora que infestam a alma humana, inferiorizando-a ao nível da brutalidade, e os quais a Dor, ferindo, cerceia, para implantar depois os fachos imortais de virtudes tais como a humildade, a fé, o desinteresse, a tolerância, a paciência, a prudência, a discrição, o senso do dever e da justiça, os dons do amor e da fraternidade e até os impulsos da abnegação e do sacrifício pelo bem alheio – remanescentes daquelas mesmas sublimes virtudes que de Jesus Nazareno fizeram o mensageiro do Eterno!



Ela, a Dor, é o maior agente do Sempiterno na obra gigantesca da regeneração humana! É a retorta de onde o Sentimento sairá purificado dos vírus maléficos que o infelicitam! Quanto maior o seu jugo, mais benefícios concederá ao nosso ego – tal como o diamante, que mais cintila, alindado, quanto maior for o número dos golpes que lhe talharem as facetas! É a incorruptível amiga e protetora da espécie humana:- zelando pela sua elevação espiritual, inspirando nobres e fraternas virtudes! Ela é quem, no Além-Túmulo, nos leva a meditar, através da experiência, produzindo em nosso ser a ciência de nós mesmos, o critério indispensável para as conquistas do futuro, de que hauriremos reabilitação para a consciência conturbada. É quem, a par do Amor, impele as criaturas à comiseração pelos demais sofredores, e a comiseração é o sentimento que arrasta à Beneficiência. E é ainda ela mesma que nos enternece o coração, fazendo-nos avaliar pelo nosso o infortúnio alheio, predispondo-nos aos rasgos de proteção e bondade; e proteger os infelizes é amar o próximo, enquanto que amar o próximo é amar a Deus, pautando-se pela suprema lei recomendada no Decálogo e exemplificada pelo Divino Mestre!



Por isso mesmo, o coração que sofre não é desgraçado, mas sim venturoso, porque renasce para as auroras da Perfeição, marcha para o destino glorioso, para a comunhão com o Criador Onipotente! Prisioneiro do atraso, o homem somente se desespera sob os embates da Dor porque não a pode compreender ainda. Ela, porém, é magnânima e não maléfica. Não é desventura, é necessidade. Não é desgraça, é progresso. Não é castigo, é lição. Não é aniquilamento, é experiência. Nem é martírio, mas prelúdio de redenção! Notai que – depois do sacrifício na Cruz do Calvário foi que Jesus se aureolou da glória que converterá os séculos:



- “Quando eu for suspenso, atrairei todos a mim”. – Ele próprio o confirmou, falando a seus discípulos.



Sob o seu ferrete é que nos voltamos para aquele misericordioso Pai que é o nosso último e seguro refúgio, a nossa consolação suprema!



As ilusões passageiras da Terra, os prazeres e as alegrias levianas que infestam o mundo, aviltando o sentimento de cada um, nunca fizeram de seus idólatras almas aclaradas pelas chamas do amor a Deus. É que – para levantar na aridez das nossas almas a pira redentora da Fé só há um elemento capaz, e esse elemento é a Dor! Ela, e só ela, é bastante poderosa para reconciliar os homens – filhos pródigos – com o seu Criador e Pai!



Seu concurso é, portanto, indispensável para nos aperfeiçoar o caráter, e inestimável é o seu valor educativo. Serena, vigilante, nobre heróica – ela é o infalível corretivo às ignomínias do coração humano!



Nada há mais belo e respeitável do que uma alma que se conservou serena e comedida em face do infortúnio. Palpita nessa alma a epopéia de todas as vitórias! Responde por um atestado de redenção! Seu triunfo, conquanto ignorado pelo mundo, repercutiu nas regiões felizes do Invisível, onde o comemoraram os santos, os mártires de todos os tempos, os gênios da sabedoria e do bem, almas redimidas e amigas que ali habitam, as quais, como todos os homens que viveram e vivem sobre a Terra, também conheceram as correções da Dor, ela é a lei que aciona a Humanidade nos caminhos para o Melhor até a Perfeição!



