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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

O Problema da Liberdade(...)"Só a educação pode produzir o milagre da regeneração comum, porque, sem o Homem Renovado para o Infinito Bem, o mal se aproveitará de nossa desorientada independência para ampliar a infinita penúria...


 

Emmanuel

Em verdade, o direito vem libertando os cidadãos da escura nódoa do cativeiro, no vasto círculo dos povos...
                                                                     *
Decretos e proclamações glorificam a liberdade...
Entretanto, o Homem, privilegiado herdeiro da inteligência, no mundo, ainda continua escravo adentro de si mesmo...
                                                                     *
Pesados grilhões acorrentam-no à inferioridade e à sombra, convertendo-o em fantasma de dor e treva, quando poderia erguer-se à condição de semeador de alegria e de luz...
                                                                     *
Mais que o rebenque dilacerante dos antigos capatazes de fazenda, a ira enrijece-lhe o coração, a avareza enregela-lhe o íntimo, a crueldade aguilhoa-lhe o sentimento, a incompreensão vergasta-lhe a alma e a ignorância espanca-o infatigável, ferindo-lhe a mente e a carne com os azorragues de seu nefasto domínio...
                                                                     *
Não valem ordenações t terrestres de liberdade para os instintos desabridos e será sempre perigoso ditar direitos humanos para seres racionais que se bestializam...
                                                                     *
Só a educação pode produzir o milagre da regeneração comum, porque, sem o Homem Renovado para o Infinito Bem, o mal se aproveitará de nossa desorientada independência para ampliar a infinita penúria...
                                                                     *
Não hesitaremos.
A única propriedade inalienável da criatura é a sua própria alma à frente do Criador e Pai.
                                                                     *
Somos aquilo que criamos em nós próprios.
                                                                     *
Temos o que detemos, assim como recolhemos o que semeamos.
                                                                     *
Liberemos nossas forças para a estruturação de novos destinos sob a Inspiração de Jesus.
                                                                     *
Enquanto o amor e a humildade não estabelecerem o seu império sobre nós, seremos invariavelmente vítimas potenciais do ódio e do orgulho, ameaçando a nossa própria felicidade pala auto-escravização no sofrimento.
                                                                     *
Não nos esqueçamos de que os grandes missionários emancipam as nações, mas somente nós mesmos poderemos redimir nossa alma cativa na Terra para o vôo sublime à gloriosa e definitiva libertação.

Da Obra “A Verdade Responde” – Espíritos: Emmanuel E André Luiz – Médium: Francisco Cândido Xavier
Digitado por: Lúcia Aydir
 

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Vida e Valores (A televisão)

Vida e Valores (A televisão)

