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sábado, 29 de setembro de 2012

O OLHO BOM


"A candeia do corpo é o olho. Sendo, pois, o teu olho simples, também
todo o teu corpo será luminoso; mas, se for mau, também o teu corpo
será tenebroso." (Lucas, 11:34)
"A candeia do corpo são os olhos, de sorte que, se os teus olhos forem
bons, todo o teu corpo terá luz. Se, portanto, a luz que em ti há são
trevas, quão grandes serão tais trevas!". - (Mateus, 6:22)
O que teria Jesus pretendido dizer, quando discorreu sobre o "olho bom"? Será que o Mestre teria em mente referir-se a um olho sem doença, a um olho bonito, a um olho que enxerga bem, ou, ainda, é um capaz de fazer boa pontaria? E o olho mau, seria aquele que pouco vê, que não é bonito e está cheio de enfermidades?

Obviamente, não foi essa a intenção do Meigo Nazareno. O "olho bom", a que ele se referiu, é aquele que vê tudo com otimismo, que encara tudo com simpatia, que revela amor por tudo aquilo que o cerca, que procura ocultar o defeito alheio, fazendo evidenciar apenas as boas qualidades daqueles que com ele convivem.

Por outro lado, o "olho mau" é aquele que transmite pessimismo, que procura fazer evidenciar os erros e os vícios dos homens. E aquele que se compraz na maledicência, no ódio, inveja e no ciúme.

Corre mundo um conto que talvez seja lendário, mas encerra um ensinamento dos mais edificantes, o qual passamos a narrar: — Caminhava Jesus Cristo com seus apóstolos, numa de suas numerosas andanças entre a Judéia e a Galiléia, quando o pequeno grupo divisou o cadáver putrefato de um cachorro.
Os apóstolos, de maneira unânime, voltaram seus rostos, para não sentirem o terrível fétido. Jesus, no entanto, agiu de modo diverso. Aproximou-se do cadáver, abaixou-se, examinou bem e disse: Que belos dentes ele tinha!

Na verdade, onde todos os apóstolos estavam vendo apenas ossada e podridão, o olho bom do Meigo Pastor viu uma coisa boa — os belos dentes do animal.

Assim, devemos ser com relação a nós. Quando encontrarmos um irmão e nele notarmos tão-somente coisas más, devemos assumir que o nosso julgamento não é perfeito, por isso deveremos procurar nele uma coisa boa, uma virtude, que poderá vir a ser exaltada.

E interessante notar que o Cristo, através de suas palavras, fez com que o olho se tornasse o paradigma, para refletir tudo o que emana de nossa alma, ou reside nela. Realmente, uma pessoa que vê tudo pelo lado do Bem, é óbvio que já demonstra nítidos sinais de evolução moral e espiritual, por isso faz com que o amor norteie os seus rumos. Por outro lado, aquele que vê tudo pelo lado do mal, revela que a sua alma ainda está impregnada de sentimentos inferiorizados, fazendo jus ao que disse o Mestre: "Todo o seu corpo está tenebroso, e quão grandes serão essas trevas!"

Aqui cabe urna indagação: Será que Deus criou os seus filhos alguns com "olho bom" e outros com "olho mau"? Analisando-se a pergunta à luz da Lei da Reencarnação, tudo é elucidado. O que tem o "olho bom" é, indubitavelmente, o homem que já amargou um passado de lutas nobilitantes. Já edificou a sua alma nos embates que enfrentou em vidas pretéritas. Já passou por prolongadas experiências depuradoras, já se reencontrou, e hoje sente em seu coração grande amargura, quando vê alguém acometido de injustiças, ou passando por fases amargas no caminho da vida.

Em contrapartida, o que vê as coisas com seu "olho mau", é aquele que se rebela contra os desígnios de Deus, que se julga injustiçado, que não dá guarida aos ensinamentos evangélicos, que prefere viver distanciado do bem e da luz; por isso, passa a irradiar trevas e sentimentos negativos, uma vez que nada tem de bom para dar.

Busquemos nos Evangelhos paradigmas para o "olho bom" e para o "olho mau". Nenhum exemplo melhor que aquele propiciado por Caifás, o sumo sacerdote do tempo de Jesus. Enquanto o Mestre distribuía messes de luz, enquanto ministrava ensinamentos os mais edificantes, curando cegos e paralíticos, expulsando maus Espíritos, limpando leprosos e levantando criaturas desencaminhadas e quebrantadas, Caifás alimentava ódio de morte contra Ele, chegando a dizer:
- "Não considereis que vos convém que morra um só homem pelo povo, e que não venha a perecer toda a nação?" E o sumo sacerdote, que pela sua função deveria ser portador do "olho bom", não ficou satisfeito, enquanto soube que Jesus Cristo havia sido suspenso no madeiro infamante, entre dois facínoras.

Por outro lado, o melhor paradigma para o "olho bom" é o próprio que buscava a companhia de pecadores e criaturas marginalizadas, porque "São doentes os que precisam de médico", e Ele, o mais autêntico dos médicos da alma, sofrendo o ignominioso sacrifício do Calvário, perdoou as faltas cometidas pelos seus algozes, suplicando a Deus: "Pai! perdoai-lhes, porque não sabem o que estão fazendo."

Paulo A. Godoy

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