Ó almas que sofreis! Enxugai o vosso pranto, calai o vosso desespero! Amai antes a vossa Dor e dela fazei o trono da vossa Imortalidade, pois que, ao findar dessa trajatória de lágrimas a que as existências vos obrigam – é a glorificação eterna que recebereie por prêmio!



Salve, ó Dor bendita, nobre e fiel educadora do coração humano!



E glória ao Espiritismo, que nos veio demonstrar a redenção das almas através da Dor!



(Mensagem recebida pela médium Yvonne Pereira)



Revista Reformador – Fevereiro 1978

domingo, 21 de setembro de 2014

PERDÃO RADICAL

PERDÃO RADICAL


As sublimes lições não paravam de iluminar as consciências dos discípulos interessados no conhecimento da Verdade.

Cada momento em companhia do Mestre amado revestia-se de um aprendizado inolvidável.

Jamais houvera alguém que pudesse, como Ele o fazia, cantar a beleza da sabedoria com a linguagem singela de um lírio alvinitente em pleno chavascal.

As Suas palavras eram como pérolas reluzentes que formavam colares luminosos na consciência dos ouvintes.

Ele nunca se repetia. Com as mesmas palavras entretecia variações incomuns em torno dos temas do cotidiano, oferecendo soluções simples, às vezes, profundas, com a mesma naturalidade com que se referia ao Pai, o Seu Abba.

Ressoavam nos refolhos das almas o canto incomparável do Sermão da Montanha, que se lhes tornara o novo norte para o avanço no rumo da augusta plenitude.

Cada bem-aventurança era portadora de um novo conteúdo, como sendo a diretriz soberana do amor em relação ao futuro da Humanidade.

Ninguém ficava à margem, nenhum sentimento era esquecido e a fonte de inexaurível sabedoria continuava a fluir a água lustral dos ensinamentos imortais.

Ele parecia ter pressa de preparar os amigos, embora não fosse apressado.

Eram tantas as necessidades humanas que não era possível desperdiçar o tempo em cogitações da banalidade e emprego das horas em pequenezes habituais do comportamento.

Mais de uma vez Ele falara sobre a emoção do amor e a bênção do perdão, sendo porém enfático em todas elas.

O perdão é sempre melhor para aquele que o concede.

Para que não ficasse esquecido entre as preocupações que assaltavam os amigos, na sua labuta diária, Ele voltava ao tema com novas composições.

Já lhes dissera que se fazia indispensável perdoar setenta vezes sete vezes, o que significava perdoar incessante, ininterruptamente...

Naquela oportunidade ímpar, complementou o ensinamento, referindo-se à conduta pessoal de cada criatura:

Portanto, se estiveres apresentando a tua oferta no altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai conciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem apresentar a tua oferta...

... Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao guarda e sejas lançado na prisão.

Em verdade, vos digo que de maneira nenhuma saireis dali enquanto não pagardes o último ceitil. (*)

Tratava-se da aplicação da misericórdia nos relacionamentos, de modo a manter-se a consciência de paz.

Nesse sentido, a compaixão em relação aos erros alheios assumia papel de preponderância, mas os amigos aturdidos compreendiam que lhes era muito difícil a mudança de conduta, habituados ao desforço em relação àqueles que os prejudicavam.

Assim pensando, após a exposição do Senhor, Tiago perguntou-Lhe, recordando-se da severidade da Lei Antiga:

Como é possível, Mestre, permitir-se que o agressor fique impune, após a prática do seu ato perverso?

O Iluminado olhou-o com imensa ternura, por saber que ele era cumpridor dos deveres, severo em relação a si mesmo, portanto, exigente no que diz respeito ao comportamento dos outros e compreendeu-lhe a inquietação.