Na Universidade do Texas, em Austin, o notável doutor Daniel Buss, desenvolveu um estudo muito interessante a respeito da televisão e dos meios de comunicação de massa.
E nesses estudos, o professor Buss se deu conta de que a televisão tem o condão de modificar os critérios de status e de prestígio no mundo.
Consegue criar ídolos instantaneamente. Transformar pessoas insignificantes em heróis, da noite para o dia.
Ao mesmo tempo a televisão é capaz de derrubar líderes, ídolos com esse mesmo poder de interferir na mentalidade coletiva.
Ao mesmo tempo em que a televisão foi capaz, e vem sendo capaz de produzir essa fenomenologia social, psicossocial, também altera os padrões de vivência psicológica das criaturas. Passa a aumentar a autoestima baixa dos indivíduos porque, cada vez que a criatura vê na telinha um artista, um dos seus ídolos, de determinada maneira vestido, penteado, com o corpo mais ou menos emagrecido, esculturado, malhado, sarado, o telespectador vai se sentindo humilhado por aquele estado de coisas. Ele vai sentindo necessidade de se igualar, de se equiparar ao seu ídolo.
Por causa disso nós vemos que, se numa telenovela, por exemplo, um personagem aparecer vestido de determinada forma, o comércio impõe às massas usar aquela mesma vestimenta.
Determinada joia, corte de cabelo, penteado e lá está a população perfeitamente entrosada com seus ídolos. E a televisão então vai moldando os caracteres dos indivíduos, que nela encontram as suas referências, seu norte, seu prumo.
Por causa disso é que vale a pena cada vez que estejamos pensando, falando na questão televisiva, tomarmos cuidado com a influência que ela esteja desempenhando sobre nossas vidas. Exatamente porque os meios de comunicação visuais que nós conhecemos têm esse poder de mexer na criatura. O índice de insatisfações vai se ampliando.
Cada vez que eu vejo, na televisão, alguma coisa que eu ainda não sou, que eu ainda não tenho, que eu ainda não adquiri, advém-me um desejo muito grande de ter, de ser daquela forma, de fazer daquele modo.
Desde as nossas crianças. Vemo-las dançando como seus ídolos da telinha, jovens desejosos de cantar, de bailar, de fazer as mímicas, as interpretações, em consonância com os seus ídolos. Cada qual vai perdendo a referência de si mesmo e tomando para si a referência do outro.
Naturalmente que para a sociedade, para o desenvolvimento do indivíduo, isso é pernicioso porque nem todos os exemplos, nem todos os padrões que nos são apresentados pelos meios de comunicação visual, são salutares, são saudáveis.
Quantas vezes encontramos artistas falando verdadeiros impropérios contra a honra familiar, ao narrar seus casos pessoais, quase sempre indevidos. E vemos que há uma leva de criaturas que passa a copiá-los. Logo, há que se ter cuidado com esse poder influenciador da televisão.
Mas, quais são as pessoas que a TV consegue influenciar com essa força?
Não são os indivíduos bem educados emocional, moralmente, eticamente. Quase sempre, faz parte esse contingente da leva da Humanidade que não tem outras referências ou não fixou outros valores que não tenham sido esses apresentados pela televisão.
*   *   *
Conforme os estudos do professor Daniel Buss, a televisão e as mídias visuais impõem uma maior importância à aparência física.
Ninguém pode se apresentar diante das câmeras sem que tenha uma boa aparência e, naturalmente, isso mobiliza mil e uma providências, a aparência fisionômica. E surgem as necessidades plásticas, as cirurgias plásticas, os implantes, tudo isso para melhorar a aparência.
Os cabelos, os cortes, as tinturas, as vestimentas, as roupas, a própria expressão do corpo físico... O indivíduo tem que ser magro para fazer sucesso. Ou o indivíduo tem que ser gordo para fazer sucesso. Ele não pode ser como queira, ele tem que obedecer a um padrão de sucesso.
Encontramos, ao lado disto, a diminuição do bem estar psicológico, diz o professor Daniel Buss. E essa diminuição da satisfação psicológica se deve a isso que já cogitamos. Cada coisa que eu vejo que está melhor do que eu, eu a desejo. Cada situação que o artista está vivendo e que eu nunca vivi, eu almejo.
Desse modo vão surgindo as possibilidades de nos enfararmos um com o outro, no caso dos casais. Aquele modelo da telinha, homem ou mulher, começa a falar profundamente à desarmonia que já trazemos na nossa intimidade.
Então queremos encontrar uma pessoa com aquele padrão, conforme aquele ator, aquela atriz, aquele cantor, aquela cantora, aquele atleta. E a nossa infelicidade vai crescendo, tudo porque assistimos à programação televisiva sem o devido ajustamento interior.
Não conseguimos essa educação que nos diz que o valor não é uma coisa que trazemos de fora. O valor é uma construção que fazemos por dentro.
Não importa se, na mídia televisiva, um artista se vista assim ou assado, eu vou me vestir como eu possa.
Não me importa se o galã seja magro ou seja gordo. Eu vou ter o corpo que eu devo ter, que eu preciso ter ou que eu posso ter.
Não nos deve impressionar se aquele artista, aquele astro tenha olhos azuis, verdes, amarelos para que eu me desespere para conseguir uma lente de contato da mesma cromação.
Tudo isso vai fazendo com que passemos a viver para fora de nós, passemos a ver a nossa vida como alguma coisa exterior e não como uma realidade íntima.
É feliz na Terra, não quem está na televisão, não quem aparece na telinha, mas quem consegue viver no mundo as Leis da vida, as Leis de Deus, onde quer que se encontre.
É válido que admiremos a beleza plástica desse ator, dessa atriz, desse cantor, desse bailarino, desse ídolo. É válido. As coisas bonitas são bonitas porque são bonitas.
No entanto, essa educação que vamos impondo a nós próprios, vai fazendo com que vejamos que tudo aquilo não passa de uma grande fantasia. Não conhecemos a vida real desses indivíduos que, à frente das câmeras, são personagens. A realidade do indivíduo que eles são nós desconhecemos totalmente.
Por isto, vale a pena pensarmos em quem é que faz a televisão, quem é que organiza a sua programação, quem é que estrutura seus plantéis de astros e estrelas, homens e mulheres atormentados no mundo como quaisquer outros, com suas deficiências morais, com suas grandezas morais, com suas facilidades emocionais, com suas dificuldades emocionais, com suas carências afetivas, com seu orgulho, sua vaidade. Certamente que esse veículo, tão importante como é a televisão, vai sofrendo os mareios ou vai recebendo as virtudes daqueles que estão por trás da máquina que faz tudo isso acontecer.
É um grande teatro. Mas nós todos proviemos do grande Além para a Terra com um compromisso, não de seguir os passos dos modelos humanos, mas os Bons Espíritos estabelecem que o maior Espírito, que Deus deu ao mundo, para servir de Modelo e de Guia, é o Homem de Nazaré.

Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 199, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná.
Programa gravado em agosto de 2009.
Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 11 de julho de 2010.
Em 11.10.2010.

Vida e Valores (A Internet)

Vida e Valores (A Internet)