Após um breve silêncio, ante o zimbório celeste, recamado de estrelas que lucilavam ao longe, respondeu benigno:

As águas do rio limpam as margens e o leito por onde correm, transformando e decompondo o lixo e a imundície em rico adubo mais adiante, levados pela correnteza.

Assim também o amor de misericórdia transforma a agressão em bênção para a vítima, auxiliando o inimigo a purificar-se, ao largo do percurso evolutivo.

Quando se perdoa, isto não implica anuência com o erro, com o crime, com o descalabro do outro. Não se trata de desconhecer a atitude infeliz, mas objetiva não retaliar o outro, não aguardar oportunidade para nele desforçar-se.

Não devolver o mal que se sofre é o início do ato de perdoar. Compreender, porém, que o outro, o agressor, é infeliz, que ele se compraz em malsinar porque é atormentado, constitui a melhor reflexão para o perdão radical, o perdão sem reservas.

Ninguém tem o direito de oferecer ao Pai suas orações e dádivas de devotamento, se tem fechado o coração para o seu próximo, aquele que, na sua desdita, derrama fel sobre os outros e cobre a senda que percorrerá no futuro com os espinhos da própria insanidade.

Ter adversário é fenômeno normal na trajetória de todas as criaturas, no entanto, deve-se evitar ser-lhe também inamistoso, igualando-se em fraqueza moral e desdita interior. Quem assim se comporta também sofrerá julgamento da autoridade, a quem seja apresentada queixa, e essa poderá exigir-lhe o ressarcimento do mal até o último e mínimo ultraje.

É o que ocorre com qualquer ofensor ou ofendido magoado. É obrigado a refazer o caminho sob a jurisdição divina, até quitar-se de todas as mazelas e débitos morais.

O interrogante, no entanto, insistiu:

Como então fica a justiça diante daquele que lhe desrespeita os códigos austeros?

O Amigo compassivo compreendeu a inquietação do companheiro e elucidou:

A questão da justiça não pertence ao ofendido, mas aos legisladores que aplicarão a penalidade corretora que se enquadre nos códigos legais. E quando isso não ocorre, a sabedoria divina impõe-se ao calceta, que carrega na consciência o delito, fazendo-o ressarcir os danos com a sua cooperação ou sofrendo os efeitos do mal que praticou, imputando-se sofrimentos reparadores. Ninguém consegue fugir à consciência indefinidamente, porque sempre há um despertar para a realidade transcendental.

Mas, Mestre, nesse caso, todos os crimes de qualquer porte devem ser perdoados e esquecidos? - Instou, inquieto,

Serenamente, Jesus retorquiu:

Não há crime imperdoável. Há, sim, mágoas exageradas. Quem não tem condutas reprocháveis ao longo da existência, por mais austero seja em relação a si mesmo, observando os Códigos da justiça e da religião? Quantas vezes, em momentos de infelicidade e de ira, pessoas boas e generosas, devotadas ao Pai e ao dever, rebelam-se e agem incorretamente? Será justo desconhecer-lhes toda uma trajetória de dignidade por um momento de alucinação, de torpor mental pela ira asselvajada que lhe tomou a consciência?

É necessário, portanto, perdoar-se todas as formas de agressão, entregando-as ao amor do Pai Incomparável, a tomar nas mãos a lei e a justiça, aplicando-as conforme o desconforto de que se é objeto.

Assim fazendo, torna-se digno de também ser perdoado.

Esse é o sublime comportamento do amor, em forma de benignidade para com o próximo, o irmão da retaguarda evolutiva.

Depois do silêncio que se abateu natural, no círculo de amigos, Ele adiu gentilmente:

Convém recordar-se, igualmente, que todos necessitam do perdão para as suas ações infelizes, desse modo, devendo perdoar-se, purificar a mente, permitir-se o direito de errar, compreendendo a sua humanidade e fraqueza, mas não permanecendo no deslize moral nem se comprazendo em ficar na situação a que foi arrojado.

O autoperdão é conquista do amor que se renova e compreende que se está em processo de renovação e de autoiluminação.

Assim, portanto, rogando-se ao Pai perdão pelos próprios delitos, amplia-se o pensamento e alcança-se o agressor digno de ser perdoado também.

A noite prosseguia rica de suaves perfumes e incrustada dos diamantes estelares, registrou a lição imorredoura do perdão a todas as ofensas.



pelo Espírito Amélia Rodrigues - Psicografia de Divaldo Pereira Franco, no lar de Armandine e Dominique Chéron, na manhã de 5 de junho de 2014, em Vitry-sur-Seine, França. Do site: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=369.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

NÃO ESTRAGUE SEU DIA


       André Luiz
    
A sua irritação não solucionará problema algum.
As suas contrariedades não alteram a natureza das coisas.
Os seus desapontamentos não fazem o trabalho que só o tempo conseguirá realizar.
O seu mau humor não modifica a vida.
A sua dor não impedirá que o Sol brilhe amanhã sobre os bons e os maus.
A sua tristeza não iluminará os caminhos.
O seu desânimo não edificará a ninguém.
As suas lágrimas não substituem o suor que você deve verter em benefício da sua própria felicidade.
As suas reclamações, ainda mesmo afetivas, jamais acrescentarão nos outros um só grama de simpatia por você.
Não estrague o seu dia.
Aprenda, com a Sabedoria Divina, a desculpar infinitamente, construindo e reconstruindo sempre para o Infinito Bem.
      ( Do Livro Agenda Cristã, de André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier)
 

sábado, 31 de maio de 2014

A SERVIÇO DO EVANGELHO

A SERVIÇO DO EVANGELHO

Meus amigos, muita paz!
Em nossos círculos de Doutrina Espírita, a Boa Nova de Jesus resume o fulgor da Verdade, vinculando-nos a Deus em bases de espiritualidade genuína e sabedoria autêntica.
O assunto diz respeito aos testemunhos de cada um, no plano pessoal e, por isso mesmo, ocorrem tempestades e instabilidades em aspecto moral, por dentro e em torno dos candidatos à iluminação com o Senhor.
Estudar, meus amigos, representa, para os que chegam, aquele “toque” de afinização com a Vida mais Alta. Para tanto, valores do intelecto são avocados, criando piso para as ideias e para a consequente sensibilização nas áreas do sentimento.
Na continuidade desse processo, a perseverança responde pela iniciação do indivíduo nas zonas vibratórias do que os ensinos e parábolas de Jesus propõem, pois o conhecimento espírita torna inteligível esse conteúdo de natureza divina e atemporal.
Há, nesse movimento de alma, em direção ao infinito de Deus, um júbilo diferente e incomum, capaz de antecipar, para a criatura que estuda e reflete, entre esforço e abertura de coração, as bênçãos que caracterizam a vida nas faixas superiores da Criação.
Todavia, não há conquista sem a moldura do suor e muitas vezes das lágrimas…
Daí o imperativo de se compreender o mecanismo da transformação a que nos lançamos, pelo conhecimento e sob os auspícios do Consolador.
Capacitar-se a decifrar a luz do Cristo implica projetar-se ao terreno das afirmações evangélicas, na base dos testemunhos.
Senão, pensemos:
- o que representaria o perdão em nossa vida sem o exaustivo trabalho interno de desarticulação das resistências orgulhosas e personalistas no coração?
- de que nos adiantaria a crença na imortalidade da alma e a ciência de Deus pelo plano evolucional e encadeador de vidas e princípios, se nos instantes da partida de um ente amado, a negação e a incredulidade nos sepultarem a fé e todo o patrimônio das revelações espirituais?!…
O tempo é o campo formoso em que vicejam as sementes dos princípios.
E será a confiança do coração nos temas do Evangelho que permitirão o desenvolvimento da árvore da Vida no intimo de nós mesmos!
Jesus é o Caminho; suas lições, a Verdade; Sua vivência, a Vida! Esse o nosso roteiro com o Senhor.
Dificuldades são molduras para quem conhece e busca mais e melhor.
Avancemos meus irmãos, para além das formalidades sociais e das crenças obscuras.
O Evangelho, em nós, é o Cristo irradiando algo de Sua Luz!