Quem poderia imaginar que o invento de Norberto Wainer desse para o mundo os resultados que vem dando.
Norberto Wainer pensou, demoradamente, numa forma de criar uma máquina que pudesse realizar tudo o que o cérebro humano é capaz de realizar. Com uma vantagem: sem a inércia característica da criatura humana.
Quando precisamos apertar um botão, por exemplo, temos a vontade, a mente aciona o nosso sistema nervoso, que atua sobre a musculatura. Então, apertamos o botão. É um lapso de segundo, mas o suficiente para errarmos o alvo.
Dessa maneira, Wainer pensou numa máquina que fizesse isso: apertasse o botão, sem essa movimentação neurológica, até realizar o fato. Surge, então, o cérebro eletrônico.
Válvulas, cabos, peças diversas compuseram o primeiro cérebro eletrônico, que ocupava quase um edifício de dois andares, para que toda aquela parafernália mecânica pudesse funcionar.
Na medida em que o tempo se passou, graças aos implementos que foram sendo adicionados àquele conhecimento básico, o nosso cérebro eletrônico se transformou no computador.
E, hoje, qualquer criança tem o seu computador, através do qual atua no que quiser, desde jogos, games até compras, negócios, investimentos, que são feitos através do computador.
Tudo graças a esse conjunto de coisas que antecederam esse progresso: o conhecimento da eletricidade, a invenção do telefone ou o tubo de raios catódicos, conhecido como CRT. Também a construção das redes, o surgimento do conceito de redes e a invenção dos chips.
Quando se juntou tudo isso, passamos a conhecer a Internet.
Graças à Internet que, por sua vez, só existe por causa do computador,  vivemos num mundo em que já não se imagina sem ela, Internet.
Tudo que fazemos hoje é através da Internet. Nossas inscrições em concursos, os diários universitários, tudo pela Internet.
Para fazermos compras, para pagarmos contas, para recebermos cartas, mandarmos cartas, mensagens variadas, tabelas, gráficos, desenhos, programas, livros: Internet.
Num breve lapso de tempo, nos comunicamos com o outro lado do mundo, imageticamente. Passamos a usar determinadas câmeras, as famosas Webcam, para projetar para quem se comunica conosco onde quer que esteja, a nossa imagem, a imagem do que quisermos e os outros nô-las remeterem.
Fazemos reuniões empresariais, estudantis, políticas, através da Internet. A partir disso, o mundo é outro mundo.
Percebemos como, gradativamente, a Divindade, que ama a Terra e os terrestres, vai permitindo que se abram portas de progressos inimagináveis antes.
Como é que nós vivemos tanto tempo sem a Internet?
Não sentíamos falta dela. O gênio de um homem é que começou a maquinar que, sem a ajuda de um aparelho que suprimisse a nossa inércia, seria muito difícil continuar a fazer coisas grandes no mundo.
A Internet vem sendo um instrumento que, à semelhança do poder, do ouro, do dinheiro, é usado a nosso bel prazer.
Por causa disso, vale a pena considerar como usamos a Internet.
*   *   *
Esse instrumento notável que é a Internet, bênção de Deus para o nosso progresso humano, também vem sendo usado por muita gente de má índole.
A Internet permite o anonimato. Não somos obrigados a aparecer, de rosto nu, nas telas que nos registram as mensagens.
Acompanhamos a ação de indivíduos inteligentes, que poderiam trabalhar para o bem, mas preferem prestar serviço ao mal, ao equívoco, ao desequilíbrio, à treva humana.
Temos os hackers, por exemplo, que são verdadeiros gênios da eletroeletrônica, da informática e que poderiam usar esses conhecimentos para fins nobilitantes. Contudo, usam-no para delinquir, para penetrar indevidamente em programas alheios.
Ao lado disso, encontramos os que se valem da Internet para o cometimento de crimes variados, para a calúnia. O indivíduo joga na rede misérias, horrores do pensamento, incriminando pessoas, atirando na lama nomes, covardemente, porque pode se valer de um pseudônimo. Não precisa assinar a mensagem, pode fazer de conta que é quem não é, em verdade.
Quantos problemas com crianças, adolescentes têm sido criados na Internet, exatamente porque o adulto se faz passar por outra criança ou adolescente, usa seu jargão, fala sua linguagem e aí estão os crimes de pedofilia... pela Internet.
Crianças são seduzidas a darem endereços, nome dos pais, dados pessoais e, na sua ingenuidade, desorientadas pelos próprios pais, vão passando, imaginando que estejam conversando com outra criança.
Os problemas de bullying, quando crianças escolares, alunos são bombardeados por colegas ou por professores, diminuindo a sua autoestima, determinando problemas psicológicos ou mesmo psiquiátricos de grave repercussão.
Mas, encontramos aqueles que fazem bom uso porque, graças à Internet,  podemos entrar nos conhecimentos da Ciência, dos filósofos, no mundo das artes, da cultura em geral.
Podemos viajar, através de programas que nos levam a conhecer as ruas e avenidas do mundo. Podemos encontrar telas de museus, os mais famosos, penetrar nos salões notáveis desses museus e contemplar a beleza que ali é exposta para quem viaja, para vê-los.
A Internet, nas mãos do bem, tem patrocinado cursos acadêmicos, cursos escolares à distância, com rigor, com controles.
É claro que há também pilhérias, brincadeiras de mau gosto, chamadas de cursos. No entanto, há coisas sérias, coisas graves, coisas belas, realizadas via Internet.
Dessa maneira, nos damos conta de que todas as bênçãos que Deus permite chegar ao mundo, a criatura humana, na sua impetuosidade, no seu estilo excitado de ser, deseja lançar mão, deseja se assenhorear. E, porque o nosso lado ético-moral não anda assim tão bem desenvolvido, muitos querem tirar proveito, ainda que por meios escusos, dessas bênçãos que Deus nos envia. A Internet não escapou disto.
Cabe a você, cabe a todos nós, a observância da ética, da moralidade, no uso desse veículo importante para a nossa vida social.
Sabermos que aquilo que estamos plantando na Internet e que se espalha pelo mundo inteiro, de bom ou de ruim, um dia, mais cedo ou mais tarde, teremos que voltar para recolher.
Se forem coisas boas, recolheremos esses frutos doces da felicidade. Se negativas, teremos que amargar a reconstrução do bem na Terra.

Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 206, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná.
Programa gravado em agosto de 2009.
                                                                         Em 24.01.2011.

   

Vida e Valores (A importância da educação)