HONÓRIO ONOFRE DE ABREU

(Página psicografada pelo médium Wagner G. Paixão em reunião pública do dia 24 de maio de 2014, no Grupo Espírita da Bênção, Mário Campos, MG)

domingo, 16 de fevereiro de 2014

CONFLITOS EXISTENCIAIS E EVANGELHO

CONFLITOS EXISTENCIAIS E EVANGELHO

Meus filhos:
Que a Santíssima Mãe de Jesus vos acoberte em vossas lutas, guardando-vos os corações em confiança e paz!
O tempo com seus favores evolutivos descerra-vos ao mundo nova página de oportunidades e bênçãos, com o advento do Ano-Novo.
Na marcha humana da ignorância para a sabedoria, identificamos, de nossa posição espiritual no Além, o báratro das provas e dos resgates – individuais e coletivos – entre vícios e virtudes, estas últimas em eclosão paulatina…
Por muito ainda, os homens estarão submetidos às fortes impressões da matéria que vem escravizando seus sentidos acanhados e, por efeito desse culto ao prazer sensorial, à ilusão da posse, muitos conflitos se multiplicarão, como a desafiar o discernimento dos que se empenham na ciência e pela genuína espiritualidade com Jesus!…
A Vida Superior jamais estigmatizará a vida humana; ao revés, identifica nela a gleba abençoada que a Providência do Pai fecunda com a chuva e enriquece com a dádiva do Sol, tendo por objetivo conjugar elementos e promover a produção tão diversa quanto farta, num sentido universalista e imortal…
O vício interpretativo dos homens, que atrelaram as mais substanciosas Revelações Espirituais a seus desejos e caprichos, tem impedido a justa compreensão da dor e das aflições para a formação moral das criaturas.
Mas, o Consolador que Allan Kardec vos legou, guarda o condão de despertar a razão humana para os temas da Imortalidade em Deus e nele, meus filhos, a Carta Magna da condição humana, o Evangelho de Jesus, alcança apogeus de entendimento e aplicação, tangendo o centro do real e definitivo do poder do Espírito: o sentimento!
Os ciclos se renovam para ensejar experiências a todos e os desafios existenciais talham, na intimidade de cada um, os valores correntes e ainda tão desconhecidos do Universo sem fim!…
Há que se preparar, para enxergar em profundidade e de modo discernido, todo aquele que bate às portas da Revelação Espírita-Cristã, pois esse Tesouro Divino não chegou à Terra para adaptar-se às exigências personalistas ou às lamúrias dos preguiçosos e incautos por conta própria…
O Espiritismo é muito mais que confessionário ou parque de exibições curiosas; é mais que argumentação filosófica a serviço de enaltecimento acadêmico e infinitamente mais que culto exterior das divindades do ontem ou do hoje, entronizadas para gáudio dos que intentam negociar facilidades e promoções transitórias!…
Filhos: o Cristianismo puro retorna pela Obra dos Espíritos Superiores!
Atentai para a gravidade da missão que vos compete nesta hora de transformações viscerais do mundo!…
As dores mais pungentes são aquelas que atingem a alma: ide, pois, filhos amados, às fontes da Grande Luz e, como a Mulher Samaritana, implorai ao Senhor por beberdes da água viva do Evangelho, pois conhecereis a Verdade e essa Verdade vos dotará do Amor puro, na moldura da eterna Sabedoria!
Que tenhais coragem e bom ânimo para edificardes conosco o Tempo da Consciência Cristã – os legítimos raios da nova aurora da Regeneração!

Bittencourt Sampaio
(Mensagem psicografada pelo médium Wagner Gomes da Paixão durante reunião pública do dia 28 de dezembro de 2013, no Grupo Espírita da Bênção, em Mário Campos, MG)

Reflexões sobre a culpa

Reflexões sobre a culpa

A culpa é grave transtorno emocional de consciência que grassa velada ou claramente e aflige a sociedade contemporânea.
Insidiosa, pode ser considerada como planta parasita que se nutre da seiva do vegetal no qual se hospeda e termina por matá-lo.
Sob outro aspecto, apresenta-se como negra ave agourenta que abre suas asas sombrias e asfixia perversamente o indivíduo que a agasalha.
Quase todos os reencarnados carregam no inconsciente alguma forma desse conflito inditoso que se manifesta de variadas formas e trabalha em favor do seu sofrimento moral e emocional.
Herança macabra dos atos infelizes, procede dos comportamentos omissos ou prejudiciais durante a presente existência ou as procedentes de outras passadas.
Ninguém consegue evadir-se da sua penosa injunção, por decorrência do desrespeito aos Soberanos Códigos da Vida.
Sorrateiramente explicita-se como complexo de inferioridade ou disfarça-se de narcisismo e empurra aquele que lhe padece a compressão no rumo dos pântanos da angústia declarada ou transformada em fuga da realidade.
Normalmente o eu consciente procura escamoteá-la, para evitar o enfrentamento direto, que constitui o eficiente recurso de diluir-lhe a presença punitiva até erradicá-la completamente...
De alguma forma expressa o cumprimento da Divina Justiça que alcança o infrator que se permitiu ludibriá-la.
Quando se instala, faz-se mordaz, porque diminui o ser a ínfima condição, torna-o inferior espiritualmente ou subestima-o, nivelando-o por baixo na escala de valores morais.
Nessa fase, torna a sua vítima arredia ou prepotente, cínica ou cruel, complexada ou reacionária.
Quando lhe faltam os instrumentos edificantes de caráter ético e moral, transforma-se na sombra enfermiça que impede as realizações nobilitantes e a aquisição dos valiosos tesouros que contribuem para o autoperdão e a reabilitação.
Tem raízes no mal que se fez, mas igualmente no bem que se deixou de praticar.
Praticar o mal é um mau comportamento, porém, não executar o bem que está ao alcance de todos é um grande mal.
A existência humana está desenhada para a conquista do progresso moral tendo como foco a ser conseguido o estado de plenitude ou Reino dos Céus.
Qualquer desvio da pauta comportamental estabelecida pelos Celestes Cânones, e o Espírito, ao dar-se conta de que posterga a responsabilidade ou tenta sepultá-la no inconsciente, constitui-lhe gravame no processo evolutivo que exige correção.
Nada obstante, ocasião surge em que ressuma por necessidade de iluminação da consciência ultrajada e obscurecida pelo erro.
*
Ao deparar-te com esse parasita que se te apresenta, assume responsabilidade para logo providenciares a reparação e, por fim, a sua remissão.
Quase sempre o motivo gerador da culpa permanece ignorado na área da razão, pois que se apresenta conflitiva na conduta, exceção quando se opera o imediato despertamento que pode dar lugar ao choque pós-traumático imobilizador.