Há uma questão fundamental, na vida da sociedade, que tem sido alvo de muitas discussões, tanto em nível de família, em nível governamental, em nível geral.  Essa questão é a que se relaciona à educação. Ninguém pode imaginar que uma sociedade se construa e se mantenha em boas bases, longe dos princípios educacionais.
Mas, o que temos visto costumeiramente é que a educação não tem sido bem trabalhada, bem desenvolvida por aqueles responsáveis por ela. Exatamente por uma deficiência básica, uma questão conceitual. O que se vem chamando de educação? O que é que nós entendemos por educação? O que as classes sociais admitem seja a educação?
A partir dessa questão conceptiva, todas as coisas começam a ganhar mais ou menos expressividade. Quando pensamos em educação, costumeiramente pensamos em instrução. As tradições culturais norteamericanas e europeias trataram de chamar de educação ao aprendizado intelectual.
Uma criatura muito bem instruída, dizia-se e afirma-se, ainda hoje, que é muito bem educada. Por terem estudado nos melhores colégios, por terem tido excelentes professores, por terem feito bons cursos, diz-se que essas pessoas têm ou tiveram uma boa educação.
Não resta dúvida que a questão educacional passa por esse viés instrucional, mas educação não é propriamente a instrução. Se a instrução representasse a educação, a Humanidade estaria um pouco melhor. Mas há dúvidas relativamente a isso exatamente porque, quando se fala em educação, se está referindo a essa arte ou a esse ofício de plasmar o caráter dos indivíduos.
Sempre que se trabalha o caráter das pessoas se está trabalhando a sua educação. Educar é a arte de moldar ou de formar os caracteres. Se se pensa a partir disso, temos que admitir que teremos boa educação e teremos má educação.
Se é a arte de formar o caráter dos indivíduos, encontramos indivíduos cujo caráter é muito mal formado. Ele foi educado para isso, recebeu implementos para isso, obteve incrementos para isso. Uma criança mal educada quase sempre nós dizemos que é sem educação. Ninguém é sem educação. Pode ter uma má educação mas tem educação.
É aquela criança que foi recebendo no seu habitat, no seu meio ambiente, de seus pais, dos adultos, das pessoas que com ela conviveram esses elementos que reforçaram as deficiências próprias. Cada vez que um pai, que uma mãe diga para o seu filho: Não me traga desaforo para casa, se apanhou bata também, está criando um violento deseducado. Não me traga desaforos para casa é crucial porque seria importante que os pais dissessem: Traga para casa, porque em casa conversamos, dialogamos, explicamos e desaguamos as pressões, as tensões daquilo que se viveu na rua.
Os antigos diziam que Quando um não quer dois não brigam. Essa é uma verdade. Então, é muitíssimo importante que verifiquemos que essa criatura violenta, muitas vezes aprendeu a ser violenta na contextualidade da sua família ou do seu grupo social.
São muitos os pais que ensinam aos filhos a tirar vantagem de tudo, a explorar as pessoas parvas, as pessoas tolas. Isso começa de casa, quando os próprios pais contratam servidores domésticos de baixo nível intelectual para lhes pagar salários de fome. A  criatura trabalha como um boi ladrão, trabalha como um animal de tração e ganha salários de fome. Essa exploração, que as crianças vão aprendendo, desde sua própria casa, é deseducação ou, se quisermos, uma má educação.
Estaremos formando os nossos pequenos, nossos jovens para que sejam adultos exploradores. Daí começarmos a pensar, a refletir maduramente na importância do fenômeno educativo. Jamais teremos uma sociedade bem posta, jamais encontraremos uma sociedade bem estruturada, bem ordenada sócio- politicamente, sócioeconomicamente, sócio-políticoeconomicamente, longe das bases da educação.
*   *   *
A partir do momento que se der atenção ao fenômeno educacional, começaremos a plasmar uma nova estrutura da sociedade. Os nobres guias da Humanidade estabeleceram que, enquanto as instituições não mudarem seus valores estruturais, não adotarem posturas éticas, ético-morais de boa qualidade, será muito difícil que a Humanidade se modifique, uma vez que tudo conspira para manutenção do egoísmo.
A fim de que o egoísmo bata em retirada e que possamos pensar numa sociedade plural, com pessoas diferentes, de variados níveis, de variadas culturas, de múltiplos interesses, ao respeitarem-se reciprocamente, o fenômeno educacional ter-se-á implantado.
Uma das grandes deficiências do processo educativo está no educador. O educador, seja pai, mãe, professor, seja quem for é uma pessoa que carrega em si seus próprios conflitos, suas aberrações, suas insanidades, suas perversões. É muito difícil não deixar que essas coisas vazem, no momento ou durante o processo em que se elabore a educação.
Como é que se vai educar crianças ou jovens sem que esses valores estejam devidamente assentados na sua própria intimidade? Quando se falar para a criança ou para o jovem a respeito desses elementos educativos não se falará com verdade, não se falará com convicção, não se terá a crença necessária para que o ouvinte admita e assimile.
Será fácil para o educando ler na voz, na tremura da voz, no desvio do olhar do educador que aquilo que ele está propondo, aquilo que ele está falando, aquilo que ele está dizendo, não corresponde à verdade. Daí, a educação precisar trabalhar desde a figura do educador para que haja transparência na relação educador - educando, para que haja verdade, uma vez que temos entregue aos nossos jovens, às nossas crianças uma herança discurso muito bonita porque todos os governantes candidatos falam na grandeza, na importância da educação.
Ainda que eles estejam pensando na escolaridade, ainda que estejam admitindo essa educação escola, ainda assim é um discurso vazio porque eles não acreditam que a educação valha, porque uma vez que as comunidades estejam bem educadas nunca mais votarão neles. Uma vez que as comunidades estejam devidamente bem formadas, não aceitarão as falcatruas, as corrupções, toda essa vilania que estamos encontrando no mundo, nas estruturas sócio- políticas, econômicas, religiosas a que temos acesso.
É muito importante o fenômeno da educação, mas a educação mais eficaz não pode ser admitida, não pode ser tida como um mero verniz social. Não é educada a pessoa que fala manso, que dobra o pescoço para falar, que tem um monte de maneirismos, de trejeitos, de salamaleques ou de mis em scène.
Essa é uma pessoa maneirosa. A pessoa educada é aquela que vive de maneira educada, que imprime essa boa educação à sua vida, à sua relação com seus filhos, à sua relação com seu esposo, à sua relação com a família como um todo e, gradativamente, à sua relação com a sociedade.
É muito triste, é lamentável mesmo encontrarmos pessoas bem formadas academicamente, intelectualmente, mas que dizemos que tem pavio curto. Elas não conseguem ouvir nenhuma discordância, são incapazes de suportar alguém que não as aplauda, que não lhes apoie as ideias.
Não adianta ter uma boa cultura acadêmica se não consegue fazer bom uso dessa cultura acadêmica. Daí encontramos médicos, pneumologistas tabagistas! Como é que ele passa a verdade para o seu paciente ao pedir-lhe para que pare de fumar?
Encontramos pessoas que dão classe de moral, cuja língua é uma verdadeira chibata do comportamento alheio, da vida alheia. Encontramos pessoas que têm um discurso completamente alienado, distanciado do curso de sua vida.
A importância da educação é que para que banhemos o outro com as suas águas cristalinas é indispensável que nos banhemos primeiro. A educação é profundamente importante, por isso precisamos enfatizar que, sem as bases de uma educação - mudança de comportamento, uma educação que nos ensine a viver na Terra e a nos relacionar com os outros, muito dificilmente a nossa sociedade encontrará o desfecho feliz a que faz jus e que espera.

Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 159, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná.
Programa gravado em julho de 2008.
Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 21.02.2010.
Em 05.04.2010.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

EDUCAÇÃO

EDUCAÇÃO

Emmanuel
 
Amparar a infância é auxiliar a sementeira.
Orientar a mocidade para o bem é a auxiliar a floração.
A felicidade e a paz constituem serviço de aprimoramento.
Transposto o escuro portal da morte, reconhecemos que o professor detém no mundo o cetro do mais alto sacerdócio.
A escola é santuário da revelação Divina.
Dentro dela a mente humana retoma os tesouros do passado e entra em contato com as grandes vozes da sabedoria para a sublime ascensão no amor.
E nos altares invisíveis de que se enriquece de Luz, a alma que ensina participa, com o Senhor, do júbilo de criar.
O mestre é, por isso, o oleiro milagroso das imagens, descerrando novos horizontes à vida e abrindo preciosas oportunidades de elevação.
Ó vós, que buscastes na fonte do Espiritismo com Jesus um campo diferente de ação, vós, cujas antenas de fé viva conseguiram captar a palavra da Verdade Vitoriosa, contemplai conosco a paisagem atormentada e escura da experiência humana ! ...
Em toda parte, a aflição clama por segurança, a dor espera lenitivo, a sombra pede luz e a desarmonia roga paz.
É imprescindível nos devotemos todos à obra regenerativa do Bem, recompondo destinos e sanando males aparentemente irremediáveis.
Não nos fixemos, porém, na breve existência de um dia ! ...
Procuremos a vida, a Vida Imperecível, que sobrepaira além do tempo e da morte.
Na criança jaz o recomeço.
No jovem surge a base.
Centralizar os nosso esforços no aperfeiçoamento, é dever de quantos abraçaram na Terra o idealismo de soerguimento e sublimação.
Não desejamos, com semelhantes enunciados, sentenciar a velhice ao abandono. A senectude dolorida ou desprezada é sempre credora de compaixão. O lar dos deserdados é serviço  que não podemos esquecer.
Reportamo-nos, contudo, à madureza, da qual devemos aguardar os melhores testemunhos de aplicação do Evangelho Salvador.
Curto é o período de possibilidades substanciais de trabalho, para a criatura de passagem na Terra. Aproveitar esses dias rápidos, na missão do Bem, é impositivo da lei, que necessitamos respeitar se não desejamos os duros ensinamentos do reinicio.
E se sabemos que a reencarnação, por divino instituto de aperfeiçoamento, nos abre incessantemente as portas abençoadas de novas realizações, não será lícito olvidar que o serviço prestado à infância e à juventude é obra de caridade e proteção a nós mesmos.
Ressurgiremos, amanhã, dos pais que hoje estamos formando.
Integrados no conhecimento de semelhante realidade, saibamos preparar o caminho iluminado e feliz para as crianças e para os moços do presente.
Ninguém está exonerado da cooperação de boa vontade em favor das gerações renascentes.
Quem consagra a Jesus Cristo aprende a legar um mundo melhor aos que lhe seguem os passos, através do concurso fraterno ao próximo e da bondade para com a vida de que comunga nas lides habituais.
O Evangelho não é um livro simplesmente. É um templo de idéias infinitas – miraculosa escola das almas – estabelecendo a Nova Humanidade.
Para isso, gera santos e heróis, artistas e trabalhadores que, em se espalhando no mundo, nele determinam, de século a século, fecundas renovações para a glória do Amor Universal.
De certo, estamos ainda longe do tipo biológico habilitado a refletir integralmente a inspiração do Cristo, mas, atendendo aos imperativos da educação, reduziremos a longa e porfiada luta.
Reconduzir para a dignificação, distribuir a cultura e o trabalho edificantes, animar a chama dos ideais redentores e proclamar os méritos da fraternidade é a maneira mais elevada e mais fácil de apagar as trevas do passado e inflamar os horizontes do futuro.
Tocados pela claridade da sublimação, ao esplendor da Verdade, pelo conhecimento da sobrevivência além da morte, uni aos nossos os vossos braços e corações e construamos o Reino de Deus com as sementes divinas da escola, coroada de luz e compreensão, segurança e solidariedade.
A técnica prosseguirá levantando cidades e monumentos, traçando estradas e comunicações, ajustando máquinas e inventos, materializando a facilidade e o conforto para a civilização, mas só o amor garantirá no mundo a alegria de viver.
Façamos da oração a nossa escada de intercâmbio com o Céu, socorramos a enfermidade e aliviemos o desespero, repartamos o pão e o remédio com os famintos e doentes, ergamos teto acolhedor aos que vagueiam sem rumo e consolemos a dor que nos aparece de mil modos, cada dia, nas sendas do mundo, mas não nos esqueçamos de que Jesus, acima de tudo, é o nosso Divino Mestre e de que o Cristianismo é serviço de educação.
Levante-se, a cada dia, com a disposição de servir sem a preocupação de ser servido, de auxiliar sem retribuição e cooperar sem recompensa, para que a solidariedade expontânea te favoreça com os créditos e recursos da simpatia.
 
LIVRO:  MENTORES E SEAREIROS  -  Francisco Cândido Xavier e Autores Diversos
 

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Chico responde questões sociais e políticos."...segundo as instruções que recebemos dos benfeitores espirituais, a nossa melhor atitude é a da prece, em favor dos líderes das nações"...

  • Estimaríamos colher a sua opinião a respeito dos últimos conflitos que colocaram em perigo a Paz Mundial…
Chico Xavier:
- Atentos aos nossos deveres de ordem doutrinária, já que o Espiritismo é a religião de Jesus, endereçada ao burilamento e confraternização dos homens, não seria cabível viéssemos a analisar os conflitos atuais do mundo, sob o ponto de vista político. Essa tarefa, na opinião de Emmanuel, o dedicado orientador espiritual que nos dirige as atividades, compete aos mentores encarnados da vida internacional.
Todos nós, os religiosos de todos os climas, nos reconhecemos atualmente defrontados por crises de insatisfação em quase todos os domínios da Humanidade, e, por isso mesmo, segundo as instruções que recebemos dos benfeitores espirituais, a nossa melhor atitude é a da prece, em favor dos líderes das nações, rogando a Deus os ilumine e guie, a fim de que todos eles se unam, no respeito às leis que o progresso já nos confiou, evitando nova grande guerra, cujos efeitos calamitosos, não conseguimos prever, nem calcular.
(Do livro No Mundo de Chico Xavier, editado pelo Instituto de Difusão Espírita, de Araras, SP)