O Evangelho de Jesus, nas suas profundas considerações sobre a vida e sua finalidade na Terra, receita providencialmente a psicoterapia a ser utilizada, que deve ser iniciada mediante o esforço da autoconsciência, isto é, pelo exame da causa desencadeadora.
Se não se consegue identificá-la de imediato, é necessário que se utilizem os instrumentos oferecidos pelo amor. a fim de dar-se conta que o equivocar-se é normal no processo evolutivo, porém, manter-se no erro é resultado da falta de discernimento, da imaturidade psicológica, da presunção ou da soberba.
Identificada a fragilidade pessoal, cabe seja produzida a reparação do delito através dos serviços de engrandecimento interior, com imediata modificação da conduta íntima sempre para melhor. do auxílio ao próximo e da contribuição em favor da harmonia da Natureza que serve de mãe generosa e, dessa forma, acalmando a ansiedade.
Apoia-te na meditação e renova-te na prece, torna-te útil e sai da concha calcária e escura do eu para o serviço geral em favor do progresso da humanidade.
De imediato sentirás as bênçãos da remissão, isto é, da liberdade e da consciência de paz.
Nunca deixes de usar o amor em qualquer circunstância que se te apresente.
Melhor será que peques por ajudar, do que ser omisso por conveniência pessoal, covardia ou para estares bem no torpe comportamento social vigente.
A culpa é, também, o anjo bondoso que contribui poderosamente para o autoencontro.
A viagem carnal é compromisso de legitimidade com a evolução espiritual do ser, por cuja experiência a terna presença de Deus no íntimo se expanda e domine-o durante toda a sua trajetória.
Enfrenta as tuas culpas sem temores, não adies a oportunidade libertadora, nem te justifiques por meio de sofismas egoísticos e lenitivos equivocados.
A consciência, por mais se encontre entorpecida pelo erro, sempre desperta para a realidade que é a luz condutora da paz.
*
Allan Kardec, o vaso escolhido para apresentar o Consolador a que Jesus se reportou, esclarece que ante a culpa existente, fazem-se necessários o arrependimento, a expiação e a reparação. (*)
Sabiamente a proposta do eminente mestre lionês concorda com a compreensão do erro e sua correspondente análise que dão lugar ao sofrimento, portanto, ao arrependimento e à expiação para, em definitivo, conseguir-se a reparação, mediante todo e qualquer contributo que dignifique e anule o delito praticado.
Não se torna indispensável que a reparação ocorra em relação àquele que foi prejudicado em decorrência de inúmeros fatores.
O essencial é a tranquilidade da consciência ultrajada pela culpa ante a atividade reabilitadora.
Nunca te permitas, desse modo, a permanência na culpa inscrita nos teus painéis mentais e nas tuas emoções, cuja presença pode levar-te a transtornos graves.
Ama e serve sempre sem outra qualquer preocupação, exceto o Bem.
Esse é o caminho do Gólgota, mas é também a véspera da gloriosa manhã da Ressurreição.
 
Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão
mediúnica da noite de 20 de janeiro de 2014, no Centro
Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.
Em 5.2.2014.

De retorno – Amélia Rodrigues


De retorno – Amélia Rodrigues

Amorável Jesus:
Estamos de retorno.
Ontem, nesse passado sempre presente, ouvimos-Te nas paisagens formosas da gentil Galileia e fascinamo-nos com os Teus sublimes ensinamentos.
Tocados sinceramente no coração, resolvemos seguir-Te à distância através dos tempos, vivendo e cantando a Tua mensagem libertadora.
No entanto, o mundo que enfrentamos não era semelhante às praias formosas e calmas de Cafarnaum e deixamo-nos vencer pelas ondas encapeladas, pelo tumulto das nossas paixões não apaziguadas, afogando-nos lamentavelmente.
Durante largo período em que procuramos retornar ao Teu rebanho de amor, somente complicamos a conduta, cada vez afundando mais nas águas revoltas do desespero íntimo.
Sentíamos saudades de Ti e não conseguíamos decodificar corretamente. Por isso, fugíamos de nós mesmos, buscando fora o que somente é possível encontrar no interior dos sentimentos profundos.
Enquanto nos ensinavas correr para o deserto, para acalmar a febre das paixões primitivas, atirávamo-nos nas labaredas dos incêndios morais em gozos alucinantes.
Largo tempo transcorreu desde aqueles dias inolvidáveis.
Mas Tu não desististe de nós e nos trouxeste às regiões calmantes do Teu coração.
Retornamos na condição do homem que foi assaltado na descida de Jerusalém para Jericó e socorrido pelo samaritano.
Com a alma em frangalhos, recebemos o bálsamo e o carinho da misericórdia do Céu em Teu nome e nos erguemos.
Agora estamos de volta à Tua barca e ouvimos-Te outra vez cantando os hinos de eterna beleza de que se enriquecem os nossos corações.
As baladas das bem-aventuranças comovem-nos de maneira muito especial e os Teus convites de afeto e alegria de viver e de servir, dão-nos resistência para vencermos o mal interno e acompanhar-Te na áspera subida e permanência na perversa e imensa Jerusalém da sociedade contemporânea.
O mundo estertora e desejamos acalmá-lo, iniciando a revolução da paz no próprio coração e alongando-a pelas terras desérticas das vidas estioladas mediante as chuvas de gentilezas e amizades, evocando-Te as atitudes e repetindo-as.
Continuamos ouvindo o Teu poema de luz e de liberdade total, com a musicalidade sublime do amor que nos enriquece e plenifica.
Direciona o Teu olhar para nós e acolhe-nos novamente, sorrindo, como se estivesses a dizer:
- Sejam bem-vindos, filhos diletos de meu Pai!
...E acolhe-nos.
Amélia Rodrigues.
Página psicografada por Divaldo Pereira Franco, na manhã de 30 de
janeiro de 2014, em Jerusalém, Israel.
Em 11.2.2014

sábado, 25 de janeiro de 2014

ESTUDANDO A INFÂNCIA"...Nossos filhos no mundo são consciências que gravitam em torno de nossa vida refletindo, agora ou mais tarde, o nosso devotamento ou a nossa deserção..."

ESTUDANDO  A  INFÂNCIA

Emmanuel

O espírito – viajante da Eternidade – adormece no berço para acordar na sementeira, tanto quanto adormece no túmulo para acordar na colheita.
E o homem que amadurece na experiência terrena suspira por encontrar além da morte, braços amigos que o sustentem na grande romagem para a Divina Luz. 
Todavia, cada criatura desperta, depois da morte, na região para a qual dirigiu os próprios passos.
Há quem reabra os olhos na paisagem reconfortante do amor e da alegria, consoante a alegria e ao amor que plantou na leira humana, mas também há quem se reconquiste em pleno espinheiro de aflição e sofrimento, segundo a aflição e o sofrimento que espalhou na própria estrada.
Por isso mesmo, é possível observar na própria Terra, a lei de correspondência, pela qual cada um responde pelas próprias obras.
 
q
 
Cada espírito renasce na posição que merece, de acordo com as dívidas ou aquisições a que se ajusta.
Há quem nasça no ódio com que intoxicou o próprio destino, como há quem retoma o corpo com as mesmas feridas que, ontem, estampou na própria alma.
Daí, o impositivo de entendermos na infância, não a estação de irresponsabilidade festiva, mas a hora favorável de abençoada preparação do futuro.
Receberemos, amanhã, na alma confiada às nossas mãos, aquilo que hoje lhe oferecemos.
 
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Nossos filhos no mundo são consciências que gravitam em torno de nossa vida refletindo, agora ou mais tarde, o nosso devotamento ou a nossa deserção.
Não vale iludir a criança com a fantasia do dinheiro ou do privilégio; anestesiando-a na leviandade.
 
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O lar é, antes de tudo, a escola do caráter e, somente quando os responsáveis por ele se entregarem, felizes, ao sacrifício próprio, para a vitória do amor, é que a vida na Terra será realmente de paz e trabalho, crescimento e progresso, porque o homem encontrará na criança as bases justas do programa da redenção.
 
Livro: “Vida em Vida” Psicografia: “Francisco Cândido Xavier” Espíritos Diversos