  • A Doutrina Espírita é acusada de, ao se preocupar somente com a vida no além, ajudar a manter o sistema político vigente, por não se preocupar com o progresso material e político do homem na Terra. O que acha?
Chico Xavier:
- É muito interessante isso, mas não desejamos abusar, desprestigiar, desprimorar mesmo a figura de Jesus Cristo. É importante considerar que Jesus cogitou muito da melhora da criatura em si.
Auxiliou cada companheiro no caminho a ter mais fé, a amar os seus semelhantes, ensinou os companheiros a se entre-ajudarem, de modo que nós vimos Jesus sempre preocupado com o homem, com a alma.
Não nos consta que ele tivesse aberto qualquer processo de subversão com o Império Romano, nem mesmo contra a Palestina ocupada.
Então, o espírita não é propriamente uma pessoa conformada do ponto de vista negativo. Conformismo em Doutrina Espírita tem o sinônimo de paciência operosa. Paciência que trabalha sempre para melhorar as situações e cooperar com aqueles que recebem a responsabilidade da administração de nossos interesses públicos.
Em nada nos adiantaria dilapidar o trabalho de um homem público, quando nosso dever é prestigiá-lo e respeitá-lo tanto quanto possível e também colaborar com ele para que a missão dele seja cumprida. Porque é sempre mais fácil subverter as situações e estabelecer críticas violentas ou não em torno de pessoas.
Nós precisamos é da construtividade.
Não que estejamos batendo palmas para esse ou aquele, mas porque devemos reverenciar o princípio da autoridade, porque sem disciplina não sei se pode haver trabalho, progresso, felicidade, paz ou alegria para alguém. Veja a natureza: se o sol começasse a pedir privilégios e se a Terra exigisse determinadas vantagens, o que seria de nós com a luz e o pão de cada dia?
(Transcrito do livro Chico Xavier – Mandato de Amor, editado pela União Espírita Mineira)
  • De vez em quando aparece alguém que, em virtude de algum problema social mais grave – a violência, por exemplo, – pede a pena de morte. O senhor concorda?
Chico Xavier:
- A pena deveria ser de educação. A pessoa deveria ser condenada mas é a ler livros, a se educar, a se internar em colégios ainda que seja, vamos dizer, por ordem policial.
Mas que as nossas casas punitivas, hoje chamadas de casas de reeducação, sejam escolas de trabalho e instrução.
Isto porque toda criatura está sentenciada à morte pelas leis de Deus, porque a morte tem o seu curso natural.
Por isso, acho que a pena de morte é desumana, porque ao invés de estabelecê-la devíamos coletivamente criar organismos que incentivassem a cultura, a responsabilidade de viver, o amor ao trabalho. O problema da periculosidade da criatura, quando ela é exagerada, esse problema deve ser corrigido com educação e isso há de se dar no futuro.
Porque nós não podemos corrigir um crime com outro, um crime individual com um crime coletivo.
(Transcrito do livro Chico Xavier – Mandato de Amor, editado pela União Espírita Mineira)
  • Chico, estamos diante de uma onda crescente de violência em todo o mundo. A que os espíritos atribuem essa ocorrência? Gostaria que você se detivesse também no problema dessa corrida da população às armas, para a defesa pessoal. Como você vê tudo isso?
Chico Xavier:
- Temos debatido esse problema com diversos amigos, inclusive com nossos benfeitores espirituais e eles são unânimes em afirmar que a solidão gera o egocentrismo e esse egocentrismo exagerado reclama um espírito de autodefesa muito avançado em que as criaturas, às vezes, se perdem em verdadeiras alucinações.
Então a violência é uma conseqüência do desamor que temos vivido em nossos tempos, conforto talvez excessivo que a era tecnológica nos proporciona. A criatura vai se apaixonando por facilidades materiais e se esquece de que nós precisamos de amor, paciência, compreensão e carinho. A ausência desses valores espirituais vai criando essa agressividade exagerada no relacionamento entre as pessoas ou entre muitas das pessoas no nosso tempo.
De modo que precisaríamos mesmo de uma campanha de evangelização, de retorno ao Cristianismo em sua feição mais simples para que venhamos a compreender que não podemos pedir assistência espiritual a um trator de esteira, não podemos pedir socorro a determinados engenhos que hoje nos servem como recursos de pesquisas em pleno firmamento, nós precisamos desses valores de uns para com os outros.
Quando nos voltarmos para o sentimento, para o coração, acreditamos que tanto a violência, como a corrida às armas para defesa pessoal decrescerão ao ponto mínimo e vamos extinguindo isso, pouco a pouco, à medida que crescemos em manifestações de amor, reciprocamente.
(Transcrito no livro de sua autoria “Lições de Sabedoria – Chico Xavier)
  • Suas palavras de solidariedade sempre giram em torno da missão que cada ser humano tem. Qual é a sua missão?
Chico Xavier:
- Um capim tem uma missão, alimentar o boi. Minha missão é como a do capim ou de qualquer outra plantinha sem nome que exista por aí. Precisamos viver honradamente e fazer tudo o que pudermos para ajudar o próximo a superar suas dificuldades.
(publicado na revista Contigo/Superstar, São Paulo, SP, n. 443, 19/3/1984, transcrita no ANUÁRIO ESPÍRITA 1985)
  • Chico, como é que você vê a onda de violência que aumenta a cada dia?
Chico Xavier:
- A violência é qual se fosse a nossa agressividade exagerada trazida ao nosso consciente, quando estamos em carência de amor. Ela lava, por isso, o desamor coletivo da atualidade.
Se doarmos mais um tanto, se repartirmos um tanto mais, se houver um entendimento maior, estaremos contribuindo para a diminuição desta onda crescente de agressividade.
À medida que a riqueza material aumenta, o conforto e a aquisição de bens também cresce, com isso retornaremos à autodefesa exagerada, isolando-nos das criaturas humanas. A vacina é o amor de uns pelos outros, programa que Jesus nos deixou há dois mil anos.
Numa entrevista coletiva perante as câmeras da Rede Globo, comandada por Augusto César        Vanucci, em julho de 1980.
(Consta do livro “Lições de Sabedoria – Chico Xavier)
  • Qual o melhor antídoto contra a falta de confiança em nós mesmos?
Chico Xavier:
- Os amigos da Vida Maior nos ensinam que na prática da humildade, na prestação de serviços aos nossos irmãos da Humanidade, adquiriremos esse antídoto contra a falta de confiança em nós próprios, de vez que aprenderemos, na humildade, que o bem verdadeiro, de que possamos ser intérprete, em favor de nossos semelhantes, procede de Deus e não de nós.
(Em entrevista  publicada no jornal “O Espírita Mineiro”, de Belo Horizonte, MG, fevereiro/abril de 1977).

  • Na sua opinião, para onde caminha a Humanidade? Haverá responsabilidade de, em breve, atingirmos um grau de igualdade e fraternidade entre os homens?
Chico Xavier:
- Creio que mesmo que isto nos custe muitos sofrimentos coletivos, nós chegaremos até a confraternização mundial.
As circunstâncias da vida na Terra nos induzirão a isso e nos conduzirão para essa vitória de solidariedade humana.
Não é para outra coisa que o Cristianismo, nas suas diversas interpretações, dentro das quais está a nossa faixa de doutrina espírita militante, terá nascido, não é? Eu creio que acima de nossas governanças, todas elas veneráveis, temos o Governo de poderes maiores que nos inspira e que, naturalmente, nos enviará recursos para que essa vitória da fraternidade universal se verifique.
(Transcrito do livro Chico Xavier – Mandato de Amor, editado pela União Espírita Mineira )


sábado, 25 de maio de 2013

Não Julgueis

NÃO JULGUEIS
Acaba de vir às nossas mãos um bem lançado artigo a propósito da sentença que ora nos serve de epígrafe.

Alega-se no aludido artigo que os espíritas, quando no conselho de sentença, costumam absolver sistematicamente os réus.

Ignoramos se realmente tem sido essa a norma de conduta dos espíritas no júri.
Quanto a nós, declaramos que, todas as vezes que servimos como juiz de fato, absolvemos, e disso não estamos arrependidos, por isso que entendemos, em consciência, que tais réus deviam ser absolvidos.

No entanto, não pretendemos firmar a doutrina da absolvição incondicional. Casos há em que, para evitar mal maior, seria lícito votar de modo a conservar o acusado recluso, dadas as suas condições de perigo para a segurança social.
Assim procedendo, não estaremos julgando, mas acautelando a coletividade da qual somos parte integrante.

Demais, que são os criminosos de toda a espécie senão anormais, desequilibrados, enfermos da alma, numa palavra?
Faça-se, portanto, com eles o que se faz com os doentes de moléstias infectuosas: segreguemo-los da sociedade a fim de evitar as consequências do mal.
Esta medida é razoável, é humana, não há mesmo outra a tomar, uma vez que se preste aos segregados a devida assistência reclamada pelas suas condições.

Não há direitos sem deveres. Se assiste à sociedade o direito de separar os doentes dos sãos, cumpre-lhe o dever inalienável de assisti-los convenientemente.

Não é o criminoso que se deve combater: é o crime em suas várias formas. A Medicina não combate o enfermo, mas a enfermidade, suas causas e origens.
Enquanto a questão não for encarada sob este prisma, o crime continuará a proliferar, perturbando a ordem e a paz da sociedade.

Julgar? Quem somos nós para julgar nossos irmãos, se todos somos réus no tribunal de nossas consciências? Fazê-lo em nome da sociedade?
Pois é a sociedade mesma, tal como está constituída, a responsável por grande número de crimes que em seu seio se cometem.
As piores doenças são fruto do ambiente. Quando o meio é miasmático e deletério, as enfermidades se alastram, tornando-se endêmicas.
Tal é a nossa sociedade. A recrudescência do crime é efeito da materialidade e da hipocrisia reinantes no século. A higiene social seria o melhor antídoto contra o vício e o crime.

O Código pelo qual se regem as nações, ditas civilizadas, precisa ser reformado: e sê-lo-á fatalmente. Inspirado no Direito Romano, o Código cogita exclusivamente da aplicação de penas, quando devera curar da higiene da alma.

É natural que se condene ao trabalho o homem afeito à ociosidade, empregando-se processos adequados ao caso, ainda que não deixemos de reconhecer que a mesma inércia e apatia sejam, a seu turno, formas de desequilíbrio psíqui¬co.
O homem normal ama o trabalho, não pode permanecer inativo. Como a ociosidade, todos os demais vícios são, no fundo, falhas de caráter, distúrbios de ordem moral.
Para corrigi-los, duas medidas se impõem: educação individual e saneamento do ambiente.

Cadeira elétrica, forca e guilhotina não resolvem o problema em questão, como atestam as estatísticas de criminalidade dos países onde aquelas penas vigoram.
Eliminar a vida física do criminoso não lhe modifica o caráter, não lhe altera numa linha sequer o nível moral. Não é ao corpo, é ao espírito que cabe a responsabilidade pelos atos delituosos.
Despertar-lhe a consciência, elevar o grau de sua sensibilidade moral, eis o único processo eficiente no tratamento de tais enfermidades. Este processo chama-se educação.

A sociedade viverá sempre às voltas com os delinquentes, enquanto não cumprir o dever que lhe assiste de educá-los. Até aqui, a sociedade, baseando-se no parecer de criminólogos materialistas, invoca apenas o direito de punir.

Por isso ela também vai sendo punida. Há de suportar as consequências do seu erro até que emende a mão. Aliás, já os prenúncios de uma reforma se vão fazendo sentir.

Resta ainda considerar que a única pena que resulta benéfica na regeneração dos criminosos é aquela que dimana naturalmente do próprio crime. Toda penalidade imposta de fora, com caráter de vindita, é contraproducente.
Avilta o moral dos fracos e exacerba o ânimo dos fortes; produz, por conseguinte, hipócritas, cínicos e revoltados. Não regenera: corrompe. Só a educação, equilibrando os poderes do espírito, produz resultado prático, eficiente e positivo.

O código materialista deve ceder lugar ao código espiritualista.
Este não cogitará de julgar e menos ainda de aplicar esta ou aquela pena como castigo, mas tratará da educação moral, não dessa moral caricata, para uso externo, vazada em moldes ritualísticos, mas da moral evangélica, da moral positiva que se funda nas leis naturais que regem os destinos do espírito.

O Espiritismo vem ensinar à Humanidade a reger-se, não mais pelo código romano, mas pelo código divino que reflete a indefectível justiça e a soberana vontade do Céu!

Vinicius
Livro Mestre da Educação

domingo, 7 de abril de 2013

EVOLUÇÃO E EDUCAÇÃO ..."A diferença entre o sábio e o ignorante, o justo e o ímpio, o bom e o mau, procede de serem uns educados, outros, não...", "...A verdade não surge de fora como em geral se imagina: procede de nós mesmos. O reino de Deus (que é o da verdade) não se manifestará com expressões externas, por isso que o reino de Deus está dentro de vós. Educar é extrair do interior e não assimilar do exterior. É a verdade parcial, que está em nós, que se vai fundindo, gradativamente, com a verdade total que tudo abrange...."

EVOLUÇÃO E EDUCAÇÃO
Educar é tirar do interior.
Nada se pode tirar donde nada existe.
É possível desenvolver nossas potências anímicas, porque realmente elas existem no estado latente. A evolução resulta da involução. O que sobe da terra é o que desceu do céu.

A diferença entre o sábio e o ignorante, o justo e o ímpio, o bom e o mau, procede de serem uns educados, outros, não.
O sábio se tornou tal, exercitando com perseverança os seus poderes intelectuais. O justo alcançou santidade, cultivando com desvelo e carinho sua capacidade de sentir.
Foi de si próprios que eles desentranharam e desdobraram, pondo em evidência aquelas propriedades, de acordo com a sentença que o Divino Artífice insculpiu em suas obras: Crescei e, multiplicai.

A verdade não surge de fora como em geral se imagina: procede de nós mesmos.
O reino de Deus (que é o da verdade) não se manifestará com expressões externas, por isso que o reino de Deus está dentro de vós. Educar é extrair do interior e não assimilar do exterior.
É a verdade parcial, que está em nós, que se vai fundindo, gradativamente, com a verdade total que tudo abrange.
É a luz própria que bruxoleia em cada ser, que vai aumentando de intensidade, à medida que se aproxima do Foco Supremo, donde proveio.
É a vida de cada indivíduo que se aprofunda e se desdobra em possibilidades, quanto mais se identifica com a Fonte Perene da vida universal.
Eu vim a este mundo para terdes vida e vida em abundância.

O juízo que fazemos de tudo quanto os nossos sentidos apreendem no exterior está invariavelmente de acordo com as nossas condições interiores.
Vemos fora o reflexo do que temos dentro. Somos como a semente que traz seus poderes germinativos ocultos no âmago de si própria.
As influências externas servem apenas para despertá-los.
EDUCAR é envolver de dentro para fora, revelando, na forma perecível, a verdade, a luz e a vida imperecíveis e eternas, por isso que são as características de Deus, a cuja imagem e semelhança fomos criados.
Vinícius
Na Escola do Mestre

DEVER PATERNO ..."Educar é salvar. O Espiritismo é a religião da educação. Não há lugar para superstições, na trama urdida pelos postulados cristãos que o Espiritismo veio restaurar em toda a sua verdade...."


Duas verdades muito simples devem estar presentes na imaginação dos pais: de um saco vazio nada podemos tirar; de um terreno inculto, abandonado, nenhum bom grão podemos colher.

Estas duas asserções, banais em aparência, naturalmente servirão para lhes trazer à mente um fato de suma importância: a educação dos filhos.

Sim, se eles descurarem o cumprimento deste dever, chegará o dia em que debalde procurarão obter alguma coisa dos filhos. Estes lhe darão o que se pode tirar de um saco vazio ou aquilo que se pode colher de um terreno abandonado.

A autoridade paterna, elemento indispensável na orientação e direção da mocidade, não surge do vácuo nas ocasiões prementes das grandes necessidades, dos lances aflitivos em que ela é reclamada.
Se essa autoridade existe, apresenta-se, impõe-se, age, luta e consegue. Se não existe, é escusado apelar-se para ela, no paroxismo de qualquer aflição.
A autoridade paterna se desenvolve paulatinamente, como fruto da educação que os pais dão aos filhos, quando essa educação se funda na base sólida de exemplos dignos e elevados. Ela se desenvolve e frutifica como as plantas de valor.

Pretendê-las num dado momento, como façanha de prestidigitador, é ilusão que nenhum pai sensato deve alimentar.

Há exemplos, não contestados, de filhos bons e dignos, à revelia da influência doméstica, e outros que são maus, a despeito dos desvelos paternos; porém tais casos são exceções que não anulam a regra e, menos ainda, os deveres dos pais, no que concerne à formação do caráter de seus filhos.

Sabemos que nossos filhos são espíritos reencarnados, os quais semelhantemente ao vento, segundo disse Jesus ninguém sabe donde vêm.
É possível que sejam espíritos de sentimento e moral elevados; assim sendo, não nos darão maior trabalho: é a exceção. Caso contrário, como é de regra, trarão consigo defeitos, vícios e paixões, para cujo extermínio cumpre providenciarmos, empenhando todos os meios ao nosso alcance.
E isto se obtém, ministrando a educação cristã, firmada sobre os alicerces de exemplificações acordes com aquela doutrina.

Educar é salvar. O Espiritismo é a religião da educação. Não há lugar para superstições, na trama urdida pelos postulados cristãos que o Espiritismo veio restaurar em toda a sua verdade.

Eduquemo-nos, pois, e eduquemos nossos filhos. Um mau chefe de família nunca pode ser um bom espírita.

Vinícius